segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ato I Cena I Londres: Uma rua.

Duque de Gloster

E agora o inverno de nosso desgosto
Fez-se verão glorioso ao sol de York
E as nuvens que cobriam nossa casa
Agora estão todas enterradas no oceano
Nossas frontes ostentam em coroas
Da Glória, os braços erguem-se em estátuas
O alarma foi mudado em bons encontros,
As marchas em compasso de alegria
E a guerra – com o semblante transformado
Em vez de galopar corcéis hirsutos
Para aterrar as almas do inimigo
Vai saltitar no quarto de uma dama
Ao lascivo tanger de um alaúde
Mas eu, sem jeito para o jogo erótico,
Nem para cortejar o próprio espelho
A que sou rude, e a quem falta a majestade,
Do amor para mostrar-me ante uma ninfa;
Eu, que não tenho belas proporções,
Errado de feições pela malícia
Da vida, inacabado, vindo ao mundo
Antes do tempo, quase pelo meio,
E tão fora de moda, meio coxo,
Que os cães ladram, se deles me aproximo...
Eu que nesses fraquíssimos momentos
De paz não tenho doce passatempo
Senão ver minha própria sombra ao sol
E cantar minha própria enfermidade:
Já que não sirvo como doce amante,
Para entreter esses felizes dias,
Determinei tornar-me um malfeitor
E odiar os prazeres destes tempos,
Armei conspirações, graves perigos,
Profecias de bêbados, libelos,
Para pôr meu irmão Clarence e o rei
Dentro de ódio mortal, um contra o outro,
E se o rei Eduardo for tão firme
Quanto eu sou falso, fino e traiçoeiro,
Inda este dia Clarence será preso,
Pois uma profecia diz que G
Será o algoz dos filhos de Eduardo.
Fugi meus pensamentos, Aí vem Clarence.

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