segunda-feira, 2 de maio de 2011

Terror e insegurança estão de volta



A manchete-surpresa da morte inesperada de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda, por militares norte americanos introduz a nota de mudança e incerteza que dominará a curto prazo a vida política dos Estados Unidos e países europeus.

A morte do “inimigo número 1” dos Estados Unidos dá sobrevida política a reeleição do presidente norte-americano Barack Obama.

Em meio a crise econômica, com o desemprego em alta, aumento da dívida interna e a fragilidade diante da concorrência chinesa no comércio mundial, Obama poderá fortalecer sua imagem de grande líder perante o povo americano. Os próximos meses serão determinantes e cruciais para o futuro político de Obama.

Uma coisa é certa e aguardada: a vingança da Al Qaeda. Vale ressaltar como diz Ahmed Rashid, especialista em Taleban e Paquistão, “a morte de Osama Bin Laden é um duro golpe para a organização que ele liderava, a Al Qaeda, mas a rede ainda possui uma grande capacidade de realizar ataques por conta de sua natureza descentralizada (...) Hoje a filosofia da Al Qaeda é "um homem, uma bomba". A rede virou uma espécie de "franquia" que também atua através de grupos aliados ou inspirados por sua filosofia.
A rede já não precisa de um segundo 11 de Setembro para deixar sua marca. Uma única bomba disposta em qualquer lugar do mundo por um suicida dedicado, desde que inspirado por Bin Laden e seus seguidores, é suficiente para indicar que a rede permanece viva e ativa”.

Os Estados Unidos já estão em alerta máximo contra as iminentes represálias das células terroristas. “Dada a incerteza da atual situação, pedimos aos americanos que estão em áreas onde os acontecimentos recentes podem aumentar a violência contra os Estados Unidos que limitem suas saídas de casa e dos hotéis e evitem multidões”, diz a nota do Departamento de Estado.

Rashid alerta: “neste momento, o temor de um atentado suicida em estações de trens e metrôs nos Estados Unidos e na Europa é particularmente alto, assim como em alvos militares e embaixadas ocidentais no Oriente Médio, que já são um alvo frequente do extremismo”.

Inevitavelmente, a sensação de terror e insegurança estão de volta.





José Renato Ferraz da Silveira é professor do Curso de Relações Internacionais da UFSM. jreferraz@hotmail.com
POVO

Dalmo de Abreu Dallari – Elementos de teoria geral do Estado.

O termo povo está entre aqueles que, pelo uso indiscriminado e excessivo, acabaram por tornar-se equívocos, sendo necessário um grande esforço para, antes de tudo, depurá-lo das deformações e, depois disso, estabelecer sua noção jurídica. E no caso específico de povo a tarefa é mais dificultada pela grande carga emocional que, através dos séculos, se acumulou nessa expressão. E a busca da noção jurídica de povo deve começar pela sua distinção de palavras aparentemente sinônimas, utilizadas como tais ou até com preferência em inúmeras obras de Teoria do Estado.
É unânime a aceitação da necessidade do elemento pessoal para a constituição e a existência do Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é para ele que o Estado se forma. Há, todavia, quem designe como população esse elemento pessoal. Ora, população é mera expressão numérica, demográfica, ou econômica, segundo Marcello Caetano, que abrange o conjunto das pessoas que vivam no território de um Estado ou mesmo que se achem nele temporariamente. Mas o fato de alguém se incluir na população de um Estado nada revela quanto ao vínculo jurídico entre a pessoa e o Estado, não sendo também necessária a constituição de uma vinculação jurídica especial para que alguém se inclua numa população. Assim, pois, essa expressão não tem sentido jurídico e não pode ser usada como sinônima de povo.

Capítulo 4 População e Povo

Capítulo 4 População e Povo

Paulo Bonavides - Ciência Política - 11 ed.

Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas, fazem parte da população. É por conseguinte a população sob esse aspecto um dado essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico de sujeição ao poder estatal. Não se confunde com a noção de povo, porquanto nesta, é fundamental é o vínculo do indivíduo ao Estado através da nacionalidade ou cidadania. A população é conceito puramente demográfico e estatístico. Seu estudo científico tem sido feito pela demografia, uma das disciplinas auxiliares da Ciência Política e que se ocupa tanto dos aspectos quantitativos como qualitativos do elemento populacional.
Primeiro-ministro israelense comemora morte de Bin Laden

DA EFE

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente, Shimon Peres, comemoraram a morte do terrorista Osama bin Laden, cérebro dos ataques do 11 de setembro de 2001.
Netanyahu disse que seu país "celebra com os EUA este histórico dia" e qualificou a notícia de "um sonoro triunfo para Washington e seus aliados, para a liberdade e os valores compartilhados por todas as nações democráticas que lutam ombro a ombro com determinação contra o terrorismo", segundo um comunicado do Escritório do primeiro-ministro.
Morte de Bin Laden pode inspirar nova geração de terroristas;

DE ROMA

A morte do líder da rede terrorista Al Qaeda pode representar um perigo ainda maior para os Estados Unidos do que quando ele estava vivo, pois sua morte pode torná-lo um mártir e inspirar uma nova geração de terroristas, analisa Igor Gielow, enviado especial da Folha a Roma.
Em pronunciamento feito na TV na noite deste domingo (1º), o presidente norte-americano, Barack Obama, confirmou a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, e disse que o corpo dele está com os Estados Unidos. "A justiça foi feita", afirmou.
Neste domingo, segundo o presidente, foi dada a ordem para que uma equipe de soldados dos EUA capturasse o líder terrorista. Obama afirmou que nenhum americano foi ferido na operação, ocorrida na cidade de Abbottabad, no Paquistão. Funcionários do governo americano detalharam que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque.
Guerra contra a Al Qaeda não acaba com morte de Bin Laden, diz Hillary

DE SÃO PAULO

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira em pronunciamento que a guerra contra a rede terrorista Al Qaeda não acaba com a morte de seu líder, Osama bin Laden, em uma operação militar americana.
Hillary afirmou que o esforço para encontrar Bin Laden foi realizado em cooperação próxima com o Paquistão, que ajudou a pressionar a Al Qaeda. "Esta cooperação continua e será muito importante nos próximos dias. Apesar do marco obtido [com a morte de Bin Laden], não podemos esquecer que a luta contra a Al Qaeda não vai acabar com a morte de Bin Laden", disse.
A diplomata americana enviou ainda um duro recado ao grupo islâmico Taleban e ressaltou que a missão americana no Afeganistão continua. "A mensagem ao Taleban permanece a mesma, mas hoje tem maior ressonância: vocês não podem nos expulsar, não podem nos derrotar, mas podem escolher abandonar a Al Qaeda e participar de um processo político pacífico", disse Hillary.
Ela afirmou ainda que os EUA mantêm o cronograma do início da retirada das tropas do país, prevista para julho deste ano, com a transferência de parte da segurança para as forças afegãs.
Hillary disse ainda que "a justiça foi feita", repetindo as palavras usadas pelo presidente Barack Obama para anunciar a morte do líder terrorista. Veja o discurso de Obama em vídeo e texto
Ela lembrou ainda as vítimas dos ataques realizados pela Al Qaeda, como na Embaixada Americana no Quênia, contra o navio militar USS Cole e os atentados de 11 de Setembro.
"Não foram apenas ataques contra os EUA, foram ataques contra todo o mundo. [...] Pessoas inocentes, a maioria muçulmanas, foram alvos em mesquitas, estações de metrô. Cada ataque baseado em uma ideologia que não dá valor à vida humana e não se importa com a humanidade", disse a secretária de Estado.
Hillary reconheceu ainda que a morte de Bin Laden não servirá de compensação aos familiares das vítimas de seus ataques, mas disse esperar que traga algum conforto.
A secretária de Estado lembrou ainda que a morte de Bin Laden ocorre em meio a uma onda de revoltas populares pela democracia no norte da África, o que demonstra que "não há espaço para a ideologia deturpada da Al Qaeda".
"Em todo o mundo, continuaremos pressionando adiante, vamos perseguir sem descanso os assassinos. A luta continua e nunca vamos hesitar", disse Hillary. "Isso é a América, nós enfrentamos o desafio, perseveramos e terminamos o trabalho", completou.
BIN LADEN MORTO
A morte de Bin Laden foi anunciada por Obama na noite deste domingo. O Paquistão afirmou horas mais tarde que não havia participado, "em acordo com a política dos Estados Unidos" de luta contra o terrorismo.
Um comando transportado por helicópteros das forças especiais da Marinha americana matou Bin Laden em uma casa muito protegida em Abbottabad, cidade 70 km ao noroeste de Islamabad. A ação teria durado cerca de 40 minutos, começando 22h30 do horário local.
Obama disse ainda que o corpo havia sido levado sob custódia dos Estados Unidos --a imprensa americana menciona que o sepultamento já foi feito no mar, mas a informação não foi confirmada.
Enquanto ele falava, centenas de pessoas estavam concentradas em frente à Casa Branca, em Washington, para comemorar com gritos de alegria e mensagens patrióticas a morte. Seguravam bandeiras, cantavam o hino nacional e bradavam "USA". Na Times Square, em Nova York, outra multidão tomou as ruas (veja as fotos).
Em um comunicado, o Ministério paquistanês das Relações Exteriores afirmou que o país não participou da ação e reconheceu que a morte do homem mais procurado do mundo --tido como mentor dos ataques do 11 de setembro de 2001 -- representa um "grande revés infligido às organizações terroristas do mundo" e "ilustra a determinação da comunidade internacional, e do Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo".
Vítimas de abuso protestam contra beatificação de João Paulo 2º

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Grupos de apoio a vítimas de abuso sexual por religiosos fizeram protestos nos EUA e Europa contra a beatificação de João Paulo 2º, sob cujo pontificado foram feitas as primeiras grandes revelações de escândalos na área.
"É um absurdo honrar aquele que essencialmente, por esconder e proteger os culpados, sancionou a malfeitoria", disse à Folha Barbara Blaine, presidente da Snap (acrônimo inglês para Rede de Sobreviventes de Abusos de Padres).
Maior grupo do gênero no mundo, com 10 mil membros, a Snap foi fundada em 1988 --bem antes de o grande escândalo americano de pedofilia de padres estourar, em 2001 nos EUA.
"Em mais de 25 anos, esse homem tão poderoso não fez quase nada para proteger nossas crianças", disse ela, que foi abusada em sua infância. O grupo fez protestos em 70 cidades americanas.
Não fez ato em Roma, talvez para evitar o fiasco de 2005, quando conseguiu juntar grande número de jornalistas para um ato contra o cardeal americano Bernard Lewis, acusado de acobertar o escândalo e que ia oficiar uma das missas preparatórias para o conclave que elegeu Bento 16.
O problema é que só os jornalistas, Barbara e uma outra colega estiveram presentes.
O tema é talvez o mais sensível para o papa, que repetidamente pede desculpas públicas pelos incidentes. Em 2010, um novo escândalo surgiu na Bélgica, com a sede da Igreja Católica local sendo invadida pela polícia.
Desta vez, contudo, foram tomadas medidas mais rigorosas para punir padres culpados.
"Mas ele se recusa a abrir os arquivos do Vaticano que ajudariam a entender como os casos não foram investigados ao longo dos anos", lembra o vaticanista Marco Politi. "É uma chaga", diz.

DISCURSO DE OBAMA ANUNCIA A MORTE OSAMA BIN LADEN

Boa noite. Esta noite, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda e um terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Foi há quase 10 anos que um brilhante dia de setembro foi obscurecido pelo pior ataque contra o povo americano em nossa história. As imagens do 11/9 estão gravadas em nossa memória... aviões sequestrados atravessando um céu nublado de setembro; as Torres Gêmeas desabando; a fumaça negra sobre o Pentágono; os destroços do voo 93 em Shanksville, Pennsylvania, onde as ações de cidadãos heroicos nos salvaram de mais dor e destruição.
E mesmo assim sabemos que as piores imagens são aquelas que não são vistas pelo mundo. O lugar vazio na mesa de jantar. Crianças que foram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai. Pais que nunca mais conheceram o sentimento do abraço de seus filhos. Cerca de 3.000 cidadãos tirados de nós, deixando um buraco em nossos corações.
Em 11 de setembro de 2001, em nosso luto, o povo americano se uniu. Oferecemos aos nossos vizinhos nossa mão, e oferecemos aos feridos o nosso sangue. Reafirmamos nossos laços e nosso amor enquanto comunidade e país. Naquele dia, não importava de onde viemos, para que Deus oremos, ou a que raça ou etnia pertençamos, estávamos unidos como uma família americana.
Estávamos também unidos em nossa determinação de proteger nossa nação e trazer as pessoas que cometeram esse terrível ataque ante a justiça. Rapidamente ficamos sabendo que os ataques do 11/9 foram realizados pela Al Qaeda, uma organização chefiada por Osama bin Laden, em guerra declarada contra os Estados Unidos e que estava comprometida em matar inocentes em nosso país e em todo o globo. E fomos levados a uma guerra contra a Al-Qaeda para proteger nossos cidadãos, nossos amigos e nossos aliados.
Nos últimos 10 anos, graças ao trabalho incansável e heroico de nossos profissionais militares e contraterrorismo, conseguimos grandes avanços nesse esforço. Impedimos ataques terroristas e fortalecemos as defesas de nossa nação. No Afeganistão, removemos o governo talibã, que deu proteção e apoio a Bin Laden. E por todo o planeta, trabalhamos com nossos amigos e aliados para capturar e matar os terroristas da Al Qaeda, incluindo vários que fizeram parte do complô do 11/9.
Mesmo assim Osama bin Laden evitou a captura e escapou através da fronteira do Afeganistão com o Paquistão. Enquanto isso, a Al Qaeda continuava a operar ao longo dessa fronteira e através de seus associados através do mundo.
E logo depois que assumi o governo, determinei a Leon Panetta, diretor da CIA, que a morte ou captura de Bin Laden seria a prioridade nossa guerra contra a Al Qaeda, enquanto prosseguíamos em nossos esforços no exterior para impedir, desmantelar e derrotar sua rede.
Então, em agosto passado, depois de anos de um trabalho minucioso de nossa comunidade de inteligência, fui informado de uma possível pista que levava a Bin Laden. E levou muitos meses para acabar com essa ameaça. Encontrei-me repetidamente com minha equipe de segurança nacional enquanto obtínhamos dados sobre a possibilidade de que havíamos localizado Bin Laden escondido num complexo no interior do Paquistão. E, finamente, na semana passada, determinei que tínhamos informações suficientes para agir, e autorizei uma operação para capturar Osama bin Laden e levá-lo ante a Justiça.
Hoje, sob minha direção, os Estados Unidos lançaram uma operação contra aquele complexo em Abbottabad, Paquistão. Uma pequena equipe de americanos conduziu a operação com extraordinária coragem e capacidade. Nenhum americano ficou ferido. Eles tiveram o cuidado de evitar vítimas civis. Depois de um tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e assumiram a custódia de seu corpo.
Por quase duas décadas, Bin Laden foi o líder e o símbolo da Al Qaeda, e continuou a planejar ataques contra nosso país e nossos amigos e aliados. A morte de Bin Laden marcara o êxito mais significativo até o momento nos esforços de nosso país em derrotar a Al Qaeda.
E ainda sua morte não marca o fim de nosso esforço. Não há dúvidas de que a Al Qaeda continuará a tentar ataques contra nós. Devemos, e iremos, permanecer vigilantes em casa e no exterior.
Devemos também reafirmar que os Estados Unidos não estão --e nunca estarão-- em guerra contra o Islã. Já esclarecemos, como o presidente Bush o fez logo depois do 11/9, que nossa guerra não é contra o Islã. Bin Laden não era um líder muçulmano, ele era um assassino em massa de muçulmanos. De fato, a Al Qaeda assassinou milhares de muçulmanos em vários países, incluindo o nosso. Por isso seu desaparecimento deve ser bem recebido por todos que acreditam na paz e na dignidade humanas.
Através dos anos, repetidamente deixei claro que adotaríamos uma ação no Paquistão se soubéssemos onde Bin Laden estava. Foi isso o que fizemos. Mas é importante notar que nossa cooperação contraterrorismo com o Paquistão nos ajudou a nos levar a Bin Laden e ao complexo onde ele se escondia. De fato, Bin Laden também declarou guerra contra o Paquistão e ordenou ataques contra o povo paquistanês.
Esta noite, liguei para o presidente Zardari, e minha equipe também falou com seus colegas paquistaneses. Eles concordaram que esse é um dia histórico para nossas nações. E agora é essencial que o Paquistão continue unido a nós na luta contra a Al Qaeda e seus associados.
O povo americano não escolheu essa luta. Ela chegou até nós e começou com o assassinato sem sentido de nossos cidadãos. Depois de quase 10 anos de serviço, luta e sacrifício, conhecemos bem os custos da guerra. Esses esforços pesam em mim toda vez que eu, enquanto comandante-em-chefe, tenho que assinar uma carta para uma família que perdeu um ente querido, ou olhar nos olhos de um militar que ficou gravemente ferido.
Os americanos compreendem os custos da guerra. Mas, como país, jamais toleraremos que nossa segurança seja ameaçada, nem ficaremos impassíveis quando nosso povo é assassinado. Seremos incansáveis na defesa de nossos cidadãos e nossos amigos e aliados. Seremos fieis aos valores que fizeram de nós o que somos. E, em noites como esta, podemos dizer às famílias que perderam seus entes queridos para o terror da Al Qaeda: a justiça foi feita.
Esta noite, agradecemos os incontáveis profissionais da inteligência e contraterrorismo que trabalharam incansavelmente para alcançar essa vitória. O povo americano não pode ver seu trabalho, nem conhece seus nomes. Mas esta noite, eles sentem a satisfação com seu trabalho e com o resultado de sua busca por justiça.
Agradecemos aos homens que se encarregaram dessa operação, porque eles exemplificam o profissionalismo, o patriotismo e a coragem sem paralelo dessas pessoas que servem a nosso país. E elas são parte de uma geração que suportou o maior peso disso desde aquele dia de setembro.
Finalmente, deixem-me dizer às famílias que perderam entes queridos em 11/9 de que nunca esqueceremos sua perda, nem fraquejaremos em nosso compromisso de fazer tudo que pudermos para prevenir outra ataque em nosso solo.
E, esta noite, vamos nos lembrar da sensação de unidade que predominou em 11/9. Eu sei que isso, às vezes, desgasta Mas o êxito de hoje é um testamento da grandeza de nosso país e a determinação do povo americano.
A causa da segurança de nosso país não está completa. Mas, esta noite, mais uma vez lembramos que os Estados Unidos podem fazer tudo a que se determinar fazer. Essa é a história de nossa história, seja a busca da prosperidade para nosso povo, ou a luta pela igualdade de todos os nossos cidadãos; nosso compromisso é lutar por nossos valores no exterior, e nossos sacrifícios é fazer do mundo um lugar mais seguro.
Deixem-nos lembrar de que podemos fazer essas coisas não apenas por riqueza e poder, mas por causa do que somos: uma nação, sob um Deus, com liberdade e justiça para todos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América."
Morte de Bin Laden não significa fim da Al Qaeda, diz especialista

AHMED RASHID
DA BBC

A morte de Osama Bin Laden é um duro golpe para a organização que ele liderava, a Al Qaeda, mas a rede ainda possui uma grande capacidade de realizar ataques por conta de sua natureza descentralizada.
A operação realizada por soldados americanos e paquistaneses na cidade de Abbotabad, nos arredores da capital paquistanesa, Islamabad, eliminou o maior símbolo da Al Qaeda e o extremista mais procurado do mundo há dez anos.
Entretanto, como têm apontado diversos analistas, há tempos Osama Bin Laden não é mais o comandante operacional da Al Qaeda, responsável direto pelo planejamento dos ataques. Isto cabe ao que será agora alçado ao posto de primeiro da rede, Ayman al-Zawahiri.
Expulso do Afeganistão e restringido por ataques de aviões americanos não tripulados nas áreas tribais do Afeganistão, Bin Laden já estava em uma posição de desvantagem.
Mais importante, há anos a Al Qaeda abandonou um modelo hierárquico altamente centralizado --no qual os líderes supervisionavam diretamente todo o recrutamento, o treinamento e a distribuição das missões-- para se transformar em algo muito mais amorfo e impalpável.
Hoje a filosofia da Al Qaeda é "um homem, uma bomba". A rede virou uma espécie de "franquia" que também atua através de grupos aliados ou inspirados por sua filosofia.
A rede já não precisa de um segundo 11 de Setembro para deixar sua marca. Uma única bomba disposta em qualquer lugar do mundo por um suicida dedicado, desde que inspirado por Bin Laden e seus seguidores, é suficiente para indicar que a rede permanece viva e ativa.
Portanto, o maior perigo da Al Qaeda hoje não é a organização em si, mas a influência dessas "franquias" que atuam sob seu espectro.
CAPILARIDADE
Simpatizantes da Al Qaeda podem receber treinamento com aliados da Al Qaeda, como o Taleban paquistanês ou o grupo afegão liderado pelo ex-líder militar Jalaluddin Haqqani.
Há anos a Al Qaeda abandonou um modelo hierárquico altamente centralizado --no qual os líderes supervisionavam diretamente todo o recrutamento, o treinamento e a distribuição das missões-- para se transformar em algo muito mais amorfo e impalpável.
No Paquistão, o grupo facilitador tem sido o Lashkar-e-Taiba, uma organização militar que atua no lado indiano da região fronteiriça da Caxemira. Depois de 11 de setembro de 2001, o grupo ajudou a esconder muitos líderes do alto escalão da Al Qaeda, possivelmente até Bin Laden.
Mas as autoridades paquistanesas relutam em combater o Lashkar-e-Taiba porque o grupo mantém proximidade com os serviços de inteligência paquistaneses.
Além disso, o Paquistão também tem deixado à solta grupos como os liderados por Haqqani, porque atuam no Afeganistão.
Na Europa, antes de 11 de Setembro não havia células da Al-Qaeda, exceto por uma na cidade alemã de Hamburgo, que esteve envolvida nos ataques às Torres Gêmeas.
Hoje, porém, cada um dos países europeus tem uma célula ligada à rede. Centenas de muçulmanos com passaportes europeus são treinados no Paquistão e reenviados de volta a solo europeu.
Na semana passada, três cidadãos marroquinos foram presos na Alemanha sob acusação de planejar atentados a bomba em espaços públicos.
As autoridades admitiram que mais de 200 cidadãos alemães foram treinados nas áreas tribais do Paquistão e que muitos destes voltaram para a Alemanha.
Células "adormecidas" em situação semelhante se espalham por Reino Unido, Escandinávia, França, Espanha e Itália.
Neste momento, o temor de um atentado suicida em estações de trens e metrôs nos Estados Unidos e na Europa é particularmente alto, assim como em alvos militares e embaixadas ocidentais no Oriente Médio, que já são um alvo frequente do extremismo.
Também é preocupante a possibilidade de ataques aleatórios, por exemplo, um militante que instale uma bomba em um supermercado.
Alguns ataques podem ser realizados por jihadistas de longa data infiltrados nas sociedades ocidentais, segundo planos que podem estar sendo aperfeiçoados há anos.
Nos Estados Unidos, as autoridades conseguiram impedir no último minuto diversos ataques desta natureza, realizados por indivíduos treinados nas áreas tribais do Paquistão.
RISCO ASIÁTICO
Afeganistão, Paquistão e Índia também estão particularmente sob risco de ataques organizados.
No Afeganistão, há o risco representado por grupos como o de Haqqani.
No Paquistão, os últimos acontecimentos mostraram que a Al-Qaeda está bem estabelecida, apesar da negativa de várias autoridades paquistanesas, agora de forma comprovadamente infundada.
Em memória a Bin Laden, a Al Qaeda estará determinada a lançar uma campanha de ataques no Paquistão junto com seus grupos aliados. Isto elevará as tensões no país, que já passa por dificuldades econômicas e sofre com cortes no fornecimento de energia elétrica.
Além disto, grupos aliados da rede podem avaliar que este é o momento mais apropriado para traçar uma divisão mais profunda entre a Índia e o Paquistão lançando um novo ataque em território indiano semelhante ao de Mumbai, em novembro de 2008.
Tal ataque poderia tirar o ímpeto da busca por membros da Al Qaeda no Paquistão.
Por fim, as revoltas no mundo árabe representam um desafio e uma oportunidade para a Al Qaeda no Oriente Médio.
Por um lado, diversos analistas viram as revoltas do mundo árabe como um enfraquecimento da Al Qaeda, que passaram a rede no objetivo de depor regimes na região, tornando-a mais irrelevante na cena política.
Por outro lado, as oportunidades estão abertas na medida em que a Al Qaeda permanece influenciar e ganhar prestígio entre uma nova geração de líderes políticos que emergiram na Tunísia, no Egito, na Síria e nos Estados do Golfo Pérsico.
Esta tarefa será muito mais difícil agora, com a morte do maior símbolo da rede.
A organização extremista não desaparecerá da noite para o dia. É o futuro das "franquias" da Al Qaeda que determinará se as ideias de Osama Bin Laden sobreviverão à sua morte.
AHMED RASHID é especialista em Taleban e Paquistão
Morte de Bin Laden é "saia justa" para inteligência do Paquistão

AAMER KHAN
DA BBC URDU

Uma breve nota do Ministério do Exterior paquistanês sobre as circunstâncias da morte de Osama bin Laden não menciona as preocupações que ressoam profundamente no coração das autoridades de segurança do Paquistão.

Será que a inteligência paquistanesa realmente não sabia da presença de Bin Laden em uma mansão tão próxima da capital do país?

Será que as forças de segurança do país tiveram alguma ligação com a operação que resultou na eliminação do homem mais procurado do planeta?

Que impacto terá este episódio na versão oficial paquistanesa de que as redes extremistas estão confinadas às áreas tribais e que as cidades do país são espécies de santuários livres do extremismo?

Algumas destas questões já estão sendo levantadas pelas TVs e a imprensa paquistanesa.

E não importa quais sejam as respostas, elas apontam para uma perda de controle dos atuais responsáveis pela segurança do país em uma guerra que não terminou com a morte de Bin Laden.

Talvez isto explique o silêncio sepulcral de várias horas por parte das autoridades civis e militares paquistanesas sobre o assunto, além do insosso comunicado do Ministério do Exterior.

GUERRA DE INTELIGÊNCIA

O pano de fundo para a morte de Bin Laden é a crescente tensão entre os Estados Unidos e o Paquistão em relação à presença de um número desconhecido de pessoal da inteligência americana em território paquistanês.

O tema emergiu como uma disputa de grandes proporções entre os dois aliados por ocasião de um incidente no qual o agente da CIA Raymond Davis matou a tiros dois paquistaneses na cidade de Lahore e foi preso em seguida.

Nas semanas seguintes à liberação do agente da CIA, o Paquistão pressionou os Estados Unidos a revelar o escopo de suas operações de inteligência no país.

Na época, as autoridades de segurança paquistanesas deram a entender que vinham coletando informações sobre a presença da inteligência americana no país, e que os dados eram chocantes.

As autoridades paquistanesas também indicaram que, nas negociações que permitiram a liberação de Raymond Davis, os Estados Unidos concordaram em informar o Paquistão sobre as suas operações de inteligência no país e, no futuro, trabalhar em conjunto com a inteligência paquistanesa.

Este fato foi mencionado pelo governo paquistanês como uma grande vitória, que lhe permitiria exercer, se não maior controle, pelo menos maior influência nos rumos da guerra.

A operação que resultou na morte de Bin Laden parece ter mudado tudo isso. A mídia paquistanesa já chegou ao consenso de que o país só soube da operação quando a missão já estava cumprida.

Se for verdade, isto reforça o argumento de que a única maneira de continuar combatendo o extremismo no Paquistão é mantendo as autoridades paquistanesas de fora.

PRESSÃO

O fato não só coloca a inteligência paquistanesa sob pressão como põe sob escrutínio internacional as cidades paquistanesas.

Para o Paquistão, ficará mais difícil proteger cidades como Quetta, há muito considerada base para importantes organizações aliadas da Al-Qaeda e do Talebã, com a rede Haqqani, liderada pelo ex-líder militar Jalaluddin Haqqani.

Ao mesmo tempo, dois vizinhos paquistaneses, a Índia e o Afeganistão, reagiram à notícia da morte de Bin Laden com ares de pouca surpresa.

O Afeganistão terá mais subsídios para continuar afirmando que as raízes do terrorismo não estão em seu quintal, mas no território do vizinho, e que a comunidade internacional deve pressionar o Paquistão se quiser avançar na guerra contra o extremismo.

Já a Índia terá mais razões para pressionar por uma ação militar direta contra grupos militantes como o Lashkar-e-Taiba, que o país acusa de estar por trás dos atentados de Mumbai, em novembro de 2008.

Tanto a rede Haqqani como o Lashkar-e-Taiba são considerados aliados do serviço paquistanês de inteligência (ISI). Analistas acreditam que o Paquistão utiliza os dois grupos como meios para alcançar, por vias polêmicas, seus objetivos de política externa.

Passada a euforia ocidental pela morte de Bin Laden, o país pode no futuro se ver diante de uma pressão maior do que nunca para reorientar os seus objetivos de política externa e passar a depender menos de grupos militantes.

Isto não só pioraria as relações já delicadas do Paquistão com a comunidade internacional como poderia ser capaz de abalar a frágil democracia no campo doméstico.

Horas depois da operação que eliminou Bin Laden, o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, soltou um comunicado descrevendo o resultado como uma grande vitória.

Muitos paquistaneses estarão se perguntando se o sentimento é ecoado entre as sigilosas autoridades de segurança paquistanesa.
A morte não mata o discurso
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DE SÃO PAULO

Interrompo por um dia as férias porque é inescapável falar da morte de Bin Laden. Da morte, nem tanto, que tudo ou quase tudo já foi dito, mas do "day after" ou dos muitos "days after".

Minha sensação inicial é igual à expressada por Ghassan Katib, porta-voz da Autoridade Palestina: "Livrar-se de Bin Laden é bom para a causa da paz mundial mas o que de fato conta é superar o discurso e os métodos violentos que foram criados e encorajados por Bin Laden e outros no mundo".

É óbvio que matar Bin Laden não mata nem o discurso nem o método, até porque a Al Qaeda, com o tempo, deixou de ser uma hierarquia altamente centralizada para se transformar em uma espécie de franquia de laços mais ou menos frouxos entre cada uma das, digamos, filiais.

Basta lembrar a lista, incompleta, de organizações que compartilham métodos e discurso fundamentalistas, compilada pelo Council on Foreign Relations: Jihad Islâmica Egípcia, Grupo Combatente Islâmico Líbio, Exército Islâmico de Aden (Iêmen), Jamaat al Tawhid wal Jihad (Iraque), Lashkar--Taiba e Jaish-e-Muhammad (Cachemira), Movimento Islâmico do Uzbequistão, Al Qaeda do Maghreb Islâmico e Grupo Armado Islâmico (Argélia), Grupo Abu Sayya (Malásia e Filipinas), e Jemaah Islamiya (sudeste asiático).

É ilusório supor que esses grupos deporão as armas porque mataram alguém que podia ter grande valor simbólico mas não era mais o principal executivo da franquia.

É ilustrativo lembrar que dois dos líderes da Al Qaeda no Iraque foram mortos, um em 2006, e o outro em 2009, sem que se possa dizer que o Iraque é um paraíso de paz.

Não é apenas no mundo árabe-muçulmano que há células terroristas, lembra para a BBC Ahmed Rashid, um dos grandes especialistas no assunto. "Hoje", diz ele, "cada país europeu tem uma célula da Al Qaeda", até porque "centenas de muçulmanos com passaporte europeu viajaram às áreas tribais do Paquistão para treinamento e retornaram à Europa".

Voltando pois ao ponto central levantado por Katib, o porta-voz palestino: como é que se desarma o discurso violento?

Um bom primeiro passo seria devolver ao mundo árabe condições dignas de vida, o que começa a ser feito pelos próprios árabes em alguns países como Egito e Tunísia. Pondo esperança no horizonte, corta-se o combustível para o fanatismo.

Mas para a geração já seduzida pelo discurso e pelo método violentos, não me parece haver jeito. Fanatismo não tem cura.


Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".
EUA fazem análise de DNA para confirmar identidade de Bin Laden

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os Estados Unidos estão realizando um teste de DNA para confirmar a identidade de Osama bin Laden, morto neste domingo em uma operação militar do país no Paquistão.
O teste está sendo realizado em amostras de sangue retiradas do corpo de Bin Laden, segundo fontes ligadas ao governo americano.
Os militares usaram ainda técnicas de reconhecimento facial para ajudar a identificar o terrorista, que passou os últimos anos escondido em uma mansão luxuosa e ultraprotegida em Abbottabad, cerca de 70 km da capital paquistanesa, Islamabad. Não há fotos recentes de Bin Laden e as que existem são em sua maioria, divulgadas pelo próprio grupo terrorista ou retiradas de vídeos.
Os militares da força de elite que comandaram a operação tiraram ainda fotografias do corpo de Bin Laden com um tiro na cabeça. O governo americano não decidiu, contudo, se vai divulgar essas imagens e, caso divulgue, como e quando.
Canais de televisão do Paquistão chegaram a exibir nesta segunda-feira imagens do suposto corpo de Bin Laden, mas retiraram do ar admitindo que a foto era falsa.
Vários canais haviam mostrado uma imagem "não confirmada" do rosto ensanguentado de Bin Laden após os Estados Unidos terem anunciado que ele havia sido assassinado.
Na imagem, Bin Laden ostentava uma barba negra e espessa, com uma quantidade menor de cabelo branco da que havia mostrado o mais recente vídeo do terrorista ainda em vida.
Também havia marcas de sangue na testa e têmporas de Bin Laden. O olho direito estava fechado, mas parte do olho esquerdo era visível.
"Era uma imagem falsa, ela já havia circulado na internet em 2009", afirmou Rana Jawad, diretor do canal Geo TV de Islamabad. "Fomos checar e descobrimos que ela era falsa, então retiramos imediatamente do ar".
A morte de Bin Laden foi anunciada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, na noite deste domingo. O Paquistão afirmou horas mais tarde que não havia participado, 'em acordo com a política dos Estados Unidos' de luta contra o terrorismo.
Um comando transportado por helicópteros das forças especiais da Marinha americana matou Bin Laden em uma casa muito protegida em Abbottabad, cidade 70 km ao noroeste de Islamabad. A ação teria durado cerca de 40 minutos, começando 22h30 do horário local.
Obama disse ainda que o corpo havia sido levado sob custódia dos Estados Unidos --a imprensa americana menciona que o sepultamento já foi feito no mar, mas a informação não foi confirmada.
"Nesta noite tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes." "A justiça foi feita", afirmou o presidente dos EUA.
Foi neste domingo, segundo o presidente, que deu a ordem para uma equipe de soldados dos EUA capturar Bin Laden. Obama afirmou que nenhum americano foi ferido. Funcionários do governo dos EUA detalharam que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque.
"Finalmente, na última semana, eu determinei que nós tínhamos informações suficientes para agir (...) Depois de troca de tiros, eles mataram Osama bin Laden e tomaram seu corpo sob custódia", afirmou Obama.
"Nós não vamos tolerar ameaças a nossa segurança nacional ou aos nossos aliados. Não há dúvidas que a Al Qaeda continuará a atacar", disse ainda durante o pronunciamento, ressaltando o que disse George W. Bush quando presidente: que a "Guerra ao Terror não é contra o Islã". "A Al Qaeda é um destruidor em massa de muçulmanos", afirmou.
Enquanto ele falava, centenas de pessoas estavam concentradas em frente à Casa Branca, em Washington, para comemorar com gritos de alegria e mensagens patrióticas a morte. Seguravam bandeiras, cantavam o hino nacional e bradavam "USA". Na Times Square, em Nova York, outra multidão tomou as ruas (veja as fotos).
Em um comunicado, o Ministério paquistanês das Relações Exteriores afirmou que o país não participou da ação e reconheceu que a morte do homem mais procurado do mundo --tido como mentor dos ataques do 11 de setembro de 2001 -- representa um "grande revés infligido às organizações terroristas do mundo" e "ilustra a determinação da comunidade internacional, e do Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo".
Países aumentam alerta com morte de Bin Laden; veja repercussão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, foi comemorada pro países de todo o mundo nesta segunda-feira. Os líderes advertem, contudo, que a guerra contra o terrorismo não acabou e muitos aumentaram o alerta diante de um possível ataque de retaliação.
Em discurso transmitido ao vivo pela televisão na noite de domingo o presidente americano, Barack Obama, confirmou a morte de Bin Laden. De acordo com ele, a morte decorreu de uma ação de inteligência das forças especiais da Marinha dos EUA. Obama, após relembrar a dor dos ataques de 11 de Setembro de 2001, disse que "a justiça foi feita".
Veja a reação dos países:
A Bélgica, país que acolhe as sedes da União Europeia e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), disse que está em "alerta especial" perante possíveis ataques terroristas em resposta à morte de Bin Laden.
O diretor do órgão de coordenação de ameaças do país, André Vandoren, disse que a Bélgica não exclui a opção de revisar oficialmente o nível de ameaça no país, situado atualmente no nível dois de uma escala que vai até quatro.
Já o presidente da Turquia, o islamita moderado Abdullah Gül, afirmou nesta segunda-feira que está "muito satisfeito" que o líder da rede terrorista Al Qaeda tenha morrido em um ataque americano com apoio paquistanês.
"Todo mundo deve enfrentar as consequências de seus atos", disse o turco, acrescentando que acolheu a notícia da morte de Bin Laden "com grande satisfação".
O governo da Coreia do Sul vigia e avalia a situação após o anúncio da morte do terrorista. Uma fonte oficial confirmou à agência Efe que as agências e ministérios do país estão em alerta.
Todas as bases militares americanas na Coreia do Sul receberam a ordem de permanecer em alerta. Fontes das forças dos EUA na Coreia do Sul, que contam com cerca de 28 mil soldados, indicaram ordens de elevar o nível de preparação para "bravo", o segundo mais alto.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta segunda-feira que a luta internacional contra o terrorismo não terminou após a morte de Bin Laden, e que vai aumentar o nível de alarme nas bases militares japonesas.
Kan também assinalou que o Japão deve desempenhar um papel importante nessa luta internacional contra o terrorismo, segundo informou a agência de notícias Kyodo.
Essa operação fará com que as Forças de Autodefesa (Exército) do Japão subam o nível de alerta em suas instalações militares em previsão de possíveis represálias, segundo disse o ministro da Defesa japonês, Toshimi Kitazawa.
"Não podemos supor o que poderia acontecer em termos de represálias, mas queremos aumentar a frequência das patrulhas nas instalações" disse Kitazawa, citado pela Kyodo.
O presidente do Quênia, por sua vez, considerou a morte do terrorista um "ato de justiça" para as vítimas do atentado contra a Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, em 1998, que deixou mais de 200 americanos e quenianos mortos.
Em um comunicado, Mwai Kibaki, felicitou todos os envolvidos "na bem sucedida captura e assassinato" de Bin Laden, a quem o presidente responsabiliza pelo planejamento do atentado à embaixada.
O ex-presidente norte-americano George W. Bush declarou que trata-se de uma grande vitória para os Estados Unidos. "A luta contra o terror continua, mas nesta noite os Estados Unidos enviaram uma mensagem inconfundível: não importa o quanto demore, a Justiça será feita", disse. "Eu o parabenizei e aos homens e mulheres das comunidades militares e de inteligência que devotaram suas vidas a essa missão. Eles têm nossa eterna gratidão."
O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton assegurou que a morte de Bin Laden é um momento "profundamente importante para as pessoas de todo o mundo que buscam um futuro comum de paz e liberdade".
Em um comunicado, o ex-presidente felicitou Barack Obama, à equipe de Segurança Nacional e aos membros das Forças Armadas americanas que "levaram Osama bin Laden perante a justiça depois de mais uma década de ataques assassinos da Al Qaeda".
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, assegurou nesta segunda-feira que a morte de Osama bin Laden é uma "vitória muito importante" para os Estados Unidos e expressou sua esperança de que a notícia traga um pouco de alento para quem perdeu seus entes queridos nos ataques do dia 11 de setembro de 2001.
"Após o 11 de setembro de 2001, demos nossa palavra como americanos que não nos deteríamos perante nada para capturar ou matar Osama bin Laden. Com a contribuição de milhões de pessoas, incluindo muitos que fizeram o máximo sacrifício por nossa nação, mantivemos essa palavra", disse Bloomberg.
Já o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta segunda-feira que a notícia da morte de Osama Bin Laden é um "grande alívio para as pessoas do mundo todo".
"Osama bin Laden era responsável pelas piores atrocidades terroristas no mundo: o 11 de setembro e tantos outros antenados que custaram milhares de vidas, incluindo inúmeros britânicos", declarou o líder do Reino Unido, país que desde o início da chamada "Guerra ao Terror" foi um grande parceiro dos Estados Unidos nas ações militares no Oriente Médio.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, felicitou os Estados Unidos pela notícia, que afirmou ser um "retumbante triunfo" para Washington e seus aliados.
"Este é um retumbante triunfo para a justiça, a liberdade e os valores compartilhados por todas as nações democráticas que lutam lado a lado contra o terrorismo."
A França elogiou a tenacidade dos Estados Unidos. Em um comunicado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, classificou a notícia de "marco na luta mundial contra o terrorismo". Já o ministro das Relações Exteriores, Alain Juppé, afirmou que a morte de Bin Laden é "uma vitória de todas as democracias que lutam contra esse flagelo abominável que é o terrorismo".
Para o ministro do Interior da Índia, P. Chidambaram, a morte perto de Islamabad é uma prova a mais de que os terroristas encontram refúgio no Paquistão. 'Nós constatamos com grande preocupação que uma parte da declaração na qual o presidente Barack Obama afirma que o tiroteio no qual morreu Osama bin Laden teve lugar em Abbottabad, no interior do Paquistão."
O governo italiano expressou sua "satisfação" pela "eliminação" do terrorista mais procurado do mundo. "Trata-se de uma grande vitória para os Estados Unidos e para toda a comunidade internacional na luta contra Al Qaeda e o terrorismo", disse o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, em declarações divulgadas na nota.
"Uma vitória que foi possível pela determinação dos Estados Unidos na caça ao responsável do episódio mais trágico do início deste século, o 11 de Setembro e outros numerosos massacres. Uma vitória que destaca os esforços de todos nós, que ao lado dos Estados Unidos, combatemos e continuamos combatendo a cada dia o terrorismo. Uma vitória do mundo livre e democrático. Uma vitória que não tem que fazer baixar a guarda na luta contra o terrorismo, mas permite olhar para o futuro com maior confiança", disse Frattini.
A chanceler alemã, Angela Merkel, se mostrou "aliviada", mas alertou que o Ocidente não deve baixar a guarda. "Com a ação contra Osama bin Laden e sua morte, o Exército americano deu um golpe decisivo contra Al Qaeda", disse Steffen Seibert, porta-voz oficial da chanceler alemã.
Acrescentou que Bin Laden foi responsável pela morte de milhares de inocentes e "por ordem sua e em seu nome se levou o terrorismo a muitos países dirigido contra homens, mulheres e crianças, cristãos e muçulmanos". Embora Bin Laden tenha assegurado atuar em nome do Islã, não fez mais do que "atentar contra os valores fundamentais da sua e de outras religiões", afirmou finalmente Seibert.
O vice-primeiro-ministro e responsável de Relações Exteriores da Bélgica, Steven Vanackere, felicitou Barack Obama. "A eliminação de Osama bin Laden, que liderou entre outros os atentados das torres gêmeas em Nova York, é uma etapa histórica na luta contra o terrorismo."
Os governos da Austrália e da Nova Zelândia comemoraram, embora consideraram que não se trata do final da organização terrorista Al Qaeda.
Em entrevista coletiva, a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, disse que hoje "é um dia importante" e ressaltou que a morte de Bin Laden trará "certa forma justiça" aos parentes das vítimas dos atentados do grupo.
Obama vai à TV para confirmar morte de Osama bin Laden; corpo teria sido sepultado no mar
Do UOL Notícias

Em São Paulo


O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, está morto e seu corpo foi resgatado por autoridades dos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo governo americano. Bin Laden morreu durante um ataque dos EUA a uma mansão nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão, país vizinho ao Afeganistão.
O corpo do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, teria sido sepultado no mar após passar por rituais tradicionais islâmicos, afirma a imprensa americana. As redes CNN, MSNBC e Fox afirmaram que um oficial americano confirmou que o corpo de Bin Laden foi sepultado no mar, sem dar maiores detalhes. A AFP não conseguiu obter uma confirmação dessa informação junto a oficiais americanos.
O presidente dos EUA, Barack Obama, fez por volta da 0h30 desta segunda-feira (horário de Brasília), um pronunciamento anunciando oficialmente a morte do líder terrorista de origem saudita Osama bin Laden.
De acordo com Obama, o governo dos EUA havia obtido informações na semana passada sobre a localização de Bin Laden em um complexo na periferia de Islamabad, capital do Paquistão. “Na semana passada determinamos que tínhamos informação suficiente [para conduzir um ataque contra Bin Laden]. Na noite de hoje [domingo], um pequeno time de soldados americanos levou a cabo a operação. Após um tiroteio, esses soldados mataram Bin Laden e capturaram seu corpo. Nenhum americano foi ferido e houve cuidado para que nenhum civil fosse ferido durante a operação”, disse Obama no pronunciamento.

O maior atentado planejado por Bin Laden foi o ataque contra as Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. Na ocasião, dois aviões foram lançados contra os dois edifícios mais altos dos EUA, provocando a morte de cerca de 3.000 pessoas. O atentado fez com que os EUA, então liderados pelo presidente George W. Bush, lançassem uma ofensiva contra o Afeganistão, país que abrigava Bin Laden e vários integrantes de sua rede terrorista, a Al Qaeda.

Foto de Osama Bin Laden aparece em página de procurados do FBI; uma recompensa de US$ 25 milhões é oferecida em troca de informações



Alegria
Enquanto Obama fazia seu pronunciamento em rede nacional, centenas de americanos comemoravam em frente à Casa Branca, na noite deste domingo [horário local]. Gritando o nome dos Estados Unidos, alguns manifestantes exibiam bandeiras americanas num ato espontâneo diante da sede da presidência para comemorar a morte do chefe da Al Qaeda. "Nunca senti tamanha emoção", declarou John Kelley, estudante de 19 anos. "É algo que nós esperávamos há muito tempo".

Mais procurado
Bin Laden era o primeiro na lista dos criminosos mais procurados pelas autoridades americanas. As forças americanas tentavam capturar o líder da Al-Qaeda há mais de dez anos, bem antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas no World Trade Center, em Nova York, e no Pentágono, em Washington.

Ele era acusado de comandar dezenas de outros atentados, incluindo as explosões em duas embaixadas americanas no Leste da África em 1998. De acordo com a rede de televisão americana CNN, Bin Laden foi morto em uma mansão nos arredores de Islamabad, no Paquistão.


Repercussão
Após o pronunciamento de Obama, duas importantes figuras políticas norte-americanas se manifestaram sobre a morte do terrorista mais procurado do mundo. George W. Bush, então presidente dos EUA quando aconteceu o ataque contras as Torres Gêmeas e o Pentágono em 11 de setembro, disse que a morte de Bin Laden representa “uma vitória para os Estados Unidos”.
Já o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, assegurou nesta segunda-feira que a morte de Osama bin Laden é uma "vitória muito importante" para os Estados Unidos e expressou sua esperança de que a notícia traga um pouco de alento para quem perdeu seus entes queridos nos ataques do dia 11 de setembro de 2001. Nova York foi a cidade onde os ataques mataram mais pessoas – foram cerca de 3.000 vítimas, no total.
"Após o 11 de setembro de 2001, demos nossa palavra como americanos que não nos deteríamos perante nada para capturar ou matar Osama bin Laden. Com a contribuição de milhões de pessoas, incluindo muitos que fizeram o máximo sacrifício por nossa nação, mantivemos essa palavra", disse Bloomberg.
O prefeito disse em comunicado que a morte de Osama bin Laden "não diminui o sofrimento sofrido pelos nova-iorquinos e pelos americanos, mas é uma vitória muito importante para nossa nação".
"Sua morte é uma homenagem aos milhões de homens e mulheres em nossas forças armadas e outros lugares que lutaram tão duro por nossa nação", assegurou.
O pensamento do liberalismo utópico

O programa de paz de Wilson:

1) Preconiza o término da diplomacia secreta
2) Acordos devem estar abertos ao exame público
3) Deve haver liberdade de navegação nos mares e as barreiras ao livre comércio devem ser retiradas
4) Os armamentos devem ser reduzidos ao ponto mais baixo em consonância com a segurança doméstica
5) Reivindicações coloniais e territoriais devem ser solucionadas com base no princípio de autodeterminação dos povos
6) Associação geral de nações deve ser estabelecida com o propósito de garantir a independência política e a integridade territorial de grandes e pequenas nações de forma igualitária
7) Criação das Liga das Nações.


O argumento apresentado por Angell é precursor do pensamento liberal mais recente sobre a modernização e a interdependência econômica:

a) modernização: necessidade crescente do que é proveniente do exterior – crédito ou tecnologia, mercados ou materiais em quantidade não suficientes no próprio país.
b) Interdependência: a guerra e o uso da força perdem cada vez mais sentido e o direito internacional se desenvolve.

O pensamento de Wilson e Angell está fundamentado em uma visão liberal dos seres humanos e da sociedade: os homens são racionais e quando aplicam a razão às RI, podem estabelecer organizar capazes de gerar benefício a todos.
a) opinião pública é uma força construtiva;
b|) fim à diplomacia secreta das transações entre os Estados;
c) expor à avaliação pública garante acordos sensatos e justos.


Idéias foram bem sucedidas nos anos 1920 – Liga das Nações – Pacto KELLONG BRIAND DE 1928: ABOLIR A GUERRA, EM CASOS DE AUTODEFESA PODERIA SER JUSTIFICADA.