domingo, 27 de fevereiro de 2011

IMPLANTAÇÃO DE ESTÁGIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA SECRETARIA DE MUNICÍPIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INOVAÇÃO E PROJETOS ESTRATÉGICOS (S

IMPLANTAÇÃO DE ESTÁGIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA SECRETARIA DE MUNICÍPIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INOVAÇÃO E PROJETOS ESTRATÉGICOS (SMD)


PAPEL ESTRATÉGICO


A aceleração da urbanização e dos processos de internacionalização e globalização, ao mesmo tempo em que reduz o poder do Estado Nacional e gera grandes concentrações urbanas, amplia a necessidade de cooperação descentralizada em nível local, abrindo novos horizontes para a articulação entre cidades de diferentes partes do mundo e privilegiando relações diretas entre cidades e organismos internacionais.
Em países como Brasil, onde a inserção internacional nos anos 90 foi realizada de maneira subordinada e sem um projeto nacional, o Estado teve seu papel ainda mais diminuído e as grandes cidades transformaram-se em lócus das extraordinárias desigualdades estruturais nacionais. Este processo evidenciou a importância e a necessidade de políticas de inserção social em prol da cidadania nas cidades, e do estabelecimento de relações diretas entre estas e organismos internacionais.
Santa Maria, geopoliticamente localizado no Cone Sul, centro do Rio Grande do sul, a proximidade com o Uruguai e Argentina, pólo educacional, distritos industriais em expansão, energia, características reais capazes da participação nas redes de cidades e Mercocidades.


OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Com o advento da globalização e a aceleração dos fluxos internacionais de comércio, o município de Santa Maria-RS passa a ter um papel estratégico na articulação da cooperação descentralizada em nível local.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
As principais atribuições do estagiário são:

I) assessorar o Prefeito em contatos internacionais com Governos e entidades públicas ou privadas;
II) estabelecer e manter relações e parcerias com organismos multilaterais, organizações não governamentais internacionais, fundações, representantes diplomáticos, empresas internacionais, cidades-irmãs do Município de Santa Maria, e outras entidades afins;
III) fornecer suporte técnico aos órgãos da Administração Direta e Indireta do Município de Santa Maria em contatos internacionais, bem como no desenvolvimento e elaboração de convênios e projetos de cooperação internacional.

ESTRUTURA GERAL

Secretário Municipal, Secretário Adjunto, Coordenadores Gerais, para gerenciar os projetos e os convênios internacionais, Assessores técnicos e Assistência Administrativa.

CARTILHA RESUMIDA

RELAÇÕES INTERNACIONAIS UFSM

1) O QUE SÃO AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS?
As Relações Internacionais são o campo dedicado à análise da multiplicidade e variedade de questões globais no mundo contemporâneo.

2) OBJETO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A guerra e a paz; o conflito e a cooperação; as freqüentes crises do capitalismo; o “choque das civilizações”; a expansão das mídias; as questões ambientais; os direitos humanos e etc.

3) OBJETIVOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Originariamente como uma ciência da paz, as RI representam um instrumento na promoção de políticas e estratégias cujos objetivos são o entendimento da dimensão internacional e a promoção do bem-estar de todos os indivíduos, cada vez mais interdependentes na Aldeia global.

4) VANTAGENS DOS PROFISSIONAIS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
- habilidade em negociações
- espírito empreendedor
- comunicação efetiva
- capacidade de persuasão
- capacidade organizacional
- habilidade em tomar decisões
- habilidade em mediar situações de conflito
- busca constante por aperfeiçoamento e atualização
- conhecimento de idiomas
- cultura enciclopédica


5) MERCADO DE TRABALHO NA ÁREA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
- governo, ou setor público de modo geral, no qual se destaca em primeiro lugar a Diplomacia, mas também todos os demais ministérios e agências públicas, bem como os governos estaduais e municipais através de “assessorias internacionais”;
- academia, através da docência e/ou atividades de pesquisa na área de relações internacionais;
- setor privado, como profissionais de carreira ou consultores tratando de questões que envolvem o cenário internacional;
- setores da sociedade civil, com destaque para as ONGs voltadas para os chamados novos temas em relações internacionais, tais como meio ambiente e direitos humanos.

Organização: PRISMA – PESQUISAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DE SANTA MARIA-RS WWW.NUCLEOPRISMA.COM.BR

COORDENADORA DO CURSO: PROF. DRA. RITA INÊS PAETZHOLD PAULI

EDITOR GERAL: PROF. DR. JOSÉ RENATO FERRAZ DA SILVEIRA

REDATORA-CHEFE: CRISTINA FARIAS

REDATORES: AMANDA MARTINAZZO BIER, ARTUR MARION CEOLIN, BRUNO ABADE MÖLLER, DANIELLE CARNEIRO VARGAS, EDUARDO ARENHARDT WONTROBA, EMILY AMARANTE PORTELLA, FERNANDA MASCHIO, GUILHERME DA CRUZ BACKES, JOSÉ LUIZ DELLINGHAUSEN NETO, JULIA PATRÍCIA GRAVE, JULIANA GRAFFUNDER BARBOSA, JUNIOR IVAN BOURSCHEID, LÉTICIA ROSSI ORTIZ, LUIZE SCHRAGE WACHTER, MARCELLA TEIXEIRA DA SILVA ELESBÃO, MATEUS CUNHA LARA, MATHEUS DALBOSCO PEREIRA, NATHIELLI IGNACIO GONÇALVES ZART, NERISSA KREBS FARRET, REMMO FRANKE MARTINI, ROMÁRIO DE AVILLA RODRIGUES, TAÍS REGINA RÖPKE, TIAGO ELSO SATUR DROPPA, VINICIUS BEAL BOUFLEUER.
Tunísia aponta ex-ministro como novo premier

DA REUTERS, EM TÚNIS

Beji Caid Sebsi foi apontado como premiê da Tunísia em substituição a Mohamed Ghannouchi, que renunciou do cargo neste domingo, anunciou o presidente interino tunísio Fouad Mebazza.
Mais cedo, Ghannouchi anunciou sua renúncia após uma onda de protestos nas ruas do país.
Críticos acusavam Ghannouchi de ser próximo a governos do Norte da África que foram derrubados por manifestações no mês passado e por falhar em aprovar reformas na Tunísia.
Três pessoas foram mortas e muitas ficaram feridas em conflitos entre as forças de segurança e manifestantes desde sexta-feira por causa do papel de Ghannouchi no governo interino.
Sudão reprime protestos contra eleições

DA REUTERS
Tropas de choque da polícia sudanesa cercaram organizadores de um protesto contra supostas fraudes eleitorais no domingo, disseram testemunhas, no mais recente incidente de repressão de manifestações populares no mundo árabe.
O Sudão regularmente reprimiu manifestações no passado, mas a reação das forças de segurança assumem uma importância maior neste momento, dados os protestos em massa nos países vizinhos Líbia e Egito.
A polícia, armada com cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, acabou com vários pequenos protestos antigoverno no norte do Sudão este ano, muitos deles contra a alta dos preços e alguns exigindo mudanças no governo.
Mais de 100 policiais uniformizados e à paisana invadiram a sede do MLPS (Movimento de Liberação do Povo do Sudão), que organizou o protesto, disseram testemunhas da Reuters.
Agentes de seguranças também impediram pessoas de se aproximarem da sede da Comissão Eleitoral Nacional para entregar um abaixo-assinado contra irregularidades no registro de eleitores do Estado de Cordofan, produtor de petróleo, segundo os organizadores.
"Eles transformaram a comissão em uma guarnição de segurança", disse à Reuters um alto membro do MLPS, Yasir Arman.
Arman disse ainda que os policiais detiveram seus colegas de partido nas ruas ao redor da área. Ele finalmente entrou na comissão pelos fundos acompanhado de representantes de nove partidos de oposição.
"É uma violação da Constituição e é uma violação dos direitos humanos. É o que está acontecendo no Egito, Tunísia e Líbia", acrescentou ele, referindo-se à presença de forças de segurança.

MANIPULAÇÃO DE ELEIÇÕES
O MLPS acusou o PCN (Partido do Congresso Nacional) do Sudão, da situação, de manipulação do registro dos eleitores, ao acrescentar mais de 38 mil nomes em áreas de Cordofan que são controlados pelos serviços de segurança, disse ele.
O alto membro do PCN Rabie Abdelati chamou a acusação de "rumores políticos" e disse que manifestações pacíficas são permitidas, desde que os manifestantes peçam uma autorização.
O presidente do Sudão e líder do PCN, Omar Hassan al-Bashir, manteve-se no poder com as eleições de abril de 2010. As eleições para governador e para a assembléia estadual em Cordofan do Sul foram adiadas até maio deste ano, após divergências sobre o recenseamento.
O MLPS assinou um acordo de paz com o norte em 2005 e entrou para o governo de coalizão com o PCN. O MLPS disse que vai formar um grupo de oposição separado no norte do país após a secessão do sul, que está prevista para julho.
Renúncia de primeiro-ministro devolve instabilidade à Tunísia

DA EFE, EM TÚNIS

A renúncia anunciada neste domingo pelo primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, e sua substituição pelo recém nomeado Beji Caid Essebsi, leva de novo o país à instabilidade quando começava a encarar uma difícil transição após a revolução que derrubou o presidente Zine El Abidine Ben Ali.
Após a renúncia de Ghannouchi, o presidente interino da Tunísia, Fouad Mebazaa, designou como chefe do Executivo Essebsi, antigo decano da Escola de Advogados de Túnis e que já tinha ocupado cargos em Governos anteriores, informou a televisão nacional tunisiana.
No entanto, o porta-voz do principal sindicato tunisiano, a União Geral de Trabalhadores da Tunísia, manifestou em uma emissora privada de televisão que esta força sindical não reconhecia Essebsi como primeiro-ministro, dado que o presidente interino do país tinha decidido sua nomeação de maneira unilateral e sem contar com o resto das Forças políticas e sociais do país.
Ghannouchi anunciou sua demissão em entrevista coletiva no Palácio de Cartago, sede da Presidência da República, ao mesmo tempo que na capital tunisiana a Polícia e a Guarda Nacional enfrentaram por segundo dia consecutivo os grupos de manifestantes que exigiam sua saída como chefe do Executivo.
De acordo com o balanço oficial divulgado neste domingo pelo Ministério do Interior tunisiano, cinco pessoas morreram nos enfrentamentos do sábado, embora fontes da oposição disseram à Agência Efe que outro manifestante tinha falecido nos choques registrados neste domingo.
PARA O BEM DA TUNÍSIA
"Decidi renunciar do meu cargo de primeiro-ministro, uma decisão adotada com a consciência tranqüila e necessária para o bem da Tunísia", afirmou Ghannouchi, cuja permanência à frente do Executivo foi fortemente contestada no país nas últimas semanas.
Ghannouchi assegurou que "não se trata de uma fuga" de sua responsabilidade, já que esta reside em "abrir o caminho a outro primeiro-ministro para o bem da Tunísia, de seu futuro e sua revolução".
Além disso, explicou que tinha refletido sua decisão durante uma semana e disse não estar disposto a adotar atitudes que "possam originar perdas de vidas", no que pareceu uma referência implícita às mortes registradas nos enfrentamentos das últimas 48 horas.
Ghannouchi acusou "grupos na sombra" de tratar de "debilitar o Governo e fazer fracassar a revolução".
Esses grupos, disse, são "uma minoria, já que a maioria permanece silenciosa ou só se expressa através do Facebook", em referência à rede social.
Também se perguntou pelas razões que levam esses grupos para atuar como se "a queda do Governo fosse o principal objetivo da revolução".
EVITAR UM BANHO DE SANGUE
Ghannouchi, que ocupava a chefia do Governo há dez anos, afirmou que, após a queda de Ben Ali, aceitou continuar no cargo "para preservar a vida dos tunisianos e evitar um banho de sangue" e considerou que a Tunísia ainda precisa de mais tempo para concretizar o objetivo da democracia.
Além disso, assinalou que o presidente interino da Tunísia, Fouad Mebazaa, deverá anunciar na próxima semana a agenda e o calendário das eleições, previstas para início de julho.
Por sua parte, fontes dos grupos de oposição que permanecem acampados há uma semana na Praça do Governo da capital tunisiana, onde se encontra o gabinete do primeiro-ministro, disseram à Agência Efe que as mudanças políticas produzidos neste domingo não vão fazê-los desistir de sua atitude, já que as consideram "insuficientes."
As fontes ressaltaram que "o camping continua" porque ainda não se cumpriram todas suas reivindicações, que, além da saída de Ghannouchi do Executivo, pedem também pela formação de uma Assembleia Constituinte que elabore uma nova carta magna para a Tunísia e a convocação de eleições.
Oposição líbia diz que prepara marcha até capital

Várias cidades do oeste da Líbia estão "nas mãos do povo e preparam a marcha para libertar Trípoli", informou neste domingo um dirigente do comitê revolucionário da cidade de Nalout.
A cidade foi abandonada pela polícia, pelos militares e por outras forças leais ao regime de Muammar Gaddafi, e é administrada por uma dezena de dignitários reunidos em um comitê revolucionário, comprovou a AFP.
"A cidade foi libertada em 19 de fevereiro, e desde então é administrada por um comitê revolucionário designado pelas comunidades de Nalout", declarou à AFP o advogado Chaban Abu Sitta.
"As cidades de Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed também foram libertadas, há vários dias. Em todas estas cidades, as forças de Kadhafi partiram e há um comitê revolucionário".
"Estamos sob a autoridade do governo interino de Benghazi. Com todas as cidades libertadas da montanha do Yebel Nafusa e as que se encontram do outro lado da montanha, nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Gaddafi".
Gaddafi diz que Líbia está 'calma' e ignora Conselho de Segurança
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DA FRANCE PRESSE, EM BELGRADO

O líder líbio, Muammar Gaddafi, afirmou neste domingo que a Líbia está "completamente calma", e que as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre o país "não tem valor", em entrevista por telefone ao canal sérvio Pink TV.

"Não há incidentes neste momento e a Líbia está completamente calma. Não há nada fora do comum no país. Não ocorrem distúrbios", declarou o coronel Gaddafi.

Na mesma entrevista, Khadafi afirmou que a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas impondo sanções à Líbia "não tem valor".

O Conselho de Segurança aprovou na noite de sábado um embargo de armas à Líbia, a proibição de viagens e o congelamento de bens de Gaddafi, além da abertura de uma investigação por crimes contra a humanidade devido à sangrenta repressão praticada pelo regime líbio.

Na mesma entrevista, Gaddafi responsabilizou a rede Al-Qaeda pelos "bandos de terroristas" que fazem vítimas no território líbio.

"As pessoas morreram por causa de bandos terroristas que, sem dúvida, estão ligados à Al-Qaeda".

Gaddafi declarou ainda que a revolta é obra de "um pequeno grupo" de opositores, que atualmente está "cercado", mas "solucionaremos isto". "O povo líbio está comigo".

Segundo fontes revolucionárias, várias cidades do oeste da Líbia estão "nas mãos do povo e preparam a marcha para libertar Trípoli".

O advogado Chaban Abu Sitta, membro do comitê revolucionário, declarou à AFP que já foram "libertadas" as cidades de Nalout, Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed.

"Estamos sob a autoridade do governo interino de Bengazi. Com todas as cidades libertadas da montanha do Yebel Nafusa e as que se encontram do outro lado da montanha, nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Gaddafi".
Brasileiros chegam a Atenas e relatam terror e ajuda de líbios

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE ATENAS

Após dois dias presos num navio, os 148 brasileiros que estavam em Benghazi, na Líbia, conseguiram enfim desembarcar em Atenas, na Grécia, às 7h30 (2h30 no horário de Brasília) deste domingo.
São funcionários da empreiteira Queiroz Galvão que trabalhavam em obras de infraestrutura em seis cidades no nordeste da Líbia e seus familiares.
A sensação era de alívio, após duas semanas de medo de que não conseguissem escapar do cenário de guerra que virou a região.
"Agora dá essa sensação de segurança, de que estamos quase em casa. Mas foi horrível. Foram dias de muito medo", afirmou, com lágrimas nos olhos, Maria Cleuda, que morava com o marido em Al Abya, cidade próxima de Benghazi.
Ela embarcou na manhã de sexta-feira, mas o navio teve de esperar o tempo melhorar para zarpar.
Saiu de Benghazi no sábado de manhã e levou cerca de 22 horas para chegar a Atenas.
Rebeldes tomam cidade no oeste da Líbia; Gaddafi não desiste

DA REUTERS, EM ZAWIYAH

Rebeldes armados adversários de Muammar Gaddafi assumiram o controle de Zawiyah, perto da capital Trípoli, no domingo, com o líder líbio novamente prometendo continuar no poder do seu governo, que já dura 41 anos.
"O povo quer a queda do regime", gritava uma multidão de várias centenas de pessoas, usando as palavras de ordem que ecoaram em todo o mundo árabe em protesto contra governos autoritários.
"Esta é a nossa revolução", acrescentavam, levantando o punho em celebração e desafio. Alguns se posicionaram em cima de um tanque capturado, enquanto outros se aglomeraram ao redor uma arma antiaérea. As mulheres estavam no topo de edifícios saudando os homens abaixo.
"A Líbia é a terra dos livres e honrados", lia-se em uma faixa. Outra representava a cabeça de Gaddafi com o corpo de um cachorro.
Buracos de bala marcavam prédios carbonizados em Zawiyah e veículos queimados haviam sido abandonados.
A cena, a apenas 50 quilômetros a oeste de Trípoli, foi mais um indício de que o poder de Gaddafi está se enfraquecendo.
Moradores de áreas de Trípoli montaram barricadas proclamando sua oposição ao governo, depois que as forças de segurança debandaram.
A televisão sérvia disse que Gaddafi responsabilizou os estrangeiros e a Al Qaeda pela agitação e condenou o Conselho de Segurança da ONU pela imposição de sanções e pelo pedido de um inquérito de crimes de guerra.
"A Líbia está segura, não há conflitos, Trípoli está segura", disse ele. "O Conselho de Segurança não acredita que Trípoli é segura."

HILLARY CLINTON
A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton disse que os Estados Unidos estão tentando se comunicar com grupos de oposição na Líbia.
"Estamos nos aproximando de muitos libaneses diferentes no leste do país. É cedo demais para prever resultados", disse ela antes de partir para Genebra para consultar aliados.
O Conselho de Segurança impôs, por unanimidade, a proibição de viagens e o congelamento dos bens de Gaddafi e seu círculo mais próximo no sábado. O Conselho aprovou um embargo de armas e pediu que a repressão aos manifestantes fosse investigada pelo Tribunal Criminal Internacional.
O número de mortes de quase duas semanas de violência na Líbia foi estimado por alguns diplomatas em cerca de 2 mil pessoas.
A agitação aumentou o preço do petróleo para mais de 112 dólares o barril nos EUA. Embora a Líbia produza apenas dois por cento do petróleo mundial e a Arábia Saudita tenha aumentado a produção, o mercado teme que os tumultos se intensifiquem em todo o mundo árabe.

REBELDES NO CONTROLE
O filho de Gaddafi Saif al-Islam disse que havia uma "grande lacuna entre a realidade e a mídia". "O sul todo está tranquilo. O oeste está calmo. A região central está calma, assim como o leste."
Para comprovar o fato, as autoridades levaram um grupo de jornalistas estrangeiros a Zawiyah, para mostrar que ainda controlavam a cidade. Mas ficou evidente que os rebeldes estavam no controle.
Residentes do local disseram que houve uma luta violenta pelo controle contra os paramilitares pró-Gaddafi munidos de armamento pesado.
"Vamos acabar com Gaddafi. Ele vai cair em breve. Ele tem que sair agora. Estamos perdendo a paciência", disse um homem chamado Sabri.
"Gaddafi é louco. Seu pessoal atirou contra nós usando granadas de propulsão", disse um homem, que deu o nome de Mustafá. Outro homem, chamado Chawki, disse: "Nós precisamos de justiça. Pessoas estão sendo mortas. O pessoal de Gaddafi atirou contra o meu sobrinho".
Um médico de uma clínica improvisada na mesquita da cidade disse que 24 pessoas haviam sido mortas em confrontos com correligionários do governo nos últimos três dias, e um pequeno parque ao lado da praça principal havia sido transformado em um cemitério.
"Precisamos de mais medicamentos, mais comida e mais médicos", disse o médico Youssef Mustafá. "Há muitos bons médicos na Líbia, mas não podem entrar em Zawiyah."
Moradores do local disseram ter capturado 11 combatentes pró-Gaddafi, sem ferimentos, e mostraram aos repórteres dois sendo detidos em uma cela na principal mesquita da cidade. Cerca de 50 mil pessoas, muitos trabalhadores migrantes, fugiram para a Tunísia desde 21 de fevereiro.

"INIMIGO DE DEUS"
Moradores de Tajoura, um bairro pobre de Trípoli, ergueram barricadas com pedras e palmeiras em ruas repletas de lixo e paredes estavam cobertas por pichações. Os buracos de bala nas paredes das casas eram provas da violência.
Moradores da área disseram que tropas dispararam contra manifestantes que tentaram marchar até a Praça Verde, no centro de Tajoura, à noite, matando pelo menos cinco pessoas. O número não pôde ser confirmado de forma independente.
"Gaddafi é o inimigo de Deus!", gritava uma multidão no sábado, no funeral de um homem que teria sido morto por partidários de Gaddafi.
A televisão estatal líbia mostrou novamente pessoas cantando a sua lealdade para com Gaddafi na Praça Verde, no sábado. Mas jornalistas estimaram o número em menos de 200 pessoas.
Havia filas em frente aos bancos de Trípoli para sacar os 500 dinares líbios (400 dólares) que o governo havia prometido que iria começar a distribuir no domingo para cada família.
Muitos não conseguiram o dinheiro. "Eles só ficaram com uma fotocópia da nossa identidade e cadastraram as pessoas em uma lista", disse um homem.
Em Misrata, uma cidade 200 quilômetros a leste de Trípoli, uma resistência de forças leais a Gaddafi, operando do aeroporto, foi controlada pelo derramamento de sangue, disseram moradores do local pelo telefone.
Mas grupos de exilados da Líbia afirmaram que aviões estariam atirando contra a estação de rádio local.
Na segunda maior cidade, Benghazi, que se libertou da autoridade de Gaddafi há uma semana, opositores do líder de 68 anos disseram que formaram um Conselho Nacional da Líbia para ser o representante da revolução, mas não ficou claro quem eles representavam. O grupo disse que não quer a intervenção estrangeira e não tinha feito contato com governos no exterior.

SANÇÕES DA ONU
Líderes ocidentais, aliviados depois das evacuações que reduziram o número de cidadãos estrangeiros retidos na Líbia, falaram mais claramente contra o governo de Gaddafi.
"A União Europeia já começou a trabalhar em medidas restritivas, como congelamento de bens, proibição de viagens e embargo de armas", disse em declaração a alta representante de Assuntos Estrangeiros da UE, Catherine Ashton.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse que um tratado de amizade e cooperação com a Líbia foi "de fato suspenso".
"Chegamos, eu acredito, a um ponto sem volta", disse Frattini, acrescentando que ser "inevitável" que Gaddafi deixe o poder.
O Reino Unido revogou a imunidade diplomática do líder líbio. "Está na hora de o coronel Gaddafi partir", disse o ministro das Relações Exteriores, William Hague.
A possibilidade de uma ação militar por parte dos governos estrangeiros continua vaga. Não se sabe por quanto tempo Gaddafi, que ainda tem milhares de correligionários leais --incluindo sua tribo e unidades militares comandadas por seus filhos-- poderá resistir contra as forças rebeldes, compostas por homens armados jovens e soldados amotinados.
Analistas descartam Al Qaeda na Líbia

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Ninguém sabe mais da falta de fundamento nas acusações do ditador líbio Muammar Gaddafi sobre a mão da Al Qaeda e outros terroristas na revolta no país do que o próprio Muammar Gaddafi.
Foi ele quem estrategicamente esmagou movimentos extremistas durante décadas e colaborou com o Ocidente para mantê-los longe da Líbia, de acordo com analistas.
"A sugestão de participação da Al Qaeda é totalmente idiota", disse à Folha Andrew Terrill, especialista em Oriente Médio do Instituto de Estudos Estratégicos da Escola de Guerra do Exército dos EUA. "Não vejo sinal de terrorismo na Líbia".
Estudiosos concordam que a sugestão de envolvimento terrorista na revolta líbia tem relação com a tentativa de angariar apoio ao seu regime no exterior.
Para Gaddafi, os extremistas locais representavam ameaças, pois quase a totalidade era de oposição. "O ditador erradicou grupos extremistas nos anos 1990. Em 1997, já não havia restado quase ninguém", afirmou à Folha Yahia Zoubir, especialista em norte da África baseado na França.
Por anos, o principal desses grupos foi o LIFG (Grupo Líbio de Luta Islâmica, na sigla em inglês), formado por radicais que lutaram no exterior e voltaram ao país para lançar uma campanha violenta contra o ditador.
"Mas eram fragmentados mesmo nos melhores momentos", afirmou Terrill.
Os laços frouxos da Al Qaeda com o LIFG ajudaram Gaddafi a se posicionar contra essa rede terrorista, que classificava de "herética".
O núcleo do LIFG, porém, rejeitou a rede. Segundo Zoubir, apesar de pequena infiltração via casamentos em algumas tribos, a Al Qaeda não tem apoio na Líbia.
E outras organizações ultra-islâmicas locais renunciaram à violência pregando uma resistência pacífica.
Outro grupo que age no norte da África, a Al Qaeda no Magreb Islâmico, que tem elo discutível com a rede de Osama bin Laden, tem pouca força na Líbia. Estudiosos desconfiam que não consiga atuar fora dos domínios argelinos, país onde nasceu.
Isso não impediu Gaddafi de seguir agindo contra suspeitos de vínculos com a Al Qaeda dentro e fora de suas fronteiras, colaborando intensamente com os EUA.
Zoubir disse que ele foi muito útil. "Em 1998, já estava alertando o Ocidente sobre o perigo da Al Qaeda e trabalhando com a Interpol. Depois do 11 de Setembro, deu aos EUA listas e listas de terroristas em fuga."
Essa cooperação fazia parte de sua reabilitação com o Ocidente desde 2003, quando aceitou parar de financiar terroristas pelo mundo.

REAPROXIMAÇÃO
O governo do ex-presidente dos EUA George W. Bush (2001-2009) encarou a Líbia como modelo para reaproximação com países patrocinadores do terrorismo.
Nem por isso, os EUA deixaram de atentar para riscos potenciais na Líbia. Um telegrama da Embaixada dos EUA em Trípoli de 2008 que vazou no WikiLeaks indica que radicais líbios continuavam a regressar ao país de lutas no exterior e se aproveitavam da fragilidade da segurança no leste para se fixar em cidades como Darnah.
O analista Scott Steward, do grupo de inteligência global Stratfor, diz que "ao mesmo tempo que é improvável que radicais tomem controle da Líbia, se houver período de caos, os extremistas [do leste] podem ter mais espaço para operar em décadas".
Os medos da Europa com as revoltas no mundo árabe

DE ATENAS

Os acontecimentos no Norte da África e no Oriente Médio despertam dois medos na Europa: que aconteça uma onda migratória e que os novos governos a serem formados depois que a poeira assentar não sejam tão amigáveis, o que é um risco para um mundo tão dependente do petróleo da região.

O segundo medo é apenas balbuciado nos meios políticos. Não pegaria bem levantar senões a revoltas populares contra autocratas sanguinários.

Já bastam as muitas fotos com beijinhos e tapinhas nas costas do egípcio Hosni Mubarak e do líbio Muammar Gaddafi para constranger premiês e presidentes.

Nos meios econômicos, mais preocupados com dinheiro que com a imagem pública, o temor é escancarado, e os mercados jogam o preço do petróleo nas alturas.

A questão da imigração também é tratada bem mais às claras, uma vez que ganha pontos com parte do eleitorado defender uma Europa para os europeus.

Os imigrantes sempre se tornam o bode expiatório quando a Europa vive alguma crise econômica, como acontece agora.

Cerca de 10% da população economicamente ativa do continente (24 milhões de pessoas) está sem emprego. Em alguns casos, o índice de desemprego chega a escandalosos 40% (entre os jovens espanhóis, por exemplo).

Com esse cenário, é fácil culpar o imigrante que, como insistem os jornais sensacionalistas, "roubam os poucos postos disponíveis".

Há sempre o argumento de que eles fazem os serviços menos qualificados, que são rejeitados pelos europeus.

Mas com a política de cortes de gastos públicos adotada por todo o continente, os Estados querem dificultar a vida daqueles que preferem ficar em casa vivendo do seguro-desemprego.

Ou seja, talvez vá ter inglês, espanhol ou italiano branco brigando pela vaga da faxina.

O país mais exaltado por enquanto é a Itália, que geograficamente está mais perto de Tunísia e Líbia e se torna uma porta de entrada óbvia.

O ministro do Interior, Roberto Maroni, membro do nacionalista Partido da Liga Norte, afirma que mais de um milhão devem se aproveitar da turbulência no mundo árabe para fugir para a Europa.

Usa como argumento os cerca de 5.000 que fugiram da Tunísia no início do mês com destino a Lampedusa, ilhota no sul italiano que tem apenas 6.000 habitantes.

Fala em "catástrofe humanitária", "êxodo em proporções bíblicas" e pede socorro a seus parceiros europeus. Quer arrumar um jeito de conter o influxo de pessoas ou forçar os outros países a arcar com parte do contingente.

Seus vizinhos do norte nem querem ouvir falar nisso. A Áustria diz que recebeu mais migrantes que a Itália quando houve a queda dos regimes comunistas do Leste Europeu.

Como naquele final dos anos 80, quando ruiu a cortina de ferro, a Europa percebe mais uma vez que clamar por liberdade e democracia no mundo é bem mais fácil que lidar com as consequências imediatas dessas transformações.

BLOG DA FOLHA DE SÃO PAULO

sábado, 26 de fevereiro de 2011

China e Brasil: quem com ferro fere...

Está na hora de o governo brasileiro mudar sua estratégia (ou criar uma) para lidar com a China. O caso da Embraer é emblemático.
A Embraer está prestes a fechar sua fábrica na China. A fábrica de Harbin fazia o ERJ-145, um avião de 50 lugares, para o qual não há mais demanda. Falta entregar uma aeronave, o que deve ocorrer em março ou abril, e depois não há mais nenhuma encomenda pra esse avião.
A Embraer pediu para montar lá o Embraer 190, para 100 pessoas. Trata-se do carro-chefe da empresa, usado pela Azul e Webjet. Mas a Avic (Corporação de Indústria da Aviação da China) está desenvolvendo um avião semelhante, ARJ21-900, com capacidade para 110 passageiros, em parceria com a canadense Bombardier, concorrente da Embraer. Por isso, o governo chinês está resistindo a conceder à Embraer autorização para produzir o 190, para evitar concorrência.
A empresa espera que o governo chinês dê a autorização durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país, no dia 14 de abril, como um gesto de boa vontade.
Não é só a Embraer que enfrenta dificuldades de acesso ao mercado chinês. Empresas brasileiras que tentavam participar de um centro de distribuição de minério na China não receberam autorização chinesa até hoje. O caso da Marcopolo é bem parecido com o da Embraer, a empresa queria aumentar o escopo da produção, mas não consegue autorização do governo chinês.
A China é o maior mercado do mundo e ninguém quer sair de lá. As empresas sabem que precisam estar presentes na China.
E é aí que entra a estratégia do governo --afinal, para lidar com um capitalismo de Estado, é preciso falar de governo para governo.
O Brasil está estudando um novo marco regulatório para mineração no país. Existe uma certa preocupação com a possibilidade de a China adotar um estilo "colonialista na África" por aqui e começar a retirar os minérios do subsolo brasileiro e embarcá-los para China, sem agregar valor. Portanto, o Brasil poderia adotar algum tipo de cláusulas de componente nacional, como fez a Petrobras com fornecedores das plataformas, na exploração dos minérios no país.
Ou não. Ou o Brasil pode deixar os chineses investirem livremente e terem acesso a preciosas matérias-primas brasileiras. Tudo depende da boa vontade dos chineses para deixar empresas brasileiras operarem livremente na China, sem sofrerem com regras que discriminam contra estrangeiros.
É a hora de barganhar, de governo para governo.

Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha, Escreve sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia - da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).
General boliviano é preso no Panamá por narcotráfico

DA FRANCE PRESSE, NA CIDADE DO PANAMÁ

O general René Sanabria Oropeza, ex-chefe do serviço de combate às drogas e atual assessor de Inteligência do governo do presidente boliviano, Evo Morales, foi preso no Panamá por narcotráfico e entregue aos Estados Unidos, informou nesta sexta-feira um oficial da polícia panamenha.
"Há dois dias, foi detido aqui no Panamá graças ao esforço conjunto da Polícia Nacional e da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA)", disse o oficial, que pediu para não ser identificado.
"Este senhor, com patente de general, chamado René Sanabria Oropeza, foi entregue às autoridades americanas e neste momento está na cidade de Miami, sob a custódia americana".
"Sua prisão foi uma operação realizada pelos Estados Unidos em coordenação com o governo panamenho (...) Havia uma ordem internacional de captura".
Em La Paz, o ministro boliviano do Interior, Sacha Llorenti, confirmou que "fontes diplomáticas [do Panamá] informaram a prisão do general da reserva da Polícia René Sanabria Oropeza, que trabalha no Centro de Inteligência do Ministério".
O general Sanabria ocupou entre 2007 e 2008 a chefia da Força Especial de Combate ao Narcotráfico, o mais elevado cargo na repressão ao tráfico e à produção de drogas na Bolívia.
Atualmente, Sanabria é assessor de Inteligência do Ministério do Interior.
Segundo Llorenti, o general partiu do país há alguns dias, em voo charter, "sem a autorização de seus superiores", o que constitui um "fato irregular".
O ministro revelou que como consequência do incidente no Panamá outros cinco policiais foram detidos na Bolívia, e que uma "investigação está em andamento".
Ditador da Líbia ficou famoso por roupas excêntricas.

DE SÃO PAULO
Ainda em 2009 a revista americana Vanity Fair fez uma extensa reportagem especial com uma série de imagens que indicavam a trajetória política do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, sob o ponto de vista da moda lançada por ele ao longo dos anos, com suas túnicas e diferentes adereços, classificando-o como um líder mundial com um dos mais excêntricos guarda-roupas.
Gaddafi depositou 3 bilhões de libras em Londres na última semana, diz jornal

DA EFE

O líder líbio, Muammar Gaddafi, depositou em segredo na última semana 3 bilhões de libras (US$ 4,8 bilhões) em Mayfair, elegante bairro londrino conhecido por seus gerentes de fundos privados.
A informação foi divulgada neste sábado (26) pelo diário britânico "The Times", indicando que o ditador líbio usou os serviços de um intermediário radicado na Suíça que há cinco semanas contatou outra firma dedicada à gestão de patrimônios, mas que esta não aceitou a incumbência ao ter ciência da origem dos fundos.
O diretor-executivo desta última firma declarou ao "The Times" que o intermediário suíço tinha dito que queria investir 3 bilhões de libras em nome de uma família líbia, dinheiro supostamente destinado a comprar ações de companhias.
"Eu disse 'não' a ele porque não me sinto bem lidando com tiranos assassinos com sangue nas mãos", explicou o gerente de fundos contatado.
O intermediário então buscou outra firma que aceitasse realizar o trabalho.
Essa revelação, diz o periódico, confirma os temores de que Gaddafi, cujo regime de 42 anos vem sendo alvo de protestos, tirou fundos da Líbia para depositá-los em contas secretas em diferentes partes do mundo.
Enquanto isso, o Tesouro britânico tenta rastrear os ativos do coronel no Reino Unido, que segunda a previsão incluem bilhões de dólares em contas bancárias, propriedades comerciais e uma casa em Londres avaliada em cerca de 12 milhões de euros (US$ 16,5 milhões).
O governo suíço, por sua vez, ordenou na sexta-feira que seus bancos congelem todos os ativos pertencentes ao coronel Gaddafi e a outras 28 pessoas, incluindo a esposa, os filhos do ditador, outros familiares e autoridades do regime.
Obama pede acordo sobre o orçamento a líderes do Congresso

DA EFE, EM WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se mostrou neste sábado disposto a estudar qualquer proposta séria para reduzir o deficit, mas incentivou os líderes do Congresso a obter um acordo sobre o financiamento do governo para evitar seu fechamento.
"Na próxima semana, o Congresso se centrará no orçamento temporário. Pelo bem dos nossos cidadãos e da nossa economia, não podemos permitir que esta paralisação prevaleça", afirmou em seu tradicional pronunciamento dos sábados.
"Tanto os líderes democratas como os republicanos no Senado e na Câmara de Representantes disseram que consideram importante que o governo possa seguir funcionando enquanto tentam chegar a um acordo sobre um plano para reduzir nosso deficit a longo prazo", lembrou aos legisladores.
Por isso, Obama incentivou-os a encontrar um "terreno comum" para que o país possa progredir e não impeça o crescimento econômico.
"Não será fácil. Haverá muito debate, desacordos e nenhum partido conseguirá tudo o que quer; as duas partes têm que ceder", assinalou Obama, ressaltando que não quer que o Congresso corte os investimentos em educação, inovação e infraestrutura, porque são absolutamente necessários para uma economia competitiva.
À meia-noite da próxima sexta-feira vencerá uma medida aprovada para financiar temporariamente as operações do governo federal. Se republicanos e democratas não conseguirem aprovar pelo menos uma medida temporária, o Executivo terá que fechar por falta de dinheiro.
O último fechamento das agências federais ocorreu durante o mandato de Bill Clinton, por dois dias em novembro de 1995, e depois por outros 21 dias até janeiro de 1996.
A iminente ameaça de fechamento do governo federal parecia preocupar na sexta-feira os republicanos, que controlam a Câmara de Representantes e na sexta-feira propuseram uma medida temporária que os democratas podem aceitar.
A medida permitiria ao governo dos EUA seguir operando durante mais duas semanas, até 18 de março.
A ideia é dar tempo para que republicanos e democratas, que são maioria no Senado, possam chegar a um acordo sobre o financiamento do governo até 30 de setembro -- o restante do ano fiscal -- e evitar seu fechamento.
O problema é que em fevereiro a Câmara de Representantes aprovou a diminuição de US$ 61 bilhões nos gastos públicos para os próximos sete meses, em corte que afeta as áreas que Obama considera imprescindíveis fomentar.
Os democratas rejeitam a redução ao considerá-la exageradamente severa e pretendem alcançar um compromisso com os republicanos. O Senado terá que redigir sua própria versão.
A anterior sessão legislativa nunca aprovou o orçamento para este ano fiscal, que começou em outubro, pelo que os cortes foram realizados dentro de uma medida aprovada para financiar temporariamente -- até 4 de março -- as operações do governo
Brasileiro na Líbia diz que manifestantes "subjugaram" o Exército


RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO

O engenheiro civil paraense Valdir Acatauassú, funcionário da Queiroz Galvão, contou que quando chegou a Benghazi, no domingo, viu o Exército líbio "totalmente subjugado".
"A população subiu nos tanques, pegou os lança-mísseis e ficou desfilando pela cidade, mostrando as máquinas como troféus", afirmou.
Ele disse que percebeu um clima de "expectativa" em relação a uma possível reação de Gaddafi, mas contou que preferiu "se trancar" no hotel com colegas estrangeiros a conversar com os líbios.
"Não devemos nos meter nisso, viemos aqui para trabalhar, não para se meter em problemas locais", disse.
O engenheiro falou com a Folha nesta sexta-feira (25) por telefone, já à bordo do navio que o levaria à Grécia. Em seguida, deve voltar ao Brasil.
Acatauassú morava na Líbia desde outubro de 2009 e deixou para trás uma casa montada que mantinha com cinco colegas em Ad Dirsiyah, 110 km a leste de Benghazi. Disse não ter a menor ideia se voltará à Líbia.
Ele afirmou que não houve conflitos na cidade em que morava, mas afirmou que desde o dia 17 soube das revoltas contra Gaddafi por colegas em Benghazi.
Cuba assiste ressabiada a rebeliões no Oriente Médio

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

A julgar pela cobertura da mídia oficial cubana, o regime dos Castro segue atento e reporta com cautela a queda dos governos autocráticos no Oriente Médio, menos longevos que o de Havana.
No plano geral, quem pauta o tom é o ex-ditador Fidel Castro em suas "reflexões", publicadas nos jornais oficiais e debatidas na TV.
A abordagem preferencial é o papel dos EUA no xadrez. No caso da Líbia, do aliado Muammar Gaddafi, a cobertura tomou viés pró-ditador.
""Ruas da Líbia voltam à calma", diz a TV cubana. É isso mesmo?", se perguntava no Twitter na quarta-feira a blogueira crítica do governo Yoani Sánchez.
No mundo dos blogs e sites de discussão dentro e fora da ilha, a pergunta é outra: se acontece na Tunísia e no Egito, por que não em Cuba?
A questão foi parar até no oficial Cubadebate, que publica as reflexões de Fidel.
O site reproduziu texto do argentino "Página 12" sobre o papel da internet nas revoltas. O autor, Pascual Calicchio, nem ensaia responder por que Havana não está na fila do dominó.
Frisa apenas como é pequeno o grupo de ciberdissidentes na ilha - ainda que não cite que a questão de base, antes de qualquer outra, é quão reduzido é o número de conectados à internet em Cuba (apenas 3% de 11 milhões de habitantes, a taxa mais baixa do Ocidente).
Pequena ou não, Havana já deu mostras de preocupação com o grupo. Em meados deste mês, apareceu na internet um vídeo no qual um "consultor" de informática do governo alertava sobre os perigos de uma "revolução colorida" versão digital, citando movimentos pró-Ocidente no Leste Europeu.
O ponto do autor, seguindo o "twittercético" e sociólogo Malcolm Gladwell, é dizer que nada surge da internet se não há "laços fortes" o suficiente para mobilizar os cidadãos de carne e osso.
Estudiosos de Cuba argumentam, de todas as maneiras, que a internet maciça seria uma plataforma horizontal na verticalizada e atomizada sociedade civil.

DIFERENÇAS
Isolando o fator Facebook/Twitter, a discussão segue nos seguintes termos: 1) ninguém pode prever quando um estopim como o do jovem imolado na Tunísia pode acontecer; 2) há muitos aspectos incomparáveis com os de Egito ou Tunísia.
A começar por Miami. O exílio americano, facilitado pelas regras migratórias de Washington, funciona há décadas como válvula de escape para o regime. É ao mesmo tempo descompressão política e demográfica.
O impacto da migração, aliado a outros fatores, na pirâmide etária de Cuba é tal que a população está encolhendo.
A fuga dos insatisfeitos economiza a maquinaria de repressão da ilha.
Os analistas enumeram outros fatores: por exemplo, a ainda moderada desigualdade na sociedade cubana.
Benghazi, 'capital' dos rebelados, vive dia eufórico

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A
BENGHAZI (LÍBIA)

As ruínas do quartel-general do Exército líbio em Benghazi, a cidade que deu início à revolta popular contra o regime de Muammar Gaddafi, viraram ponto de encontro de famílias e monumento à vitória contra o regime.
No amplo complexo militar ocorreram alguns dos confrontos mais violentos entre manifestantes e forças leais a Gaddafi, e ninguém conta em menos de 500 o número de mortos. Na cidade, o total estimado pelos moradores é de 1.200.
O médico Zakaria Alkatir é um dos que levaram os filhos para ver os destroços da base militar. Ele conta que estava de plantão num dos hospitais da cidade e recebeu dezenas de mortos e feridos a bala nos confrontos.
"Uma das salas do hospital tinha uma pilha de cadáveres", disse o médico. "Quando a poeira baixar e a verdade vier à tona, o mundo ficará horrorizado".
Perto dali, um tumulto se forma quando dezenas de jovens começam a cavar num ponto isolado do complexo.
Munidos de picaretas, marretas e pás, abrem um buraco no chão para livrar prisioneiros que o Exército colocou em masmorras concretadas. É possível ouvir suas vozes pelo pequeno orifício aberto a marretadas.
"Há 150 prisioneiros vivos aí", diz um dos jovens, logo depois de dar um tiro para o alto para conter a euforia.
Segunda maior cidade da Líbia, com cerca de 1 milhão de habitantes, Benghazi respira ares de uma nova era. Desde domingo sob o controle dos opositores, os moradores da cidade acompanham com aflição os desdobramentos da revolta na capital, Trípoli, mas sem perder a confiança de que o ditador está com os dias contados.
A debandada das forças de Gaddafi do leste do país é uma realidade, ainda que o controle da região pelas forças da oposição nem sempre seja visível.
Nos quase 500 km que separam Tobruk de Benghazi, as duas maiores cidades da região, a impressão é de uma terra de ninguém.


APOIO NAS RUAS
Se na estrada entre a fronteira egípcia e Tobruk a reportagem da Folha foi parada várias vezes em barreiras montadas por civis, no percurso até Benghazi praticamente não há ninguém.
Na chegada à cidade, o clima muda. Sob chuva intensa, centenas de pessoas estavam nas ruas para manifestar apoio à revolução.
"Não temos mais motivo para escolher outra palavra: esta é a nossa revolução", exulta o médico Khalifa Ilfaitury. Por toda a cidade alguém para a reportagem para explicar o que houve ou xingar Gaddafi.
O espírito revolucionário dá mostras de comprometimento e generosidade, que inclui ofertas de todo o tipo aos jornalistas estrangeiros.
"Precisamos ajudar a levar a verdade ao mundo", diz o empresário Salah Elghoul.
Táxis tornam-se irrelevantes, enquanto motoristas se oferecem para levar repórteres de graça.
A bandeira nacional de Gaddafi, toda verde (cor do islã), foi definitivamente trocada pelas cores da bandeira da independência da Líbia, em listas horizontais vermelha, preta e verde.
Um grande hotel de Benghazi, que costumava ser propriedade do regime, foi tomado pelos manifestantes.
Pelo lobby, circulam jovens vestidos com abrigos esportivos e levando fuzis a tiracolo. Rumores sobre o que acontece na parte do país ainda dominada por Gaddafi proliferam.
No fim da noite em Benghazi, Alla Benaziz, estudante de 24 anos cujo pai desertou do Exército líbio, chega com notícias "preocupantes" de Trípoli. Diz que um amigo viu mais de 300 tanques partirem da base onde está Gaddafi rumo ao sul da capital.
"Certamente o plano é matar o maior número possível de civis e acabar com a revolução", diz. "Mas eles não vão conseguir, nós vamos resistir", completa.
Pesquisas indicam vitória dos conservadores nas eleições da Irlanda


DA EFE
O conservador FG (Fine Gael) vencerá as eleições gerais irlandesas realizadas na sexta-feira (25) com 36,1% dos votos, indicam as primeiras pesquisas, enquanto o governante FF (Fianna Fáil) terá apenas 15,1%, em queda sem precedentes para o partido, no poder desde 1997.
Segundo pesquisa de boca de urna que ouviu 3.500 eleitores, o Fine Gael, de Enda Kenny, obteve seu melhor resultado desde 1982, mas não governará com maioria absoluta.
Com 20,5% de apoio, o Partido Trabalhista se tornará a segunda força nacional e possível parceiro dos conservadores para formar um governo de coalizão.
A apuração dos votos começou às 6h deste sábado (pelo horário de Brasília) e o resultado final pode ser divulgado no domingo. No pleito de 2007, no entanto, as projeções da emissora estatal tiveram uma margem de erro de apenas meio ponto, o que as transformou em um das pesquisas mais confiáveis.
A pesquisa também indica que o partido Sinn Féin, de Gerry Adams, avançará para 15,1%, pelo que aumentará consideravelmente as cinco cadeiras que tem no Parlamento de Dublin (Dáil), formado por 165 deputados.
O Partido Verde, parceiro do FF durante a atual legislatura, obterá 2,7% dos votos e poderá evitar seu total desaparecimento ao conservar algum de seus seis deputados.
Os 15,5% restantes dos votos serão repartidos por candidatos independentes e partidos minoritários, o que indica que terão uma ampla representação no Dáil e poderão representar para o FG uma opção de governo se a formação decidir prescindir dos trabalhistas.
No entanto, a distribuição das cadeiras não ficará clara até que os resultados finais sejam conhecidos, dada a complexidade do sistema eleitoral irlandês, de representação proporcional mediante voto transferível.
O votante recebe uma cédula com a lista de candidatos, enumerados por ordem alfabética, na qual deve preencher o espaço referente ao seu favorito com o número "1", mas, se desejar, pode designar um segundo candidato com o número "2" e assim sucessivamente, de modo que seu voto poderá ser utilizado, de acordo com as normas de transferências, quantas vezes forem necessárias.
Desta forma, algumas formações poderão aumentar ou diminuir seu número de cadeiras graças aos votos de segundas, terceiras e sucessivas preferências.
Os candidatos independentes são beneficiados com essa opção, porque, em teoria, os partidários das maiores formações não costumam dar sua segunda opção aos candidatos rivais mas aos dos partidos periféricos.
Obama ordena bloqueio de ativos de Gaddafi e sua família

O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou nesta sexta-feira (25) uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Muammar Gaddafi, sua família e membros de seu regime. Essa é a primeira sanção de uma série anunciada pelos EUA.
Na ordem, Obama afirma que "Gaddafi, seu governo e seus estreitos colaboradores tomaram medidas extraordinárias contra os líbios, incluindo o emprego de armas de guerra, mercenários e uma violência sem sentido contra civis desarmados".
Além disso, explica que existe um "sério risco" de os ativos do Estado líbio serem malversados por Gaddafi, membros de seu governo e familiares do ditador se não forem protegidos.
Na lista das primeiras pessoas sancionadas estão Gaddafi, seus filhos Khamis, Aisha, Mutassim e Said el Islam.
Obama considera que as atuais circunstâncias, os ataques prolongados e o número cada vez maior de líbios buscando refúgio em outros países levaram a segurança da Líbia a se deteriorar, o que representa um sério risco para sua estabilidade e, portanto, uma "ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional e à política externa" dos EUA.
A ordem permite ao secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em consulta com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, sancionar qualquer funcionário de alta categoria da Líbia, os filhos de Gaddafi e todas as pessoas responsáveis -- ou cúmplices -- pela ordem, controle, direção e participação em violações de direitos humanos relacionadas com a repressão política na Líbia.
Também podem receber sanções as pessoas que emprestaram apoio material, financeiro ou logístico para estes abusos, as que tiverem atuado em nome daqueles e as esposas e os filhos das pessoas que figuram na lista negra dos EUA.
Em comunicado, Obama insistiu que as contínuas violações dos direitos humanos, o tratamento brutal voltado aos líbios e as ameaças geraram uma ampla condenação da comunidade internacional.
"O governo de Muammar Gaddafi violou normas internacionais e a decência comum e tem que responder por suas ações", assinalou Obama.
O presidente dos EUA assegurou que as sanções se dirigem ao regime de Gaddafi e pretendem proteger os ativos que pertencem aos líbios, e não ao coronel e a seus parceiros e familiares.
Obama assegurou ainda que daqui para frente os EUA seguirão coordenando de perto suas ações com a comunidade internacional, de maneira bilateral e multilateral, como na ONU (Organização das Nações Unidas).
"Apoiamos firmemente os líbios em sua exigência de que sejam respeitados os direitos universais e em sua reivindicação de um governo que responda a suas aspirações. A dignidade humana não pode ser negada", assinalou.
ONU
Horas após os EUA fecharem sua embaixada na Líbia e avançarem com as sanções unilaterais contra o país, Saif al Islam, filho do ditador Muammar Gaddafi, disse que espera negociar uma trégua com duas cidades que registram confrontos e o Conselho de Segurança da ONU confirmou uma reunião no sábado para discutir suas medidas punitivas ao regime líbio. O encontro está previsto para as 13h (horário de Brasília) e tem como objetivo aplicar medidas "decisivas" o mais rápido possível.
Os embaixadores dos 15 membros do Conselho retomarão o diálogo para tentar superar as diferenças que impediram o consenso quanto às sanções no encontro de emergência desta sexta. O projeto de resolução foi apresentado pela França e o Reino Unido.
O documento inclui a declaração de um embargo de exportação de armas à Líbia, assim como o congelamento dos bens e a proibição de que a cúpula do regime líbio liderada pela família Gaddafi possa viajar.
Além disso, pede ao TPI (Tribunal Penal Internacional) que averigue os possíveis crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante a repressão dos protestos.
TRÉGUA
Ainda na noite desta sexta, o filho do ditador líbio, Muammar Gaddafi, tentou minimizar a extensão da rebelião que domina grande parte da Líbia, e disse que espera negociar até este sábado uma trégua em duas cidades conturbadas.
Falando em inglês a jornalistas levados a Trípoli sob escolta oficial, Saif al Islam Gaddafi afirmou que os rebeldes que se renderem ficarão ilesos, e admitiu que a Líbia precisa de reformas.
Seu relato sobre a situação, no entanto, parece ser desmentido pelo controle exercido nos últimos dias no leste do país por grupos que desejam o fim do regime de Gaddafi, no poder desde 1969. Há relatos também de que a rebelião já chegou à capital e arredores.
Mas o filho do ditador disse que só há violência em duas cidades do oeste da Líbia, e qualificou como "mentiras" os relatos da imprensa de que militares teriam bombardeado civis ou que o governo teria contratado mercenários.
"Estamos rindo desses relatos. Exceto por Misurata e Zawiya, tudo está calmo (...). As negociações continuam, e estamos otimistas. Em Misurata e em Zawiya temos um problema", disse.
"Estamos lidando com terroristas. Mas tomara que eles estejam ficando sem munição. Tomara que não haja mais derramamento de sangue. Até amanhã iremos resolver isso. O Exército decidiu não atacar os terroristas e dar uma chance para as negociações. Tomara que façamos isso pacificamente."
APARIÇÃO
Gaddafi fez uma rápida aparição nesta sexta-feira na praça Verde, em Trípoli, para pedir à multidão de seguidores no local que "defenda a Líbia", segundo imagens mostradas pela rede de TV americana CNN.
"Defendam a Líbia e os interesses da Líbia. Estamos prontos para triunfar contra os inimigos", disse o ditador.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Embaixadores da Líbia na França e na Unesco renunciam


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os embaixadores da Líbia na França e na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) anunciaram nesta sexta-feira sua renúncia em ato de condenação aos atos de repressão na Líbia e sua adesão à revolução contra o ditador Muammar Gaddafi.
"Condenamos firmemente os atos de repressão na Líbia. Declaramos nossa união ao povo, nosso apoio à revolução do povo", declararam os embaixadores Salah Zaren (França) e Abdul Salam el Galali (Unesco).
"Nós nos demitimos de nossos postos e nos somamos à revolução", afirmaram em uma declaração conjunta transmitida pela Rádio France Inter.
Estas são as dias renúncias mais recentes em uma onda diplomática de protestos que inclui os representantes na Índia, Indonésia, Reino Unido, Estados Unidos e Polônia, e de membros do gabinete como o ministro do Interior e general do Exército, Abdul Fatah Yunis.
O anúncio foi aplaudido por um grupo de opositores líbios, autointitulados filhos da revolução, que ocupa a Embaixada da Líbia em Paris. O grupo disse ter tomado o controle do prédio, embora as agências de notícias indiquem que o prédio continua isolado por policiais, que impedem inclusive a entrega de alimentos aos jovens.
Os opositores, que chegariam a 30 pessoas, ocupam a embaixada desde a noite de quinta-feira. Eles expulsaram os funcionários do local.
O grupo ameaça cometer suicídio coletivo no caso de intervenção da polícia. Os manifestantes içaram no local a antiga bandeira líbia, anterior à chegada de Gaddafi em 1969.
A repressão ordenada pelo ditador aos protestos contra seu regime deixaram ao menos 300 mortos, segundo o balanço oficial, mas a Alta Comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta sexta-feira que pode ter deixado "milhares de mortos e feridos".
Nome de ditador líbio pode ser escrito de dezenas de formas

ALINE PELLEGRINI
ROGÉRIO ORTEGA
DE SÃO PAULO

Muammar Gaddafi, Muamar Khadafi, Muammar al-Gathafi, Momar Kadaffi.
Há tantas maneiras de escrever o nome do ditador da Líbia, no poder desde 1969, que muitos podem pensar que não é a mesma pessoa.
A confusão se justifica pelo fato de não haver um consenso entre especialistas para a transliteração de nomes árabes para o alfabeto latino, usado na maioria das línguas ocidentais. A escrita é baseada nos fonemas árabes.
A liberdade para combinar as letras gerou 112 diferentes formas de escrever o nome do ditador, de acordo com a rede norte-americana ABC.
Segundo a ABC, a biblioteca do Congresso americano lista 72 grafias diferentes. O jornal "New York Times" e as agências Associated Press (americana) e Xinhua (chinesa) utilizaram 40 grafias de 1998 a 2008. Atualmente, o "NYT" grafa "Qaddafi".
No final da década de 80, a Folha padronizou a grafia 'Gaddafi' em suas menções ao sobrenome do ditador.
O objetivo foi adotar em português uma transliteração mais próxima da pronúncia do nome na Líbia, entre várias opções possíveis. A mesma grafia é usada pelo jornal britânico "Financial Times" e pela rede Al Jazeera em inglês, entre outros.
SONS DIFERENTES
Com 28 letras, o alfabeto árabe tem caracteres completamente distintos dos do latino, alguns sem sons correspondentes em português.
Segundo o professor Helmi Nasr, ligado à Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, há duas letras no nome de Gaddafi que não possuem equivalência no alfabeto latino. Uma delas poderia ser uma espécie de "q" enfático e a outra, algo como "tzhã".
Para o tradutor árabe Ibrahim Errguybi, a grafia do nome do líbio "depende da pronúncia de cada um". Gaddafi é referência a Gadhadhfa, a tribo de origem do ditador.
Sob pressão, Gaddafi anuncia ajuda à população e aumento salarial

DA BBC BRASIL

Sob pressão para renunciar ao cargo e com rebeldes controlando algumas das principais cidades da Líbia, o líder do regime, Muammar Gaddafi, anunciou nesta quinta-feira a distribuição de recursos em dinheiro para as famílias líbias e o aumento de salário para os funcionários públicos.
Segundo o governo, cada família receberá pagamentos equivalentes a cerca de US$ 400 para compensar o aumento nos preços dos alimentos.
O regime também anunciou que o salário mínimo será praticamente dobrado, enquanto entre os trabalhadores do serviço público a elevação será de até 150%.
O anúncio vem um dia depois que o líder líbio falou por telefone a uma emissora de TV e dirigiu-se às famílias líbias para tentar acalmar os protestos.
"Voltem para as suas casas, conversem com os seus filhos", disse Gaddafi, durante sua participação telefônica na TV.
"Eles são jovens, eles estão armados, estão usando granadas, estão atacando delegacias de polícia. Isso é causado pelo uso excessivo de drogas."
Ele culpou a influência de Osama Bin Laden e da rede extremista Al Qaeda, assim como "o uso excessivo de drogas" pelos protestos que pedem o fim do seu governo.
Observadores afirmam que o anúncio de Gaddafi é similar às medidas tomadas na Tunísia por Zine el Abidine Ben Ali, deposto no mês passado, apesar das tentativas de acalmar os protestos contra o seu regime.
Ben Ali prometeu benefícios semelhantes, que incluíam a criação de empregos e medidas anticorrupção.
Na quinta-feira, as forças leais ao governo lançaram ofensivas para reaver ou controlar cidades no oeste do país, já que o leste se encontra firmemente sob o controle da oposição.
Mas há temores de que milícias ligadas a Gaddafi estejam se articulando para atacar os rebeldes no leste, de acordo com relatos de jornalistas no local.
Também há expectativas quanto a possíveis cenas de violência na capital, Trípoli, que está sob vigilância das forças especiais de Gaddafi e permanece um bastião do regime.
Nesta sexta-feira, o programa de alimentação da ONU (Organização das Nações Unidas) disse que a cadeia de suprimento de alimentos da Líbia está sendo seriamente afetada pela situação política.
Segundo a ONU, as importações estão impossibilitadas de entrar no país e, dentro da Líbia, o funcionamento da cadeia de distribuição está sendo obstruído pela violência.
Liderança em escala

Liderar não é fazer. Liderar é fazer fazer. E, para isso, é necessário criar uma equipe, o que significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Sim, líderes devem inspirar pessoas, mas, à medida que a empresa cresce, essa função muda um pouco, pois não é mais suficiente inspirar quem faz. Agora é necessário inspirar quem inspira quem faz.
Já se disse que a primeira responsabilidade de um líder é formar outros bons líderes. Há duas razões para justificar essa afirmação: a primeira é que o líder precisa ter consciência de que ele não é eterno nem infalível. Cedo ou tarde, o gestor precisará ser substituído, temporária ou definitivamente. A segunda é que, desde Fayol (Henri Fayol, estudioso da teoria da administração, aprendemos que um líder não consegue liderar diretamente um grupo superior a 30 pessoas. Além desse número é preciso pensar em gestores ou chefes intermediários, capazes de replicar o comando e de manter o moral do grupo.
O exército é um bom exmplo. Entre o posto de marechal e o de soldado há 20 posições hierárquicas que formam a cadeia de comando. E não há, nesse caso, nenhuma intenção corporativista para favorecer amigos ou protegidos com cargos importantes. O que há é uma cadeia de lideranças que mantém a coluna vertebral de uma organização que tem de funcionar bem. Nas organizações, em função do crescimento e da globalização, os príncipios de autonomia e da delegação viraram imperativos de eficácia. E isso exige um grande esforço de capacitação e uma comunicação eficiente. Caso contrário, não há chance de se criar o necessário ambiente de confiança.
Querer manter o controle sobre tudo o que acontece na companhia é o mesmo que condená-la a ficar pequena. Manter vários objetos no ar ao mesmo tempo é coisa de artista de circo. Nas organizações isso se faz em equipe, que, por definição, é um conjunto de pessoas que possuem habilidades complementares e sonham o mesmo sonho. A empresa é formada por várias equipes que obedecem à mesma lógica. Se isso for observado, não há limite para o crescimento nem para o sonho.

Eugênio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da SAPIENS SAPIENS. EUGENIO@SSDI.COM.BR
Doutrina de choque, dessa vez nos EUA

Eis uma ideia: talvez Madison, Wisconsin, afinal não seja o Cairo. Talvez seja Bagdá -- especificamente, Bagdá em 2003, quando o governo Bush colocou o Iraque sob o controle de subordinados selecionados por sua lealdade e confiabilidade política, e não pela experiência e competência.

Como muitos leitores talvez recordem, os resultados foram espetaculares -- no mau sentido. Em lugar de concentrarem suas atenções nos problemas urgentes de uma economia e sociedade dilaceradas, que não demorariam a decair a uma sangrenta guerra civil, os indicados de Bush tinham a obsessão de impor uma visão ideológica conservadora. De fato, com os saqueadores ainda no controle das ruas de Bagdá, L. Paul Bremer, o vice-rei norte-americano no Iraque, declarou em entrevista ao jornal "Washington Post" que uma de suas maiores prioridades era "corporatizar e privatizar empresas estatais" -- nas palavras de Bremer, não do repórter- e "ensinar as pessoas a deixar de lado a ideia de que o Estado sustenta tudo".

A história da Autoridade Provisória da Coalizão e sua obsessão por privatizações serviu como peça central a "The Shock Doctrine", um best seller de Naomi Klein, e a autora argumentava no livro que a situação era parte de num padrão mais amplo. Desde o Chile nos anos 70, ela sugeria, ideólogos de direita vêm explorando crises para promover uma agenda que nada tem a ver com a solução dos problemas, e tudo com a imposição de sua visão quanto a uma sociedade mais áspera, mais desigual e menos democrática.

O que nos conduz a Wisconsin em 2011, onde a doutrina do choque está sendo usada em sua plenitude.

Nas últimas semanas, o Wisconsin vem sendo cenário de grandes manifestações contra a proposta orçamentária do governador, que negaria aos funcionários públicos estaduais o direito de negociar salários e contratos de trabalho coletivamente. O governador Scott Walker alega que precisa aprovar seu projeto para poder enfrentar os problemas fiscais do Estado. Mas seu ataque aos sindicatos nada tem a ver com o orçamento. Na verdade, os sindicatos já indicaram que estão dispostos a realizar concessões financeiras substanciais -- uma oferta que o governador rejeitou.

O que está acontecendo no Wisconsin é, na verdade, uma manobra de força -- uma tentativa de explorar a crise fiscal a fim de destruir o último grande contrapeso ao poder político das grandes empresas e dos norte-americanos ricos. E essa campanha vai além da destruição dos sindicatos; a proposta tem 144 páginas de extensão, e há algumas cláusulas extraordinárias ocultas nas profundezas do texto.

Por exemplo, a proposta inclui cláusulas que permitiriam que funcionários estaduais apontados pelo governador promovessem cortes abrangentes nos serviços de saúde fornecidos a famílias de baixa renda sem que isso precisasse passar pelo processo legislativo normal.

E há também o seguinte: "Não obstante o disposto em ss. 13.48 [14] [am] e 16.705 [1], o departamento poderá vender qualquer instalação de aquecimento, refrigeração ou geração de energia controlada pelo Estado, ou fechar contrato com uma empresa privada para a operação dessa instalação, com ou sem concorrência, pelo montante que o departamento determine melhor servir ao interesse do Estado. Não obstante o disposto em ss. 196.49 e 196.80, não será necessária aprovação ou certificação pela comissão de serviço público para que uma empresa pública de infra-estrutura adquira, ou feche contrato para a operação de, instalações desse tipo, e quaisquer aquisições dessa ordem serão consideradas como de interesse público e como enquadradas aos critérios de certificação de um projeto nos termos de s. 196.49 [3] [b]".

Do que se trata? O Estado de Wisconsin controla algumas instalações que oferecem serviços de aquecimento, refrigeração e energia para organizações operadas pelo Estado (por exemplo a Universidade de Wisconsin). O texto na prática permitiria que o governo estadual privatizasse qualquer uma ou todas essas instalações sem consultar pessoa alguma. Não só isso como o governador poderia vendê-las sem promover concorrência, a quem quer que escolha. E perceba que qualquer venda como essa seria considerada, por definição como "de interesse público".

Se isso lhe parece um esquema perfeito para o compadrio e a realização de lucros indevidos -- lembra dos bilhões desaparecidos no Iraque? --, bem, você não está sozinho. De fato, muita gente em Wisconsin tem fortes suspeitas, o que levou a Koch Industries, controlada pelos irmãos bilionários que desempenham papel central nos esforços de Walker para destruir os sindicatos, a negar publicamente qualquer interesse pela compra desse tipo de autarquia. Você acredita?

A boa notícia vinda de Wisconsin é que a indignação pública cada vez mais intensa -- ajudada pelas manobras dos democratas no Senado estadual, que se ausentaram das deliberações para negar quorum aos republicanos -- está pelo menos atrasando a trapaça. Se a ideia de Walker era pressionar e aprovar a proposta antes que alguém percebesse seus verdadeiros objetivos, o plano fracassou. E os acontecimentos em Wisconsin podem fazer com que outros governadores republicanos hesitem; de fato, alguns deles parecem estar recuando de posturas semelhantes.

Mas não espere que Walker ou o restante de seu partido mude de objetivo. Destruir sindicatos e promover privatização continuam a ser prioridades republicanas, e o partido manterá seus esforços para contrabandear essas prioridades, camufladas como medidas de equilíbrio orçamentário.


Paul Krugman, 57 anos, é prêmio Nobel de Economia (2008), colunista do "The New York Times" e professor na Universidade Princeton (EUA). Um dos mais renomados economistas da atualidade, é autor ou editor de 20 livros e tem mais de 200 artigos publicados em jornais especializados.
População do Japão tem menor crescimento desde 1920

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A população do Japão aumentou apenas 0,2% nos últimos cinco anos, o índice mais baixo de crescimento desde 1920, quando o levantamento começou a ser feito, indica o último censo realizado no país e divulgado nesta sexta-feira.
Em 1º de outubro de 2010, o Japão tinha 128,06 milhões de habitantes, mostra o levantamento do governo, que espera que a população, em constante diminuição desde 2007, esteja reduzida pela metade em 2100.
Os últimos dados do censo refletem "uma mudança drástica na estrutura social de nossa nação, uma baixa da natalidade e um aumento do índice de mortalidade", afirmou um funcionário do Ministério de Assuntos Internos e de Comunicação.
Muitos jovens têm dúvidas sobre formar uma família, já que a consideram como um peso para sua carreira e seu estilo de vida pessoal.
Um estudo realizado em 2009 mostra que 40% dos japoneses não pensam em ter filhos depois de se casar.
A débil taxa de fecundidade japonesa permaneceu muito baixa em 2009, sem mudar seu nível em relação ao ano anterior --estabilizando-se em 1,37 crianças por mulher, o que interrompe uma ligeira recuperação iniciada desde seu mais baixo nível alcançado em 2005 (1,26 crianças por mulher).
O governo de centro-esquerda japonês, que chegou ao poder em setembro de 2009, fez da luta contra o envelhecimento da população um de seus objetivos centrais.
Entre as medidas-chave figuram o aumento do número de creches e uma ajuda familiar de 13 mil ienes mensais por criança até que terminem a escola.
Sarkozy visita Turquia em meio a polêmica sobre entrada na UE

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse que vai confrontar o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em visita ao país, sobre sua oposição à entrada do país na União Europeia.
"Nós alertamos Sarkozy sobre este assunto. Nós dissemos que a forma que vocês lidam com a Turquia está muito errada", disse Erdogan, em entrevista exibida na noite de quinta-feira. "E eu vou perguntar a ele amanhã. Eu vou dizer, "olha, você fez tal e tal declaração, mas você diz coisas diferentes para mim".
Os planos da Turquia de adesão à UE estão cada vez mais fracos. Dos 35 capítulos da Turquia --temas a serem negociados-- apenas um foi concluído, 12 estão em discussão, e 18 foram congelados por causa da oposição da França, Chipre e outros membros.
Sarkozy não visitou a Turquia desde que chegou ao cargo em 2007. Nesta sexta-feira, ele chega ao país não apenas como líder francês, mas como presidente do Grupo dos 20.
Paris procurou minimizar a tensão e disse que os encontros com o presidente Abdullah Gul e Erdogan devem focar essencialmente sobre as questões do G20 e do Oriente Médio.
Erdogan disse ainda que as relações turco-francesas exigem uma visita mais longa que as poucas horas que Sarkozy permanecerá no país. O comércio bilateral foi de cerca de 12 bilhões de euros em 2010 e a França está entre os maiores investidores estrangeiros na Turquia.
Em uma entrevista a um jornal turco, Sarkozy reiterou a sua oposição à entrada da Turquia como membro de pleno direito da União Europeia, dizendo que prefere que ela se torne um parceiro privilegiado devido ao seu papel de ponte entre Oriente e Ocidente.
"Por esta razão, acredito que é necessário ter as relações mais próximas possíveis, sem ir para a plena adesão da União Europeia, o que não seria realmente benéfico para a Turquia ou para a União Europeia", disse ao "Posta".
Eliane Cantanhêde: Economia mundial aguarda a queda de Gaddafi


O mundo árabe nunca mais será o mesmo. A afirmação é da colunista da Folha Eliane Cantanhêde.

Segundo a jornalista, a situação na Líbia tem gerado um grande temor no ocidente. Isso porque, com a queda do ditador, ainda não se sabe quem assumirá o controle do país. Outro medo está relacionado ao petróleo --que pode ter seu preço ainda mais elevado.

Cantanhêde destaca que se a crise atingir a Arábia Saudita, será ótimo para democracia, porém, haverá um alto preço para a economia mundial --inclusive para o Brasil.
Dezenas de milhares de egípcios pedem um novo governo no Cairo

Dezenas de milhares de pessoas se concentraram nesta sexta-feira na praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir a formação de um novo governo e que o ex-ditador Hosni Mubarak, que renunciou no último dia 11 após 18 dias de intensos protestos contra seu regime, seja levado aos tribunais.
A manifestação, convocada pelos mesmos grupos que organizaram os protestos antirregime, foi realizado em meio de medidas especiais de segurança.
O acesso à praça Tahrir, que foi epicentro da recente revolta popular egípcia, estava vigiada por soldados, apoiados por tanques militares.
Também havia um cordão de civis que, igual aos soldados, exigiam documentos de identidade de quem entrava na praça.
"Não precisamos deste governo, queremos um novo que nós possamos escolher", disse um dos jovens manifestantes, Omar el Guendi.
O Egito vive um período de transição política que se abriu após a renúncia de Mubarak, mas a maioria dos ministros e o chefe do gabinete, Ahmed Shafiq, procedem do regime anterior.
A concentração coincidiu com as orações do meio-dia desta sexta-feira, a celebração religiosa semanal mais importante para o mundo muçulmano.
O sermão ficou a cargo do imã Mohammed Gibril, que dirigiu as orações de uma plataforma, ajudado por alto-falantes.
Os manifestantes levavam bandeiras e cartazes, e muitos deles com as caras pintadas com as cores da bandeira egípcia.
Em muitos cartazes se viam fotos de alguns dos 300 mortos durante os protestos políticos que acabaram com o regime de Mubarak.
Os lemas da concentração incluíam a formação de um novo governo e um julgamento contra o ex-presidente, que se retirou para a cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, na Península do Sinai, após anunciar sua renúncia.
AVANÇO DA OPOSIÇÃO

As forças opositoras ao regime de Gaddafi mantêm nesta sexta-feira o controle sobre a região leste do país --em cidades como Benghazi, Tobruk e Ajdabiya-- prometendo uma marcha para tentar tomar a capital Trípoli, bastião de resistência do regime.
A maior parte do leste da Líbia já está sob controle da oposição e aumenta a cada hora o número de diplomatas e ministros que abandonam o governo de 42 anos de Gaddafi. O ditador ainda está sob firme controle da capital, algumas cidades dos arredores, o desértico sul e partes esparsas do oeste.
Moradores em várias cidades dizem que a oposição pediu ao povo que vá às ruas protestar após as orações de sexta-feira. Alguns moradores de Trípoli disseram ter recebido mensagens de texto em seus celulares pedindo que protestem na praça Verde --local de intensos confrontos no começo da semana entre opositores e forças de segurança.
A violenta reação de Gaddafi permitiu até agora que mantivesse o controle sobre Trípoli, onde mora cerca de um terço da população de 6 milhões de líbios. Mas a oposição avança significativamente pelo leste do país, já controla importantes poços de petróleo e os rumores de uma guerra civil começam a ganhar força.
Os rebeldes tomaram controle de uma faixa de território que vai da fronteira com o Egito, passa por metade da costa de 1.600 km no Mediterrâneo ao porto de Breqa, a apenas de 710 km leste de Trípoli.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Líbia autoriza retirada por avião de funcionários da Odebrecht

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
DE SÃO PAULO


O governo da Líbia concedeu autorização para pouso e decolagem no aeroporto de Trípoli de cinco aviões fretados pela construtora brasileira Odebrecht para retirar seus funcionários na cidade.
Dos cerca de 600 cidadãos brasileiros residentes no país, estima-se que 400 estejam na capital. Também já foi enviado um navio de bandeira grega com chegada prevista para esta manhã para resgate de brasileiros em Benghazi, na costa leste, epicentro da revolta. A embarcação deverá levar a Atenas os funcionários de outra empreiteira brasileira, a Queiroz Galvão.
Ha também contatos com outros governos para operações conjuntas de retiradas de estrangeiros. O governo francês já se dispôs a ajudar.
No início da manhã desta quinta-feira, o primeiro grupo de brasileiros que foram retirados da Líbia chegou ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, relatando que não tiveram problemas no retorno ao país.
Os brasileiros --quatro no total-- chegaram em dois voos da companhia aérea TAP, segundo a emissora de rádio CBN, que fizeram escala em Lisboa. Os governos brasileiro e português fizeram um acordo para retirar funcionários da empresa Andrade Gutierrez que trabalhavam em território líbio.
Apenas um dos quatro brasileiros conversou com a imprensa na chegada a São Paulo. O engenheiro que se identificou como José Geraldo disse que o grupo não teve problemas no retorno, mesmo o aeroporto líbio estando lotado.
Ele afirmou ainda à CBN não ter visto os conflitos entre forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, e manifestantes que pedem a queda de seu regime.
"Não é onde a gente estava, por isso eu não posso falar nada", afirmou, antes de seguir para Belo Horizonte, de onde é natural. José Geraldo estava havia três anos na Líbia e, apesar de dizer que é sempre bom voltar ao Brasil, não quis descartar a possibilidade de um dia, retornar à Líbia para trabalhar.
Juiz britânico ordena extradição de criador do WikiLeaks à Suécia


O juiz britânico Howard Riddle decidiu nesta quinta-feira que o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pode ser extraditado para a Suécia para responder a acusações de ter cometido crimes sexuais.
"Devo ordenar que o senhor Assange seja extraditado à Suécia", afirmou o juiz em sua decisão.
Segundo Riddle, as alegações de estupro e molestação sexual feitas por duas mulheres são ofensas passíveis de extradição e que o mandato sueco contra Assange foi emitido corretamente.
Os advogados do australiano já afirmaram que irão apelas da decisão, para o que terão uma semana para apelar da decisão desta quarta-feira. O próprio Riddle já havia admitido que, independente de qual fosse sua decisão, um recurso à ela seria "inevitável".
Assange, um especialista em computação de 39 anos, foi acusado de agressão sexual por duas mulheres suecas com as quais manteve relações sexuais durante uma estadia em Estocolmo no mês de agosto do ano passado. As duas mulheres o acusam, entre outras coisas, de havê-las forçado a manter relações sexuais sem preservativo --o que é considerado crime na Suécia.
Ele afirma que as relações foram consensuais e acusa a Suécia de manter interesses políticos no processo, querendo desmerecer o trabalho do WikiLeaks. Ele está atualmente em liberdade assistida, após pagar fiança. Desde então, vive na mansão de um amigo em Ellingham Hall, 200 km ao leste de Londres.
A defesa de Assange alegou que ele não teria um julgamento justo na Suécia, pois casos de estupro geralmente são julgados em sessões fechadas. Eles argumentaram ainda que existe um risco de que, se ele for extraditado à Suécia, os EUA peçam sua extradição e o enviem à Guantánamo, a prisão americana para suspeitos de terrorismo, localizada em Cuba.
Os EUA investigam se o site de Assange pode ser considerado responsável pelo vazamento de informação secreta, incluindo milhares de telegramas diplomáticos do Departamento de Estado americano divulgados recentemente.
A acusação diz que não há provas de que ele corra risco de ser extraditado aos EUA e que ele deve ir à Suécia para não conseguir fugir dos interrogatórios. Os advogados que representam a Suécia argumentam que autoridades fizeram repetidas tentativas de ouvir Assange quando ele estava na Escandinávia, mas sem sucesso.
Alguns apoiadores do WikiLeaks e de Assange se reuniram na porta do tribunal horas antes do início da audiência, mostrando cartazes e cantando "Libertem Julian Assange e Bradley Manning", o jovem soldado americano suspeito de passar os documentos para o fundador do site.
Comitês populares já controlam regiões na Líbia

DA EFE

O regime de Gaddafi fica cada vez mais sem estruturas para governar e perde o controle de novas regiões no país.

O ex-ministro da Justiça, Mustafa Abdel Jalil, que renunciou ao cargo, afirmou nesta quarta-feira (23) que a região oriental do país "foi totalmente libertada do controle" de Gaddafi, enquanto oficiais do Exército de Al Jabal al Akhdar, no nordeste, anunciaram que se uniram à revolução.

Segundo uma rede de televisão do Catar, na região nordeste do país comitês populares já tomaram algumas cidades e controlam inclusive, algumas rádios, gerando mensagens para incentivar os jovens a lutar contra o regime do ditador.
Líbia depositou bilhões em bancos dos EUA, revela WikiLeaks

DA REUTERS, EM LONDRES

O misterioso fundo soberano do governo líbio tem US$ 32 bilhões depositados em vários bancos dos Estados Unidos, distribuídos em contas com até US$ 500 milhões, além de investimentos em Londres, segundo comunicações diplomáticas americanas divulgadas pelo WikiLeaks.
O documento reflete um encontro realizado em janeiro entre o chefe da Autoridade Líbia de Investimentos (ALI) e o embaixador dos EUA em Trípoli.
A divulgação ocorre num momento em que os governos dos EUA e da Europa cogitam congelar bens do governo líbio, por causa da repressão a manifestantes contrários ao líder líbio, Muammar Gaddafi.
A ALI controla os fundos soberanos em que são depositados os dividendos petrolíferos da Líbia. Estima-se que administre cerca de US$ 70 bilhões, e que isso inclua ações europeias valorizadas, como do banco italiano UniCredit e do grupo editorial britânico Pearson.
Na reunião de 20 de janeiro, Mohamed Layas, diretor da ALI, disse ao embaixador dos EUA que o fundo operava com alta liquidez e não estava preocupado com a volatilidade do mercado petrolífero.
"Temos US$ 32 bilhões em liquidez, a maioria em depósitos bancários que nos dão bons dividendos em longo prazo", disse Layas na reunião em seu gabinete, com vista para o mar Mediterrâneo, segundo o documento veiculado pelo site WikiLeaks.
"Ele explicou que vários bancos americanos estão gerenciando, cada um, entre US$ 300 milhões a US$ 500 milhões de dólares em fundos da ALI [...]. Ele afirmou que os investimentos primários são em Londres, em bancos e em imóveis residenciais e comerciais", diz o despacho diplomático.
A ALI é um dos fundos soberanos menos transparentes do mundo, fortemente ligado ao governo. Num raro relatório anual em 2009, informou possuir mais de 78 por cento do seu patrimônio em "instrumentos financeiros de curto prazo no exterior".
Layas disse que a ALI prefere atuar em Londres, em vez dos EUA, por causa da facilidade para fazer negócios e do sistema tributário relativamente simples, segundo os documentos.
Obama e Calderón marcam encontro para discutir segurança

DA ANSA, NA CIDADE DO MÉXICO

Os presidentes do México, Felipe Calderón, e dos Estados Unidos, Barack Obama, vão se reunir no próximo dia 3 de março, em Washington, para discutir temas da agenda bilateral.
De acordo com uma nota emitida pela Casa Branca, os mandatários devem se concentrar nas questões de segurança e combate ao crime organizado.
O anúncio do encontro entre Obama e Calderón ocorre após o ataque contra agentes da Divisão de Investigações da Alfândega e Imigração dos EUA (ICE), no estado mexicano de San Luis Potosí.
O incidente causou a morte do agente Jaime Zapata, elevando para dois o número de policiais federais norte-americanos assassinado no México desde 1985, quando Enrique Camarena, da Agência Antidrogas (DEA), foi sequestrado e morto.
Além de seu reunir com Obama, Calderón vai se encontrar com o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner. Também estão previstos diálogos com empresários, a fim de impulsionar acordos comerciais.
Este será o quinto encontro bilateral entre Calderón e Obama desde janeiro de 2009. Na segunda quinzena de março, o líder norte-americano fará um giro pela América Latina, com paradas no Chile, El Salvador e Brasil.
Google vai priorizar contratações e aquisições no Brasil


CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Contratações e aquisições de empresas no Brasil são as palavras de ordem que devem conduzir a estratégia do Google neste ano.
Em encontro com a imprensa ontem, o vice-presidente do buscador para as Américas, Denis Woodside, afirmou que o Google quer aproveitar a boa fase de adoção tecnológica pela qual passa o Brasil atualmente para expandir os negócios.
"As estatísticas mostram que apenas 15% dos usuários de internet no Brasil têm banda larga, o que indica uma oportunidade. Precisamos estar preparados quando a demanda vier", disse.
A ponta mais expressiva do momento de expansão do Google no país está nas contratações, encabeçadas pela indicação de Fábio Coelho, ex-iG, para a presidên- cia do buscador no país.
Com 250 funcionários, a empresa espera chegar rapidamente próximo dos 400, entre engenheiros, executivos de negócios, vendas e especialistas em tecnologia.
Investir em empresas locais é outro assunto que interessa ao buscador.
Quase seis anos depois de adquirir a Akwan Technologies, empresa brasileira de inteligência para busca na internet, o Google voltou a colocar no radar companhias nacionais de tecnologia.
Segundo o executivo, o Google está sempre olhando para tecnologias interessantes e para a contratação de engenheiros.
Desemprego registra menor taxa para janeiro, aponta IBGE

CIRILO JUNIOR
DO RIO

A taxa de desemprego média no Brasil em janeiro foi de 6,1%, acelerando frente aos 5,3% registrados em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice é o menor para o mês desde o início da série histórica, em março de 2002.
Na comparação com janeiro de 2010, houve um decréscimo de 1,1 ponto percentual -- havia ficado em 7,2%.
A renda média do trabalhador cresceu 0,5% em janeiro ante dezembro, ficando em R$ 1.538,30.
O instituto identificou 1,4 milhão de pessoas procurando emprego, 13,7% a mais do que o observado em dezembro. Já no confronto com janeiro de 2010, houve redução de 15,6%.
Em janeiro, o IBGE registrou uma média mensal de 22 milhões de pessoas ocupadas. Em relação a dezembro, houve queda de 1,6% nesse contingente. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, alta de 2,2%.
O IBGE mede a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Porto Alegre (RS).
Ministro francês adverte contra bolha especulativa do petróleo

DA FRANCE PRESSE, EM PARIS
DE SÃO PAULO

O ministro francês da Indústria, Eric Besson, alertou nesta quinta-feira contra a formação de uma bolha especulativa provocada pelo petróleo, estimando que "a antecipação para a alta dos mercados não é razoável" à luz da situação real no setor petroleiro.

"A capacidade excedente de produção [de petróleo] é elevada e os países industrializados contam com bons estoques", destacou o ministro.

Besson lembrou a promessa feita pela Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, de alimentar o mercado caso a situação se complique ainda mais na região, principalmente na Líbia.

Horas antes, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril chegou perto dos US$ 120, empurrado pela onda de protestos que agita o mundo árabe, e na última semana chegou com força total à Líbia, um dos quatro maiores produtores de petróleo da África.

Com esta alta, o Brent alcançou seu nível mais alto em 30 meses.

CONFLITO

Os oito dias de protestos na Líbia pela renúncia do ditador Muammar Gaddafi, que há 42 anos comanda a nação que abriga diversas empresas do setor, mantêm o preço do barril de petróleo em alta em diferentes mercados, além de afetar a produção. A alemã Wintershall, filial da Basf para o setor, já anunciou que interrompeu suas atividades no país e a austríaca OMV não descarta fazer o mesmo.

Antes de explodir a crise no Egito e na Tunísia, o Brent era cotado em Londres abaixo de US$ 97.

Já os contratos do Petróleo Intermediário do Texas (WTI), mais negociados na Bolsa Mercantil de Nova York, superaram nesta quarta-feira os US$ 100 por barril e alcançaram níveis de setembro de 2008, depois de ter encarecido 4,79% na sessão.

Uma hora e meia antes do fechamento do mercado, os contratos de petróleo com vencimento em abril, que começaram a ser tomados hoje como referência, chegaram a ser negociados momentaneamente a US$ 100 pressionados pela crise líbia, o que significa US$ 4,58 a mais que os US$ 95,42 do fechamento de terça-feira.

Este avanço ocorreu depois que o cru também subiu com força na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) na terça-feira, quando os contratos mais negociados se encareceram em apenas um dia 8,54%, já que subiram US$ 7,37.

Essa foi a maior alta em um só dia nos dois últimos anos --desde 12 de março de 2009--, e fez com que esta matéria-prima terminasse na terça-feira em US$ 93,57 por barril (159 litros), seu preço de fechamento mais alto desde 5 de outubro de 2008.

A Líbia é o 9º maior produtor dos 12 membros da Opep, com volume de bombeamento de 1,57 milhão de barris diários, e exporta 79% de sua produção aos mercados europeus, conforme dados do setor.
Papa e presidente libanês pedem fim de conflitos no mundo árabe

DA ANSA, EM ROMA
O papa Bento 16 e o presidente do Líbano, Michel Suleiman, reiteraram nesta quinta-feira a "urgente" necessidade de resolver os conflitos nos países árabes, durante um encontro que mantiveram no Vaticano.
Segundo uma nota divulgada pela Santa Sé, os dois abordaram a "situação no Oriente Médio, com particular referência aos recentes acontecimentos em alguns países árabes" e expressaram "a comum convicção de que é urgente resolver os conflitos na região".
O pontífice recebeu Suleiman por cerca de 30 minutos, durante os quais também demonstrou acreditar que "a formação do novo governo libanês favoreça a desejada estabilidade da nação".
De acordo com Bento 16, o Líbano "representa uma mensagem de liberdade e de respeitosa convivência não só para a região, mas para o mundo inteiro".
"Por isso, é cada vez mais necessária a promoção da colaboração e do diálogo entre as religiões", disse o papa.
EUA SOBEM O TOM

Nesta quarta-feira, em um breve discurso em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a condenar os atos "ultrajantes" de violência do regime do ditador Muammar Gaddafi contra os civis e disse que seu país estuda várias medidas contra a Líbia --desde sanções unilaterais até ações conjuntas com outras nações.
O presidente americano condenou fortemente o "banho de sangue inaceitável" que ocorre no país após os repetidos ataques militares contra a própria população e disse que o mundo precisa "falar com uma só voz".
Obama destacou ainda que os protestos na Líbia e na região são gerados pelo próprio povo e que não têm influência alguma de Washington ou de qualquer outro país e destacou uma frase de um líbio como emblemática para caracterizar os motivos das revoltas: "só queremos viver como seres humanos".
Entre as medidas concretas que o governo americano já tomou em reação à crise estão o alerta às suas embaixadas e consulados para dar total assistência aos americanos que tentam deixar a Líbia; o envio do sub-secretário do Departamento de Estado, Bill Burns, a diversos países da região e da Europa para debater as revoltas; e a presença de Hillary Clinton em Genebra na segunda-feira (28) para debater uma "ação multilateral" junto a outros países que integram o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Tarso vai propor mínimo de R$ 610 para RS

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), anunciou nesta quarta-feira
(23) que encaminhará à Assembleia Legislativa um projeto de lei para fixar em R$ 610 o salário mínimo regional no Estado. O reajuste é de 11,6%.
No mesmo dia, o Senado vota o piso salarial proposto pelo governo: R$ 545.
Alckmin anuncia mínimo de R$ 600 para São Paulo
Itamar discute com Sarney e ironiza mínimo de R$ 545
O mínimo regional, que abrange 1,13 milhão de trabalhadores gaúchos, tem quatro faixas: R$ 610, R$ 624,05, R$ 638,20 e R$ 663,40.
Antes do anúncio, Tarso manteve reuniões com representantes de entidades empresariais e de centrais sindicais.
O presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do RS), Paulo Tigre, afirmou que a manutenção do mínimo estadual estimula o emprego informal e tira competitividade das empresas gaúchas em relação aos outros Estados.
O presidente da seção gaúcha da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Celso Woyciechowski disse que o reajuste proposto aponta para a "retomada de crescimento e valorização do piso regional".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Manifestantes convocam novos protestos antigoverno na China

DA FRANCE PRESSE, EM PEQUIM
DE SÃO PAULO

Uma nova convocação pela internet, inspirada nos movimentos de contestação no mundo árabe, convida os chineses a protestar todos os domingos em 13 cidades para pedir mais transparência governamental e liberdade de expressão.
O convite publicado no site Boxun.com --que tem servidor no exterior-- parece ter sido feito pelo mesmo grupo que fez a convocação dos protestos registrados no domingo passado na China, inspiradas pelas manifestações na Tunísia, Bahrein, Egito e Líbia.
As autoridades chinesas mobilizaram um forte esquema de segurança em Pequim e outras 12 cidades para impedir os protestos.
As manifestações não reuniram muitas pessoas, mas mesmo assim a polícia efetuou várias detenções.
"Devemos pressionar o partido [comunista] que governa a China. Se o partido não combate a corrupção, nem aceita a supervisão do povo, segue para sua perda", afirma a convocação.
Na segunda-feira, a imprensa oficial chinesa afirmou que "exaltados" haviam tentado, no dia anterior, "imitar a Revolução do Jasmim" da Tunísia e insistiu que uma revolução na China é "impossível".
"Não há vontade coletiva a favor de uma revolução na China", afirmou o jornal "Global Times", conhecido por seu nacionalismo. "Algumas pessoas em Pequim, Xangai e várias outras cidades da China tentaram ontem imitar a Revolução do Jasmim", destacou o jornal em um editorial.
"Estas pessoas são como os mendigos nas ruas, não desaparecem nunca, enquanto o restante do país avança", completou o jornal, antes de ressaltar que os manifestantes se limitavam a 'alguns exaltados'.
O "Diário do Povo", publicação oficial do Partido Comunista chinês, pediu "maturidade" aos cidadãos, além de "coesão social".
Como o protesto de domingo havia sido convocado pela internet, o governo chinês censurou a palavra "jasmim" na rede.
Desde o início dos protestos na Tunísia --chamados de Revolução do Jasmim e que terminou com a saída do país do ditador Zine el Abidine Ben Ali--, Pequim tenta restringir a cobertura da imprensa sobre as manifestações populares, estimuladas pelo desemprego, a alta dos preços e um governo não democrático.
Brasil e Argentina promoverão agenda comum em termos de defesa

DA FRANCE PRESSE, EM BUENOS AIRES

Os ministros da Defesa do Brasil e da Argentina se reunirão nesta segunda-feira na capital argentina para dar impulso a uma agenda comum conforme os acordos assinados pelas presidentes dos dois países em 31 de janeiro passado, informou neste domingo a pasta da Defesa.
O ministro argentino, Arturo Puricelli, receberá seu colega brasileiro, Nélson Jobim, para rubricar uma declaração conjunta onde se reafirma "a relação estratégica entre ambos países", informa o comunicado.
O encontro foi acertado por ocasião da visita oficial à Argentina da presidente brasileira Dilma Rousseff.
Puricelli e Jobim manterão uma reunião privada na sede do ministério e depois percorrerão juntos as instalações do Complexo Industrial Naval Argentino e do estaleiro estatal Tandanor, um dos maiores da América do Sul.
No último encontro entre ambos funcionários, acertou-se aprofundar a cooperação conjunta no programa anual de intercâmbios, cursos, estadas e visitas entre militares dos dois países, assim como manter a cooperação industrial na área aeronáutica.
Ambos países reafirmaram igualmente seu "firme compromisso com o Haiti através de sua contínua participação na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah)", acrescenta a nota.