segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cinzas voltam e Bariloche cancela aulas

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES
As decolagens e partidas nos dois aeroportos de Buenos Aires estão canceladas pelo menos até a tarde desta segunda-feira, informaram autoridades aeroportuárias da Argentina.
A medida de segurança foi tomada ontem à noite por causa da volta das cinzas do vulcão chileno Puyehue ao céu da capital argentina.
É a terceira vez em uma semana que as cinzas vulcânicas param as operações nos aeroportos de Ezeiza (na região metropolitana de Buenos Aires) e no Aeroparque (na região central). O aeroporto de Carrasco, em Montevidéu, também está fechado desde a noite deste domingo.
Os voos internacionais com destino a Buenos Aires foram desviados para Córdoba, cidade a 700 km da capital. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU que visita hoje a Argentina, teve o voo desviado para Córdoba e viaja de carro até Buenos Aires.
A volta das cinzas causa transtornos em todo o Cone Sul. No Sul da Argentina, região mais atingida pela nuvem vulcânica, a situação ainda é caótica. Em Bariloche, as aulas foram suspensas nesta segunda-feira e a temporada de neve, que começa em julho e atrai muitos turistas, está ameaçada por causa da situação das estações de esqui, inundadas pelas cinzas.
O vulcão Puyehye, no Sul do Chile, entrou em erupção no último dia 4, a maior desde 1960. O vulcão segue ativo, e as cinzas chegaram a afetar o espaço aéreo de países como Austrália e Nova Zelândia.
Carpegiani faz o trabalho que Muricy e Ricardo Gomes não tiveram coragem e competência de realizar

Birnadas, Coluna no Lance!

De Vitor Birner

Carpa e Wellington


O sistema defensivo são-paulino melhorou porque o futebol de Wellington cresceu.

Carpegiani sempre soube que precisava de um volante forte na marcação e apanhou calado nas derrotas.

Outros treinadores chorariam seus problemas nos microfones para justificá-las.

O comandante são-paulino foi buscar a solução em casa.

Tem feito isso desde que voltou ao Morumbi.

Ricardo Gomes e Muricy não tiveram coragem e competência para tal.

Excelente!

O texto acima é um dos 3 meus publicados na edição de sábado do Lance, antes do jogo contra o Grêmio.

Não me apeguei aos resultados quando escrevi.

Carpegiani foi contratado para reformular o São Paulo.

Não bastava trocar jogadores.

Precisava expurgar os vícios do passado recente, quando um monte de veteranos levavam o dia a dia sem muita pressão no CT.

Além de mudar o ambiente, Carpegiani necessitava dar vida ao trabalho feito em Cotia.

Não havia ninguém útil na base ou os mais jovens estavam sem oportunidades?

Todas as missões precisaram sem executadas sob a pressão, que beira a maldade, do apelido de professor Pardal, e de quem comanda o clube que passou anos vencendo e não possui mais o melhor elenco do país.

De quebra surgiu o Rivaldismo, a solução que deixa de resolver os problemas na hora que entra em campo.

As tarefas estão sendo executados com primor por Carpegiani.

Atletas revelados dentro do São Paulo vêm melhorando de rendimento e passaram ter espaço no time de cima.

Após mais de meia década a equipe voltou a mostrar tabelas rápidas, toques de primeira, bola no chão, aproximação de jogadores, ousadia, futebol ofensivo ou defensivo ( de acordo com as circunstãncias)…

Lembra mais o estilo que marcou quase toda a história são-paulina até 2006.

Oscilações normais

Times em formação são cheios de altos e baixos. Atletas passando pelo mesmo processo também.

O sãopaulino não deve se iludir com a excelente campanha no brasileirão.

A equipe vai oscilar.

Todos os campeões brasileiros por pontos corridos passaram por isso.

O são-paulino capaz de entender as características dos atletas, necessidades do elenco, momento do clube e as questões táticas do futebol, apesar da insatisfação nas derrotas, vai entender o tamanho da importância do trabalho de Carpegiani.

O analista de títulos, ao contrário, esquecerá que o time quebrou o pesado tabu diante do Corinthians e ficou em primeiro lugar na fase de classificação do paulistinha.

Ele também não recordará o primeiro tempo do desfalcado São Paulo diante do Peixe (melhor time do país).

Nem das chances de gols perdidas no Morumbi frente o Avaí.

Apenas as elimininações serão lembradas por eles, mesmo diante de todas as circunstãncias descritas nesse post.

Opinião se respeita.

Inclusive as que são emitidas sem nenhum bom argumento.

Opinião

Quem acompanha meu trabalho sabe que sou cético com as coisas da sociedade.

Minha opinião sobre o futuro de Carpegiani é a mesma desde o anúncio da contratação.

Basta um tropeço, erro ou qualquer coisinha para começar fortíssima pressão para ser mandado embora.

Veja o que escrevi quando foi contratado.

http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2010/10/03/carpegiani-e-o-acerto-com-boa-chance-de-dar-errado/
Líbano forma novo governo liderado por aliados do Hizbollah

DA REUTERS, EM BEIRUTE (LÍBANO)

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, anunciou na segunda-feira a formação de um longamente adiado novo governo dominado por aliados do movimento Hizbollah, apoiado pelo Irã, e que provavelmente causará alarme entre potências ocidentais.
Mikati foi nomeado para formar um governo depois de o Hizbollah e seus aliados terem derrubado em janeiro a coalizão do ex-premiê Saad al Hariri, apoiado pelo Ocidente, em função de uma disputa envolvendo a investigação pelo tribunal apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) do assassinato do estadista Rafik al Hariri, pai de Saad.
"Comecemos a trabalhar imediatamente segundo os princípios e bases com os quais já declaramos nosso compromisso diversas vezes, ou seja, defender a soberania e independência do Líbano e libertar os territórios que permanecem sob ocupação do inimigo israelense", disse Mikati, falando no Palácio Presidencial de Baabda.
A formação do gabinete vinha sendo dificultada por divergências políticas, incluindo desacordos quanto a cargos delicados.
Mohammed Safadi, o ex-ministro da Economia, foi nomeado ministro das Finanças e vai tentar melhorar as perspectivas de crescimento do Líbano, previstas para de 2,5% este ano, tendo sido prejudicadas pelo impasse político.
Fayez Ghusn foi nomeado ministro da Defesa, e Marwan Charbel, ministro do Interior. A pasta de Telecomunicações, cercada de controvérsia em função de diferenças em torno da privatização do setor, foi entregue a Nicolas Sehnawi.
Hariri, que tem o apoio do Ocidente e da Arábia Saudita, se recusou a participar do governo de Mikati.
Presidente sul-coreano diz que corrupção no país é endêmica

DA BBC BRASIL

O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, disse nesta segunda-feira que a corrupção tornou-se algo "endêmico" no país.
"Essa prática é algo endêmico não apenas nas organizações que supervisionam as organizações financeiras, mas também em outros setores da sociedade, do Judiciário, Receita e Defesa até os serviços civis", disse Lee em seu programa bisemanal de rádio.
"Se não eliminarmos essa prática, não vamos nos tornar um país avançado e de liderança. O público vê como algo muito problemático essa corrupção entre políticos eleitos, muitos de alto escalão."
O presidente afirmou que o governo vai endurecer as leis que regulam a atuação de funcionários públicos.
De acordo com a correspondente da BBC no país, Lucy Williamson, a afirmação foi feita por causa do suposto suicídio de um ex-ministro da Agricultura que teria ocorrido depois que ele foi questionado sobre sua relação com um escândalo financeiro.
OPERAÇÕES ILEGAIS
Williamson explica que está em curso uma grande investigação sobre o escândalo do banco especializado em poupanças Busan.
As fraudes não se resumem aos funcionários do banco, mas envolvem também oficiais de alto escalão no sistema financeiro do país, incluindo alguns dos ex-assessores presidenciais.
Há acusações de que diretores do banco faziam empréstimos ilegais e usavam parte do dinheiro para subornar fiscais.
"Vamos erradicar a corrupção e as irregularidades, mesmo se isso causar dores insuportáveis. Para mim, o que está acontecendo em nossa sociedade é algo extremamente revoltante. Mas temos que enfrentar esse sofrimento em nome das futuras gerações."
Ofensiva síria cresce em meio a denúncias de crise humanitária

DA FRANCE PRESSE

O exército sírio entrou neste domingo na cidade de Jisr al Shughur (província de Idleb, noroeste) onde foram registrados violentos confrontos com grupos armados, segundo o regime, que foi acusado por Washington de provocar uma crise humanitária com sua violenta repressão.
Apesar dos protestos e sanções internacionais, o regime do presidente Bashar Al Assad, que assegura estar combatendo "grupos armados", continua disposto a acabar de forma sangrenta com a revolta iniciada há três meses.
A emissora estatal síria informou neste domingo que o exército tomou o controle total da cidade de Jisr al Shoghur, onde os militares sírios realizam operações contra o que o regime qualifica de "grupos armados" desde sexta-feira.

Segundo a mesma fonte, o exército retirou dez cadáveres de membros das forças de segurança de uma vala comum, a maioria dos quais tinha a cabeça e as extremidades decepadas.
Cidade de 50.000 habitantes, Jisr al Shughur está quase deserta há uma semana devido aos combates que ocorrem na região. O regime afirma que se trata de confrontos com "grupos criminosos", mas as testemunhas falam de um motim e de uma operação de limpeza metódica e sangrenta por parte das autoridades.
"Todo mundo foi embora, não restou nada", afirmou Abu Talal, um camponês de 45 anos que mora em uma deserta colina com sua família.
O exército entrou na cidade depois de desativar os explosivos e cargas de dinamite colocados pelos grupos armados nas pontes e ruas, segundo a TV estatal.
"Dois homens armados morreram e um grande número de pessoas foi preso", afirmou ainda a fonte.
Um militante dos direitos humanos informou, por sua vez, que a cidade é palco de intensos bombardeios. Segundo a fonte, há pelo menos 200 tanques rodando pela cidade.
Na semana passada, as autoridades afirmaram que 120 policiais foram mortos em Jisr al Shughour por "grupos armados", sendo que 82 em um ataque contra o Quartel General da Segurança.
Os opositores, testemunhas e desertores contestaram a versão oficial e afirmaram que os policiais foram mortos num motim.
VIOLÊNCIA
Nos últimos dias, a repressão tem sido particularmente violenta em Idleb, a 330 km de Damasco. A onda de violência assola a Síria três meses após o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al Assad.
Enquanto os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegam a um acordo sobre uma resolução que condene a repressão, os Estados Unidos exigiram que "cessem imediatamente a violência e brutalidade".
Na sexta-feira, numa violenta repressão em Maaret al Numan, nos arredores de Jisr al Shugur, os militares mataram cerca de dez civis ao disparar contra dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com ativistas e testemunhas.
A TV estatal acusou "grupos terroristas armados" por um ataque ao quartel das forças de segurança de Maaret Al Numan e de ter ateado fogo a plantações ao redor de Jisr al Shugur. No entanto, testemunhas garantem que foram os soldados quem incendiaram os campos de trigo da região.
Neste sábado, o exército sírio chegou à cidade de Jisr al Shugur, na província de Idleb. O regime havia anunciado na véspera uma operação militar "a pedido dos habitantes".
Em apoio a Jisr Al Shugur, dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira em todo o país, numa convocação dos militantes pró-democracia.
De acordo com ativistas dos Direitos Humanos, vinte e cinco pessoas foram mortas pelos militares que repreendiam esses movimentos.
Devido às restrições impostas pelo regime, os jornalistas não podem transitar livremente pelo país e as informações recebidas por fontes independentes nunca são confirmadas pelo governo.
Vários desertores do Exército, refugiados na fronteira turca, relataram a brutal repressão exercida por suas unidades contra os movimentos de protesto. Eles também falaram do medo de alguns soldados, ameaçados de morte caso deixem as Forças Armadas.
Desde 15 de março, a repressão já deixou na Síria mais de 1.200 mortos, 10 mil presos e a fuga de outros milhares.
REFUGIADOS
Apenas na madrugada deste domingo, cerca de 400 sírios cruzaram a fronteira turca e agora chega a 5.051 o número de refugiados provenientes da Síria e instalados em acampamentos no sul da Turquia, informou a agência de notícias Anatolia.
Centenas de sírios fugiram nos últimos dias para a Turquia.
Os atuais três acampamentos estão instalados na localidade de Yayladagi, mas a organização Crescente Vermelho já começou a montar outros dois em Altinozu e Boynuyogun, com capacidade para 4.000 e 5.000 pessoas, respectivamente.
A maioria dos sírios fugiu da cidade de Jisr al Shughur, 40 km da fronteira turca, onde as forças de segurança sírias lançaram uma grande operação.
Na véspera, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou sua "profunda tristeza e preocupação" pela situação na Síria.
"Estou muito triste e muito preocupado com o que está ocorrendo na Síria. Fiz muitas declarações e falei com o presidente (Bashar al Assad) muitas vezes, pessoalmente, para dizer a ele que deve tomar ações imediatas e decisivas e escutar seu povo e atender suas necessidades", disse Ban.
"Sinto-me muito triste pelo fato de tanta gente ter morrido", completou na coletiva de imprensa na qual estava acompanhado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Na sexta-feira, o secretário-geral da ONU condenou o uso da força militar contra os manifestantes na Síria, que qualificou de "inaceitável", segundo seu porta-voz, Martin Nesirky, em Nova York.
Ban tinha se referido particularmente a uma nova operação no povoado de Jisr al Shughur.
EUA questionam educação superior

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Na esteira da crise econômica, os EUA vivem uma mudança de paradigma no que se refere à importância conferida à educação superior. Cada vez mais gente questiona se vale a pena investir na qualificação acadêmica.
Esse questionamento se espalhou tanto que já foi criado o termo "bolha educacional" para descrever os efeitos da cultura generalizada de que todo mundo deveria ir para a faculdade.
"Essa tendência de rever a "síndrome da universidade para todos" não é nova", disse à Folha o economista Robert Lerman, que estuda educação e emprego no Instituto Urban de Washington. "Mas, com o desemprego em 9,1%, a atenção a ela aumenta."
Por um lado, o mercado não dá conta de absorver as hordas de formandos nas faculdades; por outro, a dívida adquirida para pagar universidades caríssimas já ultrapassa a de cartões de crédito para americanos --deve chegar a US$ 1 trilhão em 2011.
Em 2010, 68,1% dos que terminaram o ensino médio se matricularam em universidades no ano seguinte, segundo o Birô de Estatísticas do Trabalho. Entre 1972 e 1980, essa taxa era de 50%.
No entanto, só 56% dos que se formaram em universidades em 2010 tiveram ao menos um emprego até agora. Outros 22% estão desempregados, e 22% estão em empregos para os quais não necessitam do diploma.
"O grande problema é que não desenvolvemos alternativas de alta qualidade para quem não tem diploma superior", diz Lerman. "Isso é ruim para os estudantes e para a produtividade do país."
VALOR
A mudança de atitude já é visível nas pesquisas. Estudo do instituto Pew deste mês mostra que mais da metade (57%) dos adultos americanos acham que a educação superior não vale o que é preciso gastar para se formar.
O ceticismo se alia à explosão dos preços de cursos. Enquanto a inflação para o consumidor subiu cerca de 107% de 1986 até o fim de 2010 nos EUA, mensalidades de universidades aumentaram 467% no mesmo período.
De acordo com o Conselho de Faculdades dos EUA, para cursos de quatro anos, um diploma universitário custa em média US$ 30 mil para quem vai a instituições públicas (que não são gratuitas) e US$ 109 mil para as privadas.
Apesar do debate, os dados ainda mostram que quem tem curso superior se dá melhor no mercado americano. O desemprego para esse grupo, 4,5%, é menos da metade em relação aos que têm só ensino médio (9,7%).
Papa Bento 16 nomeia nomeia novo bispo de Hiroshima

DA ANSA, NA CIDADE DO VATICANO

O papa Bento 16 nomeou nesta segunda-feira o padre Thomas Aquino Manyo Meda ao cargo de bispo de Hiroshima. O religioso era secretário-geral da Conferência Episcopal Japonesa desde 2006.
Meda, que nasceu em 3 de março de 1949, vai substituir Dom Joseph Atsumi Misue, que renunciou por motivos de idade.
O novo bispo de Hiroshima foi nomeado sacerdote em 19 de março de 1975 e cuidou da diocese de Nagasaki. Já foi vigário paroquial, pároco e editor do Boletim Diocesano.
Nesta manhã, o pontífice também se reuniu com líderes dos dicastérios vaticanos para tratar de assuntos relacionados à coordenação da Cúria.
Geralmente duas vezes por ano Bento 16 convoca essas reuniões. O último encontro ocorreu em 12 de novembro de 2010 e teve como tema o Pontifício Conselho para Nova Evangelização, guiado por Rino Fisichella.
Grupo de hackers diz ter invadido rede do Senado dos EUA


DA REUTERS, EM WASHINGTON

Um grupo de hackers sob o nome de Lulz Security afirmou ter invadido a rede de computadores do Senado dos Estados Unidos nesta segunda-feira.
A autoridade que gerencia a segurança do Senado não fez comentários sobre o assunto.
O Lulz Security, que hackeou o site da Sony e o da rede de televisão pública americana PBS (Public Broadcasting System), divulgou na internet uma lista de arquivos que não parecem ser confidenciais. Porém, eles indicam que os hackers acessaram a rede de computadores do Senado.
"Eles certamente demonstraram ter acessado e encontrado o servidor de dados", disse Stewart Backer, ex-funcionário da unidade de Internet do Departamento de Segurança Nacional dos EUA.
"Não está claro pelo nome dos arquivos se há algo confidencial. Os hackers podem ter feito o equivalente a assaltar o Senado e se gabado por conseguirem roubar souvenires da loja de lembranças", disse Baker, hoje sócio da Steptoe and Johnson LLP.
John Bumgarner afirmou que a invasão pode causar constrangimento no Senado.
"Todas as pastas apresentadas são diretórios válidos", disse após analisar os dados publicados na Internet. "É muito constrangedor que isso tenha acontecido a um site do governo pertencente ao Senado, que foi comprometido", disse.
"Eles provavelmente também obtiveram nomes de usuários e senhas", disse.
Em derrota para Berlusconi, Itália aprova revogação de 4 leis

DA ANSA, EM ROMA

Em referendo finalizado nesta segunda-feira, os italianos decidiram pelo fim de quatro leis que previam a privatização de serviços públicos, a imunidade penal de autoridades políticas e a produção de energia nuclear.
O referendo foi iniciado ontem (12), sendo que o fechamento das urnas ocorreu apenas nesta segunda. A consulta alcançou um quorum de cerca de 57%, número que valida seus resultados. Ao todo, foram apresentadas aos cidadãos quatro questões.
Com quase todas as urnas apuradas, tanto na Itália quanto no exterior, aproximadamente 96% dos eleitores votaram pela revogação de uma lei que privatiza serviços públicos, em especial de abastecimento de água.
Também com mais de 96% dos votos, os italianos decidiram pelo fim de uma norma que garantia que empresas privadas tivessem um lucro compatível com o custo dos serviços, através do estabelecimento de taxas e tarifas.
O terceiro quesito votado tratava da produção de energia nuclear na Itália. Quase 95% dos eleitores apoiaram o fim da lei que reintroduz a possibilidade do governo de decidir, em caráter de urgência, pela instalação de usinas.
O tema foi muito debatido na Itália nos últimos meses. A gestão do primeiro-ministro Silvio Berlusconi tinha a intenção de construir quatro usinas no país, mas o projeto foi congelado após o acidente em Fukushima, no Japão.
Em 1987, devido ao desastre em Tchernobil, na Ucrânia, a Itália realizou um referendo sobre o tema, no qual a população rejeitou a produção de energia nuclear.
O último ponto abordado na consulta referia-se a uma lei que autoriza o chefe de governo, no caso atual Silvio Berlusconi, e outros políticos, como ministros, a se ausentarem de audiências judiciais em caso de compromissos institucionais. A norma é conhecida como "legítimo impedimento" e sua revogação foi aprovada por 95% dos eleitores.
A vitória do "sim" no referendo é vista pelos partidos italianos como uma nova derrota para a legenda governista, o Povo da Liberdade (PDL), que sofreu significativos golpes nas últimas eleições municipais, perdendo as prefeituras de Milão e Nápoles.
Ao comentar o quorum alcançado no referendo, Berlusconi disse que isso "demonstra uma vontade de participação dos cidadãos nas decisões do nosso governo que não pode ser ignorada".
"O governo e o Parlamento têm, agora, o dever de acolher plenamente a resposta dos quatro referendos", afirmou o premiê em uma nota divulgada à imprensa.
Ao participar de uma coletiva antes da contagem dos votos, Berlusconi também disse que a Itália, "provavelmente", deveria "dizer adeus à questão das centrais nucleares".
Grécia passa a ter a pior nota de risco do mundo

DA REUTERS, EM NOVA YORK

A Grécia se tornou o país com a pior nota de crédito do mundo nesta segunda-feira, após a S&P (Standard & Poor's) reduzir a classificação de risco do país em três níveis e considerar um "default" cada vez mais provável.
A S&P cortou o rating de longo prazo grego de "B" para "CCC", apenas quatro níveis acima de uma moratória. O rating de curto prazo foi mantido em "C" e todas as classificações foram removidas da observação.
A reestruturação da dívida da Grécia --seja por uma troca de títulos, seja pela extensão do prazo dos bônus existentes-- parece cada vez mais provável, imposta pelas autoridades europeias como uma forma de dividir o impacto da crise no país com o setor privado, avaliou a S&P em comunicado.
"Qualquer transação desse tipo seria feita em termos menos favoráveis do que em um refinanciamento da dívida, o que, por sua vez, nós vemos como um 'default' de acordo com os critérios publicados da Standard & Poor's", escreveu a agência.
No caso de reestruturação da dívida, acrescentou a agência, a nota da dívida da Grécia seria reduzida para "selective default", ou SD, ao passo que a nota dos instrumentos de dívida do país cairiam para "D".
A perspectiva para o rating de longo prazo continua negativa, sinalizando que outro rebaixamento é esperado nos próximos 12 a 18 meses.
KISSINGER, Henry. A diplomacia. 2 ed. Trad. Saul S. Gefter e Ann Mary Fighiera Perpétuo. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1999. p. 233-262.

A nova face da diplomacia Wilson e o tratado de Versalhes

1) Em 11 de novembro de 1918, o primeiro- ministro inglês David Llyod Georg anunciou, com estas palavras, que fora assinado um armistício entre a Alemanha e os aliados: “Espero podermos afirmar que com isto, nesta manhã de bons fados, todas as guerras chegaram ao fim”. Na verdade, a Europa estava a duas décadas apenas de uma guerra ainda pior.
2) Considerando que, na Primeira Guerra Mundial, nada correu como planejado, era inevitável um anseio de paz frustrante como as expectativas com que as nações se lançaram nela.
3) Os beligerantes previam uma guerra curta e haviam deixado os termos de paz a cargo de um congresso diplomático do tipo que encerrara os conflitos europeus no século anterior. Porém, nas proporções horrendas que alcançaram, as baixas puseram de lado as disputas políticas do início do conflito – a influência dos Bálcãs, a posse da Alsácia-Lorena e a corrida naval.
4) As nações da Europa vieram a atribuir seus sofrimentos à maldade inerente aos adversários e convenceram-se de que acordos não poderiam gerar paz verdadeira; era mister esmagar completamente o inimigo ou travar a guerra até a exaustão total.
5) Os termos de paz tomaram caráter niilista. O estilo aristocrático, meio conspiratório, da diplomacia do século XIX extinguiu-se na era da mobilização de massas. A banda dos aliados especializou-se em slogans morais como “a guerra para acabar com as guerras” ou “mundo seguro para a democracia” – especialmente depois que os Estados Unidos entraram na guerra.
a) O primeiro era compreensível, até mesmo promissor, para nações que lutavam entre si, em várias combinações, havia mil anos.
b) A segunda idéia – disseminar democracia – exigia o fim das instituições internas alemãs e austríacas. Ambos os slogans aliados implicavam, portanto, lutar até o fim.

6) O resultado da Primeira Guerra Mundial foi a desordem social, o conflito ideológico e outra guerra mundial.
7) Em meio aos escombros e à desilusão de três anos de morticínio, os Estados Unidos adentraram o palco internacional com uma autoconfiança, um poder e um idealismo inimagináveis para os exaustos aliados europeus.
a) A entrada nos Estados Unidos na guerra tornou a vitória total tecnicamente possível, porém em nome de objetivos de pouca relação com a ordem mundial que a Europa conhecera por três séculos e pela qual supostamente fora à guerra.
b) Os americanos desprezavam o equilíbrio de poder e consideravam imoral a Realpolitik.
c) Os fundamentos americanos para a ordem internacional eram a democracia, a segurança coletiva e a autodeterminação – nenhum dos quais havia alicerçado qualquer acordo europeu.
d) A idéia de Wilson da ordem mundial derivava da fé americana na natureza essencialmente pacífica do homem e na harmonia básica do mundo.
e) Na opinião dos EUA, não era a autodeterminação que causava as guerras, mas a inexistência dela; não era a ausência de um equilíbrio de poder que produzia instabilidade, mas a tentativa de obtê-lo.

8) Por estranho que pareça, a idéia de uma instituição dessa natureza surgiu pela primeira vez em Londres, até então baluarte da diplomacia de equilíbrio de poder. p. 238.
9) Com paternidade que tivesse, a Liga das Nações era a quintessência do conceito americano. O que Wilson idealizava era uma “associação universal das nações, para manter a segurança inviolável do caminho dos mares para uso comum e livre de todas as nações do mundo, e para impedir qualquer guerra que comece de maneira contrária a dispositivos de tratados ou sem aviso, e total submissão das causas à opinião do mundo – uma garantia virtual da integridade territorial e da independência política. P. 239
a) diplomacia aberta;
b) liberdade dos mares;
c) o desarmamento geral;
d) a remoção de barreiras comerciais;
e) o acerto imparcial de reivindicações coloniais;
f) restauração da Bélgica;
g) a evacuação do território russo;
h) Liga das Nações.

10) O mundo que Wilson propunha teria base no princípio e não no poder; na lei, não no interesse; do vencedor e do vencido; em outras palavras, uma inversão total da experiência histórica e dos métodos das grandes potências. P. 241.
11) Wilson identificou com precisão alguns dos principais desafios do século XX – em especial, como colocar o poder a serviço da paz. Mas suas soluções muitas vezes aumentavam os problemas que via. Ele atribuía a competição entre os estados à ausência de autodeterminação e a motivos econômicos. No entanto, a história enumera muitas causas mais freqüentes da competição, dentre elas o engradecimento nacional e a exaltação do governante ou do grupo governante. Desdenhoso de tais impulsos, Wilson achava que a difusão da democracia os controlaria, e a autodeterminação os privaria de seus pontos focais. P. 242
12) No que dizia respeito à França, agora em posição verdadeiramente trágica. Durante dois séculos ela lutara pela supremacia na Europa, porém, diante das conseqüências da guerra, não se achava nem capaz de proteger suas próprias fronteiras contra um inimigo derrotado. Os franceses sentiam que conter a Alemanha estava além da capacidade de sua sociedade destroçada. A guerra exaurira a França, e a paz continha premonições de mais catástrofes. A França, que lutara por sua existência, lutava agora por sua identidade. Não ousava ficar sozinha; e seu aliado mais poderoso propunha uma paz sobre princípios que transformavam a segurança num processo judicial.
a) Fraqueza diante da Alemanha.
b) Em 1880, os franceses eram 15,7% da população da Europa. Em 1900, esse número caíra para 9,7%. Em 1920, a França tinha 41 milhões de habitantes e a Alemanha de 65 milhões de habitantes, fazendo com que o estadista francês, Briand, respondesse às críticas quanto a sua política conciliatória em relação à Alemanha com o argumento de que aquela era a política externa da taxa de natalidade da França.
c) O declínio econômico relativo da França era ainda mais dramático. Em 1850, a França fora a maior nação industrial do continente. Em 1880, a produção alemã de aço, carvão e ferro superava a da França. Em 1913, a França produzia 41 milhões de toneladas de carvão, comparadas com 279 milhões de toneladas da Alemanha; no final da década de 1930, a disparidade se ampliaria para 47 milhões de toneladas produzidas pela França contra um total alemão de 351 milhões de toneladas.

13) A força residual do inimigo derrotado foi a diferença fundamental entre as ordens internacionais pós-Viena e pós-Versalhes, e a razão para esse estado de coisas era a desunião dos vencedores após Versalhes. No período pós-Versalhes, os vencedores não permaneceram aliados, os EUA e a Rússia retiraram-se completamente, e a Inglaterra mostrava-se assaz ambivalente com respeito à França.
14) Só no período pós-Versalhes, a França chegou à dura conclusão de que sua derrota pela Alemanha em 1871 não fora uma aberração. A única maneira como a França poderia manter sozinha o equilíbrio com a Alemanha seria dividir a Alemanha nos estados que a compunham, talvez restabelecer a Confederação Germânica do século XIX. Na realidade, a França o quis, ao estimular o separatismo na Renânia e ao ocupar as minas de carvão do Sarre. Dois obstáculos impediam a divisão da Alemanha:
a) Um deles era que Bismarck se dedicara a uma construção sólida.
b) Os aliados da França, em especial os EUA, não teriam tolerado uma violação tão crassa do principio de autodeterminação.

15) Wilson foi a estrela da Conferência de Paz, que se realizou em Paris, entre janeiro e junho de 1919. p. 245-246
16) Wilson estava tão enlevado com a Liga de Nações que ocasionalmente formulava teorias favoráveis às expectativas francesas. Várias vezes Wilson descreveu a Liga como um tribunal internacional para adjudicar disputas, alterar fronteiras e instilar nas RI uma elasticidade muito necessária. P. 250-251-252.
17) Quanto a Alemanha, o tratado foi punitivo nas seções territoriais, econômicas e militares.
a) A Alemanha teve que abrir mão de 13% do seu território de antes da guerra.
b) A Alta Silésia, tão importante economicamente, foi entregue a uma Polônia recém-criada, que recebeu também uma saída para o mar Báltico e a área ao redor de Posen, criando-se o “Corredor Polonês” que separou a Prússia Oriental do restante da Alemanha.
c) O minúsculo território de Eupen-et-Malmédy foi dado à Bélgica.
d) Alsácia e Lorena devolvida à França.
e) A Alemanha perdeu suas colônias.
f) As restrições militares do tratado reduziram o exército alemão a 100 mil voluntários e sua marinha a seis cruzadores e alguns navios menores.
g) A Alemanha foi proibida de usar armanas ofensivas como submarinos, aviões, tanques ou artilharia pesada, e seu estado-maior foi dissolvido.
h) Para supervisionar o desarmamento alemão, foi criada uma comissão de controle militar dos aliados, com uma autoridade, ao que se viu, extremamente vaga e ineficaz.
i) Os aliados começaram a perceber que uma Alemanha economicamente prostrada poderia produzir uma crise econômica mundial que afetaria a eles mesmos.
j) Pagamento de pensões às vítimas da guerra e alguma compensação para as famílias.
k) Pagamento imediato de 5 bilhões de dólares em dinheiro ou em produto.

18) O Tratado de Versalhes não preencheu nenhum destes requisitos. Seus termos eram por demais onerosos para a conciliação, mas não severos o suficiente para a subjugação permanente. Na verdade, não era fácil promover o equilíbrio entre satisfazer e subjugar a Alemanha.
19) A França tinha três escolhas estratégicas: tentar formar uma coalizão antigermânica; tentar dividir a Alemanha; ou tentar conciliar-se com a Alemanha. P. 259.
20) Os autores do acordo de Versalhes chegaram precisamente ao oposto de sua meta. Haviam tentado enfraquecer a Alemanha fisicamente, mas fortaleceram-na geopoliticamente. Numa perspectiva de longo prazo, a Alemanha ficou em posição muito melhor para dominar a Europa, depois de Versalhes, do que estivera antes da guerra. Assim que se livrasse das algemas do desarmamento, o que era inevitável no tempo, a Alemanha fatalmente emergiria mais forte que nunca. Harold Nicolson resumiu a questão: “Viemos a Paris certos de que a nova ordem estava prestes a chegar; deixamos a cidade convencida de que a nova ordem apenas estragara a antiga”.
SARAIVA, José Flávio Sombra (org). História das Relações Internacionais Contemporâneas: da sociedade internacional do século XIX à era da Globalização. São Paulo: Saraiva, 2008.

Capítulo 5: A agonia européia e a gestação da nova ordem internacional (1939-1947)

Os últimos suspiros da agonia européia: abre-se um vazio (1940-1941) (p. 177- 179)

1) A derrota francesa expressou a ruptura de uma velha ordem internacional do século XIX. A balança de poder que havia conformado a sociedade internacional européia, com valores e regras de condutas comuns, havia erodido de vez. A Alemanha era o pivô da crise que se estendia na balança de poder na Europa desde a Grande Guerra.

2) Não havia contudo, nada para substituir a ordem decadente. Alemanha, Itália e Japão.

3) Os norte americanos, impressionados com a rapidez da derrota francesa, tomaram consciência do vazio criado nas relações internacionais. Para eles, o lado europeu cedia a Hitler e o asiático parecia ameaçado pelo expansionismo japonês no Pacífico. A opinião pública começou a se mobilizar: o jornalista White criou um comitê destinado a ajudar os aliados.

4) Na América Latina, os movimentos da diplomacia foram difusos. A Argentina, mergulhada em movimentos políticos desestabilizadores, optou pela neutralidade nos assuntos europeus.

5) No MÉXICO mantinha posição de eqüidistância.

6) No Brasil, as correntes de opinião se dividiam acerca da guerra européia. Esperariam os movimentos norte americanos e os objetivos estratégicos do projeto de desenvolvimento nacional empunhado pelas elites dirigentes.

7) Os primeiros passos das independências afro-asiáticas, com suas múltiplas feições e casualidades, foram dados no contexto da Segunda Guerra Mundial.

8) Na União Soviética, a rapidez do armistício francês levou Stalin a reforçar os espaços de influência soviética no leste europeu. Na perspectiva dos acordos assinados entre Moscou e Berlim e aproveitando-se da incapacidade das duas velhas potências liberais, Stalin ensaiou a modificação do mapa político europeu. Agiu sobre os Estados bálticos, para garantir a ocupação, e comandou uma série de anexações na Romênia e na Bessarábia (transformada em Moldávia).

9) Para agravar ainda mais a agonia européia, Mussolini também iniciou sua guerra paralela, com os próprios meios e objetivos. Disputando espaços coloniais no Mediterrâneo, a mobilização italiana foi dirigida para a Grécia e para o norte da África.


A mundialização da guerra e a emergência dos flancos (1941-1945) (p. 179)

10) O ano de 1941 deve ser visto como um momento crucial de inflexão das relações internacionais contemporâneas. O vazio de poder mundial começa a ser preenchido.

11) Vários acontecimentos alimentaram o turning point de 1941. A guerra mundializou-se com o ataque alemão contra a URSS, em junho, e o japonês contra bases norte-americanas, em dezembro. A França invadida e a Grã Bretanha falida evidenciaram a decadência das antigas potências. As novas correlações de forças ampliaram o teatro dos conflitos. As guerras paralelas se uniram na maior conflagração da história da humanidade. Ao final de 1945, o mundo já se modificava plenamente. Em 1947, a balança de poder internacional era outra.

O fim do poder britânico e a emergência norte americana: o novo conceito de superpotência (p. 179- 182)

12) O declínio naval britânico e a crise do mercado financeiro comandado pela City Londrina foram os elementos episódicos da perda gradativa e profunda do poderio da velha potência liberal. Criadora da ordem internacional liberal do século XIX, a Grã-Bretanha iria ceder o espaço do poder mundial à sua ex-colônia: os Estados Unidos.

13) Os Estados Unidos observaram a crise britânica de maneira apreensiva. O endividamento da ilha demonstrara que ela não teria condições de continuar as compras dos produtos industrias norte americanos. A Grã Bretanha era a última resistência democrática européia às ambições hegemônicas de Hitler.

14) Preservar um conjunto de valores e regras que haviam alimentado a vida internacional do mundo liberal e democrático. A superação do ciúme anglofóbico dos norte americanos é, nesse sentido, peça-chave na ruptura do isolacionismo dos Estados Unidos.

15) Desde a sua reeleição, em novembro de 1940, o presidente Roosevelt preparava a opinião pública para o engajamento dos Estados no conflito europeu. A preparação ideológica da opinião pública, por sua vez, confundia-se com a própria mobilização industrial e com o rearmamento. No início de 1941, os Estados Unidos já viviam em economia de guerra sem que estivessem nitidamente presentes na guerra européia.

16) Churchill percebera o declínio do velho império e a emergência da nova potência atlântica.

17) Para os Estados Unidos, os experimentos da cooperação econômica com a Grã Bretanha, às vésperas da mundialização da Segunda Guerra, serviriam para o mundo do pós-guerra. As bases do Plano Marshall já estavam sendo plantadas antes mesmo da entrada efetiva dos norte americanos no conflito mundial.

18) A diplomacia do dólar vital para a inserção norte americana nos anos 1920 cedia lugar a diplomacia ilegal dos Estados Unidos para utilizar um termo de Jean Batiste Duroselle. Os Estados Unidos, agora, expunham a Grã Bretanha ao ridículo da dependência em relação aos próprios interesses no continente europeu e no mundo.

19) Assim, em 1941, emergia um novo conceito: o de superpotência. Os Estados Unidos gestavam uma nova condição da inserção internacional dos Estados na era contemporânea das relações internacionais. A superioridade econômica, associada à capacidade e à vontade para sobrepujar as potências européias tradicionais, elevava os Estados Unidos ao cerne das decisões internacionais de uma forma diferente da idéia de hegemonia coletiva que presidira até então o ordenamento internacional.

20) Pearl Harbor, nas ilhas do Havaí, não era o pretexto procurado por Roosevelt, que imaginava ataques japoneses nas Filipinas e nas Índias Neerlandesas. O ataque japonês à base norte americana, em 7 de dezembro de 1941, comoveu a opinião pública. Os 86 navios perdidos e mais de três mil homens mortos e feridos levariam os Estados Unidos para o coração da Segunda Guerra Mundial.

21) Em dezembro de 1941, os Estados Unidos uniram as duas guerras paralelas, a da Ásia e da Europa, em uma só. Transformavam-se assim no centro do mundo. Assumiam os norte americanos a responsabilidade internacional de administrar a agonia européia, a emergência do Japão na Ásia e a contenção do flanco oriental sob o controle da URSS. Nascia a a política de superpotência: adequava-se, nos EUA, a supremacia econômica à vontade política de intervir de maneira planetária.

A arrancada soviética à busca de espaços: o nascimento de um gigante no flanco oriental (p. 182- 184)

22) O ataque alemão à União Soviética, em 22 de junho de 1941, implementado o Plano Barbarossa de ocupação da Europa Oriental até as fronteiras soviéticas, foi outro significativo momento de ruptura da Segunda Guerra Mundial. O espaço vital para a Alemanha na Europa, um dos objetivos da política de guerra, chocava-se com a busca de espaços de poder pelos soviéticos na mesma região.

23) Berlim e Moscou romperiam, nos primeiros meses de 1941, o jogo de cortejo mútuo para assumir posições antagônicas.

24) A Inquietação da liderança do Kremlin decorreu na busca de espaço próprio no oriente europeu e na Ásia. Nascia a arrancada soviética na direção da construção da superpotência. Entendendo que necessitava armar-se mais, antes de enfrentar a Alemanha, Stalin procurou explorar ao máximo as potencialidades da convivência de Hitler.

25) A estratégia soviética era diminuir a possibilidade de manter a guerra em duas frentes, simultaneamente: no Ocidente, com a Alemanha, e no Oriente, com o Japão. Pacto de não agressão com o Japão.

26) No final de outubro de 1941, a União Soviética era incluída na aliança ocidental.

27) O flanco oriental da guerra foi extremamente violento. No início de 1941, deu-se o início das movimentações militares espetaculares dos soviéticos. A história das estratégias e das perdas humanas compõem um capítulo todo especial da Segunda Guerra Mundial.

28) De qualquer forma, em dezembro de 1941, diante da contenção do avanço alemão nas porta de Moscou, da primeira perda hitlerista de uma Blitzkrieg e da força do inverno russo, as relações internacionais ganhavam outro gigante: a URSS.

29) EM 1994, o rolo compressor dos soviéticos forçou o recuo gradual das tropas alemãs na Ucrânia, na Bielo-Rússia e na Polônia. Stalin celebrou os avanços e continuou a desenvolver sua engenharia política e militar com o objetivo de impor administrações temporárias, favoráveis à sovietização do poder e à satelização vis-à-vis Moscou, aos territórios liberados no leste europeu e no Báltico.

30) O curso da conflagração levava, assim, a balança de poder para os aliados. A tomada da Normandia e a ocupação da Alemanha seriam os símbolos marcantes da recomposição das forças militares e morais a favor dos aliados, bem como o prenúncio do fim de uma grande agonia.

O Japão e a grande Ásia Oriental (p. 184-186)

Periferias em agitação: a América Latina e a África (p.186-188)

A nova ordem internacional : o mundo já é outro (1945-1947) (p.188)

O preâmbulo de um novo tempo nas relações internacionais (p. 189-192)

As Nações Unidas e o gerenciamento da paz: da desconfiança à ruptura (p. 192- 195)