segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Liderar é um ato de coragem

Liderar é um ato de coragem

Texto copiado da internet

Você já viu como tem pessoas que conseguem o que querem? Tem um bom emprego, a casa dos sonhos, uma família feliz, sucesso pessoal, material e profissional. Falam de viagens ao redor do mundo como algo comum em suas vidas. Estão sempre bem arrumadas, participam dos agitos mais importantes da comunidade onde vivem e etc. Além de profissionais bem sucedidos conseguem a aprovação dos que trabalham com eles. Por que será?
O que estas pessoas tem que os tornam diferentes? Pessoas de sucesso? Líderes eficazes? Se fizermos uma análise profunda da vida de cada uma delas perceberemos que há diversos fatores influenciando sua história. Alguns podem ter herdado fama e fortuna, mas sabemos de muitos outros que não tiveram uma infância tão abastada e mesmo assim superaram estes desafios.
Há diversas linhas filosóficas e científicas que estudam o comportamento humano justamente para compreender o porquê destas diferenças. Por que alguns são líderes e outros serão eternamente liderados? Muitos psicólogos compreendem que há pessoas com forte auto-motivação e carisma e que isto é o suficiente para torná-las este sinônimo de sucesso. Acredito que além disso um dos fatores primordiais para se atingir o ápice na vida pessoal e profissional é ter coragem!
A história da humanidade e das grandes conquistas, a mitologia, a ciência e muitas outras áreas do conhecimento demonstram que ter coragem é o primeiro passo para se atingir um objetivo. Um exemplo marcante é Lee Iacocca. Ficou famoso pela determinação e coragem para reerguer a Chrysler e transformar-se em benchmark sobre gestão de pessoas e de negócios. Assim sendo, podemos concluir que liderar é um ato de coragem! O sujeito covarde, pessimista, que desacredita da própria sorte é esquecido, largado, deixado de lado por todos e até mesmo por si próprio. Ninguém acredita naquele que teme o futuro, muito menos nos desafios da vida.
A coragem se desenvolve através das diversas oportunidades que a vida nos dá. As pessoas nascem com impulsos, vontades, desejos; mas se não houver persistência, força e coragem para alcançar seus objetivos, não chegará a lugar nenhum. Quando ensinamos a uma criança a importância de não desistir de seus sonhos estamos plantando nela a semente da coragem. Quando delegamos aos funcionários atividades que acreditamos serem capazes de cumprir, também estamos conferindo a chance deles agirem com coragem e superarem os próprios limites.
Coragem implica em sair do lugar, arriscar, tentar, mexer-se e não se acomodar. O líder é exatamente aquele que desacomoda, que interfere positivamente no status quo, que mobiliza as pessoas a seu favor, que define as metas, mostra os caminhos e faz com que todos tenham vontade e orgulho de caminhar a seu lado.
Isto me faz lembrar da história narrada no Livro das Virtudes II, de William J. Bennett, sobre Alexandre, o Grande, e que transcrevo a seguir. Certa vez ele conduzia seu exército de volta para casa depois da grande vitória contra Porus, na Índia. A região que cruzavam no momento era árida e deserta, e os soldados sofriam terrivelmente de calor, fome e, mais que tudo, de sede. Os lábios rachavam e as gargantas ardiam por falta de água. Muitos estavam prestes a se deixar cair no chão e desistir.
Um dia, por volta de meio-dia, o exército encontrou um destacamento de viajantes gregos. Vinham montados em mulas, e carregavam alguns recipientes com água. Um deles, vendo o rei quase sufocar de sede, encheu um elmo com água e ofereceu-lhe.
Alexandre pegou o elmo nas mãos e olhou em torno de si. Viu os rostos sofridos dos soldados, que ansiavam, tanto quanto ele, por algo refrescante.
- Pode levar - disse ele -, pois se eu beber sozinho o resto ficará desolado, e você não tem o suficiente para todos.
E devolveu a água sem tomar uma gota. Os soldados, aclamando seu rei, puseram-se de pé e pediram que o líder continuasse a conduzi-los adiante.
Por isso afirmo que liderar é um ato de coragem! Nem sempre o líder será aceito por todos, ou suas idéias serão assimiladas. Nesta hora é fundamental coragem para e aceitar críticas e, se necessário, mudar. O grupo percebe aquele que titubeia diante de uma decisão. A pior coisa que pode acontecer a um “líder” é não ter o respeito de sua equipe. Sabemos que a verdadeira liderança não se conquista pela força opressiva, mas pelas atitudes de coragem reconhecidas pelos liderados.
É importante ressaltar que coragem nada tem a ver com impulsividade utiliza esta força para superar os desafios e alcançar suas metas. A segunda é resultante do descontrole que, conseqüentemente, trará um resultado imprevisível. O líder, antes de tudo, precisa ter a confiança de seus liderados e isso somente será possível com atitudes corajosas e não impulsivas. Imagine uma situação de risco: um incêndio, por exemplo. Líder é aquele que corajosamente organiza o grupo, orienta e tomas as decisões acertadas. Aqui está a diferença: ele toma as decisões corretas! Mas como saber que as decisões foram as melhores? Simples: ele atua com determinação, planejamento, senso crítico e não por impulso. O líder tem que prever o futuro, imaginar as possibilidades, enxergar o que ainda não veio. Assim, poderá tomar as atitudes acertadas e com isso garantir sua eficácia na condução de equipes.

suprema hora do nada

SUPREMA HORA DO NADA

Uma vez mais: os dias se repetem...
Guardo na memória a lembrança do tempo já ido, posto, medido e calculado.
Mais um dia.
Mais um monótono dia se esvai...
O crepúsculo do sol anuncia: a aurora de Novos Tempos.
Não tão felizes, nem muito tristes: apenas dias diferentes.
A chuva cai no telhado empoeirado:
Úmidas lágrimas do céu tocam suavemente a terra seca.
No coro, o espetáculo da vida prossegue.
As danças solenes proclamam as celebrações mágicas: de vida e renascer.
O céu ainda continua cinza.
E o tempo passa, passa, passa...
Horas, minutos, segundos...
As Estações passam: Primaveras. Verões. Outonos. Invernos.
A vida passa. Brevemente. Fugazmente.
Ouço vozes desconhecidas.
Folhas secas ao vento se desfazem...
As rosas: murcham. Morrem.
Pétalas apodrecem...
Crianças brincam...
Os velhos choram a vida ao final do dia.
O adeus eterno...
Músicas inebriam o ar...
A vida é um consumo. A regra é consumi-la.
Consumo de almas. Túmulo de amores.
Consumo de livros. Poetas já esquecidos.
Consumo de intrigas. Torturas e Traições.
Consumo de virtudes. A coragem e a lealdade fenecem.
Consumo de vícios. O ódio e a desgraça imperam.
Consumo de paixões. Troféus de amantes.
José Renato Ferraz da Silveira

Monstro de mil faces

Monstro de mil faces


A violência em nosso cotidiano parece tão banal que pensar e agir em função dela deixou de ser um ato circunstancial para se transformar numa forma do modo de ver e de viver o mundo do homem. “Desde o momento em que um longínquo ancestral do homem fez de um osso a primeira arma, a violência sempre caminhou lado a lado com a civilização”, segundo Nilo Odalia.
Lembro aqui, a sequência inicial do filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço – que apresenta o momento em que os macacos descobrem a utilização dos ossos como arma contundente, mortal e vitoriosa. Quando o macaco vitorioso lança para o alto o osso-instrumento de morte, numa linda fusão ele se transforma numa espaçonave gigantesca com a forma de um carrossel. Ainda conforme Odalia: “São dois mundos que se interligam, e mesmo se fundem, numa continuidade que tem como elemento de ligação a violência”.
Atualmente, independente do local onde o homem vive, seja na grande cidade ou pequena, podemos ser vítimas de todos os tipos de violência física, racial, sexual, política, econômica. Ninguém está a salvo!
É normal quando falamos de violência que a primeira imagem é do ladrão de casas e carros, do assassino sanguinário, do incorrigível, do escroque, enfim, nos inúmeros criminosos que agridem pessoas e assaltam o patrimônio alheio. O pior disso tudo é que não podemos contar com os aparelhos repressivos do Estado. Isso é fato incontestável! Falido, mal gerenciado, mal equipado e mal remunerado; os “braços fortes e punitivos da organização estatal” são vítimas das eficientes facções e mentes criminosas que provocam o “reino do caos e da anarquia”.
Além disso, a violência, qualquer que seja a sua intensidade, está presente nos bairros sofisticados, de classe média e nas favelas. A ironia do tempo histórico é que parece que voltamos, ou retroagimos, a uma concepção de moradia que se aproxima à concepção medieval. Casas com altos muros parecem sombrias e assustadoras. Lembram os antigos asilos de loucos. Guaritas que lembram ameias e seteiras dos castelos medievais. O mundo torna-se menor, restringe-se. O isolamento familiar, assegurado por trás de pesados portões e protegido por uma parafernália eletrônica passando a ser o único contato com o mundo exterior. Revela com nitidez que a casa hoje é menos compreendida como o lugar de repouso e tranqüilidade, uma ligação amorosa com o exterior. Hoje é mais como um refúgio contra a violência, preocupação constante e diuturna.
Por outro lado, é menos comum pensarmos na violência institucionalizada pelos sistemas de exploração social, isto é, a violência cruel e maligna dos salários de fome, da falta de moradia, do desamparo à saúde pública, do descaso constante pela educação, do preconceito racial e sexual e etc. Violências cegas e surdas que oprimem milhões de pessoas “sem vez” e ainda “sem voz”.
De fato, a violência ou a maldade são categoricamente formas de desrespeito, agressão e destruição praticadas pelo homem contra si próprio, contra outras pessoas (sociedade) ou contra a natureza.
No ano passado, admiti numa conversa informal com amigos que não me surpreenderia mais com os atos de violência humana contra outras pessoas ou mesmo contra a natureza. Confesso irritado que errei em minha opinião.
Há poucos dias, a reportagem do Jornal da Cidade apresentou a notícia de uma crueldade com requintes “diabólicos” (humanos) contra a natureza: “Dois gatinhos foram achados mortos na Vila Independência, aparentemente enforcados. As patas dianteiras foram cravadas em tábuas, com pregos de cerca de 10 centímetros. Um deles, malhado de branco e preto, teve a barriga cortada e as entranhas expostas”. Um crime ambiental brutal e horroroso! Desejo como outras pessoas indignadas uma punição rigorosa para esses deliquentes! Chega de impunidade!
Napoleão, D. João VI e Carla Camurati

Em meio às comemorações do bicentenário da vinda da família real ao Brasil, partilho com o leitor do JC, amigos, colegas e alunos um intrigante episódio de nossa história.
No início do século XIX, na Era dos Imperialismos, acirrava-se cada vez mais a rivalidade anglo-francesa. O imperador Napoleão, na tentativa de enfraquecer a Inglaterra, decretou o Bloqueio Continental. Ou seja, todos os países europeus deveriam fechar seus portos ao comércio inglês.
Nesse cenário de instabilidade estava Espanha e Portugal. Aliados importantes na consolidação do imperialismo. As coroas espanhola e portuguesa estavam em plena decadência, mas ainda “conservavam a maior e melhor parte de seus imensos domínios, incorporados na fase brilhante de sua história: séculos XV e XVI”. Como afirma Caio Prado Júnior: “corpos imensos de cabeças pequenas...”.
O imperador Napoleão impunha a Portugal duras exigências quanto ao Bloqueio Continental, além do decreto imediato de guerra à Inglaterra, fechasse seus portos aos navios ingleses, incorporasse os seus navios à esquadra francesa e confiscasse os bens de ingleses que vivessem lá.
D. João VI que governava em nome de sua mãe demente, a Rainha D. Maria estava numa encruzilhada. Atendendo à França, perderia o Brasil para os ingleses; se não atendesse as ordens do imperador francês, Portugal seria invadido pela França. Após “hesitações” propositais, decidiu manter-se secretamente ao lado dos ingleses, fingindo assumir as exigências dos franceses.
Sem demora e com medo da Grand Armée, comandada pelo general Jean-Andoche Junot, D. João VI partiu com a família real e comitiva, aproximadamente 10.000 pessoas, em 1807. Em apenas quatorze navios, com suas riquezas, documentos, bibliotecas, coleções de arte e todos os bens que pudessem carregar”, os “bravos e nobres patrícios” viriam para o Brasil.
Escoltados pela forte Marinha Inglesa, os navios portugueses, mesmo assim, não tiveram uma “viagem tranqüila”: falta de alimentos, acomodações e muitos piolhos. Além das constantes tempestades que dispersaram os navios. Alguns, com sorte, chegaram ao Rio de Janeiro. Outros, como o navio de D. João VI aportou na Bahia, em fins de janeiro de 1808.
Só em março, D. João VI e comitiva se mudaram para o Rio de Janeiro. Foram recebidos em clima de festa. Apesar das festividades em nome do príncipe regente e família real, inevitavelmente, as principais residências foram requisitadas por D. João VI. Muitos moradores foram despejados de suas casas, e afixados nelas: P.R. (Príncipe Regente). No entanto, como afirma o historiador Jobson de Arruda, o povo dizia: “Ponha-se na rua” ou “Prédio Roubado”. Mal sabiam que dois séculos depois, a sigla P.T. teria um significado similar.
Voltando as aventuras de D. João VI, com o apoio dos ingleses na vinda para o Brasil e a tentativa inglesa de libertar Portugal do jugo francês, o príncipe regente quando estava na Bahia, em 28 de janeiro de 1808, tomou medidas firmes para a economia brasileira: a Abertura dos Portos da colônia às “nações amigas” (Inglaterra). O pacto colonial estava desfeito.
Em 1995, tivemos o filme Carlota Joaquina: princesa do Brasil, dirigido por Carla Camurati. No filme, D. João VI (Marco Nanini) é retratado como um tolo. Homem sem personalidade política, incapaz de tomar decisões (sozinho), de maus modos na mesa. É alvo de chacotas e brincadeiras de brasileiros e portugueses. Soma-se a isso às inúmeras traições e casos amorosos que a sua esposa - a exótica princesa Carlota Joaquina (Marieta Severo) revela abertamente ao público.
O trágico cômico dessa construção esteriotipada de D. João VI por Carla Camurati é que o filme recebeu investimento do Banco do Brasil para a sua produção. O BB, instituição financeira fundada por D. João VI. O homem que enganou Napoleão, abriu os portos brasileiros e assegurou o fim do pacto colonial.

Ricardo II

Eu, não; não, eu; pois um nada terei de ser.
Assim, nenhum “não”, pois abdico em ti.
Agora vê como me desfaço de mim.
Retiro este peso morto da minha cabeça,
Este cetro desmesurado da minha mão,
O orgulho do poder régio do meu coração;
Com as lágrimas lavo os óleos,
Com as minhas mãos entrego a coroa,
Com a língua renego o meu reino sagrado,
Com o próprio respirar quebro todos os votos;
Renuncio a toda a pompa e majestade;
Abandono feudos, rendas e rendimentos
Revogo leis, decretos e estatutos.
Deus perdoe os juramentos que me foram violados,
Deus guarde invioláveis os que te fizerem.
Fazei com que nada, que nada tenho, me angustie,
E que tudo a ti, que tudo tiveste, te alegre.
E Ricardo em breve possa jazer numa cova.
Salve, Rei Henrique, diz o destronado Ricardo,
Deus vos dê muitos anos de dias de sol!
Que falta ainda?