segunda-feira, 9 de maio de 2011

REBELDES LÍBIOS VENDEM US$ 100 MI EM PETRÓLEO PELO QATAR

DA REUTERS, EM ABU DHABI

Desesperados por recursos para a compra de remédios, comida e suprimentos básicos, os rebeldes líbios anunciaram nesta segunda-feira a conclusão da venda de cerca de 1 bilhão de barris de petróleo pelo valor de US$ 100 milhões. As transações ocorrem por meio de bancos do Qatar e o objetivo é focar no mercado europeu.
"Até agora 1 milhão de barris foram vendidos por US$ 100 milhões e o dinheiro está sendo usado para comprar comida e outros suprimentos básicos", disse uma fonte do grupo de ajuda aos rebeldes no setor de gás e petróleo após uma reunião com os conselhos tribais de oposição em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Isolados e em meio aos confrontos com as tropas leais ao ditador Muammar Gaddafi há meses, os rebeldes conseguem fazer as vendas e obter os fundos graças à ajuda do Qatar, país do golfo Pérsico que foi o primeiro a se oferecer para comprar a produção petrolífera rebelde.
"Criamos um grupo de ajuda no setor de gás e petróleo em Doha [capital do Qatar] e agora teremos um escritório lá. O Qatar está noa ajudando a vender o petróleo cru e nosso mercado principal é o sul da Europa", disse a mesma fonte.
A Corporação National de Petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês), a estatal petrolífera sob o controle do regime de Gaddafi, não pode exportar sua produção devido às sanções das Nações Unidas.
EXPORTAÇÕES
Ainda no dia 6 de abril um navio petroleiro zarpou de um porto próximo à cidade de Tobruk, no leste da Líbia, com o primeiro carregamento de petróleo procedente de uma zona sob controle dos rebeldes oposicionistas.
O navio, de bandeira líbia e propriedade de uma empresa com sede na Grécia, abasteceu-se de petróleo durante a tarde e zarpou do terminal de Tobruk, 130 km da fronteira egípcia, para um destino não divulgado.
O barco chegou na véspera para exportar o primeiro carregamento de petróleo da rebelião líbia desde o início da intervenção da coalizão internacional, em 19 de março.
Os rebeldes atravessam sérias dificuldades para financiar sua aquisição de armas, bem como as necessidades logísticas e de organização de uma administração incipiente. O dinheiro da negociação deve ajudar a financiar a insurreição contra o regime do ditador Gaddafi (além de afastar os temores de uma total paralisação da comercialização de petróleo em um dos maiores exportadores do mundo).
Em princípio, contudo, a compra de petróleo dos rebeldes poderia ser considerada ilegal, já que eles não são os proprietários de direito dos recursos petrolíferos da Líbia.
A solução seria reconhecer o Conselho Nacional Transitório (CNT) como o governo legítimo do leste da Líbia, região controlada pelos rebeldes, como já fizeram França, Qatar e Itália (antiga metrópole colonial da Líbia).
BANCOS CENTRAIS ESTÃO EMPENHADOS EM COMBATER INFLAÇÃO, DIZ BCE

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os bancos centrais do mundo estão empenhados em combater a inflação e evitar que o aumento dos preços de energia seja repassado para os outros preços na economia, disse nesta segunda-feira o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet.
Ele participa da reunião dos BCs das principais economias do mundo em Basileia, na Suíça.
Hoje, segundo dia de reunião, foi feito um alerta para a alta volatilidade dos preços das commodities. Os focos principais de preocupação foram o petróleo e matérias-primas metálicas, como a prata, que estão com preços "extremamente elevados".
Como porta-voz dos BCs dos países do G-20, Trichet afirmou que há um movimento global de recuperação econômica. Ele destacou, porém, o risco de superaquecimento de algumas economia emergentes, que pode produzir mais inflação.
O petróleo e a prata subiram hoje depois de algum recuo na semana passada. O barril tipo Brent, negociado na bolsa de Londres, superou os US$ 112, uma alta de 2,4%.
A onça da prata avançou 5% sobre a cotação de sexta-feira, para US$ 37.
JUROS
Na última quinta-feira (5), Trichet descartou uma alta iminente das taxas de juros, mas garantiu que o organismo continuará "vigiando de perto" a evolução da inflação.
O Conselho do Banco Central Europeu se reuniu em Helsinque na quinta-feira e decidiu por unanimidade manter as taxas de juros na zona do euro em 1,25%, como previam os mercados.
Na entrevista coletiva concedida após a reunião, Trichet ressaltou que o BCE percebe uma crescente pressão inflacionária que se deve, sobretudo, ao aumento do preço do petróleo, mas não quis antecipar quando ocorrerá a próxima alta dos juros.
"Tomaremos uma decisão quando considerarmos que é necessário para manter a estabilidade dos preços", afirmou.
"As expectativas de inflação na zona do euro devem permanecer firmemente ancoradas ao nosso objetivo de manter o nível inflacionário abaixo dos 2% a médio prazo", acrescentou.
INFLAÇÃO
A taxa de inflação da zona do euro subiu em abril para 2,8%, superando pelo quinto mês consecutivo a meta do BCE.
Em abril, a instituição aumentou a taxa de 1% para 1,25% pelo primeira vez em três anos. O objetivo foi conter a escalada da inflação na região, puxada principalmente pelos preços de alimentos e energia, um problema que assola as economias de todo o mundo.
O dilema, para a instituição europeia, é a falta de uniformidade entre as economias da zona do euro. Algumas sofrem com a inflação alta, enquanto para outras o maior problema é a recessão econômica, como Portugal, Grécia e Irlanda.
Mas o resgate de Portugal e o risco de que a Grécia tenha de reestruturar sua dívida não afastam o BCE de seu objetivo de garantir a estabilidade de preços, o que significa conseguir uma taxa de inflação na meta de 2% no médio prazo.
Trichet ressaltou a importância de que os países da zona do euro realizem "reformas estruturais urgentes" para aumentar seu potencial de crescimento e sua competitividade, especialmente 'aqueles com um deficit fiscal alto', embora tenha se recusado a mencionar os países aos quais se referia.
"Nossa mensagem de estabilidade fiscal é dirigida a todos os Estados-membros", afirmou.
An Insider Views China, Past and Future
By MICHIKO KAKUTANI

It’s been four decades since President Richard M. Nixon sent Henry A. Kissinger to Beijing to re-establish contact with China, an ancient civilization with which the United States, at that point, had had no high-level diplomatic contact for more than two decades. Since then the cold war has ended; the Soviet Union (a threat to both China and the United States and a spur to Sino-American cooperation) has come unwound; and economic reform in China has transformed a poverty-ridden, poorly educated nation into a great power that is playing an increasingly pivotal role in the globalized world.
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ON CHINA
By Henry Kissinger
Illustrated. 586 pages. Penguin Press. $36.
Mr. Kissinger’s fascinating, shrewd and sometimes perverse new book, “On China,” not only addresses the central role he played in Nixon’s opening to China but also tries to show how the history of China, both ancient and more recent, has shaped its foreign policy and attitudes toward the West. While this volume is indebted to the pioneering scholarship of historians like Jonathan D. Spence, its portrait of China is informed by Mr. Kissinger’s intimate firsthand knowledge of several generations of Chinese leaders.
The book deftly traces the rhythms and patterns in Chinese history (its cycles of turning inward in isolationist defensiveness and outward to the broader world), even as it explicates the philosophical differences that separate it from the United States. Each country has a sense of manifest destiny, but “American exceptionalism is missionary,” Mr. Kissinger says. “It holds that the United States has an obligation to spread its values to every part of the world.”
China’s exceptionalism, in contrast, he says, is cultural: China does not proselytize or claim that its institutions “are relevant outside China,” yet it tends to grade “all other states as various levels of tributaries based on their approximation to Chinese cultural and political forms.”
Lurking beneath Mr. Kissinger’s musings on Chinese history is a not-so-subtle subtext. This volume, much like his 1994 book, “Diplomacy,” is also a sly attempt by a controversial figure to burnish his legacy as Nixon’s national security adviser and secretary of state. It is a book that promotes Mr. Kissinger’s own brand of realpolitik thinking, and that in doing so often soft-pedals the human costs of Mao’s ruthless decades-long reign and questions the consequences of more recent American efforts to press human-rights issues with the Chinese.
Some of the more revealing exchanges between Mr. Kissinger and Mao have already appeared in the 1999 book “The Kissinger Transcripts,” taken from the nongovernmental National Security Archive. Those documents show that Mr. Kissinger employed a good deal more flattery in his wrangling with foreign leaders than his personal accounts might suggest. A lot of the backstage maneuvering in the Nixon White House’s dealings with China will similarly be familiar in outline to readers of Margaret MacMillan’s “Nixon and Mao: The Week That Changed the World” and William Bundy’s “Tangled Web: The Making of Foreign Policy in the Nixon Presidency.”
When it comes to talking about Chinese leaders he has met, Mr. Kissinger, the hardheaded apostle of realpolitik, can sound almost starry-eyed. His sympathy for these leaders is not that surprising, given his descriptions of them as practitioners of the same sort of unsentimental power politics he is famous for himself. This approach, he says, enabled China, “despite its insistent Communist propaganda, to conduct itself as essentially a geopolitical ‘free agent’ of the cold war,” making a tactical partnership with the United States in order to contain its fellow Communist country, the Soviet Union.
This sort of pragmatic self-interest on China’s part, Mr. Kissinger says, has continued. After 9/11, he writes: “China remained an agnostic bystander to the American projection of power across the Muslim world and above all to the Bush administration’s proclamation of ambitious goals of democratic transformation. Beijing retained its characteristic willingness to adjust to changes in alignments of power and in the composition of foreign governments without passing a moral judgment.”
Regarding the brutal crackdown on dissidents by the government of Deng Xiaoping at Tiananmen Square in 1989, Mr. Kissinger says that the American reaction left the Chinese puzzled: “They could not understand why the United States took umbrage at an event that had injured no American material interests and for which China claimed no validity outside its own territory.”
For that matter, Mr. Kissinger’s own take on Tiananmen and the Chinese government has a determinedly “on the one hand, on the other hand” feel: “Like most Americans, I was shocked by the way the Tiananmen protest was ended. But unlike most Americans, I had had the opportunity to observe the Herculean task Deng had undertaken for a decade and a half to remold his country: moving Communists toward acceptance of decentralization and reform; traditional Chinese insularity toward modernity and a globalized world — a prospect China had often rejected. And I had witnessed his steady efforts to improve Sino-American ties.”
Comerciantes paraguaios bloqueiam fronteira com a Argentina

DA ANSA, EM ASSUNÇÃO

Importadores paraguaios de carros usados bloquearam nesta segunda-feira a fronteira entre Puerto Falcón, no Paraguai, e Clorinda, na Argentina, usando caminhões cegonhas --usados no transporte de veículos.
O protesto foi iniciado durante a manhã no lado paraguaio da estrada, e foi realizado em repúdio a um projeto de lei que reduz de dez para cinco anos o limite que um carro usado poderá ter para entrar no Paraguai.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e aguarda a decisão do Senado, que deverá ocorrer em breve.
Atualmente a importação de veículos usados, geralmente de marcas asiáticas que chegam pelo porto chileno de Iquique, é maior que a de carros novos. Entre 2009 e 2010, foi registrada a entrada de 37.084 carros novos contra 87.638 usados.
Para os caminhoneiros, a medida afetará muitos motoristas que trabalham diretamente no transporte desta carga.
Por outro lado, as autoridades paraguaias acreditam que o ingresso desses automóveis transforma o país em um depósito de carros antigos, que acabam contaminando o meio ambiente.
Republicano Gingrich disputará indicação a presidente dos EUA

DA REUTERS, EM WASHINGTON

O republicano Newt Gingrich anunciará na quarta-feira planos de concorrer pela indicação de seu partido para a Presidência em 2012, disse seu porta-voz na segunda-feira.
Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, irá anunciar a sua candidatura através do Twitter e do Facebook, e em um discurso na sexta-feira (13) em uma reunião do Partido Republicano da Geórgia, em Macon, disse o porta-voz Rick Tyler.
Como parte do lançamento de sua campanha, Gingrich dará uma entrevista ao âncora da Fox News Sean Hannity, na quarta-feira, e fará um discurso no sábado (14), na Faculdade Eureka, em Illinois. O mais famoso aluno da faculdade é o ícone republicano Ronald Reagan.
"Estamos na disputa", disse Tyler.
Gingrich, 67, é um conservador famoso por batalhas sobre Orçamento com o ex-presidente Bill Clinton, quando era presidente da Câmara, na década de 1990.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos de março indica que Gingrich é visto favoravelmente por 35% dos eleitores, e desfavoravelmente por 38%.
Al Qaeda do Iraque promete apoio a Al Zawahiri e ameaça ataques

DA REUTERS, EM BAGDÁ
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O braço iraquiano da Al Qaeda prometeu apoio a Ayman al Zawahiri -- o "número dois" da rede terrorista-- e disse que pretende cometer atentados para vingar a morte de Osama Bin Laden.
Em nota divulgada nesta segunda-feira em um fórum islâmico na internet, o califa do Estado Islâmico do Iraque (EII), Abu Baker al Baghdadi al Husseini al Qurashi, lamentou a morte de Bin Laden, durante uma ação militar dos EUA no Paquistão.
'Eu digo aos nossos amigos na organização Al Qaeda, e no topo dela ao xeque mujahid (combatente) Al Zawahiri (...): alegrem-se vocês têm homens leais no Estado Islâmico do Iraque, que estão seguindo o caminho correto e não vão desistir nem serem expulsos', disse ele na nota.
A EII, também conhecida como Al Qaeda do Iraque, é o primeiro grupo ligado à rede a manifestar publicamente seu apoio a Zawahiri, suposto sucessor de Bin Laden.
Zawahiri, um médico egípcio, conheceu Bin Laden na década de 1980 no Paquistão, onde ambos davam apoio aos guerrilheiros que combatiam os soviéticos no Afeganistão. Seu paradeiro atual é desconhecido.
Em outra nota, o EII assumiu a responsabilidade por um atentado contra um prédio da polícia na localidade xiita de Hilla, onde mais de 20 pessoas morreram.
EUA REJEITAM DESCULPAS
Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira que não há motivos para se desculpar pela operação secreta de um comando militar que matou Osama bin Laden no Paquistão. A declaração veio horas depois do primeiro-ministro paquistanês criticar o "unilateralismo" da ação americana
"Não nos desculpamos pela decisão que o presidente [Barack Obama] tomou", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ressaltando que Washington levou a sério as queixas do Paquistão.
Ele afirmou que Obama estava convencido de que tinha o "direito e o dever" de ordenar o ataque, realizado por uma equipe de elite da Marinha americana. Carney lembrou ainda que o presidente prometeu ainda na campanha que iria agir para pegar Bin Laden no Paquistão, se necessário.
Carney também afirmou que os Estados Unidos ainda estão buscando cooperação de Islamabad para ter acesso às três viúvas do líder da Al Qaeda que se encontram sob custódia do Paquistão e podem ter informações vitais sobre o grupo terrorista.
"Nós acreditamos que é muito importante manter uma relação de cooperação com o Paquistão, precisamente porque é de nosso interesse de segurança nacional fazê-lo", disse Carney em entrevista a jornalistas.
Otan investiga acusação de que deixou dezenas morrerem em barco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou nesta segunda-feira que vai investigar a denúncia feita pelo jornal britânico "The Guardian" de que rejeitou os pedidos de socorro de um navio que levava imigrantes africanos da Líbia para a ilha italiana de Lampedusa. Segundo o jornal, que cita testemunhas, ao menos 62 pessoas morreram de sede e fome.
O "Guardian" afirma que o barco levava 72 pessoas, incluindo várias mulheres, crianças e refugiados políticos. Ele teve problemas pouco depois de deixar Trípoli, em 25 de março, rumo à Lampedusa, ilha italiana que sofre com o fluxo de dezenas de milhares de refugiados do norte da África desde a onda de revoltas que varreu a região.
A tripulação do barco enviou um alerta à Guarda Costeira italiana e tentou contato com um helicóptero militar e um barco da Otan, mas nenhum esforço de resgate foi feito.
Apenas dez dos tripulantes sobreviveram aos 16 dias à deriva no mar Mediterrâneo, afirma o jornal britânico.
"Nós estamos investigando as alegações do Guardian. Eu espero ter uma resposta em breve", disse a porta-voz da Otan, Carmen Romero. "Os veleiros da Otan estão conscientes de suas responsabilidades a respeito da lei marítima internacional sobre a segurança das pessoas no mar".
A lei marítima internacional obriga todos os barcos, incluindo os militares, a atender chamados de socorro dos barcos que se encontram nas proximidades e prestar auxílio.
A reportagem do "Guardian" cita sobreviventes e outras pessoas que entraram em contato com os passageiros do barco. Segundo o jornal, havia 47 etíopes, sete nigerianos, sete eritreus, seis ganenses e cinco sudaneses. Destes, 20 eram mulheres e dois eram crianças, incluindo um bebê de um ano.
O capitão do barco, um ganense, rumava a Lampedusa, 290 km ao noroeste de Trípoli, mas depois de 18 horas teve problemas e começou a perder combustível.
Os imigrantes usaram um telefone via satélite para ligar para Moses Zerai, um padre eritreu em Roma que comanda a organização de direitos dos refugiados Habeshia. Ele então contatou a Guarda Costeira italiana.
Segundo o "Guardian", o barco foi localizado a cerca de 97 km da costa de Trípoli e a Guarda Costeira garantiu a Zerai que um alerta fora enviado.
O jornal diz ainda que um helicóptero militar com a palavra "Exército" na fuselagem logo apareceu acima da embarcação. Os pilotos, que usavam trajes militares, deixaram água e pacotes de biscoito no barco e gesticularam aos passageiros que ficariam até que um barco de resgate aparecesse.
O helicóptero, contudo, foi embora e a ajuda nunca chegou.
Dias depois, em 29 ou 30 de março, o barco se aproximou de um porta-aviões da Otan. Segundo o relato dos sobreviventes, dois jatos sobrevoaram a embarcação, enquanto eles seguravam as duas crianças para o alto.
Nenhuma ajuda veio e os passageiros começaram a morrer um a um. "Cada manhã, ao acordarmos, encontrávamos mais mortos, que deixávamos a bordo vinte e quatro horas antes de jogá-los no mar", relatou ao jornal Abu Kurke, um dos sobreviventes.
Em 10 de abril, o barco chegou à cidade líbia de Zlitan, perto de Misrata, com apenas 11 pessoas vivas. Um deles, contudo, morreu quase imediatamente depois de chegar em terra firme.
FRANCÊS
O "Guardian" diz que após extensa investigação descobriu que o porta-aviões é provavelmente o francês Charles de Gaulle, que estava operando no Mediterrâneo.
O Charles de Gaulle faz parte da operação internacional da Líbia, mas não está sob comando direto da Otan.
A porta-voz da aliança disse que o único porta-aviões que faz parte da operação na Líbia é um italiano.
Ela disse ainda que, nas noites de 26 e 27 de março, várias unidades da Otan estavam envolvidas no resgate de mais de 500 pessoas em dois veleiros com imigrantes em uma área a 28 km ao norte de Trípoli.
"As pessoas resgatadas foram transferidas para Lampedusa com a ajuda das autoridades italianas", disse.
CRISE HUMANITÁRIA
Cerca de 25 mil fugiram para a pequena ilha italiana de Lampedusa, que fica mais perto do norte da África do que da Itália continental. A ilha tem apenas 5.000 habitantes e nenhuma estrutura para abrigar tantos refugiados.
O governo italiano alegou que não tinha como acolher tanta gente e que temia a vinda de 1,5 milhão para suas terras com a queda sucessiva de ditadores no continente vizinho.
Pelas regras da União Europeia (UE), os imigrantes têm de ficar no país em que aportaram até que sejam devolvidos a seus locais de origem ou que seja concedido asilo ou visto.
Berlusconi apelou por ajuda dos demais membros do bloco europeu, mas não obteve resposta e resolveu conceder documentos temporários de permanência, o que permite a imigrantes circular pelos países signatários do Tratado de Schengen.
A decisão levou a reações duras dos vizinhos, que temiam "adotar" o problema italiano, principalmente da França, destino preferencial dos tunisianos.
Há duas semanas, a França chegou a bloquear por meio dia o tráfego de trens com a Itália para impedir a entrada desses tunisianos recém-documentados. O país alegou "razões de ordem pública" e disse que eles só poderiam entrar se comprovarem ter condições financeiras de se sustentar.
Na semana passada, Itália e França decidiram em conjunto pedir que a União Europeia rediscuta o tratado que permite a livre circulação de pessoas entre 25 países do continente.
Conhecido como Tratado de Schengen (cidade em Luxemburgo onde foi assinado), o acordo é um dos pilares da UE, abolindo na prática as fronteiras internas entre os países signatários --qualquer um viaja sem a necessidade de passaporte ou visto.
Agora, os dois países falam em retornar o controle fronteiriço em "circunstâncias excepcionais".
Líder da Al Qaeda morre em rebelião em prisão do Iraque

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Subiu para 18 o número de mortos em uma rebelião no centro de detenção de Bagdá, no Iraque.
Entre os mortos está o líder da Al Qaeda Huthaifa al-Batawi e outros 10 militantes da rede terrorista, segundo o porta-voz de segurança de Bagdá, Qassim al-Moussawi.
Fontes do ministério do Interior disseram à agência Efe que o dirigente de Al Qaeda roubou a arma de um dos policiais enquanto era interrogado. Ele matou nove policiais na prisão antes de ser morto por disparos da polícia.
O chefe da unidade de luta antiterrorista do Ministério do Interior do Iraque, Moayed al Saleh, também morreu na rebelião.
O líder da Al Qaeda era conhecido como "Emir de Bagdá". Ele foi preso em novembro como o principal acusado do atentado do dia 31 de outubro contra uma igreja católica em Bagdá, que deixou 58 mortos.
A revolta só foi controlada depois de muitas horas de tiroteios, quando uma equipe de atiradores entrou no local.
Os presos se entrincheiraram durante horas na prisão até serem mortos na madrugada.
A cadeia tem 250 presos, muitos deles da Al Qaeda.
AL QAEDA
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o país "cortou a cabeça da Al Qaeda" com a morte de Osama bin Laden e que vai continuar na luta até derrotar a rede terrorista.
A declaração foi feita depois de o presidente foi condecorar os Seals, força de elite da Marinha americana que matou Bin Laden no Paquistão.
Obama viajou na sexta-feira a uma base militar para agradecer às forças especiais envolvidas na operação que matou Bin Laden. O encontro --ocorrido um dia depois de o presidente visitar bombeiros e policiais nova-iorquinos que atuaram durante o 11 de setembro e pagar tributo aos mortos no Marco Zero-- foi no quartel Fort Cambpell, no Kentucky.
A visita ocorre em um momento em que a operação que matou Bin Laden está cada vez mais cercada por dúvidas, questionamentos e mudanças nas versões oficiais. O presidente foi recebido na pista de pouso por comandantes militares como o vice-almirante William McRaven, chefe dos Seals, responsáveis pela invasão da casa do terrorista no Paquistão.
Para receber o presidente, os soldados -- alguns recém-chegados do Afeganistão -- se reuniram num hangar cheio de bandeiras norte-americanas, com uma banda tocando rock. Um gigantesco cartaz pendurado em uma parede dizia: "Trabalho bem cumprido!".
Cuba publica reformas aprovadas pelo Partido Comunista

DA REUTERS, EM HAVANA

O governo cubano divulgou nesta segunda-feira as diretrizes aprovadas pelo Partido Comunista para as reformas econômicas na ilha, com propostas para permitir a venda de imóveis e possíveis facilidades para viagens dos cidadãos ao exterior.
O texto, aprovado no mês passado num dos raros congressos do partido, tem muitas promessas e poucos detalhes sobre datas para sua implementação, ou eventuais restrições vinculadas.
Em termos gerais, as 313 diretrizes reafirmam as reformas sociais e econômicas que o ditador Raúl Castro considera cruciais para recuperar a economia nacional e assegurar a sobrevivência do regime socialista instaurado depois da Revolução de 1959.
O governo passará a dar mais estímulos à iniciativa privada e a reduzir a presença do Estado na economia, mas mantendo o planejamento privado e proibindo a acumulação da propriedade privada.
Muitos cubanos fizeram fila nas bancas de jornais para comprar o folheto com as diretrizes, vendido a 3 pesos (0,12 dólar).
DÚVIDAS
"As reformas ainda estão criando muita incerteza na população (...) porque trazem muitas mudanças", disse Olivia Breto, 23 anos, que trabalha numa rádio. "Acho que é uma mudança favorável, porque tem a ver com a abertura econômica, uma abertura para um mercado que não conhecemos no momento."
Muitas das reformas já estavam em andamento, mas outras precisaram ser refinadas e aprovadas no mês passado e agora dependem de novas leis ou decretos.
Uma das medidas já em vigor é o enxugamento do funcionalismo público, com maior espaço para os profissionais autônomos, e a possibilidade de arrendamento de terras estatais para agricultores.
Raúl também promete novas regras para permitir transações envolvendo carros e casas --o que atualmente é proibido, gerando muitas queixas.
As diretrizes publicadas na segunda-feira não trazem detalhes sobre a venda de imóveis. No caso da venda de carros, o texto diz que o Estado não pretende ampliar a frota nacional no momento, e que a prioridade continua sendo o transporte público.
O folheto informa também que serão estudadas medidas para facilitar viagens de cubanos ao exterior, mas não apresenta detalhes sobre como os entraves burocráticos serão atenuados.
"LIBRETA"
Outro item importante é a gradual eliminação da "libreta" (caderneta) de racionamento de gêneros alimentícios. Raúl já disse que esse sistema de subsídios à comida é custoso demais, e que deve permanecer apenas para quem realmente precisar.
As mudanças também devem dar maior autonomia às 3.700 empresas estatais cubanas, mas restringe o socorro financeiro às companhias públicas deficitárias, que são a maioria.
Outra novidade importante é que empregados e executivos das estatais poderão ter seu rendimento vinculado à produtividade das empresas.
Outra meta divulgada pelo governo é no futuro unificar as duas moedas em circulação no país --o peso "moeda nacional" e o peso CUC, conversível perante o dólar e outras divisas, e usado para a compra de produtos não-essenciais. Essa convergência, no entanto, deve demorar, pois exige uma "rigorosa preparação e execução".
Crianças que viviam com Bin Laden estudavam em casa para manter segredo

DA REUTERS, EM ISLAMABAD
Cerca de 16 crianças que viviam com Osama bin Laden em seu esconderijo no Paquistão eram vigiadas cuidadosamente pelo líder da rede Al Qaeda, forçadas a estudar em casa e raramente podiam sair da mansão, que se assemelhava a uma fortaleza.
Forças especiais dos EUA mataram Bin Laden durante uma invasão de sua mansão na cidade de Abbottabad, 50 quilômetros ao norte da capital, Islamabad, no dia 1o de maio.
Investigadores paquistaneses que revistaram o complexo depois da operação norte-americana encontraram uma sala com uma lousa, que funcionava como escola domiciliar para as crianças.
"As crianças não eram autorizadas a frequentar escolas das redondezas, para evitar que Bin Laden fosse rastreado", disse um agente de segurança paquistanês.
"Eles (os moradores da casa) protegiam as crianças e as mantinham em segredo. Como se poderia imaginar, as crianças poderiam revelar alguma coisa", disse o agente, que se negou a ser identificado porque não é autorizado a falar com a mídia.
O homem mais procurado do mundo passou quase dez anos vivendo escondido, depois de orquestrar os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, até finalmente ser localizado por agentes dos EUA.
Entre as pessoas detidas pelas autoridades paquistanesas após a invasão da mansão estão três das esposas de Bin Laden -- uma iemenita e duas sauditas.
As duas sauditas têm alto nível de instrução -- uma delas possui doutorado em direito islâmico --, e eram elas que ensinavam as crianças, disseram os investigadores paquistaneses.
Ainda segundo os investigadores, quatro das crianças eram netas de Bin Laden. Não se acredita que todas as outras fossem filhas de Bin Laden.
Um dos filhos adultos de Bin Laden foi morto na ação norte-americana, juntamente com dois outros homens.
Vizinhos da mansão na periferia de Abbottabad ficaram chocados ao saber que Bin Laden vivia entre eles, mas alguns disseram que sua presença no local explicava o comportamento estranho dos moradores da mansão.
As crianças nunca saíam sozinhas para brincar com as crianças do bairro. Apenas ocasionalmente eram vistas caminhando até lojas das redondezas, mas sempre na companhia de um adulto, disseram vizinhos.
Autoridades de segurança do Paquistão disseram que, após o término da investigação, as esposas de Bin Laden e as crianças serão deportadas para seus países de origem.
Governo grego critica rebaixamento de nota de risco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo grego criticou, nesta segunda-feira, o rebaixamento da classificação de risco do país pela S&P (Standard & Poor's), sob o argumento de que se baseia em informações e decisões irreais.
"As decisões das agências devem se basear em dados, decisões e avaliações reais sobre o estado verdadeiro da economia, disse o Ministério das Finanças da Grécia, em um comunicado.
O ministério acrescentou que a avaliação da S&P foi feita em um momento em que não há nenhuma informação sobre a piora da situação financeira da Grécia.
A agência de classificação financeira Standard & Poor's reduziu nesta segunda-feira em dois graus a nota da Grécia, de 'BB-' para 'B', diante da probabilidade crescente de que o país tenha que reestruturar sua dívida.
O governo grego nega veementemente que tenha a intenção de reestruturar a dívida.
O governo também nega que o país estude deixar de usar o euro, depois de a informação ser publicada na revista alemã "Der Spiegel", na última sexta-feira (6). Neste caso, não só a Grécia, mas os altos representantes da União Europeia negaram a informação.
REBAIXAMENTO
A nota B, para a qual a Grécia foi rebaixada, significa risco especulativo, ou seja, não está no grupo de países mais seguros para se investir.
A agência advertiu que o país está sob perspectiva negativa e que um novo rebaixamento pode ser anunciado.
Um ano depois de um pacote de resgate da União Europeia e do FMI, a Grécia ainda está lutando contra uma profunda recessão, alimentando rumores de que terá que reestruturar sua dívida para sair da atual crise fiscal.
"Na nossa visão, há grande risco de que a Grécia vai tomar ação para reestruturar os termos de sua dívida comercial, incluindo os títulos do governo previamente emitidos", disse a agência em comunicado.
A S&P disse ainda que os países da zona do euro provavelmente pedirão aos credores que estendam o prazo de pagamento, enquanto o governo considera reduzir as exigências do pacote de resgate que salvou a Grécia da falência.
Logo após o anúncio, o governo da Grécia afirmou que a decisão da S&P coloca em dúvida a credibilidade da agência.
A Grécia está na escala "B1" da agência Moody's e "BB+" na Fitch.
A chamada crise da dívida europeia foi uma consequência da crise econômica de 2008. Para proteger a economia, os governos aumentaram suas despesas. Aqueles que já tinham gastos públicos elevados viram a dívida estourar, junto com as taxas de juros.
Essa bola de neve levou os países periféricos a atingir deficits públicos recordes, perdendo a capacidade de pagar a dívida.
EUA rejeitam se desculpar por ação contra Bin Laden no Paquistão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira que não há motivos para se desculpar pela operação secreta de um comando militar que matou Osama bin Laden no Paquistão. A declaração veio horas depois do primeiro-ministro paquistanês criticar o "unilateralismo" da ação americana.
"Não nos desculpamos pela decisão que o presidente [Barack Obama] tomou", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ressaltando que Washington levou a sério as queixas do Paquistão.
Ele afirmou que Obama estava convencido de que tinha o "direito e o dever" de ordenar o ataque, realizado por uma equipe de elite da Marinha americana. Carney lembrou que o presidente prometeu ainda na campanha que iria agir para pegar Bin Laden no Paquistão, se necessário.
Carney também afirmou que os Estados Unidos ainda estão buscando cooperação de Islamabad para ter acesso às três viúvas do líder da Al Qaeda que se encontram sob custódia do Paquistão e podem ter informações vitais sobre o grupo terrorista.
"Nós acreditamos que é muito importante manter uma relação de cooperação com o Paquistão, precisamente porque é de nosso interesse de segurança nacional fazê-lo", disse Carney em entrevista a jornalistas.
Bin Laden foi morto com um tiro de um dos cerca de 20 militares da Marinha dos Estados Unidos que invadiram, em três helicópteros, sua mansão de alta segurança em Abbottabad, cidade a cerca de 50 km da capital paquistanesa. A operação durou 40 minutos e, segundo as autoridades americanos deixou ainda um dos filhos de Bin Laden, uma mulher e dois homens mortos. Nenhum militar americano ficou ferido.
Pouco depois da revelação da operação, o Paquistão se viu sob duras críticas dentro e fora do país por não ter percebido a presença do homem mais procurado do mundo tão próximo de sua capital e, ainda pior, a menos de um km de uma academia militar.
Os EUA exaltaram a cooperação do Paquistão na ação, mas fontes ligadas ao governo americano dizem que o Paquistão não foi alertado com antecedência por medo de que pusesse a ação a perder.
O primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani reclamou mais cedo, em um discurso no Parlamento, sobre a invasão americana em Abbottabad, depois que o governo paquistanês não foi informado com antecedência sobre o plano. O ministro paquistanês do Interior, Rehman Malik, afirmou que soube da operação apenas 15 minutos após seu início e que nem ao menos sabia do que se tratava.
Em seu discurso ao Parlamento, Gilani criticou "os riscos inerentes ao unilateralismo" dos EUA, mas colocou panos quentes ao reconhecer a "grande importância" das relações com os EUA".
De maneira geral, seu discurso reconheceu as falhas na inteligência paquistanesa, mas afirmou que não foi apenas o Paquistão que errou na caçada ao Bin Laden.
INVESTIGAÇÃO
Gilani anunciou ainda que investigará a presença de Bin Laden no Paquistão.
"Estamos decididos a chegar ao fundo de como, quando e porquê da presença de Osama bin Laden em Abbottabad (cidade onde estava escondido e foi morto por tropas americanas). Ordenamos uma investigação', afirmou Gillani em discurso em inglês no Parlamento paquistanês.
O primeiro-ministro esclareceu que a investigação será encabeçada pelo tenente-general Javed Iqbal e, apesar do anúncio, insistiu que "as acusações de cumplicidade ou incompetência" a seu país em relação com o caso são "absurdas".
"Estamos todos unidos e totalmente comprometidos a não poupar sacrifícios para defender nossa dignidade e honra nacional", afirmou.
O primeiro-ministro lembrou ainda que o Paquistão não é "o local de nascimento da Al Qaeda", e justificou seu argumento ao se referir aos "voluntários árabes" que na década de 90 se uniram e desenvolveram a organização terrorista.
O chefe do governo paquistanês fez contínuas alusões à guerra antissoviética do Afeganistão nos anos 80, na qual os EUA concederam fundos e provisões aos mujahedins através do Paquistão.
"Nós não convidamos Osama bin Laden a vir ao Paquistão, nem sequer ao Afeganistão", ressaltou Gillani.
Apesar disso, o premiê paquistanês reconheceu que o chefe da Al Qaeda era "o inimigo número um do mundo civilizado" e o responsável pela morte de muitos de seus cidadãos.
"Fez-se justiça, sem dúvida - comentou, parafraseando o Barack Obama -. No entanto, não somos tão ingênuos para cantar vitória".