sábado, 12 de março de 2011

Reunião da Unasul debate democracia no Equador
DA EFE

A reunião de chanceleres e delegados das 12 nações da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) começou nesta sexta-feira no norte de Quito com um enfoque na vigência da democracia na região.

"Todos nossos países vivem em democracia", assinalou o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, ao iniciar a reunião que é realizada na cidade de Mitad del Mundo, com a presença do presidente desta nação andina, Rafael Correa, que, da mesma forma que os outros representantes das nações, vestia um poncho fabricado no Equador.

Tsunami já causou danos no Equador; 240 mil foram retirados

Tsunami já causou danos no Equador; 240 mil foram retirados

DA EFE, EM QUITO
O tsunami provocado pelo terremoto do Japão chegou às Ilhas Galápagos, onde o mar recuou 30 metros e, posteriormente, inundou zonas urbanas na cidade de San Cristóbal, afirmou o presidente do Equador, Rafael Correa.
"A água recuou, inundou a cidade e continua entrando", disse o líder, em entrevista coletiva na qual informou em tempo real sobre o maremoto no arquipélago, situado a cerca de 1.000 quilômetros do litoral equatoriano.
"Está tudo preparado em Galápagos. Não há risco às vidas humanas", declarou Correa.
A onda atingiu as ilhas por volta das 18h locais (21h de Brasília).
Correa informou que foram retiradas mais de 240 mil pessoas que residiam nas zonas litorâneas do país e de Galápagos.
Ao contrário de San Cristóbal, o impacto foi "bastante benigno" na cidade de Santa Cruz, também no arquipélago, indicaram as autoridades.
O líder disse que o efeito em Galápagos é um "termômetro" para o que pode ocorrer no continente, onde, segundo ele, algumas localidades em regiões de baixa altitude devem ser afetadas e podem sofrer prejuízos econômicos, mas não humanos.
No Equador, está vigente o estado de exceção, decretado por Correa nesta sexta-feira. Milhares de policiais e membros das Forças Armadas foram desdobrados na área de perigo para realizar as evacuações.
Correa tinha dito que o mais provável era que o Equador só recebesse uma "forte ressaca", em vez do tsunami temido inicialmente.
O líder explicou que será necessário esperar cerca de duas horas para constatar o efeito total do maremoto em Galápagos.
PREVENÇÃO
Nas zonas litorâneas, as escolas suspenderam as aulas, os hospitais localizados até cinco quilômetros da linha da praia enviam os pacientes para o interior e as autoridades recomendam aos moradores que abandonem suas casas para regiões altas e deixem para trás seus bens, que serão custodiados pelo Estado.
As autoridades fecharam os aeroportos de Galápagos e de algumas províncias litorâneas e pediram a retirada das embarcações dos portos a uma distância de 5 milhas náuticas, onde o tsunami não será sentido.
Em seu discurso, Correa criticou a falta de postos de controle entre Havaí e Galápagos, e propôs que Colômbia, Equador, Peru e Chile estabeleçam um programa conjunto de medição marítima no marco da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para se prepararem melhor contra futuros maremotos.

Radiação vaza de usina nuclear; premiê do Japão manda retirar moradores

Radiação vaza de usina nuclear; premiê do Japão manda retirar moradores

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo japonês confirmou o vazamento na usina nuclear Fukushima Daiichi Nº 1, e indicou que a concentração de material radioativo escapando das instalações já está oito vezes maior do que o normal. Em seguida, o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, ordenou a retirada emergencial de moradores num raio de 10 km em torno das instalações.
A usina, localizada na região de Fukushima, no leste do Japão, teve seu sistema de resfriamento danificado pelo terremoto de magnitude 8,9 e subsequente tsunami que atingiram o país. Registrado às 14h46 no horário local (2h46 em Brasília), o abalo foi o maior da história no Japão e já deixou ao menos 378 mortos, mais de 800 feridos e 547 desaparecidos.
A medição do nível de radiação que escapa da usina --feita pela Agência de Segurança Industrial e Nuclear do governo japonês, subordinada ao Ministério da Indústria-- sugere que o vazamento tenha proporções maiores do que as previstas anteriormente pelo ministro da Indústria Banri Kaieda.
Horas atrás, Kaieda admitiu a possibilidade de um pequeno vazamento de material radioativo na usina nuclear de Fukushima Daiichi após o governo decidir liberar vapor com teor radioativo como medida emergencial para reduzir a pressão sobre os reatores.
A agência de segurança nuclear diz que o elemento radioativo no vapor a ser liberado não vai afetar o ambiente e nem oferece risco à saúde --45 mil pessoas vivem no local a serão deslocadas.
Mais cedo um porta-voz da Tokyo Electric Power Co (TEPCO) disse que a pressão dentro da usina estava aumentando e já ultrapassava 1,5 vez a capacidade prevista, com o risco de um vazamento de radiação, segundo agências de notícias japonesas.

CONTENÇÃO
Mais cedo, especialistas já haviam alertado para um risco de vazamento caso o nível de água no reator de Fukushima caísse, aumentando a temperatura do combustível nuclear.
Ressaltando as graves preocupações sobre um vazamento nuclear, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que a Força Aérea dos EUA entregou um resfriador ao Japão para reverter o aumento da temperatura do combustível.
Os reatores fechados devido ao terremoto são responsáveis por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. A energia nuclear produz cerca de 30% da eletricidade consumida no país.
A TEPCO disse que três dos seis reatores da central nuclear de Fukushima Daiichi estavam ativas no momento do terremoto. As outras três, fechadas para manutenção, não correm risco de vazamento.
Um novo balanço das autoridades japonesas eleva para ao menos 378 o número de mortos no tremor de magnitude 8,9 que atingiu nesta sexta-feira o Japão. O terremoto originou um tsunami com ondas de sete metros que devastou a parte leste do país e deixou ainda mais de 800 feridos e 547 desaparecidos.
BRASILEIROS
O embaixador brasileiro no Japão, Marcos Galvão, afirmou nesta sexta-feira à Folha.com que ainda não há notícias de vítimas brasileiras. Segundo ele, as províncias mais atingidas foram Miyagi, Iwate e Fukushima, onde o número de brasileiros é cerca de 800. Ouça a entrevista com o embaixador
Os japoneses continuam vivendo cenas de pânico com dezenas de réplicas, tremores secundários, normalmente de menor magnitude. às 4h30 deste sábado (16h30 em Brasília), um tremor de magnitude 6,6 atingiu uma ilha ao noroeste de Tóquio. Outro de magnitude similar afetou as cidades de Nagano e Niigata às 3h59 (15h49 de Brasília).
Mesmo para uma nação acostumada com tremores, as cenas de devastação são chocantes. "Uma grande área de Sendai está alagada. Nós estamos ouvindo que as pessoas que foram retiradas estão isoladas", disse Rie Sugimoto, repórter do canal NHK em Sendai.
"Eu fiquei apavorado e ainda estou com medo", disse Hidekatsu Hata, 36, gerente de um restaurante no bairro de Akasaka, em Tóquio. "Eu nunca vivi um terremoto dessa magnitude antes."
O primeiro-ministro Naoto Kan disse a políticos que eles precisam "salvar o país" após o desastre, que segundo ele causou danos profundos em toda a faixa norte.
CAOS
O tremor dividiu uma rodovia perto de Tóquio e derrubou vários prédios no nordeste japonês. Um trem estava desaparecido na região litorânea atingida pelo tsunami.
Um navio que levava cem pessoas foi levado pelo tsunami, de acordo com a agência Kyodo, e imagens de TV mostraram a força da água, escurecida pelos destroços, carregando casas e carros e levando embarcações do mar para a terra.
Algumas usinas nucleares e refinarias de petróleo foram paralisadas, e havia fogo em uma refinaria e numa grande siderúrgica.
Cerca de 4,4 milhões de imóveis ficaram sem energia no norte do Japão, segundo a imprensa.
Impressionantes imagens de TV mostraram o tsunami carregando destroços e incêndios em uma grande faixa litorânea perto de Sendai, que tem cerca de 1 milhão de habitantes. Um hotel desabou na cidade e há temores de que haja soterrados. Sendai fica a 300 quilômetros de Tóquio, e o epicentro do tremor, no mar, não fica muito distante dessa região.
Navios foram erguidos do mar e jogados no cais, onde ficaram caídos de lado.
A gigante eletrônica Sony, um dos maiores exportadores do país, fechou seis fábricas, informou a Kyodo. O Banco do Japão (Banco Central) prometeu medidas para assegurar a estabilidade do mercado financeiro, mas o iene e as ações de empresas japonesas registraram queda.
Horas depois, um tsunami atingiu o Havaí (EUA), sem causar maiores danos. Alertas foram enviados por todo o oceano Pacífico, desde a América do Sul, Canadá, Alasca (EUA) e toda a costa oeste dos EUA.
A Indonésia, o Havaí e as Filipinas, entre outros, determinaram a desocupação de áreas costeiras. Países da região como Taiwan, Austrália e Nova Zelândia, no entanto, já suspenderam o alerta.
SACUDINDO
Houve vários tremores secundários após o terremoto principal. Em Tóquio, os edifícios sacudiram violentamente. Uma refinaria de petróleo perto da cidade estava em chamas, com dezenas de tanques de armazenamento sob ameaça.
A emissora NHK mostrou chamas e colunas de fumaça negra saindo de um prédio em Odaiba, um subúrbio de Tóquio, e trens-balas que seguiam para o norte do país parados.
Fumaça escura também encobria uma região industrial em Yokohama. A TV mostrou moradores da cidade correndo para deixar prédios atingidos pelo tremor, protegendo as cabeças com as mãos enquanto destroços caiam sobre elas.
"O prédio sacudiu por bastante tempo e muitas pessoas na redação pegaram seus capacetes e se esconderam debaixo da mesa", disse a correspondente da agência de notícias Reuters em Tóquio Linda Sieg.
"Isso foi provavelmente o pior que eu já vivi desde que vim morar no Japão há mais de 20 anos".
O tremor aconteceu pouco antes do fechamento do mercado em Tóquio, derrubando o índice Nikkei para a cotação mais baixa em cinco semanas. O desastre também prejudicou mercados em outras partes do mundo.

Ministros da UE dizem estar unidos perante crise da Líbia

Ministros da UE dizem estar unidos perante crise da Líbia

DA EFE, EM GÖDÖLLÖ

Os ministros de Exteriores da UE (União Européia) tentaram neste sábado mandar da Hungria uma mensagem de unidade quanto a sua postura frente à crise na Líbia, no meio de debates internos sobre uma possível intervenção militar no país árabe.
"Temos conclusões claras e fortes. Iniciamos um planejamento prudente para todas as opções", assegurou o responsável da Política Externa da UE, Catherine Ashton, após uma reunião informal de dois dias dos ministros de Exteriores da União em Gödöllö, perto de Budapeste.
"Estamos unidos ao dizer que o regime (de Muammar Gaddafi) tem que terminar. É grande a pressão para a mudança e necessitamos manter nossa pressão", manifestou.
O ministro de Exteriores húngaro, János Martonyi, cujo país preside a União Europeia neste semestre, acrescentou que "a mensagem desta reunião é muito mais de unidade do que alguns podem ter percebido".
"Estamos muito de acordo nos princípios, alguns a curto prazo, outros a longo prazo. Mas a UE está unida, na reunião aqui e na de Bruxelas (ontem), sublinhando que pensamos e atuamos juntos", manifestou o ministro húngaro.
A França tinha proposto na sexta-feira lançar ataques pontuais e sob certas condições contra Gaddafi, algo que a Alemanha, apoiado por vários países comunitários, rejeitou.
O presidente permanente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse neste sábado em entrevista coletiva na sede do Parlamento da Hungria, que "o futuro da Líbia está nas mãos dos líbios".
"A revolução está dirigida por líbios. Não vivemos épocas coloniais, quando forças estrangeiras intervêm. Nós dizemos que se a segurança da população está em perigo, temos que examinar quais possibilidades temos", expressou com cautela.
"Antes de ações de outro tipo, ou seja, além das sanções políticas, temos que nos movimentar dentro de um marco muito estrito. Assumimos a responsabilidade, mas só dentro deste marco", disse Van Rompuy sobre a necessidade de uma resolução do Conselho de Segurança e o apoio explícito da Liga Árabe.
Na mesma entrevista coletiva, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse que as revoltas no mundo árabe são "uma situação histórica única. Uma ação militar descuidada poderia derrubar esta possibilidade".
Por sua parte, o ministro alemão de Exteriores, Guido Westerwelle, assegurou perante a imprensa em Gödöllö que seu país conta com o apoio de "muitos países-membros" da UE em sua postura de cautela perante qualquer intervenção militar.
"Não deveríamos ameaçar imprudentemente com uma intervenção militar, mas ter como objetivo a liberdade, a paz e a democracia, não só na Líbia mas em toda a região", disse.
"Devemos evitar medidas que poderiam causar o contrário, ou seja, menos liberdade e uma guerra, e inclusive um retorno a velhos sistemas autocráticos ou a chegada de fundamentalistas religiosos", advertiu Westerwelle.
Segundo o ministro de Exteriores francês, Alain Juppé, com uma opção militar "não se trata de instalar um Governo (novo na Líbia), mas de dar os meios (à rebelião) para proteger a população".
O ministro francês reconheceu que para isso é necessário "um mandato da ONU e o apoio dos países árabes".
Nesse sentido, Catherine manifestou em entrevista coletiva, após a reunião ministerial, que é "fundamental" que a UE siga em contato com o mundo árabe e consulte seus membros.
A Alta Representante anunciou que viajará no domingo ao Cairo para falar com o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, e com o primeiro-ministro e ministro de Exteriores egípcios.
Acrescentou que a UE, em conjunto com os países candidatos à adesão, incluindo Turquia, estão "na posição única de não impor soluções, mas de dar apoio às mudanças históricas que estão sucedendo" nessa região.
Quanto à perspectiva de ampliar as sanções contra o regime de Gaddafi, Ashton explicou que primeiro deve analisar se o impacto das medidas punitivas impostas até agora.
"Necessitamos um planejamento prudente. Impusemos sanções sobre indivíduos e sobre entidades (líbias). Temos que analisar seu impacto e temos que ver que mais do que podemos fazer", concluiu.
Catherine acrescentou que a UE planeja apresentar aos países árabes em transição democrática ajudas concretas, como dinheiro, acesso a seus mercados e a possibilidade de uma maior mobilidade pela Europa para as jovens gerações árabes.
Por sua parte, Martonyi opinou que por causa das mudanças nos países árabes existe a possibilidade de que "se forme uma região de países democráticos desde o Atlântico até o Golfo (Pérsico)", mas não excluiu a possibilidade de uma evolução "negativa".

Liga Árabe defende zona de exclusão aérea e contato com oposição

Liga Árabe defende zona de exclusão aérea e contato com oposição

DA FRANCE PRESS, NO CAIRO

A Liga Árabe mostrou-se a favor da criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia e de contatos com o Conselho Nacional de Transição, que reúne a oposição, anunciaram neste sábado diplomatas que participam da reunião extraordinária da organização, no Cairo.
Os ministros árabes de Relações Exteriores "resolveram de comum acordo convidar o Conselho de Segurança (das Nações Unidas) a assumir suas responsabilidades, estabelecendo uma zona de exclusão aérea para proteger o povo líbio", declarou um desses diplomatas que preferiu não ter o nome divulgado.
"A decisão foi aprovada pelos ministros árabes, com exceção dos representantes de Argélia e Síria", acrescentou.
A Liga Árabe é integrada por 22 países, mas o regime líbio do coronel Muamar Kadhafi foi excluído das reuniões depois da repressão aos rebeldes.
"Os ministros decidiram abrir canais de contato com o CNT (Conselho Nacional de Transição) na Líbia", disse a fonte.

Tremor gera tsunami no Japão; 300 morrem em cidade costeira

Tremor gera tsunami no Japão; 300 morrem em cidade costeira

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um forte tsunami, gerado por um terremoto de magnitude 8,9, matou ao menos 300 pessoas em Sendai, na costa nordeste do Japão, a cidade mais atingida pelo tremor. As fortes ondas varreram barcos, carros e casas, gerando ainda incêndios em diversas aéreas. Alertas de tsunami foram emitidos para todo o oceano Pacífico, incluindo para países da América do Sul e Central, Canadá, Alasca e toda a costa oeste dos Estados Unidos.
O tremor está sendo considerado o pior a atingir o país desde que começaram a ser feitos registros, no final do século 19, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês).
O tremor foi seguido por mais de 50 réplicas, algumas delas de magnitude superior a 6,0. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro.
A polícia informou oficialmente 60 mortos e 56 pessoas desaparecidas. Mas o número de vítimas tende a aumentar devido à dimensão do desastre e aos corpos descobertos em Sendai.
O terremoto ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília) e teve seu epicentro no Oceano Pacífico, a 130 quilômetros da península de Ojika, e a uma profundidade de 24,4 quilômetros, de acordo com o USGS.
"O terremoto causou grandes danos a vastas áreas no norte do Japão", afirmou o premiê Naoto Kan em uma entrevista coletiva.
Mesmo para um país acostumado com terremotos, o desta sexta foi de proporções catastróficas devido ao tsunami que atingiu a terra, engolindo tudo em seu caminho quando as ondas entraram vários quilômetros adentro do território, antes de retroceder.
Grandes barcos de pesca e outras embarcações invadiram cidades, levados por altas ondas, batendo contra viadutos em algumas localidades. Imagens da TV japonesa NHK e da emissora americana CNN mostram veículos virados e parcialmente submersos.
Ondas de água lamacentas varreram a cidade de Sendai, atingindo edifícios, alguns em chamas, enquanto carros tentavam fugir. O aeroporto de Sendai foi inundado com carros, caminhões, ônibus e muita lama ficou depositada nas estradas da localidade. Incêndios se espalharam por uma área da cidade, informou a NHK.
"Nossa avaliação inicial indica que já há danos enormes", afirmou o porta-voz do governo, Yukio Edano. "Nós faremos o máximo de esforço de assistência."
Segundo ele, o Ministério da Defesa está enviando tropas para a região atingida. Um avião e diversos helicópteros já estão a caminho.
Um grande incêndio atingiu a refinaria de petróleo Cosmo, na província de Chiba (perto de Tóquio). Bombeiros tinham dificuldades para lidar com as chamas, que chegaram a 30 metros de altura.
Apenas na cidade de Ofunato, mais de 300 casas foram levadas pela força das águas. Imagens de TV mostraram os restos dos imóveis, árvores arrancadas e carros virados.
O tremor também paralisou em todo o país os serviços do "shinkansen", o trem-bala japonês.
No centro de Tóquio, grandes prédios balançaram violentamente e trabalhadores correram para as ruas por segurança. Imagens de TV mostraram um grande edifício em chamas no distrito de Odaiba.
O tremor curvou a ponta superior da Tokyo Tower, uma estrutura de aço de 33 metros de altura inspirada na Torre Eiffel de paris.
Na cidade, foram desativados os serviços de metrô e de trens suburbanos. Um grande número de pessoas esperavam na estação de Shinjuku, a mais movimentada estação de trem do mundo, pela retomada dos serviços.
O principal aeroporto de Tóquio foi fechado, e passageiros foram retirados do aeroporto de Narita. Já uma grande parte do aeroporto de Ibaraki, 80 quilômetros a nordeste da capital, desmoronou --a construção tem apenas um ano. Relatos também indicam que a comunicação por celular foi cortada.
Dezenas de incêndios foram relatados em Fukushima, Sendai, Iwate e Ibaraki. Desmoronamento de casas e deslizamentos de terra também foram relatados em Miyagi.
Cerca de quatro milhões de casas estão sem energia elétrica em seis províncias do país, segundo informaram as autoridades.
USINAS NUCLEARES
O setor de turbinas da usina nuclear de Onagawa, na região de Miyagi, pegou fogo após o terremoto. No entanto, não há informações sobre vazamentos, segundo autoridades locais.
Em Fukushima, foi emitido um alerta de emergência na usina nuclear devido a uma falha no seu sistema de resfriamento. O chefe de gabinete do governo, Yukio Edano, afirmou que nenhum vazamento de radiação foi registrado após uma falha mecânica ter ocorrido na instalação. O sistema que apresentou problemas --depois que a usina foi fechada-- é necessário para resfriar o reator.
Ele disse que a medida foi uma precaução.
Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que as quatro usinas nucleares japonesas situadas perto da área atingida pelo terremoto desta sexta-feira foram fechadas em segurança.
A agência, entidade da ONU (Organização das Nações Unidas) para a fiscalização de energia nuclear, sediada em Viena, disse que estava buscando mais informações sobre que países e instalações nucleares poderiam estar em risco pelo tsunami provocado pelo terremoto.
"As quatro usinas nucleares do Japão mais próximas ao local do tremor foram fechadas em segurança", disse a agência em comunicado, acrescentando que estava agindo em conjunto com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão para obter mais detalhes da situação.
"A agência ofereceu seus serviços ao Japão, caso o país peça assistência", acrescenta o comunicado.
Segundo a mídia japonesa, o governo decidiu declarar uma situação de emergência para a energia nuclear, que ocorre quando há confirmação de vazamentos radioativos de uma usina nuclear ou a danificação do sistema de resfriamento de um reator.
A agência de notícias Kyodo disse que um incêndio ocorreu na usina nuclear Onagawa, da Tohoku Electric Power Company, no nordeste do Japão após o terremoto.
Em outro incidente, a província de Fukushima, local de uma usina nuclear da Tokyo Electric Power, disse nesta sexta-feira que o sistema de resfriamento do reator estava funcionando, negando uma informação anterior de que a instalação teve problemas.
O Japão está situado no "Anel de Fogo" --um arco de regiões de terremotos e vulcões que se estende pelo Pacífico e onde cerca de 90% dos tremores do mundo ocorrem. Um deles, de magnitude 8,8 no oceano Índico e que foi seguido por um tsunami, matou estimadas 230 mil pessoas em 12 países em 26 de dezembro de 2004.
Mesmo o Japão sendo palco de tremores frequentes, raramente eles causam vítimas devido às rígidas normas de construção vigentes no país.
O último terremoto de grandes proporções a atingir o Japão havia sido em 1932 em Kanto --o tremor, de magnitude 8,3, matou 143 mil pessoas, segundo o USGS.
Em 1996, um outro tremor, de magnitude 7,2, deixou 6.400 mortos na cidade de Kobe.
ALERTAS
O aviso de ondas gigantes emitido nesta sexta-feira pelo Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico foi ampliado para Austrália, Nova Zelândia, Polinésia e países do litoral oeste do continente americano.
"A avaliação do nível do mar confirma que foi gerado um tsunami que pode causar grandes danos", adverte em seu site o Centro, que pede que as autoridades "tomem as medidas apropriadas diante desta ameaça".
México, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Honduras, Chile, Equador, Colômbia e Peru foram incluídos no último boletim do Centro, que fez o mesmo com Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Samoa e várias ilhas da Polinésia.
Inicialmente, o primeiro alerta foi emitido para Japão, Rússia, Filipinas, ilhas Marianas, Guam, Taiwan, Ilhas Marshall, Indonésia, Papua Nova Guiné, Micronésia e Havaí (EUA).

Sobe para 564 o número oficial de mortos no Japão

Sobe para 564 o número oficial de mortos no Japão

DA EFE, EM TÓQUIO

A polícia do Japão aumentou neste sábado para 564 o número de mortos e situou em 600 o de desaparecidos pelo terremoto de 8,9 graus na escala Richter, segundo dados do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos, na sigla em inglês), que sacudiu na sexta-feira o nordeste do país e que foi seguido por um devastador tsunami.
Trata-se da apuração oficial. No entanto, a imprensa japonesa, como a agência Kyodo, estima que o número final de vítimas superará os 1.700.
Às vítimas já contabilizadas pela polícia foram somadas outras 200 ou 300 pessoas que se afogaram em Sendai, capital da província de Miyagi, segundo as autoridades locais.
Além disso, outros 200 corpos teriam sido transferidos para ginásios nas localidades de Iwanuma e Natori, também em Miyagi.
Segundo a Kyodo, cerca de 300 mil pessoas foram evacuadas em cinco províncias do nordeste do Japão, entre elas mais de 46 mil próximas a uma usina nuclear em Fukushima (norte de Tóquio), onde neste sábado aconteceu uma forte explosão que feriu quatro pessoas.
O porta-voz do Executivo, Yukio Edano, estimou durante uma reunião do comitê de emergência em Tóquio que "pensamos que mais de mil pessoas perderam as vidas" por causa do terremoto, o maior que se tem conhecimento no país.
O primeiro-ministro, Naoto Kan, informou que 50 mil militares se dedicarão aos trabalhos de resgate nas províncias afetadas do nordeste do Japão.
Um total de 190 aviões e 25 navios já foram deslocados para as tarefas de busca, nas quais os EUA colaborarão com seus navios para o transporte de soldados das Forças de Autodefesa (Exército japonês).
Há, pelo menos, 3,4 mil edifícios destruídos no Japão pelo terremoto, que além disso causou, aproximadamente, 200 incêndios.
Na província oriental de Iwate, algumas cidades foram praticamente varridas do mapa pelo tsunami provocado pelo terremoto, com ondas de até dez metros de altura.


DESAPARECIDOS
As autoridades da cidade de Miyagi, região nordeste do Japão devastado por um tsunami na sexta-feira, informaram não ter notícias de 10 mil pessoas na cidade portuária de Minamisanriku, informou a NHK.
Este valor representa mais de metade da população desta cidade de 17 mil habitantes localizada na costa do Pacífico do Japão. De acordo com a NHK, as autoridades estão tentando localizar essas pessoas. Foi confirmada a evacuação de 7.500 pessoas, mas não conseguiu manter contato com outras 10 mil.

Especialistas afastam "repetição" de Tchernobil no Japão

Especialistas afastam "repetição" de Tchernobil no Japão

DA REUTERS, EM BRUXELAS

O Japão não deve testemunhar uma repetição do desastre nuclear de Tchernobil após uma explosão ter rompido o telhado de uma de suas usinas nucleares, danificada por um grande terremoto, disseram especialistas neste sábado.
O reator Daiichi 1, ao norte da capital Tóquio, começou a vazar radiação depois que o terremoto de magnitude 8,9 causou um tsunami, prontamente levantando temores quanto a um derretimento nuclear.

Mas especialistas afirmaram que as fotos de uma névoa sobre a usina sugerem que apenas pequenas porções de radiação foram liberadas, como parte das medidas para assegurar a estabilidade do reator, muito diferente das nuvens radioativas que saíram de Tchernobil quando houve a explosão, em 1986.
"A explosão no grupo de geradores número um da usina nuclear de Fukishima, no Japão, que ocorreu hoje, não será uma repetição do desastre nuclear de Tchernobil," disse Valeriy Hlyhalo, vice-diretor do centro de segurança nuclear Tchernobil.
Ele disse à agência de notícias Interfax que reatores japoneses são melhor protegidos do que os de Tchernobil, onde pouco mais de 30 bombeiros foram mortos na explosão. Pior acidente nuclear civil da história, Tchernobil também causou a morte de milhares de pessoas, que adoeceram devido à radiação.
"Além disso, esses reatores são desenhados para trabalhar em uma zona altamente sísmica, embora o que aconteceu vá além do impacto que as usinas foram projetadas para resistir," afirmou Hlyhalo.
"Portanto, as consequências não devem ser tão sérias quanto foram após o desastre nuclear de Tchernobil."
Autoridades japonesas disseram neste sábado que o núcleo do reator estava intacto, e que água do mar seria jogada no reator que esta vazando para resfriá-lo e reduzir a pressão na unidade, um comunicado que deve acalmar os temores de um acidente nuclear.
Especialistas disseram que é crucial assegurar que o recipiente de aço do reator não tenha sido afetado pela explosão ou pelo terremoto.
"Se o recipiente de pressão, que comporta de verdade o combustível nuclear... se ele estava para explodir, é basicamente o que aconteceu em Tchernobil, você terá uma liberação enorme de material radioativo," afirmou o professor Paddy Regan, físico nuclear da Universidade Surrey, no Reino Unido.

Chile retira alerta para quase toda costa, menos o norte e sul

Chile retira alerta para quase toda costa, menos o norte e sul

DA REUTERS, EM SANTIAGO

O Chile retirou, neste sábado, um alerta de tsunami para quase toda sua área costeira, com exceção de algumas cidades do norte e sul, devido a situações ainda instáveis causadas pelo forte terremoto e tsunami que atingiram o Japão na véspera.
O governo chileno decretou na sexta-feira uma advertência de "alerta" de tsunami para todo o território costeiro e insular do país logo que houve o impacto das ondas gigantes na costa do Pacífico, após o tremor de magnitude 8,9, que abalou o Japão.
Na madrugada de sábado, um tsunami mais enfraquecido entrou no território chileno com algumas inundações nas regiões costeiras, porém, sem maiores problemas, seguido nas horas seguintes por um retorno paulatino à normalidade.
"Neste instante estamos levantando o estado de alerta e a ordem de evacuação em todo o território nacional", disse o presidente Sebastián Piñera, que acrescentou que o alarme continuaria em algumas cidades e portos específicos.
As áreas costeiras que permanecem sob alerta são as cidades do extremo norte do Chile, como Arica, Iquique, Antofagasta, Pisagua e Caldera.
O canal de televisão estatal TVN mostrou imagens de redemoinhos na baía do porto de Arica, em um sinal de que os efeitos do tsunami estavam latentes.
Na zona sul do país, o alarme de tsunami afetava os portos de Talcahuano e as cidades e povoados costeiros de Constitución, Lebú, Dichato, baía de Concepción e San Vicente, cidades que foram atingidas em 27 de fevereiro de 2010 por um terremoto devastador e um tsunami que deixou mais de 500 mortos.
"Se não levantamos o estado de alerta nessas zonas é porque temos boas razões para isso", disse Pinera.

Japão pede a Rússia aumento da oferta de energia após tragédia

Japão pede a Rússia aumento da oferta de energia após tragédia

DA REUTERS, EM MOSCOU

O Japão pediu à Rússia para aumentar a oferta de energia depois que uma central nuclear foi danificada por um terremoto, as agências russas informaram citando o vice-primeiro-ministro Igor Sechin, neste sábado.
Sechin disse que a Rússia pode aumentar a oferta de gás natural liquefeito em cerca de 150 mil toneladas, enquanto a Mechel e a SUEK vão na próxima semana analisar a possibilidade de aumento de fornecimento de carvão em 3 a 4 milhões de toneladas, agência Itar Tass.
A polícia do Japão aumentou neste sábado para 564 o número de mortos e situou em 600 o de desaparecidos pelo terremoto de 8,9 graus na escala Richter, segundo dados do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos, na sigla em inglês), que sacudiu na sexta-feira o nordeste do país e que foi seguido por um devastador tsunami.
Trata-se da apuração oficial. No entanto, a imprensa japonesa, como a agência Kyodo, estima que o número final de vítimas superará os 1.700.
Às vítimas já contabilizadas pela polícia foram somadas outras 200 ou 300 pessoas que se afogaram em Sendai, capital da província de Miyagi, segundo as autoridades locais.
Além disso, outros 200 corpos teriam sido transferidos para ginásios nas localidades de Iwanuma e Natori, também em Miyagi.
Segundo a Kyodo, cerca de 300 mil pessoas foram evacuadas em cinco províncias do nordeste do Japão, entre elas mais de 46 mil próximas a uma usina nuclear em Fukushima (norte de Tóquio), onde neste sábado aconteceu uma forte explosão que feriu quatro pessoas.
O porta-voz do Executivo, Yukio Edano, estimou durante uma reunião do comitê de emergência em Tóquio que "pensamos que mais de mil pessoas perderam as vidas" por causa do terremoto, o maior que se tem conhecimento no país.
O primeiro-ministro, Naoto Kan, informou que 50 mil militares se dedicarão aos trabalhos de resgate nas províncias afetadas do nordeste do Japão.
Um total de 190 aviões e 25 navios já foram deslocados para as tarefas de busca, nas quais os EUA colaborarão com seus navios para o transporte de soldados das Forças de Autodefesa (Exército japonês).
Há, pelo menos, 3,4 mil edifícios destruídos no Japão pelo terremoto, que além disso causou, aproximadamente, 200 incêndios.
Na província oriental de Iwate, algumas cidades foram praticamente varridas do mapa pelo tsunami provocado pelo terremoto, com ondas de até dez metros de altura.
DESAPARECIDOS
As autoridades da cidade de Miyagi, região nordeste do Japão devastado por um tsunami na sexta-feira, informaram não ter notícias de 10 mil pessoas na cidade portuária de Minamisanriku, informou a NHK.
Este valor representa mais de metade da população desta cidade de 17 mil habitantes localizada na costa do Pacífico do Japão. De acordo com a NHK, as autoridades estão tentando localizar essas pessoas. Foi confirmada a evacuação de 7.500 pessoas, mas não conseguiu manter contato com outras 10 mil.