segunda-feira, 31 de outubro de 2011

QUESTÃO
Utilizando os conceitos básicos da teoria do comércio internacional explique por que estratégias de desenvolvimento baseadas em políticas de substituição de importações tendem a ser mais bem sucedidas em países como o Brasil do que em nações como o Uruguai ou a Coréia do Sul.

Fábio Moreira Farias (20/20)

A política de Substituição de Importações, cerne do modelo industrialista do nacional-desenvolvimentismo, que no Brasil manteve-se hegemônica da década de 1930 até o início da década de 1990, contradiz, em grande parte, os ensinamentos da teoria clássica e da neoclássica do comércio internacional. De acordo com os teóricos das duas escolas, os países deveriam eliminar as barreiras do comércio internacional, especializando-se na produção de bens e serviços nos quais tivessem vantagens comparativas. A promoção do livre comércio internacional seria benéfica a todos os países pois o intercâmbio de mercadorias contribuiria para a elevação do bem estar da sociedade internacional como um todo.
Baseada fundamentalmente no protecionismo e na intervenção direta do governo na economia seja sob a forma de empresas estatais, - seja como indutor de investimentos -, a política de substituição de importações valia-se da existência de vantagens comparativas dinâmicas e de rendimentos crescentes de escala para justificar sua aplicação.
Contrariando o embasamento teórico da existência de vantagens comparativas, que em Ricardo assume a forma de diferenças de tecnologia e em Hecksher-Ohlin a de dotação de fatores de produção, o governo dos países que adotaram a industrialização por substituição de importações adotou políticas que visavam a criar indústrias de tecnologia dos países desenvolvidos e nas quais dispunham de fatores de produção em abundância. É o caso, por exemplo, da siderurgia, intensiva em capital mas que apresenta fortes ganhos de escala.
Para que a política de substituição de importações seja eficaz é fundamental que o país seja grande o bastante para poder progredir em grau de especialização da produção interna tal que viabilize o desenvolvimento de indústrias de bens de capital, sem as quais não se desenvolverá a indústria nacional de forma autônoma.
Esse é o caso do Brasil. Durante as décadas em que se manteve a substituição de importações o país tornou-se industrializado e cresceu vertiginosamente. O parque industrial brasileiro é diversificado e foi viabilizado pelo tamanho do país, bem como pela possibilidade de especialização funcional e regional de sua produção.
SILVA, Guilherme A; Gonçalves, Williams. Dicionário de Relações Internacionais. 2 ed. Barueri: Manole, 2010.

Teoria crítica

A teoria crítica forma, junto com o pós modernismo e o construtivismo, abordagens conceituais definidas como componentes da teoria do conhecimento ou reflexivismo. Como característica comum, essas abordagens conceituais questionam os princípios e métodos positivistas adotados pelas correntes mais difundidas no estudo das relações internacionais, como o realismo e idealismo. Defendem o argumento de que há objetivos, tão somente definições e teorias que, por sua vez, criam a percepção de que fatos existem. Assim, a análise da linguagem e do discurso é essencial para compreender o processo de transformação daquilo que é apenas interpretação em realidade.
A teoria crítica se diferencia, no entanto, por estar fundamentada nos princípios da sociologia crítica, particularmente nos trabalhos da Escola de Frankfurt e de seu maior expoente, Jürgen Habermas. Segundo Habermas, há três tipos de interesse constitutivo do saber (knoledge-constitutive interests): o técnico, o prático e o emancipatório. O primeiro se refere às necessidades materiais e à busca do controle da natureza. O segundo se refere à busca da mútua compreensão entre indivíduos e grupos humanos por intermédio da linguagem, de símbolos, normas e ações. O terceiro, o emancipatório, diz respeito à capacidade humana de refletir, o que nos permite identificar as formas de poder que inibem a realização dos potenciais humanos. A teoria crítica reflete esses interesses cognitivos emancipatórios.
Os adeptos da teoria crítica acreditam que a relações internacionais formam mais do que um mero sistema. É importante reconhecer a existência de uma sociedade internacional. Como tal, essa sociedade é percebida por meio de construções lingüísticas e conceituais específicas. Produtos sociais e históricos, essas construções são apresentadas como fatos e privilegiam determinados grupos, ou as elites, em detrimento dos demais, garantindo-lhes ainda a permanência no poder. Segundo Robert Cox, há uma conexão estreita entre conhecimento e interesses. Toda teoria serve a alguém e a alguma coisa (COX, 1981).
Assim, os adeptos da teoria crítica objetivam descortinar as origens desse “conhecimento” construído no âmbito das relações internacionais e, baseados numa agenda explicitamente normativa, buscam a emancipação política e social daqueles grupos oprimidos ou marginalizados.
O processo de emancipação se inicia com a denúncia dos discursos estatocêntricos das relações internacionais e de sua lógica bipolar anarquia-cooperação como um dado definitivo. O argumento é que esses discursos, solidificados com o sistema de Estados de Vestfália, refletem o projeto iluminista, a crença de que a liberação ou o avanço da humanidade se dão por intermédio da razão e da aplicação judiciosa do conhecimento científico, objetivo.
No entanto, para os teóricos críticos, essa é uma visão inerentemente conservadora, que privilegia a manutenção do status quo. A teoria tradicional é orientada pela solução de problemas (problem-solving). Isso implica a aceitação do mundo, das ordens sociais prevalecentes e das relações de poder tal como são. Como resultado, as ações se dão apenas a partir desse ponto. Não há no projeto iluminista o questionamento das fundações das ordens nem das relações sociais.
Em seguida, o que se pretende é trazer à tona descrições outras do mundo até então “silenciadas”. A desconstrução da teoria ortodoxa permitiria o vislumbramento de novas possibilidades sociais e transformações políticas.
Ao que parece, a última fase desse processo emancipatório seria a habilidade dos indivíduos em suplantar os processos de opressão através da inquisição do conhecimento. Essa é uma visão fundamentalmente kantiana de que a educação, ou a aquisição de uma nova lógica, é o caminho maior para a transformação das desigualdades entre os indivíduos. Nesse particular, a teoria crítica, tal como o pós-modernismo, apresenta os problemas sem no entanto produzir resultados satisfatórios que gerem soluções ou transformações efetivas, seja para a prática da disciplina, seja para a condução dos assuntos internacionais de qualquer ordem.
A Escola de Frankfurt

Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, fundado na década de 1920. Sua produção ficou conhecida como teoria crítica. Entre eles destacaram-se Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Erich Fromm e Jurgen Habermas.
Apesar de haver grandes diferenças de pensamento entre esses autores, identificamos neles a preocupação comum de estudar variados aspectos da vida social, de modo a compor uma teoria crítica da sociedade como um todo. Para tanto, investigaram as relações existentes entre os campos de economia, da psicologia, da história e da antropologia.
Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram a teoria marxista (na verdade, uma leitura bastante original dessa teoria) e a teoria freudiana, que trouxe à tona elementos novos sobre o psiquismo das pessoas. Mas há também outras influências, como as de Hegel, Kant ou do sociólogo Max Weber.
A escola de Frankfurt concentrou seu interesse na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais.

Adorno e Horkheimer

Nessa análise, que se desdobra em vários aspectos, um tema muito presente é a crítica da razão. De acordo com Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1906-1969), a razão iluminista, que visava a emancipação dos indivíduos e o progresso social, terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico industrial. Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão controladora e instrumental, que busca sempre a dominação, tanto da natureza quanto do próprio ser humano.
Em um texto de autoria de Horkheimer e Adorno, A dialética do esclarecimento, de 1947, os dois fazem dura crítica ao iluminismo, que estimulou o desenvolvimento dessa razão controladora e instrumental que predomina na sociedade contemporânea. Denunciam também o desencantamento do mundo, a deturpação das consciências individuais, a assimilação dos indivíduos ao sistema social dominante.
Em resumo, Horkheimer e Adorno denunciam a morte da razão crítica, asfixiada pelas relações de produção capitalista. Se denúncias semelhantes já haviam sido feitas no campo do marxismo, o que há de característico nos filósofos da Escola de Frankfurt é a desesperança em relação à possibilidade de transformação dessa realidade social. Isso se deveria a uma ausência de consciência revolucionária no proletariado (trabalhadores), que teria sido assimilado, absorvido pelo sistema capitalista, seja pelas conquistas trabalhistas alcançadas, seja pela alienação de suas consciências promovidas pela indústria cultural.
Indústria cultural é um termo difundido por Adorno e Horkheimer para designar a indústria da diversão vulgar, veiculada pela televisão, rádio, revistas, jornais, músicas, propagandas etc. Através da indústria cultural e da diversão se obteria a homogeneização dos comportamentos, a massificação das pessoas.
A falta de perspectiva de transformação social levou Adorno a se refugiar na teoria estética, por entender que o campo da arte é o único reduto autêntico da razão emancipatória e da crítica à opressão social.

BENJAMIN

Walter Benjamin (1892-1940) se distingue de Adorno e Horkheimer por uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Em seu texto A obra de arte na época de suas técnicas de produção, ele se mostra otimista com a possibilidade de que a arte, a partir do desenvolvimento das técnicas de produção (discos, reprografia e processos semelhantes), se torne acessível a todos.
Enquanto, na visão de Adorno e Horkheimer, a cultura veiculada pelos meios de comunicação de massa não permite que as classes assalariadas assumam uma posição crítica em relação à realidade, Benjamin acredita que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização.
Além disso, desenvolveu suas reflexões nas quais buscou conciliar a teoria marxista com a tradição judaica, dando origem a um pensamento de difícil penetração, ainda que de grande beleza literária.
Marcuse

Hebert Marcuse (1898-1979) desenvolveu uma obra marcada significativamente pelas teorias freudiana e marxista. Em Eros e civilização, retomou o tema desenvolvido por Freud da necessidade de repressão dos instintos para a manutenção e o desenvolvimento da civilização. De acordo com Freud, a história social do homem é a história de sua repressão, do combate ao livre prazer em prol do trabalho, do adiamento do princípio do prazer para atender ao princípio da realidade. Sem essa renúncia, a vida social seria impossível.
Marcuse considera que Freud tem razão em diagnosticar esse fato. Porém discorda do psicanalista quando este apresenta essa situação como algo eterno, ou seja, que é impossível uma civilização não-repressiva. Marcuse defende que as imposições repressivas são antes produtos de uma organização histórico-social específica do que uma necessidade natural e eterna. Ele apontou que a possibilidade de uma civilização menos repressiva pode surgir do próprio desenvolvimento tecnológico, que criaria condições para a libertação eme relação à obrigação do trabalho e a conseqüente ampliação do tempo livre. No entanto, isso não se dará, segundo Marcuse, sem a intervenção do ser humano para reorientar o rumo da trajetória histórica possibilitada por esse desenvolvimento. Nesse ponto, a tarefa da filosofia seria anunciar essa possibilidade. Se isso não ocorrer, teremos o contrário, ou seja, a perpetuação do desenvolvimento tecnocientífico a serviço da dominação e da homogeneização dos indivíduos, criando o que ele mesmo denominou o homem unidimensional, incapaz de criticar a opressão e construir alternativas futuras.

Habermas

Dentre os teóricos da Escola de Frankfurt, o que maior influência exerce atualmente é Jurgen Habermas (1929-). Ele discorda de Adorno e Horkheimer no que se refere aos conceitos centrais da análise realizada por esses dois filósofos: razão, verdade e democracia.
Vimos que, de acordo com essa análise, Adorno e Horkheimer chegam a um impasse quanto à possibilidade de uma razão emancipatória, já que a razão estaria asfixiada pelo desenvolvimento do capitalismo.
De acordo com Habermans, essa é uma posição perigosa em filosofia, pois poderia conduzir a uma crítica radical da modernidade e, em conseqüência, da razão, que levaria ao irracionalismo. Em seu artigo Modernidade versus pós-modernidade, ele enfatiza esse ponto, afirmando, contra a tendência ao irracionalismo presente na chamada da filosofia pós-moderna, que “o projeto da modernidade ainda não foi cumprido”. Ou seja, que o potencial para a racionalização do mundo ainda não está esgotado. Por isso Habermas costuma ser descrito como o “último grande racionalista”.
O filósofo também discorda dos resultados pessimistas da análise de Adorno e Horkheimer, segundo a qual a razão não mais se realizaria no mundo, porque o capitalismo, em sua complexidade, teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado e, dessa forma, perpetuar-se como sistema. Para Habermas, existem alguns pontos falhos nessa análise cuja identificação permitiria propor uma retomada do projeto emancipatório, porém em novas bases. Na realidade, o filósofo rompe com a teoria marxista em seus pontos fundamentais, tais como a centralidade do trabalho e a identificação do proletariado como agente da transformação social.
Habermas porpõe então, como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge da chamada ação comunicativa, do uso da linguagem como meio de conseguir o consenso. Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas as capazes de promover as condições de liberdade e de não-constrangimento imprescindíveis ao diálogo.
O conceito de verdade também se modifica dessa nova perspectiva. Habermas propõe o entendimento da verdade não mais como uma adequação do pensamento à realidade, mas como fruto da ação comunicativa; não como verdade subjetiva, mas como verdade intersubjetiva, que surge do diálogo entre os indivíduos, ao qual se aplicam algumas regras, como a não-contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social.
Razão e verdade deixam de ser, assim, conteúdos ou valores absolutos e passam a ser definidos consensualmente. E sua validade será tanto maior quanto melhores forem as condições nas quais se dê o diálogo, o que se consegue com o aperfeiçoamento da democracia.
O pensamento de Habermas incorpora e desenvolve reflexões propostas pela filosofia da linguagem. A ênfase dada por ele à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar “salvar” a razão, que teria chegado a um beco sem saída. Assim, se o mundo contemporâneo é regido pela razão instrumental, conforme denunciaram os filósofos que o antecederam na Escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental.
SILVA, Guilherme A; Gonçalves, Williams. Dicionário de Relações Internacionais. 2 ed. Barueri: Manole, 2010.

Teoria dos jogos

Teoria dos jogos é um método matemático formal (portanto quantitativo) utilizado nas mais diversas áreas, como ciência da computação, matemática, filosofia, economia, ciência política e política externa, e representa a edificação de um modelo fictício e simplificado de relações binárias ou múltiplas. O “jogo” é formado pela situação de interação, pelo desempenho ou comportamento disponíveis das partes envolvidas e pelo tipo de retorno que cada ação acarreta. Em cada período ou repetição do jogo, os “jogadores” selecionam a melhor resposta ao desafio proposto, ou a melhor estratégia, baseados na freqüência histórica das ações de seus oponentes. A teoria dos jogos procura analisar probabilidades comportamentais em situações de negociação e interação internacionais em que há uma prevalência de componentes de disputa, conflito de interesses, competição, possibilidades de ganhos e perdas excludentes. O modelo proposto pela teoria dos jogos se aplica a identificação de prováveis estratégias e tomadas de decisão privilegiadas pelos atores desde que determinadas condições e pressupostos estejam presentes.
Três princípios básicos devem ser considerados. Primeiro, os atores agem conforme a lógica da racionalidade, buscando maximizar ganhos e minimizar perdas. Segundo, as opções, estratégias e decisões privilegiadas por um dos atores irão influenciar o resultado para os demais. Em outros tipos de “jogo”, como na área de comércio competitivo, basta que o “jogador” atinja seus próprios limites de eficiência para que as ações e estratégias de seus concorrentes possam ser desconsideradas. Em outras palavras, a busca por ganhos absolutos tende a definir estratégias. Por exemplo, o aumento de vendas ou exportação de uma empresa (ganho absoluto) em teoria independe do desempenho imediato de seus concorrentes. Esse, no entanto, não é o caso das relações internacionais, uma vez que as questões de ganhos relativos são consideradas essenciais nas relações entre países. Ou seja, não basta que determinado país obtenha ganhos, tanto econômicos como militares. Para tal país sua posição relativa diante dos demais países é crucial, já que em grande medida isso determinará o limite de seu poder de ação e influência no cenário internacional. Terceiro, tal como frequentemente ocorre no mundo da política e da negociação internacional, o modelo se baseia na noção de que o “jogador” desconhece as estratégias e ações de que seu oponente se valerá para a obtenção dos resultados desejados.
A teoria dos jogos é mais facilmente aplicável em situações em que os resultados possíveis são tidos como de soma zero. Ou seja, o ganho de um dos “jogadores” ou atores envolvidos na disputa representa perda para outra parte. Dessa forma, a presunção é que não há maiores incentivos para que as partes em contenda optem por estratégias alternativas de caráter cooperativo que diminuam a validade do modelo. Estratégias baseadas na coordenação ou cooperação tornam problemática a aplicação dos princípios em que as partes desconhecem os movimentos de seus adversários, bem como aqueles em que as partes agem de forma racional, assim definida como a busca pela maximização de ganhos. Ainda assim, jogos de motivos mistos são relevantes para estudos em Relações Internacionais. A variação do jogo conhecida como dilema do prisioneiro impõe uma situação em que as duas partes em disputa podem ganhar ou perder. Apesar dos problemas que esse modelo apresenta, como acima descrito, sua vantagem está em representar condições mais condizentes com a realidade das relações internacionais. Tem sido bastante usado para a análise de temas como controle de armamento e negociações para desarmamento.
Feminismo

O feminismo como corrente teórica das Relações Internacionais começa a conquistar relevância com o fim da Guerra Fria, na década de 1980. Até então os temas de “alta política” dominavam os estudos da área, particularmente aqueles referentes à guerra. Segundo J. Ann Ticker, esses são temas relacionados à experiência dos homens, considerados especialistas em assuntos militares, o que implícita ou explicitamente serve como argumento para a exclusão da participação da mulher nos assuntos internacionais(Tickner, 2003). Com o fim da Segunda Guerra, a agenda de estudos em relações internacionais e passa a incorporar temas como conflitos étnicos, globalização, democratização, direitos humanos, feminismo, entre outros.
A reavaliação metodológica e ontológica das Relações Internacionais como campo de pesquisa acadêmica, ocorrida sobretudo a partir da década de 1990, representa outro importante fator. Não apenas temas novos foram incorporados à disciplina como também perspectivas metodológicas diversas daquelas tradicionalmente adotadas pelas ciências sociais. Quase sempre de natureza interdisciplinar, esse foi o caso da abordagem feminista, que utiliza do método hermenêutico, bem como daqueles de cunho histórico e humanístico. Dessa forma, o feminismo encontrou ambiente propício para o questionamento das próprias estruturas sociais, domésticas ou internacionais. Como resultado, o movimento denunciou hierarquias sociais apoiadas sobre a divisão do gênero humano entre homens e mulheres (gênese de sexo).
Feminismo, portanto, pode ser definido como uma vertente da teoria crítica que se ocupa de explicar as relações de desigualdade existentes entre homens e mulheres, as relações econômicas e sociais assimétricas em detrimento de mulheres das mulheres, bem como prescrever soluções para esses males. No âmbito mais específico das relações internacionais, o feminismo se dedica a expor e reinterpretar temas como tráfico de mulheres prostituição, estupro como arma de guerra e intimidação social, participação feminina em assuntos de política externa nos centros de poder e de tomada de decisão, bem como a participação da mulher em temas de política doméstica com influência nos processos de política externa, com eleições e opinião pública. Com freqüência estudiosos feministas se dedicam à análise do papel do indivíduo e de grupos marginalizados nas instâncias várias das Relações Internacionais, temáticas comumente desprezadas pelas principais correntes teóricas das relações internacionais.
O feminismo apresenta várias correntes teóricas, e com elas divergências que se traduzem em visões não raro antagônicas acerca da própria definição das porções homem e mulher, da função da mulher nas relações internacionais e das soluções propostas para os temas que lhe são relevantes. Dentre as principais variantes do feminismo podemos destacar o feminismo liberal, o feminismo radical e o feminismo pós-modernista.
O feminismo liberal é considerado a corrente mais influente do feminismo internacional. Sem prescrever papéis distintos para homens e mulheres, busca soluções legais e institucionais capazes de enfrentar o problema da discriminação e da hierarquia que acaba por desperdiçar talentos femininos. Apenas assim, acreditam os adeptos dessa linha de pensamento, as mulheres teriam maiores oportunidades de participação efetiva em cargos de poder e de decisão na área internacional. A justificativa para tal empreitada seria a melhora quantitativa, e por conseguinte qualitativa, dos quadros de profissionais disponíveis para estudos internacionais, planejamento, execução e avaliação de assuntos ligados à política e à economia internacional.
O feminismo radical, ao contrário, defende a noção de que homens e mulheres possuem características e habilidades distintas como resultado de experiências materiais únicas. Nesse sentido, as mulheres teriam melhor desempenho como negociadoras e mantenedoras da paz, já que tradicionalmente elas cumprem o papel de nutrir e cuidar das novas gerações. Assim, o que se busca com a quebra da divisão do trabalho imposta por homens no poder seria mais do que uma participação igualitária. O que se almeja é a possibilidade de a mulher realizar seus potenciais únicos de maneira plena e assim contribuir para a evolução qualitativa das relações internacionais.
Finalmente, o feminismo pós-modernista critica as vertentes anteriores, pois acredita que a própria divisão do trabalho entre homens e mulheres encerra formas de exercício de poder que não poderão ser resolvidas, seja com uma participação igualitária entre homens e mulheres, seja com a identificação de papéis próprios para a ação feminina. A divisão em si representa uma dualística ocidental, criando divisões estereotipadas e artificiais entre homem e mulher, razão e emoção e, consequentemente, entre grupos sociais vários, domésticos ou internacionais. A ênfase aqui está na relação entre conhecimento e poder, bem como na crítica em busca do conhecimento objetivo, científico. Dessa forma, o que importa é desvendar e questionar o fato de que as teorias e estruturas sociais artificialmente construídas geram privilégios e privilegiados.
Ambição feminina

Entre 1949, quando saiu o primeiro livro de teoria feminista: o Segundo Sexo, até os dias de hoje mudanças ocorreram na relação entre os gêneros.
De um lado temos a emancipação da mulher, e do outro, surgem homens em busca de uma nova identidade. A espanhola Nuria Chinchilla, professora da escola de negócios da Iesle, da Universidade de Navarra, co-autora do livro Ambición Femenina: “a ambição feminina é muito mais ampla e completa que a masculina”.
Essa afirmação, em tom feminista, corrobora os últimos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), censo 2005, no qual o total de concluintes foi de 717.858. Nesse mesmo dado relativo aos gêneros dos graduados, o total de homens foi de 217.134 e o de mulheres de 446.724.
Apesar de eles revelarem uma positiva participação feminina entre os concluintes de cursos de Ensino Superior, no território nacional, as mulheres brasileiras não estão, em inúmeros aspectos, em “pé de igualdade” com os homens.
Conforme reportagem no caderno Feminino do jornal O Estado de São Paulo, 18 de março p.p, uma pesquisa mundial, realizada pelo Programa de Mulheres Líderes do Fórum Econômico Mundial, mapeou as disparidades entre homens e mulheres em quatro pilares fundamentais: participações política e econômica, saúde, educação. Foram analisadas informações de 115 países da Europa, América do Norte, América do Sul e Caribe, Ásia, Oriente Médio, África do Norte e Oceania.
O Brasil ocupa o 67° lugar. Infelizmente perde para Uruguai, Paraguai, Venezuela, Argentina, Colômbia, entre outros, na classificação geral. A pesquisa aponta, ainda, as disparidades entre os sexos. E demonstra que a condição de vida oferecida ao homem e a parcela insignificativa que à mulher desfruta dessa fatia do bolo.
Analisando os itens da pesquisa, isoladamente, nos quesitos educação e saúde (o que inclui expectativa de vida), o país alcançou um índice de 97%. Embasado nos dados citados do SINAES, pode-se afirmar que, a perspectiva futura em relação ao item participação e oportunidade econômicas é esperançosa. Hoje, no mercado de trabalho, “elas alcançaram apenas 60% de igualdade com os homens”. Ou seja, “o Brasil desperdiça 40% de mão de obra qualificada disponível, mas não utilizada”, comenta a chefe do Programa de Mulheres Líderes do Fórum Econômico Mundial , Saadia Zahidi. “Vale lembrar que, segundo dados nacionais, entre a população que trabalha, a educação feminina é 37% superior à masculina. No entanto, as mulheres ainda ganham cerca de 30% a menos que os homens”.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a explicação para essa remuneração inferior é que as mulheres costumam concentrar sua atuação no setor de serviços. Atuam em ocupações pouco qualificadas e evidentemente de baixa remuneração. A trajetória profissional das mulheres também costuma ser marcada pela menor ocupação nos cargos de comando ou chefia.
Nesse sentido, na construção de uma carreira profissional bem sucedida, as mulheres esforçam-se sobremaneira para enfrentar as disparidades em igualdade para com os homens. Comumente, as mulheres atravessam “vales profundos do preconceito e percorrem caminhos longos e conflituosos”, afim de ocuparem postos de trabalho bem remunerados e para tornar-se profissionais superqualificadas. Além disso, a mulher se depara com um “problema” biológico: a gravidez. Gravidez, para grande parte dos empregadores equivale a interrupção da função social. Algo completamente injustificado e incorreto.
Mesmo atendidas pela legislação trabalhista, muitas vezes, as mulheres “abrem mão” de sua felicidade pessoal em termos de constituir família. Carreira ou filhos? Esse é o dilema da mulher contemporânea. E por mais que as leis assegurem o direito à maternidade, a insegurança e o medo do desemprego falam mais alto. A ambição por cargos de chefia, sucesso na carreira, prestígio, fama e conseqüente independência financeira obriga às mulheres a se dedicarem mais ao trabalho. Isso é natural e perfeitamente compreensível na pós-modernidade.
A mulher, consciente de sua condição social perante o homem no processo histórico-econômico da Humanidade vem demonstrando que para vencer, além de esforço, determinação, vontade férrea, flexibilidade, independência e sacrifício é preciso algo mais. A sensibilidade, o poder de comunicação e a educação em nível superior são fatores indispensáveis na desigual disputa com os homens.
“A mulher não nasce mulher – ela é feita mulher de acordo com pressões externas, culturais”, Simone de Beauvoir (1908-1986).
Hitler e o nazismo

Adolf Hitler nasceu em 1888 em Braunau, Áustria, filho de um empregado de alfândega. Aos 21 anos, mudou-se para Viena e tentou sem sucesso entrar na Academia de Belas-Artes para estudar pintura e arquitetura. Vivia de expedientes, como pintar cartões postais. Perambula pelos bares, lia jornais e livros, pernoitava asilos. Autodidata, assimilava mal as leituras. Desprezava judeus, marxistas e as massas, todos incapazes, segundo ele, do sentimento nacional – idéias apreendidas da pequena burguesia vienense. Em 1913, com 25 anos, mudou-se para Munique. Lutou na Grande Guerra com bravura. Ferido duas vezes, foi condecorado com a Cruz de Ferro. No hospital, remoía a derrota, que atribuía não a eficiência do inimigo, mas a traição de grupos políticos radicais dentro da própria Alemanha. Voltou a Munique e passou a trabalhar na sessão de imprensa e propaganda do Quarto Comando das Forças Armadas, a Reichswerth. Em setembro de 1919, Hitler aderiu a um grupo pomposamente chamado de Partido Trabalhista Alemão, fundado por um mecânico ferroviário. Seu programa falava em bem-estar do povo, igualdade perante o Estado, anulação dos tratados de paz, exclusão dos judeus na comunidade.
Hitler pôs sua capacidade oratória a serviço do grupo e contribuiu para a mudança do nome para Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães – Nazi (abreviado do alemão Nationalsozialist). O símbolo era a bandeira vermelha com a cruz gamada. Possuíam um jornalzinho. O capitão Roehm incorporou uma organização paramilitar, as SA (Seções de Assalto), encarregadas de perturbar as reuniões dos adversários. O confuso programa denunciava judeus, marxistas e estrangeiros; prometia trabalho e a supressão das regras ditadas em Versalhes. Em 1921, aos 33 anos de idade, Hitler tornou-se chefe do partido, que tinha apenas 3000 filiados. Depois de fracassar na tentativa de golpe em Munique (1923), Hitler foi condenado a cinco anos de prisão. Cumpriu oito meses, que aproveitou para escrever a primeira parte de seu livro Mein Kampf (Minha Luta). Inspirando-se no fascismo e no bolchevismo, reorganizou seu partido, dando-lhe mais eficiência e disciplina, dotando-o de estruturas administrativas e hierárquicas regionais, de um jornal e de formações paramilitares; além das SA, as SS, brigadas de segurança. Organizou a juventude hitlerista e atraiu sindicatos, associações de médicos, professores, juristas, funcionários e outros profissionais.
José Renato Ferraz da Silveira
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Vejamos a Constituição de 1988, da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de dezembro de 1988 em Assembléia Constituinte. Ela é classificada da seguinte maneira: formal, escrita, legal, dogmática, rígida e analítica. Segundo o advogado João Antônio Wiegerinck, podemos entender por:

a) Formal: é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário;
b) Escrita: é aquela codificada e sistematizada em um texto único;
c) Dogmática: apresenta-se como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante;
d) Rígida: é a constituição escrita que pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e dificultoso;
e) Analítica: examina e regulamenta todos os assuntos que entenda relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.
Hans Kelsen e a pirâmide abstrata – Controle de Constitucionalidade

Referências Bibliográficas

Constituição da República Federativa do Brasil
Curso de Direito Constitucional Positivo – José Afonso da Silva
Introdução a Ciência Política – Darcy Azambuja
Elementos de Teoria Geral do Estado – Dalmo de Abreu Dallari
Ciência Política – Paulo Bonavides
Filosofia do Direito – Paulo Nader
Teoria Geral do Direito e do Estado – Hans Kelsen
Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar e Guilherme de Almeida
A questão da democracia e da constituição da cidadania

• Democracia é uma palavra de origem grega que significa poder do povo.
• Em nossa época, a democracia direta praticamente não existe mais.
• Hoje temos a democracia representativa?

Nos dias de hoje, um Estado é considerado democrático quando apresenta as seguintes características:
- participação política do povo: O povo exerce o direito de participar das decisões políticas elegendo seus representantes no poder público. Geralmente, essa participação é garantida através do direito ao voto direto e secreto, em eleições periódicas. Existem, ainda, outras formas de manifestação política do povo: o plebiscito, o referendo, as reuniões populares (passeatas, associações em praça pública etc).
- divisão funcional do poder político: o poder político do Estado não fica concentrado num único órgão. Ao contrário, apresenta-se dividido em vários órgãos, que se agrupam em torno das seguintes funções típicas: função legislativa (elaboração das leis); função executiva (execução das leis pela administração pública); função jurisdicional (aplicação das leis e distribuição da justiça). Nos regimes democráticos, deve existir independência e harmonia entre os poderes legislativo, executivo e judiciário.
- vigência do Estado de direito: o poder político é exercido dentro dos limites traçados pela lei a todos imposta. A lei, assim, subordina tanto o Estado como a sociedade. Onde vigora o Estado de direito, o cidadão respeita o Estado. Mas o Estado também respeita os direitos do cidadão, como por exemplo o direito à liberdade de pensamento, expressão, associação, imprensa, locomoção, etc.
União Européia e as estruturas institucionais


1) Conselho de Ministros: é, por excelência, o órgão de decisão da União Européia. Reúne os ministros dos Estados-membros de acordo com o assunto inscrito na ordem de trabalhos: negócios estrangeiros, agricultura, indústria, transportes, ambiente, etc.
Cada Estado-membro exerce, por rotação, a presidência do Conselho durante um período de seis meses. O Conselho exerce o poder orçamental, cabendo-lhe, ainda, concluir os acordos internacionais previamente negociados pela Comissão. O Conselho, que representa essencialmente os Estados-membros, adota os atos jurídicos: ______________, ____________, _____________. Este órgão comunitário dispõe de um poder quase _____________, _____________, no que respeita a certos domínios estabelecidos no __________________, bem como no Tratado da União Européia (_________________), com o ________________________.

2) Conselho europeu: nasceu na prática, iniciada em 1974, de reunir regularmente os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Européia com os respectivos ministros dos Negócios Estrangeiros, e o presidente e um vice-presidente da Comissão. Esta prática foi institucionalizada pelo _____________________ em _______.
A partir daí, o Conselho Europeu tem vindo a reunir-se pelo menos duas vezes por ano, contando com a presença do presidente da Comissão, na qualidade de membro de direito.

3) Parlamento Europeu: é o órgão de expressão ____________ e de controle ____________ da União Européia, participando igualmente no processo ______________. Eleito por sufrágio universal a partir de junho de 1979, é constituído atualmente por ______, eleitos de _______ em __________.
As sessões plenárias do Parlamento são realizadas em ________________. As ____ comissões parlamentares, que têm a seu cargo a preparação dos trabalhos das sessões plenárias, assim como os grupos políticos, reúnem-se a maior parte das vezes em ____________. O seu secretariado-geral está, por sua vez, instalado no ______________.
O Parlamento exerce, em conjunto com o Conselho, uma função ________________: participa na elaboração das ________________ e dos ________________ comunitários, e pronuncia-se sobre as propostas apresentadas pela Comissão, podendo esta ser convidada a alterá-las de forma a tomar em consideração a posição do Parlamento.
Os acordos de Maastrich reforçaram o papel _______________ do Parlamento, conferindo-lhe um poder de co-decisão, juntamente com o Conselho, em domínios específicos: livre circulação dos trabalhadores, mercado interno, educação, investigação, ambiente, redes transeuropéias, saúde, cultura e proteção dos consumidores.
O Parlamento partilha igualmente com o Conselho o poder orçamental: pode aprovar o orçamento da Comunidade, mas pode também rejeitá-lo, o que, de resto, já aconteceu por duas vezes. Neste caso, todo o processo orçamental tem de ser reiniciado.
a) Ditas obrigatórias – na sua maioria despesas agrícolas – à última palavra pertence ________________.
b) Ditas não-obrigatórias – as demais - ___________________ que dá a última palavra.

4) Comissão: é um dos órgãos fulcrais do sistema institucional comunitário. Órgão representativo dos interesses comunitários, a Comissão não deve aceitar instruções de nenhum Estado-membro. Na sua qualidade de guardiã dos tratados, vela pela aplicação dos regulamentos e das diretivas adotadas pelo Parlamento, podendo recorrer à via contenciosa perante o Tribunal de Justiça a fim de garantir a aplicação do direito comunitário. Dado que dispõe do monopólio da iniciativa legislativa, a Comissão pode intervir a todo momento, de forma a facilitar a criação de um acordo no seio do Conselho e entre este e o Parlamento. Na sua qualidade de _____________________, compete-lhe executar as decisões adotadas no Conselho, por exemplo, no domínio da política agrícola comum, dispondo ainda de um amplo poder na conduta das políticas comuns, cujo orçamento lhe é confiado: investigação e tecnologia, cooperação para o desenvolvimento, coesão regional, etc.

5) Tribunal de Justiça: instalado no _____________, é composto por treze juízes assistidos por seis advogados-gerais. Todos são nomeados pelos Estados-membros, que deliberam por unanimidade, por um período de seis anos, devendo todos oferecer plenas garantias de independência.
O Tribunal desempenha duas funções:
a) verifica a existência de compatibilidade entre os atos emanados das instituições comunitárias e dos governos, por um lado, e o disposto nos Tratados, por outro.
b) pronuncia-se, a instâncias de um tribunal nacional, sobre a interpretação ou validade das disposições previstas no direito comunitário.

6) Tribunal de Contas: criado pelo Tratado de 22 de julho de 1975. Órgão com competência a examinar a legalidade e a regularidade das receitas e despesas da União Européia, assim como garantir a boa gestão financeira. A sua ação de conjunto concretiza-se através da elaboração de um relatório anual realizado após o encerramento de cada exercício.

7) O _______________ e a __________, são assistidos pelo ________________________. Este órgão representa os diferentes interesses econômicos e sociais. Deve ser obrigatoriamente consultado antes da adoção de um grande número de decisões e pode igualmente, por sua iniciativa, emitir pareceres.
Dentro do ___________________, há ___________________, permite associar ativamente os meios profissionais e sindicais ao desenvolvimento da Comunidade.
Frases de Oscar Wilde

A ambição é o refúgio dos fracassados. (Oscar Wilde)
A coerência é o último refúgio dos que não têm imaginação. (Oscar Wilde)
A fé é a coisa mais complexa que eu conheço. Supõe-se que acreditemos todos na mesma coisa de forma diferente. É como se estivéssemos todos comendo do mesmo prato com colheres de várias cores. (Oscar Wilde)
A finalidade do mentiroso é simplesmente fascinar, deliciar, proporcionar regozijo. Ele é o fundamento da sociedade civilizada. (Oscar Wilde)
A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação. (Oscar Wilde)
A instrução é um esforço admirável. Mas as coisas mais importantes da vida não se aprendem, encontram-se. (Oscar Wilde)
A música cria para nós um passado que ignorávamos e desperta em nós tristezas que tinham sido dissimuladas às nossas lágrimas. (Oscar Wilde)
A personalidade é coisa assaz misteriosa. Nem sempre podemos analisar o homem pelo que faz: às vezes ele observa a lei e, no entanto, não possui valor, outras, infringe-as, e no entanto é grande. (Oscar Wilde)
A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais. (Oscar Wilde)
A verdade jamais é pura e raramente é simples. (Oscar Wilde)
A vida é apenas um tempinho horroroso cheio de momentos deliciosos. (Oscar Wilde)
Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida! (Oscar Wilde)
Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo. (Oscar Wilde)
Amar a si mesmo é o inicio de um amor para toda a vida. (Oscar Wilde)
As piores coisas sempre são feitas com as melhores intenções. (Oscar Wilde)
Deve-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência. (Oscar Wilde)
É difícil não sermos injustos com aquilo que amamos. (Oscar Wilde)
É uma pena que nós levemos tão a sério as lições da vida somente quando já não nos servem para nada. (Oscar Wilde)
Eu posso resistir a tudo menos à tentação. (Oscar Wilde)
Experiência é nome que todos dão aos seus erros. (Oscar Wilde)
Há dois tipos de pessoas realmente fascinantes: os que sabem tudo e os que tudo ignoram. (Oscar Wilde)
Hoje em dia conhecemos o preço de tudo e o valor de nada. (Oscar Wilde)
Lamentar as experiências vividas é uma forma de impedir o próprio desenvolvimento. (Oscar Wilde)
O apaixonado começa enganando a si mesmo e acaba enganando os outros. É a isto que o mundo dá o nome de romantismo. (Oscar Wilde)
O egoísmo não consiste em vivermos os nossos desejos, mas sim em exigirmos que os outros vivam da forma como nós gostaríamos. O altruísmo consiste em deixarmos todo o mundo viver do jeito que bem quiser. (Oscar Wilde)
O homem culto é aquele que sabe encontrar um significado bonito para as coisas bonitas. Para ele a esperança é um fato real. (Oscar Wilde)
O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora: o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas. (Oscar Wilde)
O mistério do amor é maior que o mistério da morte. (Oscar Wilde)
O mundo foi feito por loucos para que os sábios nele pudessem viver. (Oscar Wilde)
O progresso é a realização das utopias. (Oscar Wilde)
O verdadeiro artista não dá atenção ao público. O público para ele não existe. (Oscar Wilde)
Os bem-educados contradizem outras pessoas. Os sábios contradizem a si mesmos. (Oscar Wilde)
Quanto mais o homem fala de si mais deixa de ser ele mesmo. Mas deixe que se esconda por trás de uma máscara e então ele contará a verdade. (Oscar Wilde)
Revelar a arte e ocultar o artista, eis a finalidade da arte. (Oscar Wilde)
Se um homem encara a vida de um ponto de vista artístico, seu cérebro passa a ser seu coração. (Oscar Wilde)
Ser bom quer dizer estar em harmonia consigo mesmo. A discordância consiste em nos vermos forçados a estarmos em harmonia com os demais. (Oscar Wilde)
Só há uma coisa pior que estar na boca do povo; e é ser simplesmente ignorado. (Oscar Wilde)
Só os que perderam a cabeça sabem raciocinar. (Oscar Wilde)
Somente as pessoas superficiais não julgam pela aparência. (Oscar Wilde)
Todo o mundo sabe compadecer o sofrimento de um amigo, mas é preciso ter uma alma realmente bonita para se apreciar o sucesso de um amigo. (Oscar Wilde)
Todos nós estamos na lama, mas alguns sabem ver as estrelas. (Oscar Wilde)
Uma idéia que não é perigosa não merece nem mesmo ser chamada de idéia. (Oscar Wilde)
Uma obra de arte é o resultado excepcional de um temperamento excepcional. (Oscar Wilde)
Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existem. (Oscar Wilde)
lIVROS DE HISTÓRIA DAS RI II

- KLEIN, Claude. Weimar. São Paulo, Perspectiva, 1995.
- HERF, Jeffrey. O modernismo reacionário: tecnologia, cultura e política na República de Weimar e no III Reich. São Paulo, Ensaio, 1993.
- RICHARD, Lionel. A república de Weimar (a vida cotidiana), São Paulo, Cia das Letras, 1998.
- ALMEIDA, Angela Mendes de. A República de Weimar e a ascensão do nazismo. São Paulo, Brasiliense, 1987.
- GAY, Peter. A cultura de Weimar. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1978.
- ELIAS, Norbert. Os alemães (...). Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997.

TROTSKY, Leon. História da Revolução Russa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.
HILL, Christopher. Lênin e a revolução russa. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
CAAR, E.H. A REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE. Porto, Afrontamento, 1984.
PIPES, RICHARD. História concisa da revolução russa. Rio de Janeiro, Record, 1997.
WILSON, Edmund. Rumo a estação Finlândia, São Paulo, Cia das letras, 1986.
FERRO, Marc. O Ocidente diante da Revolução Soviética - A história e seus mitos. São Paulo, Ed. Brasiliense. 1984.

- SHIRER, William. Ascensão e queda do III Reich, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975.
- ARENDT, Hannah, Origens do Totalitarismo. São Paulo, Cia das letras, 1990.
- KERSHAW, Ian. Hitler: um perfil do poder. Rio de Janeiro, Jorge zahar, 1993.
- COLLIER, Richard, Ascensão e queda de Benito Mussolini, Rio de Janeiro, Record, 1971.
- CHURCHILL, Winston. Memórias da Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1995.
- TOGLIATTI, Palmiro. Lições sobre o fascismo. São Paulo, C. HUMANAS ED. 1978.
- GRAMSCI, Antonio. coletânea de textozs sobre o fascismo e a história italiana.
- FEST, Joachim. Hitler. Rio de Janeiro, Noa Fronteira, 1991.
- FELICE, Enzo. Explicar o fascismo. Lisboa, Edições 70, 1978.
- HENING, RUTH. AS ORIGENS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. SÃO PAULO, ÁTICA, 1991.
- SHIRER, WILLIAM. ASCENSÃO E QUEDA DO III REICH, RIO DE JANEIRO, CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 1975.
- KENNEDY, PAUL. ASCENSÃO E QUEDA DAS GRANDES POTÊNCIAS. RIO DE JANEIRO, CAMPUS, 1989.
- BAUDOT, MARCEL. THE HISTORICAL ENCYCLOPEDIA OF WORLD WAR. NEW YORK, FACTS ON FILE, 1989.
- HART, B.H. LIDDEL. AS GRANDES GUERAS DA HISTÓRIA. SÃO PAULO, IBRASA, 1982.
- CHURCHILL, WINSTON. MEMÓRIAS DA II GUERRA MUNDIAL.
- KILZER, LOUIS C. A FARSA DE CHURCHILL, RIO DE JANEIRO, REVAN, 1995.
- DE GAULLE, MEMÓRIA DE GUERRA. RIO DE JANEIRO, BIBLIEX, 1979.
- FERRO, MARC. HISTÓRIA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. SÃO PAULO: ÁTICA, 1995.
- ARON, R. PAZ E GUERRA ENTRE AS NAÇÕES.
- COGGIOLA, OSVALDO. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: UM BALANÇO HISTÓRICO. SÃO PAULO, 1995.
- USP, REVISTA. DOSSIÊ 50 ANOS DE FINAL DA SEGUNDA GUERRA. SÃO PAULO, CCSUSP.
Obras clássicas de RI

CARR, EDWARD HALLET. Vinte anos de crise 1919-1939: uma introdução ao estudo das relações internacionais. 2 ed. Brasília; UnB, 2001.

BULL, Hedley. A sociedade anárquica: um estudo da ordem política mundial. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.

MORGHENTHAU, HANS. A política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. Brasília, Unb, 2003.

KEOHANE, Robert O; NYE, Joseph. Power and interpendence. 3 ed. Nova Iorque: Longman, 2001.

WALTZ, Kenneth Neal. Teoria das Relações internacionais. Lisboa: Gradiva, 2002.

DUROSELLE, Jean Baptiste. Todo império perecerá: teoria das relações internacionais. Brasília: UnB, 2000.

WATSON, Adam. A evolução da sociedade internacional: uma análise comparativa. Brasília: UnB, 2004.

WENDT, Alexander. Social theory of internacional politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

HALLIDAY, Fred. Repensando as relações internacionais. 2 ed. Porto Alegre; UFRGS, 2007.

KENNEDY, PAUL. Ascensão e queda das grandesd potências: transformação econômica e militar de 1500 a 2000. Rio de JANEIRO: CAMPUS, 1989.

ARRIGHI, Giovani. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens do nosso tempo. São Paulo: UNESP, 1994.

ARON, Raymond. Paz e guerra entre as nações. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.

HUNTINGTON, Samuel P. O CHOQUE DAS CIVILIZAÇÕES: A RECOMPOSIÇÃO DA ORDEM MUNDIAL. 2 ED. RIO DE JANEIRO: OBJETIVA, 1997.
Nome: ___________________________________________ Data:____________

EXAME de História das Relações Internacionais II

Instruções
1. Coloquem o nome no local indicado.
2. Prova a caneta azul ou preta.
3. Confira se a prova possui quatro questões.
4. Evitem rasuras, erros de língua portuguesa. Poderão ser descontados pontos.
5. A interpretação das questões é parte do processo de avaliação, não sendo permitidas perguntas ao professor.
6. As questões dissertativas podem ser respondidas de acordo com a ordem desejada.
7. Boa prova para todos!

Conteúdo da Prova
TEXTO 1 – Hegemonia coletiva e equilíbrio: a construção do mundo liberal (1815-1871) – Amado Luiz Cervo
TEXTO 2 – Capítulo 3 – A Era dos Impérios – E. Hobsbawn.
TEXTO 3 – Apogeu e colapso do sistema internacional europeu (1871-1918) – Wolfgang Döpcke
TEXTO 4 – Capítulo 5 – O advento de um mundo bipolar e a crise das potências médias: primeira parte, 1885-1918 – Paul Kennedy
TEXTO 5 – A MÁQUINA DO JUÍZO MILITAR – NO TURBILHÃO DA GUERRA – KISSINGER
TEXTO 6 – A NOVA FACE DA DIPLOMACIA – WILSON E O TRATADO DE VERSALHES – KISSINGER
TEXTO 8 - A INSTABILIDADE INTERNACIONAL – AMADO LUIZ CERVO
TEXTO 9 – STRESEMANN – A VOLTA DOS VENCIDOS – KISSINGER
TEXTO 10 – O FIM DAS ILUSÕES – HITLER E A DEMOLIÇÃO DE VERSALHES – KISSINGER
TEXTO 11 – A AGONIA EUROPEIA E A GESTAÇÃO DA NOVA ORDEM INTERNACIONAL (1939-1947) – JOSÉ FLÁVIO SOMBRA SARAIVA
TEXTO 12 – CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY
TEXTO 13 – CAPÍTULO 17 – O INÍCIO DA GUERRA FRIA – KISSINGER
TEXTO 14 – CAPÍTULO 30 - O FIM DA GUERRA FRIA – KISSINGER


1. Às vésperas da II Guerra Mundial (1939-1945), quais eram os objetivos precisos de Hitler de política exterior (cite e explique quatro objetivos)? (valor: 2,0): TEXTO: A AGONIA EUROPEIA E A GESTAÇÃO DA NOVA ORDEM INTERNACIONAL (1939-1947) – JOSÉ FLÁVIO SOMBRA SARAIVA

RESPOSTA: Reduzir os espaços de influência da França sobre o continente; buscar a aliança da Grã Bretanha ou, pelo menos, sua neutralidade para a conquista da Europa Oriental, incluindo a União Soviética; construir um império colonial na África, com a concordância dos britânicos; enfrentar os Estados Unidos; partilhar o mundo com os japoneses germanizar o leste europeu; utilizar a via militar para a realização de seus objetivos.

2. Como se caracterizou a política exterior dos britânicos durante a fase do imperialismo no século XIX? Apresentando os seguintes aspectos: característica e forma de dominação; questão econômica; questão militar; política exterior quanto a Europa e à América; relação com os Estados Unidos. (valor: 2,0): TEXTOS: TEXTO 1 – Hegemonia coletiva e equilíbrio: a construção do mundo liberal (1815-1871) – Amado Luiz Cervo; TEXTO 2 – Capítulo 3 – A Era dos Impérios – E. Hobsbawn.

RESPOSTA: O colonialismo inglês na África foi sobretudo reativo e preventivo. A Inglaterra permanecia fiel, em principio, ao livre comércio e não fechou suas colônias a seus concorrentes econômicos. Utilizava-se principalmente do modelo de dominação indireta (indirect rule), que instrumentalizou as elites tradicionais no exército do poder colonial. A relação entre britânicos e os Estados Unidos eram marcadamente conflituosa, os norte americanos eram decididamente antiimperialista, com as suas origens na luta anticolonial contra a Grã Bretanha. Os britânicos afastavam-se de interferir nos assuntos europeus, mas chocava-se com os europeus quanto ao imperialismo na África e Ásia. A chamada splendid isolation dos britânicos no continente europeu mantinha os afastados dos conflitos intestinais europeus, mas do ponto de vista econômico, o período de 1871-1914 caracterizou-se tanto por uma competição econômica entre Estados quanto por um entrelaçamento econômico crescente, assim como por uma intensa colaboração do capital internacional. A competição comercial entre Estados, em alguns casos, culminou em guerras alfandegárias ou comerciais. Os britânicos investiam e faziam empréstimos concentrados na América Latina.

3. No período entre guerras (1919-1939), um dos protagonistas desse marco histórico é o presidente norte americano Woodrow Wilson. Qual a importância desse personagem para a diplomacia e a política mundial e por fim, quais ideias propostas por ele podemos elencar e considerar “revolucionárias”. (valor: 2,0) TEXTO: A NOVA FACE DA DIPLOMACIA – WILSON E O TRATADO DE VERSALHES – KISSINGER

RESPOSTA: Wilson é o ícone do período entre guerras por propostas revolucionárias no sistema internacional. A ideia de Wilson derivava da fé americana na natureza essencialmente pacífica do homem e na harmonia básica do mundo. Postulava que as nações democráticas eram, por definição, pacíficas; as gentes, com autodeterminação, não teriam mais motivos para ir à guerra ou oprimir os outros. Uma vez experimentado as bênçãos da paz e da democracia, os povos se ergueriam unidos para defendê-las. Na opinião de Wilson, não era a autodeterminação que causava as guerras, mas a inexistência dela; não era a ausência de equilíbrio de poder que produzia instabilidade, mas a tentativa de obtê-lo. Wilson propôs fundar-se a paz no princípio da segurança coletiva. Em sua opinião, como na de todos os seus discípulos, a segurança do mundo exigia, não a defesa de interesses nacionais, mas paz como conceito legal. A constatação de que uma quebra da paz ocorrera de fato, seria de uma instituição internacional, que Wilson definiu como a Liga da Nações.

4. Por que para o primeiro ministro britânico Winston Churchill a entrada dos Estados Unidos (1941) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é decisiva para a vitória dos aliados? E qual a concepção de Paul Kennedy na obra Ascensão e queda das Grandes Potências para reiterar essa afirmação de Churchill. Explique. (valor: 2,0). TEXTO: CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY

RESPOSTA: À notícia da entrada dos Estados Unidos na guerra, W. Churchill manifestou abertamente a sua satisfação – e com boas razões. Como mais tarde ele explicou, “a sorte de Hitler estava selada. A sorte de Mussolini estava selada. Quanto aos japoneses, seriam transformados em pó. Todo o resto era apenas uma aplicação adequada de uma força esmagadora”. Não obstante, a suposição básica de CHURCHILL estava certa. O poderio econômico não foi a única influência sobre a eficiência militar, mesmo na guerra mecanizada, total, e 1939-1945; a economia, parafraseando Clausewitz, estava mais ou menos na mesma relação para com o combate que a habilidade do espadachim está para a arte da esgrima. Os erros estratégicos de alemães e japoneses somaram-se a aplicação adequada de uma força esmagadora.


5. Por que para Paul Kennedy na obra Ascensão e queda das Grandes Potências “erros fatais” cometidos por alemães e japoneses asseguram a vitória dos aliados . Identifique (três) e explique esses erros estratégicos de alemães e japoneses apontados por Paul Kennedy. (valor: 2,0). TEXTO: CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY

No caso alemão, isso foi desde as decisões de escala relativamente pequena, como mandar grandes reforços para a África em princípios de 1943, a tempo de apenas de que fossem apenas aprisionados; tratamento estúpido e criminoso dos ucranianos e de outras minorias não russas na URSS, que se sentiram felizes em sair do jugo stalinista, até que as atrocidades nazistas as fizeram recuar. Foi desde a arrogância de supor que o código ENIGMA jamais poderia ser decifrado, até o preconceito ideológico contra o uso de mulheres nas fábricas de munições, ao passo que todos os inimigos da Alemanha exploravam essa reserva de mão de obra largamente inaproveitada. E a situação agravou-se com as rivalidades nos escalões superiores do próprio exército, que o tornaram incapaz de resistir à necessidade maníaca que tinha Hitler de ofensivas ambiciosas demais, como as de Stalingrado e Kursk. Acima de tudo, houve o que os estudiosos chamam de “caos policrático” de ministérios e subimpérios rivais (o exército, a SS, o Gauleiter, o ministério da Economia), que impediam qualquer avaliação e distribuição coerente de recursos, para não falarmos na elaboração do em qualquer outro lugar seria chamado de “estratégia geral”. Não era uma maneira séria de fazer a guerra.
Embora os erros estratégicos dos japoneses fossem menos destacados e contraproducentes, também foram espantosos. Como o Japão estava praticando uma estratégia “continental” na qual predominava a influência do exército, suas operações no Pacífico e sudeste da Ásia tinham sido realizadas com um mínimo de força- apenas 11 divisões, comparadas com as 13 na Manchúria e as 21 na China. Mas mesmo quando a contra ofensiva americana no Pacífico Central estava sendo realizada, os reforços japoneses em soldados e aviões para aquela região foram tardios e insuficientes – em especial, se comparados com os recursos destinados às maciças ofensivas na China em 1943-1944.A Marinha Imperial Japonesa teve a sua parcela de culpa. A direção operacional de batalhas decisivas, como a de Midway, foi cheia de erros, e quando o porta-aviões mostrava-se supremo na Guerra no Pacífico, muitos almirantes japoneses, depois da morte de Yamamoto, ainda preferiam o encouraçado e buscavam a oportunidade de uma segunda Tsushima – como as operações de 1944, no Golfo de Leyte e, ainda mais simbolicamente, a viagem sem volta do suicida Yamato revelavam. Os submarinos japoneses, com seus formidáveis torpedos, foram mal usados como escolta para a esquadra de combate, ou de comboios de abastecimento para guarnições isoladas em ilhas, em lugar de serem empregados contra as linhas de comunicação do inimigo. Em contraste, a armada não soube proteger a sua própria marinha mercante, e demorou muito a desenvolver um sistema de comboios, técnicas anti-submarinas, porta-aviões de escolta; o Japão perdeu totalmente a batalha da informação, dos códigos e de sua decifração.
PROVA DE TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II


Nome:____________________________________________ Data:________________

Instruções

1. Coloquem o nome no local indicado.
2. Prova somente a caneta azul ou preta.
3. Não serão aceitas rasuras.
4. Não serão permitidas consultas, empréstimos de matérias, comunicação entre os discentes e uso de equipamentos eletrônicos.
5. A interpretação das questões é parte do processo de avaliação, não sendo permitidas perguntas ao professor.
6. As questões dissertativas podem ser respondidas de acordo com a ordem desejada, desde a numeração colocada na resposta esteja de acordo com a numeração da pergunta.
7. Boa prova para todos!

MATÉRIA DE PROVA

JACKSON, ROBERT; SORENSEN, GEORG. Introdução às Relações Internacionais. Trad. Bárbara Duarte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

A prova consistirá de cinco dissertações, no valor de 1 ponto cada uma.

QUESTÃO 1
Supondo que não haja hegemonia de um Estado no sistema internacional de Estados soberanos, qual a importância da teoria da estabilidade hegemônica para as Relações Internacionais? Explique.
Extensão máxima: 25 linhas

QUESTÃO 2
Exemplifique historicamente, citando traços gerais, utilizando das principais características da hegemonia predatória no contexto do século XX. Tome como hegemon os Estados Unidos da América.
Extensão máxima: 40 linhas

QUESTÃO 3
Existem duas críticas pontuais – Keohane e Joseph Nye - em relação às responsabilidades e obrigações dos Estados Unidos na organização, liderança e coordenação da economia mundial liberal. Explique as duas críticas.
Extensão máxima: 40 linhas

QUESTÃO 4 e 5

Tendo em vista o tema da Economia Política Internacional no campo das relações internacionais, discorra:

4) A EPI é uma corrente teórica fundamental ou não passa de “uma tentativa mal sucedida e inadequada de apropriação do campo das Relações Internacionais”. Explique. Aspectos a serem citados: temas abordados pela EPI; contribuições; relação entre as macro teorias; novas perspectivas teóricas.
Extensão máxima: 40 linhas

5) Para a maior parte dos especialistas, existem três teorias como as principais da EPI. Cite e explique as três. Aspectos a serem citados: a relação entre economia e política; principais atores; natureza das relações econômicas; objetivo econômico.
Extensão máxima: 40 linhas
QUESTÃO
Os atentados perpetrados contra os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001 e os esforços subsquentes de enfrentamento ao terrorismo como ameaça global implicaram, no plano internacional, a reafirmação de interesses e preocupações quanto à segurança e, particularmente, com a possibilidade do eventual acesso de grupos terroristas, a armas de destruição de massa. Considerando a assertiva acima, responda às seguintes questões:
a) Quais são, no presente, os principais regimes e mecanismos de cooperação atinentes à não proliferação de armas de destruição de massa e ao controle de tecnologias sensíveis?
b) Analise a adequação dos mesmos ao enfrentamento da ameaça terrorista.
Juliano Rojas Maia (20/20)

a) Os principais regimes e mecanismos de cooperação no que tange à não proliferação de armas de destruição de massa e ao controle de tecnologias sensíveis são o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que tem participação quase universal, inclusive do Brasil; o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT); a Convenção sobre a proibição, produção, armazenamento e uso de armas químicas; a Convenção sobre proibição, produção, armazenamento e uso de armas biológicas e bacteriológicas (estes dois últimos instrumentos estabelecem verdadeiros regimes de proibição e não apenas de proliferação); o regime de controle de tecnologias de mísseis (MTCR); e o Tratado de Tlatelolco. O Brasil faz parte de todos esses regimes e mecanismos de cooperação, o que corrobora o compromisso brasileiro com o desarmamento geral e completo e com a não proliferação de armas de destruição em massa. Tal como exposto no artigo 21 da Constituição Brasileira de 1988, o Brasil só deve usar a energia nuclear para fins exclusivamente pacíficos. Além disso, deve-se ressaltar que, com exceção da Convenção sobre armas biológicas e bacteriológicas de 1972, todos os outros regimes mencionados possuem organismos responsáveis pela verificação e monitoramento: AIEA, OPAQ e OPANAL. Por fim, salienta-se que estão em andamento, no âmbito da Conferência de Desarmamento, estudos para a elaboração de um instrumento que estabeleça um regime de não proliferação de armas convencionais, iniciativa que tem o apoio do Brasil.
No âmbito sub-regional, merece destaque o regime verificado e monitorado pela ABACC (Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Armas de Destruição de Massa), que tem sido ajudada pela AIEA.

b) Esses regimes e mecanismos de cooperação atinentes à não proliferação de armas de destruição de massa e ao controle de tecnologias sensíveis não são plenamente eficazes no combate ao terrorismo. Isto se dá, pois esses regimes são estabelecidos e implementados por Estados soberanos e organizações internacionais – sujeitos de direito internacional público. Grupos terroristas estão à margem desses regimes e mecanismos de cooperação e, portanto, não se vinculam às suas regras e tampouco aos seus sistemas de verificação e monitoramento. Isto não quer dizer que tais regimes e instrumentos internacionais sejam totalmente ineficazes e inadequados ao enfrentamento da ameaça terrorista. Ao estabelecer regras, padrões de comportamento e instituições que limitam as ações dos Estados no que concerne à produção e uso de armas de destruição em massa, esses regimes de proibição e não proliferação atingem indiretamente os grupos terroristas, pois diminuem a produção de armas e tornam o acesso a elas cada vez mais difícil.
Portanto, a adequação e a eficácia dos regimes e mecanismo de cooperação em relação ao enfrentamento da ameaça terrorista estão diretamente ligados ao número de Estados comprometidos com esses regimes e a eficiência dos mecanismos de verificação e monitoramento. Nesse sentido, as nações verdadeiramente comprometidas com o combate ao terrorismo, como o Brasil, devem envidar todos os esforços para tornar os regimes de não proliferação cada vez mais universais (número crescente de estados participantes e vinculados) e para fortalecer as organizações responsáveis pela verificação e controle. Com essas medidas se estará diminuindo as chances de armas de destruição de massas caírem em mãos de grupos terroristas.
Ao longo dos anos noventa, a criatividade política brasileira e sua expressão diplomática exerceram papel importante na definição de novos parâmetros conceituais na questão dos direitos humanos, que foram paulatinamente consagrados nas grandes conferências internacionais sobre temas sociais com reflexos positivos no cenário internacional.
Considerando o trecho acima:
a) Discorra sobre o conceito de “direitos humanos” consagrado pelo Estado brasileiro no início dos anos noventa.
b) Responda à seguinte questão – De que forma a preocupação com os direitos humanos condicionou, no período em questão, a ação externa do Estado brasileiro?

MARCOS RODRIGUES SAVINI (20/20)

O ativo papel desempenhado pelo Brasil no plano internacional, ao longo dos anos 90, no que concerne a redefinição dos parâmetros conceituais dos direitos humanos, fundamentou-se na reflexão desse tema no plano interno. O processo de redemocratização do país na década anterior consagraria a observância dos direitos humanos como princípio constitucional a ser observado em suas relações internacionais. A própria Constituição, além de elencar uma série de direitos fundamentais com força de cláusula pétrea, previu a possibilidade de o Brasil vir a incorporar, em seu ordenamento jurídico, outros direitos presentes em tratados internacionais que o país porventura ratifique – o que está expresso no parágrafo segundo do artigo 5° do texto Constitucional.
A Constituição de 1988 representou uma inflexão ao período anterior na questão dos direitos humanos no plano internacional. De fato, nas décadas anteriores, em especial durante o regime militar instalado entre 1964 e 1985, a posição brasileira era a da prevalência da soberania nacional sobre os direitos humanos, rejeitando-se a ingerência externa no que se considerava assunto interno. Nos anos 90, o Brasil não apenas viria a aderir aos principais instrumentos de proteção dos direitos humanos nos planos internacional e regional, como assumiria um certo protagonismo em relação ao tema. Isso ocorreu, em especial, na conferência de Viena sobre Direitos Humanos (1993), mas também na elaboração do Estatuto de Roma sobre a criação de um Tribunal Penal Internacional (TPI) que viria a entrar em vigor em 2002.
Na Conferência de Viena foram consagrados os princípios da universalidade, da unidade e da indivisibilidade dos direitos humanos no plano internacional. Neles encontrava-se refletida a posição brasileira sobre o tema. A partir de então, passou-se a considerar legítima a preocupação da comunidade internacional em relação às violações aos direitos humanos por parte dos Estados, relativizando-se a “sacralidade” da soberania nacional. Os governos não mais poderiam alegar peculiaridades culturais ou políticas para descumprir a observância dos direitos fundamentais da pessoa humana (princípio da universalidade), nem se deveria privilegiar qualquer tipo de direito (político, social, econômico, cultural, ambiental) em relação aos demais (princípios de unidade e indivisibilidade dos direitos humanos).
Ao longo dos anos 90, o Brasil tratou de inserir nos ordenamentos de âmbito internacional e regional de proteção aos direitos humanos. Em 1992, assinou os Pactos das Nações Unidas de direitos civis e políticos e de direitos sociais e econômicos. Passaria a receber os relatores especiais da Comissão de Direitos Humanos da ONU em relação a temas específicos – sistema carcecário, políticas de combate à fome, execuções sumárias. No plano interno, essas preocupações passariam a se concentrar na Secretaria Nacional de Direitos Humanos, encarregado de formular e executar a política brasileira para o setor. A ratificação do estatuto de Roma de criação da TPI em 2002, expressa também esse comprometimento do Estado brasileiro com a proteção dos direitos da pessoa humana.
No plano regional, a adesão do Brasil ao final da década de 90, à Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada na Costa Rica, fez com que um jurista brasileiro, o professor Antonio Cançado Trindade viesse a presidir aquele órgão do sistema americano de proteção aos direitos humanos. Durante sua gestão, ainda em curso, o Brasil foi pela primeira vez objeto de medidas provisórias para garantir a inviolabilidade dos direitos humanos (caso do presídio de Urso Branco) – mais um sinal da irreversibilidade da prevalência desses sobre a anterior rigidez, por parte do Estado brasileiro, quanto à sua concepção de soberania nacional.
A partir de uma perspectiva da mudança global do clima como uma questão de desenvolvimento, comente:
a) A evolução da posição brasileira no processo preparatório da COP-15 e durante a conferência.
b) Desafios e vantagens, do ponto de vista doméstico e internacional, que o país terá nas próximas negociações multilaterais sobre o tema.
EXTENSÃO MÁXIMA: 90 LINHAS.
(VALOR: 30 PONTOS)

FREDERICO OLIVEIRA DE ARAÚJO (27/30)

As mudanças do clima são um fenômeno que atinge indistintamente o mundo inteiro, mas com efeitos especialmente nocivos sobre os países insulares e os de menor desenvolvimento relativo. A diplomacia brasileira tem sido elemento-chave nas negociações sobre o clima, particularmente desde a RIO-92, mas de forma crescente nos últimos anos. Isso se deve à maior legitimidade do Brasil para adotar uma postura pró-ativa, afiançada tanto em credenciais internas (políticas de combate ao desmatamento, adoção de uma matriz produtiva limpa, sistema nacional de unidades de conservação) quanto em credenciais externas: participação no regime ambiental internacional, inclusive com compromissos voluntários ambiciosos, articulação de sua diplomacia dos biocombustíveis em favor do desenvolvimento de terceiros países e da redução das emissões de CO2 no globo. Assim, o Brasil promove hoje as principais iniciativas tendentes a contornar o problema das mudanças do clima, não só fazendo a sua parte, mas também – como diria San Tiago Dantas – “contribuindo com ideias”, propondo mecanismos inovadores e instrumentos eficazes, segundo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.
No processo preparatório da COP-15, o Brasil já vinha se engajado ativamente desde as conferências das partes anteriores. Para não recuar muito, tomemos o caso da COP-13, realizada em Bali, quando se formou grupo de trabalho para intensificar as negociações sobre um segundo período de compromisso (2013-2017) a vigorar após o 1° período do Protocolo de Quioto. Em Bali, o Brasil anunciou a elaboração de um Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), no âmbito doméstico, que serviria de exemplo para a comunidade internacional. Aguardando com bastante expectativa, o PNMC foi lançado no Brasil e divulgado em Copenhague, onde o País expôs seus compromissos voluntários. Ainda em Bali, o Brasil participara ativamente da proposta da criação de um fundo de ajuda aos países de menor desenvolvimento que têm maiores dificuldades em reduzir suas emissões de gases geradores de efeito estufa (GGEE).
Na COP-14, realizada na Polônia, a diplomacia brasileira enfatizou, com grande interesse, a proposta de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), sempre destacando que os países desenvolvidos têm a obrigação – estabelecida na ECO 92 – de transferir tecnologia e ajuda financeira aos países em desenvolvimento para que estes possam cumprir sua parte no combate ao aquecimento global. Particularmente, o Brasil tem vantagens quanto à redução das emissões de CO2, pois, segundo o IPCC, 25% das emissões no mundo são causadas por desmatamento; no caso do Brasil, essa cifra chegaria a 70%, o que prova que nossa matriz produtiva (industrial, etc) é relativamente limpa. Ademais, o Brasil já vem conseguindo reduzir o desmatamento em 50% nos últimos anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), reconhecidos pela ONU. Portanto, o Brasil tem “vantagens comparativas”em relação a outros países, no que tange à redução das emissões de carbono.
Segundo o Embaixador Everton Vieira Vargas, durante o processo de preparação da COP-15, o Brasil defendeu a proposta de um fundo global de combate às mudanças do clima, com aporte de recursos extras, o espelho do já existente Fundo Amazônia – no que foi apoiado pela União Europeia. Os Estados Unidos, entretanto, não acolheram a proposta. Divergências dessa natureza demarcam a persistência de clivagens Norte-Sul, apenas parcialmente superada (se tanto) no Acordo de Copenhague de 2009. Este acordo, de caráter não vinculante, foi negociado por Brasil, África do Sul, Índia, China (BASIC), além dos EUA, e endossado por outros países, enquanto algumas nações européias limitaram-se a “tomar nota”. Embora não suficiente, o governo brasileiro entende que o Acordo de Copenhague é um passo importante para o esforço internacional de combate às mudanças do clima; nos seus termos, os países desenvolvidos comprometem-se a transferir US$ 100 bilhões até 2020, para os países em desenvolvimento, além de comprometerem-se – de forma não obrigatória – com a redução das emissões em 20% até 2020 e em 80% até 2050. Ao longo da COP-15, o Brasil atuou como “articulador de consensos”, obtendo um resultado possível em tema tão polarizado e permeado de clivagens, sempre primando, de forma principiológica, pela observância dos preceitos reconhecidos na Convenção-Quadro de Mudança do Clima.
No bojo daquelas discussões, a Ministra Dilma Roussef comunicou à UNFCCC todos os compromissos voluntários brasileiros, em termos de combate ao desmatamento e de redução das emissões, em números que são mensuráveis, reportáveis e verificáveis.
No entanto, persistem importantes desafios a superar, tanto no âmbito doméstico quanto no plano internacional, para as próximas negociações. No cenário mundial, ainda há divergências sobre a revisão, por exemplo, do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o qual também nasceu de uma idéia originalmente brasileira. Permanecem clivagens mesmo dentro do mundo desenvolvido: enquanto os EUA não querem engajar-se em metas obrigatórias e apegam-se ao mecanismo de mercado de carbono, a União Europeia, por sua vez, parece disposta a aderir a metas mais ambiciosas, desde que outros países desenvolvidos também o façam, porém. Além disso, conquanto o governo Obama o retorno dos EUA à mesa de negociações sobre o tema, não se acena para a assinatura do Protocolo de Quioto, imputando-se ao Senado norte-americano sua eventual rejeição – numa lógica possivelmente explicável nos termos da “two level game theory” de Robert Putnan.
Então, o Brasil terá de empenhar sua energia diplomática e sua já demonstrada capacidade de articular consensos para as próximas negociações multilaterais, particularmente na Conferência Rio+20, em 2012, que o Brasil sediará.
No plano doméstico brasileiro, também existem desafios, como divergências interministeriais, em que pese à importância, à transparência e ao caráter ambicioso da Política Nacional de Meio Ambiente em geral, e do PNMC em particular. Outra necessidade é conscientizar o setor produtivo do País, para que a ação da diplomacia brasileira no plano internacional, em consonância com a sociedade civil (aliás, já incorporada ao debate, haja vista a delegação brasileira em Copenhague), seja feita de forma eficazmente harmoniosa.
Em conclusão, vê-se que o Brasil detém crendenciais internas e externas que o habilitam a assumir postura pró ativa, com enorme legitimidade, nas discussões sobre a diplomacia ambiental e, em especial, quanto às mudanças do clima. Será, portanto, fundado em suas vantagens que o Brasil virá por superar seus desafios.
Mulheres e a guerra

Se a guerra é tão antiga quanto a história tão universal quanto a humanidade, devemos agora acrescentar que a limitação mais importante da guerra: trata-se de uma atividade masculina.
As mulheres podem ser causa e pretexto para a guerra – o roubo de esposas é a principal fonte de conflitos nas sociedades primitivas e podem ser instigadoras de violência em sua forma extrema: Lady Macbeth é um tipo reconhecidamente universal, elas podem ser mães de guerreiros.
Mulheres podem constituir líderes guerreiros messiânicos, obtendo, com a interação da química complexa da feminilidade com reações masculinas, um grau de fidelidade e auto sacrifício de seus seguidores masculinos que um homem é bem capaz de não conseguir.
A guerra é uma atividade humana da qual as mulheres, com exceções insignificantes, sempre em todos os lugares ficaram excluídas.
As mulheres procuram os homens para protegê-las do perigo e censuram no amargamente quando eles não conseguem defendê-las.
As mulheres têm seguido os tambores, cuidado dos feridos, lavrado os campos e pastoreando os rebanhos quando o homem da família vai atrás de seu líder. Já cavaram trincheiras para os homens defenderem e trabalharam nas oficinas para mandar-lhes as armas.
Porém, as mulheres não lutam. Raramente lutam entre si e jamais, em qualquer sentido militar, lutam com os homens.