terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

APESAR DE SOLAPAR A BASE DA CIÊNCIA, PLÁGIO CORRE SOLTO

ANÁLISE

APESAR DE SOLAPAR A BASE DA CIÊNCIA, PLÁGIO CORRE SOLTO

Hélio Schwartsman
Articulista da Folha

O plágio na Academia é um problema grave, porque é a confiança que cimenta as bases do conhecimento científico. Se um pesquisador omite até a real autoria de um trabalho citado, como acreditar nos dados que ele reporta?

A teoria, porém, funciona melhor no papel do que no mundo real. Apesar de a desonestidade intelectual em princípio solapar as bases da ciência, ela corre solta nas escolas e nas universidades.

Pesquisa feita nos Estados Unidos pela revista Education Week revela que 54% dos estudantes reconhecem ter plagiado textos da internet. Um outra sondagem, da Psychological Record, mostra que 36% dos alunos de graduação admitem a prática. Como muita gente prefere esconder de pesquisadores as coisas erradas que fez, os números reais devem ser ainda maiores.

Como conciliar a forte carga moral contra o plágio e sua alta prevalência? Como diversas outras modalidades de mentira, o plágio faz escola porque compensa. Apenas uma pequena parte das ocorrências é detectada, das quais só uma fração reduzida gera punições. De acordo com a pesquisa da Education Week, 47% dos alunos acham que seus professores preferem ignorar os casos de trapaça que descobrem.

Outra possível explicação é que o plágio entrou há muito pouco tempo para o rol das práticas condenáveis. Como ensina Jack Lynch, da Universidade Rutgers, até os séculos 17 e 18 a ordem era copiar os mestres tão fielmente quanto possível e evitar invencionices desnecessárias. A originalidade era vista como presunção, e dar nome à fonte não era absolutamente necessário.

Pelos critérios de hoje, autores do calibre de Benjamin Franklin e Lawrence Sterne seriam considerados plagiados seriais.

A situação só começou a mudar de verdade depois da querela dos antigos e dos modernos (século 17) e da explosão da indústria editorial (século 16). Com a ascensão da burguesia, a originalidade e a invenção passam a ter valor – e não apenas no mundo literário.

O primeiro direito estabelecido na Constituição dos Estados Unidos é o direito autoral e de patente. A ideia, não de todo equivocada, é que o progresso dependeria do reconhecimento dessas virtudes burguesas.

OS ERROS FATAIS

Todo cuidado é pouco na hora de colocar as informações na Internet. Veja algumas dicas ao elaborar seu perfil on-line:

1) Atenção com as informações colocadas no seu PROFILE. Tanto as empresas quanto os recrutadores afirmam que pesquisam os nomes dos candidatos no Google.

2) Detalhes sobre intimidades, nem pensar. Fuja ainda de brincadeiras ou piadinhas de mau gosto relacionadas a sexo ou a questões raciais.

3) "Nada contra usar o Facebook para contatos pessoais e ali colocar fotos das férias na praia", diz Jorge Martins, da Robert Half. Vale lembrar que a empresa terá acesso e, se o candidato tiver um comportamento diferente do desejado, a pessoa corre o risco de ser descartada.

4) Evite mentiras. É importante manter a veracidade dos dados, porque sua procedência será checada num segundo momento.

5) Fuja de excessos, como pedir nas recomendações dos contatos da sua rede que ressaltem suas qualidades pessoais, ou emitir opinião em qualquer discussão que aparecer pela frente. "Não pega bem querer aparecer o tempo todo", afirma Jeff Paiva, da FAAP.

Como usar as redes sociais a seu favor

1) Mantenha seu perfil sempre atualizado.

2) Utilize no currículo palavras-chave que tenham relação com sua área de atuação para ter destaque.

3) Amplie seu networking com contatos que possam ser de seu interesse, como diretores de RH.

4) Tenha o maior número possível de recomendações de ex-chefes e ex-colegas de trabalho.

5) Participe de grupos de discussão ligados a sua área que o levem a expressar seu conhecimento.

6) Crie um blog com posts atualizados sobre assuntos.
Ano bom para as ações


Este ano promete ser bom para o investidor. A economia tem motivos para seguir forte: aumento do consumo das classes C e D, perspectivas de investimentos pelo país para sediar a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016, e também a exploração das camadas do pré-sal. De acordo com o levantamento da erst &Young Terço, empresa de consultoria e auditoria, cerca de 30 companhias brasileiras devem entrar com pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que fiscaliza o mercado financeiro. “As organizações estão percebendo o excelente momento da economia. Os próximos cinco anos serão a fase em que teremos mais investimentos. Quando receberemos novamente dois eventos tão relevantes em um curto espaço de tempo?”, pergunta Paulo Sérgio Dortas, sócio da área IPO (initial public offering, lançamento de ações da sigla em inglês), da Ernst &Young Terço, em São Paulo.

Juliana Portugal

O dever do líder

O dever do líder

Trabalho com gestão de pessoas há mais de 20 anos. Nos últimos meses, percorrendo empresas e conversando com colegas da área de recursos humanos, percebi que as organizações estão totalmente estressadas. Comecei a refletir sobre por que isso está acontecendo. Sempre houve pressão por resultado, portanto essa não é a explicação. Então, compreendi que a questão está relacionada ao estilo de liderança e à cultura criada na empresa pelos gestores.
Até bem pouco tempo, eu acreditava que velhos chefes, aqueles que ficaram conhecidos como baby boomers, os nascidos após a Segunda Guerra Mundial, seriam altamente prejudiciais ao desenvolvimento das organizações. Isso porque eles foram educados de acordo com antigos preceitos da administração, que exige resultados e apenas eles. Hoje vejo que são os jovens líderes, mas que pensam como dinossauros, que estão fazendo muitos estragos nas organizações. Os líderes que estão ascendendo ao poder são irascíveis, acham que sabem tudo, são eternos insatisfeitos e não se importam com as pessoas, mas somente com os números. O pior é que muitos desses gestores apresentam bons resultados no curto prazo e, por isso, mantêm seu alto posto.
Sou contratado por organizações para ajudá-las com o engajamento e a retenção de seus talentos. Quando estou na recepção, começo a perceber o ambiente da empresa. Pessoas tristes e sisudas passam por mim, como se fossem zumbis. Não precisa nem fazer uma pesquisa de clima, é visível que os funcionários estão desmotivados, impera o presenteísmo. E o mais curioso é que a alta gestão nem se dá conta.
Enquanto os “chefes mamutes” estiverem por aí, não há como fazer uma gestão de pessoas voltada para o resultado, porém, com qualidade de vida. Afinal, como imaginar pessoas motivadas e felizes num ambiente atrasado e conservador? Está na hora de as empresas darem um chega para lá em seus líderes que pensam como dinossauros. Só assim é possível mudar.

Felipe Westin, diretor presidente da Westin Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, em São Paulo.

MERCADO DE TRABALHO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

MERCADO DE TRABALHO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Cristina Farias, Fernanda Maschio e Júlia Grave


É notável a crescente necessidade de profissionais de Relações Internacionais no atual estágio da sociedade, ainda mais que, percebendo a multidisciplinaridade do curso, o internacionalista se torna um generalista, podendo atuar em qualquer área vinculada à sua formação. O mercado de trabalho deste setor é vasto e tende à expansão.
O que se percebe de um aluno deste curso, na grande parte das vezes, é o desejo de partir para a carreira diplomática, a possibilidade de construir uma carreira no exterior. Mas há, na realidade, uma fração mínima de egressos de Relações Internacionais concursando o Itamaraty e trabalhando no Ministério das Relações Exteriores. Porém é necessário destacar a importância daqueles que aderem à carreira no Ministério. Segundo o Instituto Rio Branco, o diplomata tem de ser capaz, entre outros, de bem representar o Brasil perante a comunidade de nações; obter as informações necessárias à formulação de nossa política externa; participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil; assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade; amparar seus compatriotas; e promover a cultura e os valores de nosso povo.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, há outras oportunidades para internacionalistas, como o Cerimonial. Cabe ao funcionário deste setor a organização dos eventos públicos que interessem ao relacionamento da Nação com outros Estados, a entrega de credenciais de embaixadores estrangeiros, além da organização de encontros de presidentes. Já a Coordenação Geral de Privilégios e Imunidades garante a concessão de privilégios e imunidades ao Corpo Diplomático e Consular e procura a reciprocidade no tratamento das Embaixadas e Consulados brasileiros. Outro setor, o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR) é a unidade competente do Ministério das Relações Exteriores para agir na organização, na direção e na implantação das políticas de promoção das exportações brasileiras e de captação de investimentos de interesse do País.
Uma crescente área de atuação para os internacionalistas encontra-se nos ministérios em Brasília, no Senado e na Câmara de Deputados, já que todos necessitam de assessoria internacional. Destacam-se também a carreira pública na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); embaixadas, consulados e demais representações do governo no exterior; secretarias municipais e estaduais voltadas para assuntos internacionais; e o cargo de analista de comércio exterior junto ao Ministério do Desenvolvimento apoiado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Outra possibilidade é o trabalho em organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Mercosul. Nesta área, porém, o ingresso é difícil, visto que a concorrência é global e as indicações pessoais são significativas.
Também interessante é o ramo acadêmico, com pesquisa, desenvolvimento de projetos, além da probabilidade de se tornar docente. O professor deste curso carrega a responsabilidade de fornecer as bases para profissionais que sejam capazes de suprir a necessidade deste mercado que se abre para o mundo. Internacionalistas que possam suprir, entre outras demandas, a necessidade encontrada pelos órgãos públicos e privados por assessoria internacional, por funcionários que possam fornecer uma análise e um processamento de informações relativas aos diferentes cenários regionais e internacionais.
As empresas privadas brasileiras têm buscado cada vez mais profissionais desta área devido a sua internacionalização. Um internacionalista que possa ocupar uma posição de gestão se torna cada vez importante neste contexto, já que as questões internacionais se refletem internamente de maneira cada vez mais acentuada. A interpretação da relação entre o cenário internacional e as decisões tomadas pelas empresas é o papel deste analista e consultor internacional formado em Relações Internacionais. A compreensão das realidades culturais, econômicas e sociais nas diferentes regiões do planeta se torna essencial para empresas que tenham inserção internacional.
Partidos políticos, movimentos sociais, organizações não-governamentais, entidades empresariais e centrais sindicais necessitam também de um profissional com um conhecimento especializado sobre o contexto internacional. Assim, ao passo que os movimentos políticos e sociais atuam no plano internacional, institui-se um formidável mercado de trabalho para os analistas de relações internacionais.
A mídia, da mesma forma, exige esse conhecimento, sendo outro setor promissor para um bacharel em Relações Internacionais. Uma análise da conjuntura internacional pode ser fornecida por um profissional que compreenda com clareza os fatos internacionais. Hoje já não é difícil encontrar profissionais da mídia que possuam alguma formação em Relações Internacionais.
O mundo globalizado, com sua interdependência cultural, econômica e social abre as portas para que se formem profissionais que tenham a capacidade de entendê-lo. Assim se expandem as Relações Internacionais, cada vez mais importantes e indispensáveis.