quinta-feira, 27 de março de 2014

As diferenças entre as políticas colonialistas dos dois grandes impérios ocidentais, os da Grã Bretanha e da França segundo John. G. Stoessinger na obra O poder das nações.
Grã Bretanha
Exercia uma forma indireta de controle sobre suas possessões. O governo operava mediante padrões administrativos locais já existentes e, em geral, permitia certo grau de participação nativa. Um vice rei costumava simbolizar o poder do Império britânico, mas esse vice rei, apesar de resplendente na pompa de seu cargo, fazia questão de não interferir nos costumes locais, a menos que tais costumes pussessem em perigo o interesse do império. Os britânicos desenvolviam sua ideia de uma Comunidade de Nações, que em nosso tempo deveria suplantar aos poucos o império, passaram eles a preparar suas dependências para que elas mesmas, posteriormente, passassem a governar. Logo a evolução política de seus territórios os qualificava para secessão e para a independência.
França
O conceito francês de governo era emanado diretamente de Paris, que, na primeira fase de sua colonização, não permiitiu nenhuma forma de governo local. As colônias de ultramar eram consideradas parte da França, tanto quanto a Normandia e a Bretanha. A meta última do governo colonial francês era a assimilação ao modo de vida francês; em outras palavras, a "francificação". Isso significava maior integração no modo de vida francês e maior participação no governo da metrópole.
Sugestões de obras para o acervo bibliográfico particular:
1) Diplomacia - Henry Kissinger
2) Ascensão e Queda das Grandes Potências - Paul Kennedy
3) Obras do historiador de Eric Hobsbawm - Era dos Impérios, Era das Revoluções, Era dos Extremos, Tempos interessantes
4) O fim da História e o último homem - Francis Fukuyama
5) O choque de civilizações - Samuel P. Huntington
6) Sobre a China - Henry Kissinger
7) Precisará a América de uma Política externa? - Henry Kissinger
8) A grande ilusão - Norman Angell
9) Vinte anos de crise - Edward Hallet Carr
10) Conflito e cooperação nas RI - Joseph Nye
11) A política entre as nações - Hans Morgenthau
Resumo da obra Imperialismo: última fase do capitalismo

A principal obra comunista sobre o imperialismo é Imperialismo: última fase do capitalismo, de Lênin. Esse trabalho, fortemente influenciado pelo estudo do Imperialismo, de J. A. Hobson, publicado em 1902, ainda representa a interpretação soviética oficial do imperialismo do ocidente, tendo conquistado ampla aceitação nos países recém-aparecidos na Ásia e na África. Merece, portanto, uma análise cuidadosa. A tese de Lênin baseia-se na concepção marxista de que a luta econômica nas sociedades altamente industrializadas da Europa conduz necessariamente ao capitalismo monopolista. À medida que esse estado de coisas evolui, ocorre uma concentração cada vez maior de riquezas nas mãos de um número cada vez menor de indivíduos, havendo um grupo sempre crescente de desapossados a engrossar as fileiras do proletariado. No ponto referido como de "concentração capitalista", os poucos monopolistas remanescentes não tem outra alterantiva senão voltarem-se uns sobre os outros. Quando a luta atinge essa fase, afirmava Lênin, o capitalista descobre um paliativo que lhe permite afastar por algum tempo a catástrofe inevitável que o espera às mãos de desapossados. Esse paliativo é o imperialismo. os capitalistas, em lugar de se voltarem uns sobre os outros, passam então anexar colônias ultramarinas, que lhes proporcionem novos mercados para a exportação de capital, aliviando-lhes, assim, os mercados altamente saturados e abrindo-lhes novas perspectivas. Mas essa solução, afirmava Lênin, representa apenas uma suspensão de pena, não é uma anistia; o imperialismo é somente uma última e desesperada manobra pela qual os capitalistas se desviam, temporariamente, de seu inevitável colapso. Essa manobra só faz adiar o inevitável. Daí que, na perspectiva de Lênin, uma política imperialista, praticada por uma nação altamente industrializada, seja indício seguro de que o capitalismo, nessa nação, já alcançou sua fase final que precede a própria decomposição.