terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DIMENSÃO POLÍTICA EM SHAKESPEARE
Miguel Chaia
Artigo publicado originalmente com o título 'O palco do poder' em Revista Entrelivros - clássicos, nº 2, Ediouro e Duetto editorial, São Paulo, 2006.



A política é um conceito polissêmico e William Shakespeare foi um autor que contribuiu significativamente para delinear uma específica concepção de política. A simples leitura das peças, sua pesquisa e encenação sempre encontraram inúmeras entradas para um mergulho na obra deste dramaturgo. Entre tantas possibilidades, ele propicia uma abordagem política que pode ser construída a partir da seguinte fala de Hamlet: “The time is out of the joint/ O tempo está fora dos eixos”. Não se trata de uma política institucional, pois mesmo que Shakespeare desenvolva seus temas em volta do trono, com personagens envolvidos num embate com o poder, ele nos fala de uma política atravessada pela gravidade e pela disjunção, imprimindo significados distintos à história de uma cidade e de uma nação.

Em movimentos pendulares perpétuos, constituem-se dois caminhos que estruturam e desestruturam as relações de poder nas peças de Shakespeare. O primeiro é delineado pelo par de opostos legitimidade-usurpação, e o segundo pela dupla estabilidade-guerra. A peça Ricardo III é emblemática desses dois movimentos ao compor uma sangrenta trajetória política devido ao desejo e projeto de ruptura institucional e ao apresentar um astuto personagem que se encontra envolvido na Guerra das Duas Rosas, que se deu entre as Casas de York e Lancaster, no século XV. Ao final da peça, com a Batalha de Bosworth Field, que encerra a Idade Média e a Guerra entre as duas casas, tem início uma nova era com Henrique de Richmond, futuro Henrique VII. Este personagem, ao vencer Ricardo III, comemora proferindo um monólogo, no qual aponta para a paz e estabilidade futura da Inglaterra: “Proclamai meu perdão para os soldados / ... / Uniremos as rosas branca e rubra. / Que o céu sorria sobre essa união, / Depois de ter chorado a inimizade. / ... / Curada a chaga, a paz é o nosso bem; / Pra quem a preservar, Deus diga ‘Amém’”.

A quebra da ordem, seja pelo golpe ou pela guerra, desestabiliza a política, retirando-a de seu curso normal, abrindo espaços para os mais diferentes tipos de violência. Neste sentido, tem-se em Shakespeare a aproximação entre política e vida, à medida em que nada separa as duas esferas, uma vez que todos os indivíduos sofrem, direta ou indiretamente, os efeitos das ações políticas, sejam eles os filhos de Henrique IV, Ofélia, Romeu e Julieta, soldados e tantos outros. Esta interrupção da legitimidade não gera medo apenas no governante, mas também amedronta familiares, súditos e governados. Nas obras de Shakespeare, usurpadores e tiranos assustam seus governados: “Oh, horror! Horror! Horror! / Boca nem coração poderão nunca / Nomeá-lo ou concebê-lo!”, grita Macduff, personagem de Macbeth, ao abrir a porta do quarto e ver chão e paredes ensangüentados pelo dilacerado corpo de Duncan, rei legítimo da Escócia, assassinado por trama do casal Macbeth. Com esta peça, Shakespeare deixa entrever não apenas uma visão devastadora que a política pode adquirir, mas aponta, inclusive, para a idéia do poder como armadilha que gera o medo e a insegurança experimentados por todos os personagens quando se rompe com a legitimidade. Este recorte de política privilegiado pelo autor é demarcado pelo tempo desestabilizado.

Se a usurpação dá início a grande parte das peças de Shakespeare, com a devida reposição da ordem no final delas, o mesmo se verifica com relação à guerra, constantemente presente nas suas obras e sendo colocada no começo e no término dos acontecimentos. Macbeth, por exemplo, inicia-se com uma guerra e termina com outra, indicando, no primeiro momento, como o resultado de uma confronto bélico pode deflagrar a instalação de um regime tirânico, pois foi para Macbeth, o general vencedor, que as três bruxas anunciaram que "sereis rei um dia". Num segundo momento, a invasão militar conduzida por Macduff leva a um bom desfecho a tensa e tirânica política interna implantada por Macbeth.

Shakespeare, na peça Macbeth, apresenta uma visão metafórica da guerra colocada numa imagem que afronta a natureza: o movimento das árvores, solidamente fixas no solo. Tanto que para Macbeth "Tal jamais se verá! Que destemido / Pode mandar nas árvores, fazer / Uma floresta inteira obedecer / És suas ordens? Augúrios excelentes! / Rebelião, não me mostreis os dentes / Antes que contra mim toda não ande / De Birnam a floresta. Até lá, o grande / Macbeth há de reinar. Chegará ao fim / Normal de sua vida, como assim / O quer a natureza". Em Macbeth, a guerra, seja ela programada ou inesperada, é fenômeno da continuidade da política interna, da desavença entre Estados vizinhos mas, também, evento que destaca a grandeza e a fragilidade dos seres humanos. Assim, ela desdobra-se em diferentes níveis: afeta a trajetória da vida e também altera as formas do regime político e, ainda, anexa reinos ou Estados vizinhos. A política da guerra, tomada da perspectiva do trono, reúne no mesmo destino homens, governantes e Estado. A guerra em Shakespeare aparece como algo estruturalmente ligado ao tipo de sistema social, como se fosse um fenômeno estreitamente ligado à difícil sociabilidade alcançada pelos homens.

Desta forma, a polarização política-horror e política-paz está intermediada, em Macbeth, pela guerra, que tanto deflagra uma política tirânica quanto pode renovar as esperanças, permitindo a implantação de um novo regime baseado na legitimidade. É nesse sentido que se pode fazer uma leitura da última fala de Malcolm, ao ser introduzido por Macduff como o novo rei da Escócia, após abater Macbeth: "...O que me resta / Por fazer, e que as novas circunstâncias / Pedem venha a cumprir-se, como seja: / Reconduzir ao lar nossos amigos / Que, fugindo às ciladas do tirano, / Tiveram que passar-se ao estrangeiro; / Desembuçar os pérfidos ministros / Do carniceiro morto e da diabólica / Rainha, que, ao que dizem, por suas próprias / Mãos se matou violentas; isto e o mais / Que for mister, farei executar, / Com a graça de Deus, em seu lugar / E tempo. A todo vós, agradecido, / A Scone, à minha coroação convido." Desprende-se desta fala que um novo initium político se fará, inaugurando outro começo; e também indica que o novo esforço político de recondução à ordem exigirá o uso da violência contra os pérfidos inimigos sobreviventes da tirania.

A guerra final, em Macbeth, é iniciada como reação ao governo tirânico deste rei, reunindo conspiradores que desenvolvem atividades políticas e militares com objetivos específicos. Macduff, ao fugir para a Inglaterra, começa a articulação de uma invasão a partir do exterior para derrubar o tirano, associado às ações desenvolvidas por Malcolm. A síntese desta trama encontra-se no ato IV, cena III, que se desenrola na Inglaterra, na Sala no Palácio do Rei. Fala Malcolm: “Procuremos alguma desolada / Sombra e em lágrimas tristes aliviemos / Os nossos corações”. Responde Macduff: “Não! Empunhemos / Nossas mortais espadas: como bravos, / Defendamos a pátria malferida. / Cada nova manhã novas viúvas / Gemem de dor e novos órfãos choram / Novas calamidades bofeteiam / Os céus na face, e eles ressoam como / Se sentissem com a Escócia e os mesmos gritos / De dor soltassem”. Ao saber das ações tirânicas, que incluíam assassinatos de mulheres e crianças, assim Ross se refere à Escócia: “Ai, pobre pátria! / Mal ousa conhecer-se. Nem podemos / Chamar-lhe mãe, que é, antes, sepultura; / Onde ninguém se vê sorrir, exceto / Quem não sabe o que faz; onde suspiros / E lamentos e gritos dilaceram / O ar sem serem notados, e violentas / Dores parecem já triviais pesares...”

Macbeth é um “príncipe novo”, astuto mas sem virtú, conforme descrições de Maquiavel ao analisar o principado obtido pela força das armas, porém com a intemperança na alma que, como fala Macduff, quando ilimitada “é tirania em nós da natureza”. O destino de Macbeth é marcado por dois fatos. O primeiro é a nomeação das bruxas que acenam com uma possibilidade política alimentando a ação de Macbeth, levando-o a confundir-se entre a possibilidade da continuidade da profecia e a sua interrupção. Ao tomar a previsibilidade como uma utopia distanciada, Macbeth deixa-se guiar apenas pela sua natureza de homem intempestivo e pela natureza do poder, não agindo virtuosamente e nem sabendo domar a fortuna, qualidade de um bom príncipe. A tirania é um resultado imediato deste tipo de indivíduo quando se encontra com o poder. O segundo acontecimento marcante é a presença de Lady Macbeth que impulsiona e reforça "as fúrias da tempestade!", conforme antecipa a primeira bruxa. Macbeth e Lady Macbeth configuram a imagem metafórica do trono manchado de sangue, expressando a presença da dualidade “racionalidade masculina-percepção e desejo feminino” nas articulações políticas. Desdobra-se, assim, o par razão-loucura, dificultando ou impossibilitando o equilíbrio temporário necessário ao fluxo normalizado das conjunturas políticas.

O esforço de Macbeth para cumprir a profecia por meio de ações políticas ilícitas voltadas a assegurar seu governo é um indício de que o poder é uma força descomunal, de difícil controle e que pode ser acionado e exercido ou com imprevisibilidade ou através de regras que tendem a impedir o seu descontrole. Macbeth é o exemplo do primeiro caso, quando ocorre um embate cego entre homem e poder. Ao analisar esta peça, Northrop Frye assinala que um rei legítimo pode ser cruel e inescrupuloso e ainda assim permanecer rei mas, ser for fraco ou incompetente, criará um vácuo de poder na sociedade, pois a ordem da natureza e a vontade de Deus exigem um governante forte e centralizador.

Neste sentido, pode-se recuperar a idéia de que o poder como força descomunal engendra uma dimensão de tragédia, onde o medo e o sangue invadem o mundo. Diz Macbeth: “Haverá sangue. / Dizem que o sangue pede sangue...” A peça Macbeth reforça, assim, as dores de uma metamorfose política e a afirmação do mal, que inverterá valores e desordenará uma ordem social. É o caso de se pensar que nesta peça o poder aparece como anjo devastador, que por um período de tempo, durante o reinado de Macbeth, torna a política o reino do horror.

Mesmo considerando a existência de tais tensões e paradoxos, Macbeth sempre será um homem de ação, deflagrando inúmeras tramas políticas que tendem a acelerar e a radicalizar a tirania. Com isso organizam-se oposiçðes e articulações tendo em vista sua deposição. As decisões e ações violentas de Macbeth e Lady Macbeth criam as condições para as, também, violentas reações políticas, resumidas na forma de guerra ofensiva comandada por Macduff e Malcolm. O tempo político instaurado por Macbeth atingiu as circunstâncias da sua própria interrupção, como se observa na seguinte fala de Malcolm: “As nossas forças estão prontas / Para marchar. Só falta despedirmo-nos. / O tirano Macbeth está maduro / Para ser sacudido; e as forças do Alto / Preparados já têm seus instrumentos. /Aceitai o conforto que em tamanha / Dor possa dar-vos nossa simpatia: / Longa é a noite que nunca chega ao dia.” No outro extremo ao reinado de Macbeth pode-se encontrar uma nova política, na qual o governante reconduz ao lar os exilados e dá esperanças aos amigos perseguidos.

Nesta sucessão de conjunturas que avançam em equilíbrio e desequilíbrio, verifica-se que em Shakespeare está presente uma visão de história cíclica, muito próxima à concepção aristotélica, na qual as boas formas de governo e as boas constituições podem se degenerar e, por sua vez, o inverso também acontece com a corrupção sendo eliminada e dando lugar à estabilidade. Assim, o ciclo inicia, termina e reinicia sucessivamente, alternando bons e maus governos. Se Macbeth interrompeu um ciclo legítimo, o seu reinado será cortado pela ação decisiva do próximo governante, no caso Macduff , que implantará um novo governo legítimo.

Em Shakespeare, a “animalidade política” do ser humano, numa outra possível comparação com Aristóteles, e o cenário envolvente do “grande mecanismo”, conforme tese de Jan Kott, são duas referências significativas para se apreender uma concepção específica de existência e de organização política. Assim, pode-se verificar neste dramaturgo que quanto mais as ações humanas se voltam para o poder ou são atraídas por ele, mais perdem o controle das suas ações, até o limite da fuga da razão ou da subjugação da virtuosidade. Nestas circunstâncias todas dadas pela quebra da legitimidade, pela irrupção da guerra e pelo exacerbamento da violência política, os textos de Shakespeare permitem formular um conceito específico, o da política como tragédia.

Do ponto de vista do gênero artístico, Shakespeare produz sob uma nova estrutura trágica, avançando em direção ao drama, forma que surge no período elisabetano sob o capitalismo e cujo foco ainda passa pelo desígnio do destino mas está centrado no indivíduo enquanto protagonista moderno. Hamlet é um bom exemplo desta encruzilhada da qual o dramaturgo quer dar conta, pois o príncipe da Dinamarca se esforça para alterar o fluxo dos acontecimentos, experimentando um dilema ético e vivendo a dúvida quanto ao sucesso dos resultados das suas ações. Trata-se de um personagem fragilizado pelos conflitos internos (produzidos pelas novas sensibilidades do sujeito) e externos (nascidos das podres relações políticas do reino da Dinamarca). Confessa, assim, o dilacerado Hamlet: “Vivo na lua, insensível à minha própria causa, / E não sei fazer nada, mesmo por um rei / Cuja propriedade e vida tão preciosa / Foram arrancadas numa conspiração maldita. / Sou então um covarde? Quem me chama canalha? / Me arrebenta a cabeça, me puxa pelo nariz, / E me enfia a mentira pela goela até o fundo dos pulmões?” Mais tarde, Hamlet deverá pronunciar a clássica fala que expressa claramente esses conflitos do sujeito moderno: “Ser ou não ser, eis a questão. / Será mais nobre sofrer na alma / Pedradas e flechadas do destino feroz / Ou pegar em armas contra o mar de angústias / E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir...” Entretanto, não se deve raciocinar como se as dúvidas hamletianas impedissem a ação. A partir destes conflitos, Hamlet lê e pensa muito, mas também arma estratégias que vão da loucura à encenação teatral para desenvolver o seu projeto de vingança.

Ao se considerar que Shakespeare não trata mais da zona fronteiriça entre deuses e homens mas das fronteiras terrenas e existenciais que pressionam o ser humano, este dramaturgo propicia as referências necessárias para a elaboração do recorte específico da política, ou seja, a política como tragédia, ao estabelecer como seu fundamento o conflito permanente e irresolúvel, motor do conhecimento e da ação humana. Nos textos deste autor, a política é uma personagem maior, estruturante e encenada tragicamente, pois se mostra insuficiente para garantir a ordem permanente e a vida das pessoas. A política é um reino que está fundamentado nos mais diferentes paradoxos, como ordem-ruptura, estabilidade-instabilidade, concórdia-discórdia, paz-guerra e vida-morte. Por isso, em A Tempestade, Shakespeare escreveu: “Somo matéria de que os sonhos são feitos. E a nossa breve vida é circundada pelo sono.” Ou ainda, ampliando de outra forma essa idéia, escreve em Macbeth: “Que a vida / É uma sombra ambulante: um pobre ator / Que gesticula em cena uma hora ou duas / ... / Significando nada”. Se a política é trágica é porque a vida é trágica e, se esta assim se configura, deve-se à natureza do sujeito envolvido, agora, com as contingências modernas. Aliás, as contingências não só cercam os indivíduos no plano existencial mas também limitam as ações políticas. Procura-se mas nunca se encontra o gozo permanente se ele for procurado nas relações sócio-políticas. O funcionamento das instituições e a natureza humana são empecilhos para usufruir a liberdade. Este lado do sujeito e da vida é reforçado pela natureza do poder, apresentado por Shakespeare como uma esfera central de dominação com certo grau de autonomia, deixando atônitos os homens e as mulheres, permanentemente atraídos por ele. Neste sentido, Shakespeare aproxima-se bastante da concepção de política e poder como formulada por Maquiavel, com sua teoria do realismo político que contempla a dinâmica autônoma do poder, a idéia da instabilidade permanente das conjunturas políticas e a imprevisibilidade do desfecho da ação do príncipe. Afinal, Maquiavel diz “que a sorte seja o árbitro da metade das nossas ações, mas que ainda nos deixe governar a outra metade, ou quase”.

A visão de política shakespeariana guarda o tempo das contingências terrenas, como pode ser exemplificado com Ricardo III que começa com um “E agora...”, marcando o encerramento de um ciclo político e o início de outro, num cenário de permanentemente mutável coreografia dos homens em torno do poder. Agora, como diz o Duque Gloster, futuro Ricardo III, tem início o inverno da nossa desesperança. O medo e a guerra entram em cena. O “agora” é, por excelência, o tempo da política, uma vez que ela está sempre se fazendo no dia a dia pela ação humana, criando relações de forças estabilizadoras e desestabilizadoras que se sucedem num movimento cujo desfecho é imponderável.

Pode-se dizer que a obra de Shakespeare, enquanto equivalência dramática, permite encenar autores da filosofia política como Maquiavel, La Boètie, Hobbes e Marx, até chegar em Nietzsche. Este dramaturgo faz parte desta família de pensadores que compreende a política como uma forma moderna de tragédia, ao colocar no palco os agônicos e infindáveis conflitos dos indivíduos e das sociedades. Em Shakespeare, enquanto houver ser humano, vida e sociedade, a política se desenvolverá como tragédia.
Bibliografia

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FRYE, N. Sobre Shakespeare. São Paulo, Edusp, 1992.
KOTT, J. Shakespeare, Nosso Contemporâneo. São Paulo, Editora Cosac & Naify, 2003.
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SHAKESPEARE, W. Hamlet, tradução de Millôr Fernandes. São Paulo, Editora Peixoto Neto, 2004.
Miguel Chaia – professor e pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP.