segunda-feira, 9 de maio de 2011

REBELDES LÍBIOS VENDEM US$ 100 MI EM PETRÓLEO PELO QATAR

DA REUTERS, EM ABU DHABI

Desesperados por recursos para a compra de remédios, comida e suprimentos básicos, os rebeldes líbios anunciaram nesta segunda-feira a conclusão da venda de cerca de 1 bilhão de barris de petróleo pelo valor de US$ 100 milhões. As transações ocorrem por meio de bancos do Qatar e o objetivo é focar no mercado europeu.
"Até agora 1 milhão de barris foram vendidos por US$ 100 milhões e o dinheiro está sendo usado para comprar comida e outros suprimentos básicos", disse uma fonte do grupo de ajuda aos rebeldes no setor de gás e petróleo após uma reunião com os conselhos tribais de oposição em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Isolados e em meio aos confrontos com as tropas leais ao ditador Muammar Gaddafi há meses, os rebeldes conseguem fazer as vendas e obter os fundos graças à ajuda do Qatar, país do golfo Pérsico que foi o primeiro a se oferecer para comprar a produção petrolífera rebelde.
"Criamos um grupo de ajuda no setor de gás e petróleo em Doha [capital do Qatar] e agora teremos um escritório lá. O Qatar está noa ajudando a vender o petróleo cru e nosso mercado principal é o sul da Europa", disse a mesma fonte.
A Corporação National de Petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês), a estatal petrolífera sob o controle do regime de Gaddafi, não pode exportar sua produção devido às sanções das Nações Unidas.
EXPORTAÇÕES
Ainda no dia 6 de abril um navio petroleiro zarpou de um porto próximo à cidade de Tobruk, no leste da Líbia, com o primeiro carregamento de petróleo procedente de uma zona sob controle dos rebeldes oposicionistas.
O navio, de bandeira líbia e propriedade de uma empresa com sede na Grécia, abasteceu-se de petróleo durante a tarde e zarpou do terminal de Tobruk, 130 km da fronteira egípcia, para um destino não divulgado.
O barco chegou na véspera para exportar o primeiro carregamento de petróleo da rebelião líbia desde o início da intervenção da coalizão internacional, em 19 de março.
Os rebeldes atravessam sérias dificuldades para financiar sua aquisição de armas, bem como as necessidades logísticas e de organização de uma administração incipiente. O dinheiro da negociação deve ajudar a financiar a insurreição contra o regime do ditador Gaddafi (além de afastar os temores de uma total paralisação da comercialização de petróleo em um dos maiores exportadores do mundo).
Em princípio, contudo, a compra de petróleo dos rebeldes poderia ser considerada ilegal, já que eles não são os proprietários de direito dos recursos petrolíferos da Líbia.
A solução seria reconhecer o Conselho Nacional Transitório (CNT) como o governo legítimo do leste da Líbia, região controlada pelos rebeldes, como já fizeram França, Qatar e Itália (antiga metrópole colonial da Líbia).

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