quinta-feira, 17 de março de 2011

ONU aprova ação militar na Líbia; veja cronologia da crise no país

ONU aprova ação militar na Líbia; veja cronologia da crise no país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após mais de um mês de conflitos na Líbia, a resolução apresentada pela França, Reino Unido, EUA e Líbano defendendo a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre o país foi aprovada hoje no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Também foram aprovadas "todas as medidas necessárias para defender os civis" no país, exceto uma invasão por
A criação dessa zona autoriza o abate de aviões do ditador líbio, Muammar Gaddafi, que decolem para atacar tropas opositoras. Em outras palavras, a ONU liberou o uso da força militar para que a resolução seja respeitada.
A medida endurece ainda o embargo e as sanções contra Gaddafi, seus familiares e círculo mais próximo de colaboradores implementadas no mês passado. Bens e fundos de investimento do ditador e sua família na Suíça e na União Europeia há haviam sido congelados semanas atrás.
A resolução foi aprovada por dez votos a favor, nenhum contra e cinco abstenções, entre elas a Rússia e a China, que detêm poder de veto. Surpreendentemente, o Brasil se absteve da votação. O Itamaraty confirmou o voto brasileiro na ONU à Folha.com, por telefone.
Veja cronologia da crise:
FEVEREIRO:
Dias 15-16- Dois mil manifestantes protestam em Benghazi pela detenção de um ativista de direitos humanos e contra os governantes corruptos. Cerca de 40 pessoas ficam feridas e, na cidade de Al Baida, outras duas morrem.
Dia 17- Os protestos se estendem durante o "Dia de Fúria". Segundo Al Jazeera, 14 pessoas morreram.
Dia 19.- O Exército atira em Benghazi contra os manifestantes e são registrados enfrentamentos em Musratha, a 200 quilômetros de Trípoli.
Dia 20.- Human Rights Watch eleva para 173 o número de mortos nos protestos. UE, EUA e Liga Árabe pedem o fim imediato da repressão.
Dia 21- Os opositores controlam Benghazi e Jalu, enquanto membros do Exército desertam e se somam juntam aos manifestantes. O ministro da Justiça renuncia.
- O filho de Gaddafi, Seif el Islã, adverte para o perigo de "guerra civil".
- Aviões militares disparam contra os manifestantes em Trípoli, o que a ONU considerou um "genocídio".
Dia 22- Gaddafi diz que não deixará o poder e que está disposto a morrer.
- A fronteira líbia com o Egito fica sob controle dos opositores.
Dia 23- Um membro líbio do Tribunal Penal Internacional enumera em dez mil os mortos desde o início dos protestos.
- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirma que o "banho de sangue" na Líbia é "inaceitável" e a UE se prepara para evacuar seus cidadãos.
Dia 24- Gaddafi incentiva o combate aos manifestantes, que vincula à Al Qaeda, enquanto os rebeldes tomam várias cidades.
Dia 25- A representação da Líbia perante a ONU se distancia de Gaddafi e pede à comunidade internacional que intervenha. A UE acorda sanções e os EUA congelam os ativos de Gaddafi e sua família.
Dia 27- A ONU aprova sanções contra Gaddafi e seu entorno: bloqueio de seus bens no exterior, proibição de viajar e embargo de armas.
- A oposição anuncia a criação de um Conselho Nacional.
- Avalanche de refugiados (100 mil pessoas) nas fronteiras com Tunísia e Egito.
MARÇO:
Dia 2- Gaddafi resiste em Trípoli e ameaça com "milhares de mortos" se os EUA ou a Otan entrarem na Líbia.
Dia 3- O Tribunal Penal Internacional anuncia que investigará Gaddafi e outros membros de seu regime por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
Dia 6- Os leais a Gaddafi detêm o avanço rebelde rumo a Sirte.
Dia 9- As tropas pró-governo reconquistam Al Zawiyah e os rebeldes reivindicam ajuda internacional.
Dia 10- As tropas de Gaddafi lançam uma grande ofensiva contra a linha defensiva rebelde em Ras Lanuf.
Dia 11- A UE considera o rebelde Conselho Nacional Líbio de Transição como "interlocutora político".
Dia 12- A Liga Árabe, exceto Síria e Argélia, se diz a favor de uma zona de exclusão aérea e reconhece o comando rebelde.
Dia 13- Os rebeldes perdem terreno e tentam aguentar o contra-ataque das forças de Gaddafi próximo a Benghazi.
Dia 15- O Conselho de Segurança da ONU se mantém dividido sobre estabelecer uma zona de exclusão aérea.
- Aviões rebeldes afundam dois navios das forças leais frente ao litoral de Ajdabiyah.
- Gaddafi assegura que se o Ocidente intervier na Líbia se aliará a Al Qaeda.
- A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se reúne em Paris com os rebeldes líbios.
Dia 16- Em sua ofensiva, as forças de Gaddafi bombardeiam os arredores de Benghazi, reduto rebelde.
Dia 17- A ONU vota a exclusão aérea.

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