terça-feira, 1 de março de 2011

Chávez não condena Gaddafi e alerta para intervenção dos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta segunda-feira que invadir a Líbia seria uma catástrofe, acusou os Estados Unidos de estarem "enlouquecidos" pelo petróleo líbio e defendeu uma solução política com a criação de uma comissão de países para dialogar com as partes no país africano.
Chávez indicou em um ato público que não irá condenar à distância o líder líbio, Muammar Gaddafi, sem saber o que está ocorrendo na nação africana, afirmando ter a certeza de que os Estados Unidos "estão exagerando e distorcendo" a realidade do que ocorre na Líbia.
"Eu optaria por buscar uma formula política. Em vez de mandar soldados e aviões, por que não enviamos uma comissão de boa vontade que vá ajudar para que não sigam matando na Líbia?", disse Chávez.
O presidente venezuelano disse que a Líbia é um "paiol" e que, no caso de uma invasão militar, pode haver "uma tragédia maior em forma de guerra civil ou uma invasão que desembocará em outra guerra internacional que se estenderá pelo norte da África".
"Os Estados Unidos já disseram que estão prontos para invadir a Líbia. E quase todos os países da Europa condenando à Líbia, o que querem? Claro, esfregam as mãos com o petróleo da Líbia", disse Chávez.
"Eu acho que estão enlouquecidos pelo petróleo líbio. Isto pode ser uma catástrofe muito maior do que as que já estamos vivendo", afirmou.
A comunidade internacional estuda uma forma de pôr um fim ao regime de Gaddafi. O Pentágono confirmou na segunda-feira o deslocamento de unidades navais e da Força Aérea para as proximidades da Líbia como parte de um "planejamento de contingência".
O mandatário venezuelano indicou que a situação de Gaddafi lembra a que ele mesmo viveu em abril de 2002 quando um breve golpe de Estado o afastou do poder durante dias e no qual foi acusado por alguns de ser um assassino que havia ordenado a morte de cidadãos indefesos durante os enfrentamentos que ocorreram na ocasião.
"Por isso preferimos ser prudentes e ninguém vai nos chantagear. Nossa linha política é não apoiar nenhum massacre, faça quem faça", disse Chávez

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