segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em Madri, "indignados" dizem que continuarão acampados em praça

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Manifestantes que protestam contra a crise econômica prometeram continuar acampados na praça Porta do Sol, em Madri, durante essa semana, em um movimento social que já se espalha pela Europa. Centenas de pessoas votaram neste domingo pela permanência no local até pelo menos a quinta-feira (2).
Centenas de milhares de pessoas, que são chamadas de "indignados", foram às ruas de várias cidades da Espanha nos últimos dias. O movimento --batizado de 15-M (devido ao dia em que começaram os protestos, 15 de maio)-- já inspirou outros manifestantes que foram às ruas de Paris e Atenas.
"Não vamos sair. O movimento continua. Vamos reestruturar o acampamento, porque somos responsáveis. Mas os grupos de trabalho continuarão no espaço público", disse um porta-voz dos acampados em Madri.
No entanto, o governo regional de Madri estuda a situação dos acampados para tomar alguma decisão "nas próximas horas", segundo fontes do governo.
A queda do nível de vida, o desemprego, os planos de austeridade impostos aos cidadãos, os cortes de salários e a falta de representatividade dos principais partidos políticos são alguns dos fatores que desencadearam os protestos pacíficos espanhóis, semelhantes à "Primavera Árabe" de meses atrás, que foi gerada por condições mais extremas sob regimes autoritários.
"Esperamos duas coisas deste movimento: uma redefinição das regras democráticas e a convocação de uma assembleia constituinte, e uma distribuição de renda melhor porque vivemos na precariedade", disse Benjamin, de 26 anos, trabalhador autônomo que vive na periferia sul de Paris.
Com o título "Democracia real já!", o site em francês www.reelledemocratie.com indica que "desde a crise financeira de 2008, nossos governantes decidiram submeter os povos em vez de fazer os bancos pagarem".



"As democracias europeias foram sequestradas pelos mercados financeiros", indica o manifesto do grupo francês em palavras semelhantes às do manifesto da Porta do Sol, em Madri.
"Nos identificamos nas aspirações do povo espanhol", dizem.
Uma "política participativa e cidadã" e sua rejeição "ao bipartidarismo e à corrupção política" exige em seu manifesto o movimento parisiense de apoio ao 15-M espanhol, mencionando a adesão de diversas ONGs.
"Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda foram atingidos em cheio pelas políticas antissociais da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional aplicadas na ausência de um debate democrático", indicou a ONG francesa ATTAC.

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