terça-feira, 8 de março de 2011

Capítulo IV Baldassare Castiglione e as mulheres do Renascimento

Capítulo IV Baldassare Castiglione e as mulheres do Renascimento

Edith Sichel

1) O Renascimento marcou época para as mulheres; deu-lhes novo campo e nova importância. Seu apelo à beleza, seus rápidos desenvolvimentos sociais, as energias emocionais e as diversas atividades que envolvia correspondiam particularmente às faculdades femininas.
2) Elas dançavam, cantavam, comandavam tropas, liam Virgilio, Cícero e filosofia grega, criavam grandes famílias, escreviam trabalhos, projetavam vestidos, governavam províncias. Eram brilhantemente eficientes; foram longe, mas não se aprofundaram.
3) Os mais nobres propósitos da vida lhes estavam vedados; sua religião era assunto de observância e etiqueta. As mulheres de um país são em grande medida os índices de sua fé;
4) Vitoria Colonna, com seu fervor espiritual, sua tristeza persistente pelo marido morto, sua profunda afeição por Miguel Ângelo foi a exceção, e se destaca em comparação com as outras.
5) Havia Emília Pia – vida e luz da corte de Urbino, “amante e cabeça de toda a companhia, de forma que todos os homens recebiam dela compreensão e estímulo – “Madona Emília, que, enquanto morria, recitava passagens do Cortesão, registro de sua feliz mocidade.
6) Havia Júlia Gonzaga e a veneziana Verônica Gambara, ativas deusas de um ousado círculo intelectual. Marieta Strozzi, com o nariz arrebitado e os olhos dançantes; que aos dezoito anos escapou aos tutores, indo viver sozinha, e jogava partidas de bola de neve ao luar com todos os galãs de Florença. Olímpia Morata, que aos dezesseis anos lecionava filosofia em Ferrara e brilhava igualmente como crítica de poetas e tradutora da Bíblia.
7) Isabella d´Este, esposa de Francesco Gonzaga, Duque de Mântua: a primeira dama do mundo e em sua cunhada, Elisabetta Gonzaga, esposa do Duque Guidobaldo de Urbino.
8) Castiglione foi o paladino das mulheres, e seu livro talvez seja a primeira afirmação autoconsciente de suas reivindicações, das desgastadas perguntas sobre o que a mulher deveria ser, se deveria fiar ou pensar, qual a sua verdadeira relação com o homem.

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