terça-feira, 31 de maio de 2011

Em crise, Grécia pretende colocar à venda terras paradisíacas

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Quem quer comprar um pedaço de uma ilha grega?

Segundo o jornal americano "Wall Street Journal", a Grécia pretende colocar terras públicas à venda como parte do programa de privatizações do país.

A chance de realizar o sonho de ser proprietário de uma parcela dessas terras paradisíacas pode, portanto, se tornar realidade. O "Wall Street Journal" publicou em seu site, nesta terça-feira, que o governo grego espera vender até 30 bilhões de euros em terras públicas.

O jornal cita que o processo de privatizações ainda está no começo, mas no futuro podem ser vendidas participações do governo no "Mont Parnes Casino resort" em Atenas e em hotéis. Também podem ser oferecidas concessões para a construção de resorts de luxo.

O "Wall Street Journal" diz, ainda, que o braço do governo que administra as propriedades públicas tem uma lista de 75 mil terras do governo. A empresa designou o Banco Nacional Grego para preparar a venda inicial de 20 a 30 propriedades. O primeiro pode ser colocado à venda já nos próximos meses.

AJUDA

A revisão do acordo de socorro financeiro com a Grécia deve sair nos próximos dois dias, abrindo caminho para o anúncio de um novo pacote de ajuda ao país.

O jornal "New York Times" citou nesta terça-feira que o pacote que está se desenhando pode chegar a 60 bilhões de euros (R$ 136,2 bilhões) para cobrir a necessidade de financiamento do país neste ano e no próximo.

As negociações em torno de um novo socorro se tornaram mais intensas depois que a Alemanha flexibilizou suas exigências, admitindo que o país não faça a reestruturação da dívida. Esse ponto era considerado o maior impasse nas discussões.

A nova posição da Alemanha não deve significar, no entanto, que os investidores privados estão livres de pagar a fatura da crise da dívida grega.

O "New York Times" disse que o novo pacote pode trazer um "entendimento informal" de que os investidores podem ser "persuadidos" a deixar rolar suas dívidas ou adquirir nova dívida quando seus títulos vencerem.

Na quarta-feira, ministros de finanças dos países europeus estarão reunidos em Viena para discutir a situação grega. O foco do encontro será como os europeus podem ajudar do ponto de vista "técnico" a Grécia a melhorar seus mecanismos de recolhimento de impostos e colocar em prática seu programa de privatizações.

Esse envolvimento internacional dos países europeus nas questões internas da Grécia vem sendo apontado como uma tentativa de intervenção que, se concretizada, será sem precedentes na zona do euro. Uma intervenção também enfrentaria grande oposição no país. Por isso, a União Europeia exige que as novas medidas de austeridade tenham apoio multipartidário.

O governo da Grécia sinalizou que concordou com a exigência da oposição de reduzir impostos, com o objetivo de conseguir apoio para as novas medidas de austeridade para conter a crise. Mas a oposição ainda não se mostrou satisfeita porque a demanda era para cortar taxas sobre a renda pessoal e de empresas, enquanto a oferta é de reduzir o imposto sobre valor agregado.

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