Senegal rompe com o Irã por fornecimento de armas a rebeldes
DA EFE, EM DACAR
O governo do Senegal rompeu suas relações diplomáticas com o Irã por acusar o país persa de fornecer armas a rebeldes independentistas senegaleses, informou um comunicado oficial divulgado na noite de terça-feira pela emissora de televisão nacional.
Segundo Dacar, um relatório do Estado-Maior das Forças Armadas indica que procede do Irã o sofisticado armamento utilizado pelo Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC), o grupo rebelde que atua no sul do país e que desde dezembro matou 15 soldados senegaleses em tiroteios.
"O Senegal constatou que balas iranianas causaram a morte de soldados senegaleses e decidiu romper suas relações diplomáticas com a República Islâmica do Irã a partir de 22 de fevereiro", indica o comunicado.
A ruptura das relações diplomáticas acontece depois de o governo do Senegal ter convocado para consultas seu embaixador no Irã em dezembro e ter anunciado seu retorno em janeiro por diferenças entre Dacar e Teerã a respeito de uma carga de armas confiscada na Nigéria em outubro de 2010 e supostamente destinada à Gâmbia.
A imprensa senegalesa apontou em dezembro que as armas iranianas apreendidas em Lagos seriam entregues aos rebeldes do MFDC, que lutam pela independência da região meridional do Senegal desde 1982.
As armas, segundo as mesmas fontes, poderiam ter chegado aos rebeldes através da Gâmbia, que em 23 de novembro rompeu relações com Teerã e expulsou todos os diplomatas iranianos do país devido ao caso.
Após a apreensão do carregamento de armas, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, visitou Dacar em janeiro para oferecer explicações sobre o caso, que não foram "satisfatórias" e nas quais admitiu "que seu país forneceu armas à Gâmbia", segundo assinalou na época o governo senegalês
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