domingo, 13 de março de 2011

Embraer já discute a produção de trem-bala no Brasil

DE SÃO PAULO
Terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, a Embraer começou a discutir a produção de trens de alta velocidade no Brasil, informa reportagem de Dimmi Amora para a Folha.
No início de março, a empresa convidou Iñaki Barron, diretor de alta velocidade da UIC (Organização Mundial de Ferrovias), para falar sobre o tema em sua fábrica em São José dos Campos (SP).
Os temas discutidos no encontro ficaram em torno do avanço do mercado de trens-bala sobre a aviação regional, principal mercado da Embraer, e absorção da tecnologia de produção de trens de alta velocidade pelo país.
A Embraer informou por meio da assessoria de imprensa que não tem estudos sobre o tema e que é normal chamar especialistas para dar palestras a seus funcionários. Durante o encontro, não se falou em participação da empresa no leilão da primeira linha do país (Campinas-SP-RJ), previsto para abril deste ano.

UE e Mercosul começam a desenhar futuro acordo de associação

UE e Mercosul começam a desenhar futuro acordo de associação

DA EFE, EM BRUXELAS

A UE (União Europeia) e os países do Mercosul realizarão a partir deste domingo em Bruxelas uma nova rodada de negociações para conseguir um acordo de associação, apesar de ainda não estar em jogo ofertas comerciais de acesso dos produtos aos diferentes mercados.
A parte normativa do futuro tratado comercial incluído no amplo acordo de associação, ou seja, nas regras que se aplicarão a capítulos como as barreiras técnicas ao comércio, a concorrência e a origem dos produtos, centralizarão o debate, indicaram à Agência Efe fontes europeias.
Durante a sessão de trabalho que acontecerá de segunda a sexta-feira, "não se discutirá nenhuma oferta de acesso aos mercados por enquanto", precisaram as mesmas fontes.
Concretamente, afirmaram que não serão abordadas as concessões para produtos específicos, como a carne.
O Mercosul, reivindica concessões para aumentar o acesso ao mercado europeu dos envios de produtos agrícolas e de carne.
O comitê de organizações agrárias e cooperativas europeias publicou na semana passada um relatório, realizado em vários países da UE, que assegura que a liberação de importações sul-americanas provocaria um "colapso" no setor bovino europeu, a volatilidade dos preços e perdas de 25 bilhões de euros.
A Eurocâmara se uniu na semana passada em Estrasburgo às críticas ao aprovar um relatório no qual considera que as negociações podem implicar concessões agrícolas muito prejudiciais para os produtores europeus.
O Parlamento Europeu pediu, além disso, a elaboração de um estudo prévio sobre o impacto antes de concluir as negociações, e lamentou que a Comissão Europeia tenha decidido retomá-las em maio de 2010 após permanecerem estagnadas por vários anos.
Já os países do bloco sul-americano se preocupam, por sua parte, com os subsídios agrícolas na Europa, mas a Comissão Europeia já manifestou que se esforçou para limitá-los e que, os que estão em vigor, constituem uma pequena porção permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, admitiu em uma recente visita ao Paraguai que as negociações poderiam se prolongar devido aos interesses opostos de ambas as partes, especialmente em setores como o agrícola.
Após a rodada desta semana, os chefes negociadores europeus e sul-americanos fixarão a próxima reunião para a semana de 2 a 6 de maio em Assunção, coincidindo com a Presidência do Paraguai do Mercosul (composto também por Brasil, Argentina e Uruguai).

Governo do Japão anuncia racionamento de energia até abril

Governo do Japão anuncia racionamento de energia até abril

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do Japão anunciou neste domingo que começará a racionar energia em partes de Tóquio e outros cidades japonesas. Os blecautes planejados de cerca de três horas cada começarão na segunda-feira.
O objetivo do racionamento é ajudar a compensar uma severa queda de energia depois que usinas nucleares foram deixadas inoperantes durante o terremoto e o tsunami no nordeste do país.
Os blecautes foram autorizados pelo primeiro-ministro Naoto Kan, que afirmou que eles devem prevenir interrupções maiores no fornecimento de energia e pediu o apoio da população.
As suspensões acontecerão na região coberta pela Tepco (Tokyo Electric Power): Tóquio, excluindo a área central da capital, e as cidades deChiba, Gunma, Ibaraki, Kanagawa, Tochigi, Saitama, Yamanashi e parte de Shizuoka.
A Tepco, operadora da usina nuclear em Fukushima prejudicada pelo terremoto, afirmou que os cortes programados de energia devem durar até o fim de abril, segundo a agência de notícias "Kyodo".
De acordo com a Agência de Recursos Naturais e Energia, a região coberta pela distribuidora será dividida em cinco blocos e cada área será submetida a blecautes de três horas um dia de casa vez.
Os cortes de energia devem continuar por semanas, disse Tetsuhiro Hosono, chefe da agência, acrescentando que a Tepco espera ter cerca de 25% a menos de poder de fornecimento para esta época do ano.
A indústria nuclear do Japão fornece cerca de um terço da energia de que o país precisa. Kan afirmou que a situação de fornecimento de energia é "extremamente séria" após os desastres de sexta-feira.
O ministro da Economia, Banri Kaieda, afirmou em uma coletiva de imprensa, que a Tepco terá 10 milhões de quilowatts a menos por dia.

Governo do Japão anuncia racionamento de energia até abril

Governo do Japão anuncia racionamento de energia até abril

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do Japão anunciou neste domingo que começará a racionar energia em partes de Tóquio e outros cidades japonesas. Os blecautes planejados de cerca de três horas cada começarão na segunda-feira.
O objetivo do racionamento é ajudar a compensar uma severa queda de energia depois que usinas nucleares foram deixadas inoperantes durante o terremoto e o tsunami no nordeste do país.
Os blecautes foram autorizados pelo primeiro-ministro Naoto Kan, que afirmou que eles devem prevenir interrupções maiores no fornecimento de energia e pediu o apoio da população.
As suspensões acontecerão na região coberta pela Tepco (Tokyo Electric Power): Tóquio, excluindo a área central da capital, e as cidades deChiba, Gunma, Ibaraki, Kanagawa, Tochigi, Saitama, Yamanashi e parte de Shizuoka.
A Tepco, operadora da usina nuclear em Fukushima prejudicada pelo terremoto, afirmou que os cortes programados de energia devem durar até o fim de abril, segundo a agência de notícias "Kyodo".
De acordo com a Agência de Recursos Naturais e Energia, a região coberta pela distribuidora será dividida em cinco blocos e cada área será submetida a blecautes de três horas um dia de casa vez.
Os cortes de energia devem continuar por semanas, disse Tetsuhiro Hosono, chefe da agência, acrescentando que a Tepco espera ter cerca de 25% a menos de poder de fornecimento para esta época do ano.
A indústria nuclear do Japão fornece cerca de um terço da energia de que o país precisa. Kan afirmou que a situação de fornecimento de energia é "extremamente séria" após os desastres de sexta-feira.
O ministro da Economia, Banri Kaieda, afirmou em uma coletiva de imprensa, que a Tepco terá 10 milhões de quilowatts a menos por dia.
ONU pede à Líbia que dê acesso às áreas tomadas por rebeldes

DA REUTERS, EM TRÍPOLI

As Nações Unidas pediram às autoridades líbias que dêem acesso às áreas dos dois lados do conflito para calcular o impacto da violência sob os civis, disse neste domingo um enviado da ONU.
Milhares de pessoas deixaram o país do norte da África desde o início das rebeliões contra o líder líbio Muammar Gaddafi, em fevereiro.
Civis em áreas afetadas relataram falta de comida, medicamentos e água limpa.
Rashid Khalikov, coordenador humanitário das Nações Unidas para a Líbia, disse à Reuters, após chegar à capital líbia Trípoli, que sua missão esperava ter acesso à todas as áreas do conflito.
Algumas cidades como Misrata, no oeste, foram cercadas por tropas do governo, interrompendo suprimento de alimentos e medicamentos, disseram moradores.
"A situação está mudando de um dia para o outro", acrescentou Khalikov. "Estamos esperando conseguir avançar em nossas tarefas. Onde isso vai nos levar, realmente não sabemos."

Japão e Líbia devem dominar reunião do G8

Japão e Líbia devem dominar reunião do G8

DA REUTERS, EM PARIS

O terremoto no Japão deve dominar o encontro dos ministros de Relações Exteriores do G8 (Grupo dos Oito) esta semana em Paris, com a discussão sobre meios de coordenar ajuda para o único país asiático do grupo.
A crise da Líbia também será um assunto chave, com a comunidade internacional buscando um consenso sobre como parar a violência no estado africano pelas forças governamentais do líder Muammar Gaddafi.
O Japão tentava evitar, neste domingo, o vazamento em reatores nucleares atingidos pelo terremoto de sexta-feira.
O Ministro das Relações Exteriores da França Alain Juppé prometeu ajuda aos japoneses, oferecendo especialistas em segurança de usinas nucleares, além de ajuda com a limpeza dos destroços e na busca de vítimas.
Há expectativa de que Juppé e outros ministros do G8 cuidem da coordenação dos resgates e dos esforços de ajuda.
"O Japão é um membro histórico do G8, então nós vamos definitivamente mostrar solidariedade", disse uma fonte diplomática da França.
O Ministro de Relações Exteriores do Japão ainda está confirmado para participar da reunião, disse no domingo um embaixador japonês.
Jeremy Browne, ministro britânico, disse esta semana que uma "grande e coordenada resposta internacional" era necessária e que a Inglaterra estava fazendo a sua parte.
A situação na Líbia também deve ser foco para os ministros do G8, disse a fonte diplomática.
As forças do líder líbio Gaddafi parecem ter reconquistado a força no conflito que já dura três semanas, inspirado pelas revoltas populares na Tunísia e no Egito.
O evento de dois dias começará de maneira informal com o encontro dos oito ministros com o presidente Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu, na segunda-feira, antes do início oficial às 16 horas (horário de Brasília) e término no dia seguinte por volta das 11 horas (horário de Brasília).
As conversações também tocarão no programa nuclear do Irã e em modos de reanimar o processo de paz no Oriente Médio, numa preparação para um encontro dos líderes do G8 no resort de Deauville, na costa norte, no fim de maio.

Coreia do Sul afirma que fornecerá gás para o Japão

Coreia do Sul afirma que fornecerá gás para o Japão

DA REUTERS, EM SEUL

A Coreia do Sul, segundo maior importador de gás (LNG), disse neste domingo que abastecerá fábricas do Japão com gás após o pedido feito no sábado pelo país atingido por forte terremoto e tsunami.
O Ministério da Economia da Coreia do Sul disse em comunicado que o Japão, o maior importador global de gás, deverá importar um volume adicional de 1,5 milhão de toneladas de LNG por mês depois de abril.
O terremoto de magnitude 8,9 graus que atingiu o Japão na sexta-feira provocou a perda estimada de 9.700 megawatts de energia nuclear e 10.831 megawatts nas termelétricas, obrigando as usinas a cobrir o déficit.
A entrega será feita com base em troca e a Coreia do Sul vai "priorizar a oferta", disse o ministro. Se o Japão continuar importando LNG, poderá impulsionar os preços globais do gás, informou o comunicado
Irã anuncia que pretende exportar tecnologia e material nuclear

DA EFE, EM TEERÃ

O novo diretor do organismo iraniano de Energia Atômica, Fereydoun Abbasi, assegurou neste domingo que um dos principais objetivos do polêmico programa nuclear de seu país é exportar tecnologia e material atômico ao mercado internacional.
Em declarações divulgadas pela agência de notícias "Irna", o responsável acrescentou que a República Islâmica também procura ampliar suas atividades neste terreno através da cooperação com outros países.
"Nossa intenção é entrar no mercado mundial de materiais e serviços nucleares. Queremos exportá-los a outros países para conseguir uma posição no mercado e rentabilizar nossos produtos", afirmou.
A este respeito, insistiu que o mais recomendável para seu país é "compartilhar o trabalho nuclear com outros estados no terreno nuclear".
O programa nuclear iraniano é objeto de uma grande polêmica internacional, já que as grandes potências suspeitam que sob seu projeto civil se esconde outro de natureza clandestina e ambição bélica, cujo objetivo seria adquirir armas atômicas, alegação que Teerã rejeita.
Por isso, o Conselho de Segurança da ONU impôs uma série de sanções econômicas e financeiras ao regime iraniano, acusado de não colaborar o suficiente com a Agência Internacional de Energia Atômica.
As Nações Unidas proibiram, além disso, todos os países do mundo de transferir ao Irã tecnologia e materiais que possam ser utilizados na indústria atômica.

Número de mortos por terremoto no Japão chega a 1.353

Número de mortos por terremoto no Japão chega a 1.353

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As autoridades japonesas aumentaram neste domingo para 1.353 o número oficial de mortos por conta do forte terremoto e do subsequente tsunami que atingiram o país na sexta-feira. O número de desaparecidos chegou a 1.085. O governo, porém, teme que as vítimas superem amplamente as 10 mil.
A polícia de Miyagi, província mais afetada pelo terremoto, acredita que haverá pelo menos dez mil mortos, enquanto outras fontes não descartam que o número possa ser maior.
Só em Minamisanriku, localidade litorânea de Miyagi totalmente arrasada pelo tsunami que seguiu o terremoto de 9 graus na escala Richter, 9,5 mil pessoas ainda não foram localizadas.
Outras 1.167 pessoas estão desaparecidas na província de Fukushima, de acordo com as autoridades locais.
Na apuração oficial, segundo a agência local "Kyodo", também não estão incluídos outros 600 corpos que foram localizados nas províncias de Miyagi e Iwate, ambas no litoral do Pacífico.
Os números oficiais falam de mais de 20.800 edifícios destruídos e que 450 mil japoneses tiveram que ser evacuados de suas casas por vários motivos, entre eles 200 mil deslocados pelos riscos em uma usina nuclear em Fukushima.
Além disso, mais de 100 mil militares japoneses serão desdobrados para socorrer as vítimas, ajudados por resgatistas e pessoal especializado de quase 70 países, entre eles os Estados Unidos, que colocaram à disposição do Japão o porta-aviões Ronald Reagan.
Por outro lado, os especialistas alertaram que o nordeste do país sofrerá réplicas durante uma semana e que há 70% de possibilidades de que alguma delas supere, antes de quarta-feira, os 7 graus de magnitude na escala Richter.
O diretor da Agência Meteorológica do Japão, Takashi Yokota, indicou à TV "NHK" que, dentro de três dias, esse risco se reduzirá em 50% em uma área de 500 quilômetros de comprimento e 200 de largura no litoral das províncias de Ibaraki e Miyagi.
RETIRADA
O Escritório de Ajuda Humanitária das Nações Unidas (Ocha) divulgou hoje que cerca de 600 mil foram retiradas de suas casas nos últimos três dias no Japão.
Segundo os últimos dados, 380 mil pessoas das regiões afetadas deixaram suas casas pelas catástrofes naturais, enquanto 210 mil foram evacuadas de uma área de 20 quilômetros da usina nuclear de Fukushima, onde se registrou uma explosão após o terremoto.
O organismo da ONU assinalou também que várias áreas do litoral afetadas pelo tsunami "permanecem inacessíveis".
Por enquanto, 3 mil pessoas foram resgatadas, mas se teme particularmente pela metade dos 10 mil moradores do povoado de Minami-Sanriku-cho, na província de Miyagi (no norte do Japão), que foi arrasado pelo tsunami.
A Ocha ressaltou que os esforços das autoridades japonesas se intensificam com o apoio das equipes de especialistas que chegam de diferentes países, enquanto que seus cientistas trabalham intensamente para resolver os problemas dos reatores da usina nuclear de Fukushima.
Segundo o relatório da Ocha, o governo japonês confirmou que 2,6 milhões de casas estão sem eletricidade e 1,4 milhão não tem água.
AMEAÇA NUCLEAR
O Japão luta neste domingo para impedir o vazamento de reatores nucleares atingidos pelo terremoto, descrevendo o tremor e o tsunami, que pode ter provocado a morte de mais de 10 mil pessoas, como a pior crise que a nação já viveu desde a Segunda Guerra Mundial.
As autoridades japonesas decretaram estado de emergência em uma segunda usina nuclear, a de Onagawa (nordeste), anunciou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"As autoridades japonesas informaram à AIEA que o primeiro estado de emergência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi registrado pela Tohoku Electric Power Company", explicou a agência da ONU, com sede em Viena.
Os três reatores da planta de Onagawa "estão sob controle", segundo as autoridades japonesas.
Além disso, o país se prepara para injetar água do mar no reator número 2 em sua usina de energia nuclear em Fukushima Daiichi, disse neste domingo a agência de notícias Jiji, citando a companhia de energia elétrica. A meta é esfriar os equipamentos na unidade, que fica no norte do Japão, afetada após o terremoto.
A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão já está injetando água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

WikiLeaks revela críticas de Cristina e Néstor Kirchner a Chávez

WikiLeaks revela críticas de Cristina e Néstor Kirchner a Chávez

DA EFE, EM BUENOS AIRES

A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e seu antecessor, Néstor Kichner, chegaram a criticar seu firme aliado na região, o venezuelano Hugo Chávez, para se aproximar dos Estados Unidos, segundo documentos vazados pelo WikiLeaks publicados neste domingo pelo jornal "La Nación".
Em um encontro em maio de 2009 com o então embaixador dos Estados Unidos em Buenos Aires, Earl Anthony Wayne, Cristina "disse que pensava que Chávez estava errado e que frequentemente fala sem pensar", segundo relatou o funcionário em um escritório diplomático dois dias depois.
"Todos devemos ser mais cuidadosos com o que dizemos em público", disse a governante sobre Chávez.
Seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, também disse em um encontro com legisladores americanos em 2005 que o presidente venezuelano "fala demais", e que se a potência americana atuasse com inteligência, Chávez seria "neutralizado".
"Como disse ao (então) presidente (George W.) Bush, vamos colaborar com os EUA para melhorar a situação na Venezuela", disse nesse encontro na Casa Rosada (sede do Governo) o ex-presidente, segundo outro documento vazado.
O jornal "La Nación", crítico ao Governo de Cristina, começou a divulgar neste domingo trechos de um total de 2,5 mil documentos vazados pelo WikiLeaks.
Segundo estes documentos, em sua maioria enviados da embaixada americana na capital argentina entre 2003 e meados de 2010, membros do Governo de Cristina, entre eles o ex-chanceler Jorge Taiana e o atual ministro da Economia, Amado Boudou, expressaram em várias ocasiões o desejo de concretizar um encontro entre a governante e o presidente americano.
"Taiana enfatizou que tinha chegado o momento em que os presidentes (Cristina) Fernández e (Barack) Obama deviam se reunir. Disse ao embaixador que se os EUA não cultivassem (a relação com a Argentina), outros o fariam", afirma um documento da embaixada de setembro de 2009.

Japão luta para evitar explosão nuclear; 3º reator é resfriado

Japão luta para evitar explosão nuclear; 3º reator é resfriado

DE SÃO PAULO
A ameaça nuclear que assusta o Japão após o forte terremoto de sexta-feira cresce neste domingo. As autoridades japonesas decretaram estado de emergência em uma segunda usina nuclear, a de Onagawa (nordeste), anunciou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"As autoridades japonesas informaram à AIEA que o primeiro estado de emergência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi registrado pela Tohoku Electric Power Company", explicou a agência da ONU, com sede em Viena.
Os três reatores da planta de Onagawa "estão sob controle", segundo as autoridades japonesas.
Além disso, o país se prepara para injetar água do mar no reator número 2 em sua usina de energia nuclear em Fukushima Daiichi, disse neste domingo a agência de notícias Jiji, citando a companhia de energia elétrica. A meta é esfriar os equipamentos na unidade, que fica no norte do Japão, afetada após o terremoto.
A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão já está injetando água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.
"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.
Ontem, a instalação que abrigava um dos reatores da usina explodiu após uma falha no sistema de resfriamento. Agora, pelo menos outros dois reatores correm o mesmo risco.
O derretimento parcial de um dos reatores da usina de Fukushima já estava, inclusive, em provável andamento, segundo uma das autoridades, e os operadores da instalação trabalham freneticamente para tentar manter a temperatura de outros reatores sob controle e prevenir um desastre maior.
O chefe do Gabinete de Segurança do país, Yukio Edano, afirmou neste domingo que uma explosão de hidrogênio poderia ocorrer no reator 3 de Fukushima.
"Sob o risco de aumentar a preocupação pública, nós não podemos descartar o risco de uma explosão", disse Edano. "Se houver uma, contanto, não haverá impacto significativo para a saúde da população."
Mais de 170 mil pessoas foram retiradas da área como precaução, embora Edano afirme que a radiação liberada no ambiente até agora foi tão pequena que não colocou a saúde delas em risco.
O derretimento completo --o colapso dos sistemas de uma usina e sua habilidade de conter as temperaturas dos reatores sob controle-- poderia liberar urânio na atmosfera, contaminando de forma perigosa o ambiente e gerando sérios riscos para a saúde da população.
Cerca de 160 pessoas podem ter sido expostas à radiação até agora, afirmou Ryo Miyake, porta-voz da agência nuclear japonesa. A gravidade dessas exposições ainda não foi determinada. Elas foram levadas a hospitais.
RISCO
Especialistas americanos afirmaram neste domingo que utilizar água do mar para esfriar um reator nuclear é um "ato de desespero" que evoca a catástrofe de Tchernobil, na Ucrânia, em 1986.
Vários técnicos, falando à imprensa em audioconferência, preveem, também, que o acidente nuclear possa afetar a reativação deste setor energético em vários países.
"A situação tornou-se tão crítica que não têm mais, ao que parece, a capacidade de fazer ingressar água doce para resfriar o reator e estabilizá-lo, e agora, como recurso último e extremo, recorrem à agua do mar", disse Robert Alvarez, especialista em desarmamento nuclear do Instituto de Estudos Políticos de Washington.
O que acontece atualmente na central é uma perda total de alimentação dos sistemas de resfriamento, exterior e interior (assegurada neste caso por geradores a diesel).
Esta falha total "é considerada extremamente improvável, mas é um tema de grande preocupação há décadas", explicou Ken Bergeron, físico que trabalha com simulações de acidentes em reatores. "Estamos num terreno desconhecido."
"A estrutura de confinamento nesta central é certamente mais sólida que a de Tchernobil, mas muito menos que a de Three Mile Island, e só o futuro dirá" o que pode acontecer, disse Bergeron.
"No momento, estamos diante de situação semelhante à de Tchernobil, onde tentaram derramar areia e cimento" para cobrir o reator em fusão, explicou Peter Bradford, ex-diretor da Comissão de Vigilância Nuclear americana.
"Se isto continuar, se não for controlado, vamos passar de uma fusão parcial do centro (do reator) a uma fusão completa. Será um desastre total", disse por sua vez Joseph Cirincione, chefe da Ploughshares Fund, em entrevista ao canal CNN.
Cirincione reprovou as autoridades japonesas por oferecerem informações parciais e contraditórias sobre a situação na central de Fukushima.
A presença de césio na atmosfera depois de a central ter lançado o vapor excedente indica que uma fusão parcial está em curso, segundo o especialista.
ESCALA
O acidente em uma central nuclear na cidade de Fukushima, no Japão, após o forte terremoto que atingiu o país na sexta-feira, foi classificado como de nível 4 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, que vai de 0 a 7. A classificação é a terceira mais alta já concedida, ficando atrás apenas do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979 (nível 5) e de Tchernobil, em 1986 (grau 7).
A classificação 4 qualifica acidentes 'com consequências de alcance local', segundo documentos da AIEA (Agência internacional de Energia Atômica). Em 1999, o Japão havia registrado um acidente com a mesma classificação.
O termo anomalia é utilizado para o nível 1 e, incidente, para os níveis 2 e 3. O nível 4 é o pior até o momento no Japão, de acordo com a Agência japonesa de Segurança Nuclear e Industrial.
O reator Daiichi 1, ao norte da capital Tóquio, começou a vazar radiação depois que o terremoto de magnitude 8,9 causou um tsunami, prontamente levantando temores de um derretimento nuclear. O sistema de resfriamento do reator nuclear falhou após os tremores, causando uma explosão que rompeu o telhado da usina.
As autoridades afirmam que os níveis de radiação em Fukushima estavam elevados antes da explosão. Em determinado momento, a usina estava liberando a cada hora a quantidade de radiação uma pessoa normalmente absorve do ambiente em um ano.

MORTOS
De acordo com dados oficiais, o número de mortos chega a 1.217, enquanto os desaparecidos chegam a 1.086. Espera-se que o número de vítimas continue aumentando, pois só na província de Miyagi a Polícia acredita que haverá, pelo menos, 10 mil mortes, a maioria em Minamisanriku, uma localidade litorânea totalmente arrasada pelo tsunami que seguiu o terremoto.
Também há outras 1.167 pessoas desaparecidas na província de Fukushima, segundo a apuração das autoridades locais.
Por outro lado, os especialistas alertaram que o nordeste do país sofrerá réplicas durante uma semana e que há 70% de possibilidades de que alguma delas supere, antes de quarta-feira, os 7 graus de magnitude na escala Richter.
O diretor da Agência Meteorológica do Japão, Takashi Yokota, indicou à TV "NHK" que, dentro de três dias, esse risco se reduzirá em 50% em uma área de 500 quilômetros de comprimento e 200 de largura no litoral das províncias de Ibaraki e Miyagi.
Mais de 100 mil militares foram convocados para socorrer as vítimas, ajudados por resgatistas e pessoal especializado de quase 70 países, além do porta-aviões americano Ronald Reagan.