segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tropas de assalto

Usavam uniformes diferentes, muitas vezes sob medidas, levavam bolsas cheias de granadas as quais usavam com precisão quando assaltavam as trincheiras inimigas, sempre usavam o novo capacete de aço stahlhem, adaga presa ao cinto, usavam também maças (porrete madeira com ponta de aço) e testavam vários equipamentos como foi o caso da couraça de ferro.
Rei da Suécia desmente elos com crime organizado e prostitutas

DA FRANCE PRESSE, EM ESTOCOLMO (SUÉCIA)
O rei Carl 16 Gustaf da Suécia desmentiu nesta segunda-feira as acusações da imprensa segundo as quais teria frequentado clubes de strip-tease e mantido relações com o crime organizado, em um esforço para encerrar um escândalo que fragiliza sua imagem.
"Não. É impossível que existam", disse o chefe de Estado sueco ao responder a uma pergunta sobre a existência de fotos comprometedoras com mulheres nuas.
Um ex-mafioso, Mille Markovic, confirmou recentemente possuir essas fotos.
Markovic disse também que uma pessoa próxima ao rei chegou a tentar dissuadi-lo de publicar qualquer imagem que pudesse comprometer o monarca.
"É difícil comentar algo que não vi e que nenhuma outra pessoa viu", disse o rei da Suécia em uma longa entrevista concedida à agência de notícias sueca TT.
CRISES NA MONARQUIA SUECA
O desmentido do rei sueco, no trono há 37 anos, ocorre depois de uma série de problemas que vão desde as revelações do passado nazista do pai da rainha brasileira Silvia à brutal ruptura do noivado da princesa Magdalena.
Em um explosivo livro publicado no fim de 2010, "Den Motvilliga Monarken" ("Monarca, apesar de sujo", em tradução livre), o rei Carl 16 Gustaf, 65 anos, foi acusado de frequentar clubes de reputação duvidosa, participar de festas decadentes e manter relações adúlteras.
Até agora, o rei vinha se abstendo de comentar as afirmações do livro.
Os escândalos mancharam a imagem do monarca e, segundo as últimas pesquisas, a maioria dos suecos é favorável à ideia de que ele abdique rapidamente e deixe o trono para sua filha mais velha, Victoria.
O soberano rejeitou a possibilidade.
"É uma tradição e um costume, portanto, não será assim", desabafou ele à agência TT.
Mantega cobra de candidata ao FMI compromisso com reformas
Publicidade

ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

O ministro Guido Mantega (Fazenda) cobrou da candidata à direção do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, compromisso com as reformas que foram executadas durante a gestão de Dominique Strauss-Kahn.

"O importante para o Brasil é que o FMI continue sua trajetória dos últimos três anos e colocando os países emergentes numa posição de protagonismo", disse.

A ministra francesa se comprometeu a continuar as reformas solicitadas por Mantega. Para Lagarde, elas são necessárias na atual conjuntura.

"A minha candidatura está inscrita na corrente de reformas que foi iniciada pelo diretor-geral. Existe uma corrente de reforma, que foi comprometida desde 2008 e precisa ser executada", declarou.




Nesta segunda-feira, Mantega almoçou com Christine Lagarde em Brasília. O Brasil é o primeiro país visitado por Lagarde na campanha pela direção-geral do Fundo.

Segundo ela, a escolha do Brasil como primeiro país para apresentar a sua candidatura se deu por ser um país de grande relevância no cenário internacional.

"É um orgulho começar a campanha no Brasil. Eu escolhi como primeiro destino porque é um dos grandes países emergentes, onde as ideias e propostas contam muito no cenário internacional", declarou Lagarde.

EMERGENTES

Durante o encontro, Mantega também cobrou uma maior participação dos países emergentes no FMI. Segundo ele, o critério mais importante na escolha do diretor-geral não é a nacionalidade, mas os méritos do candidato.

'O mais importante é a competência, experiência e o compromisso com as reformas. Além disso, é muito importante também que haja maior participação dos países emergentes no corpo democrático do fundo. Deve haver uma participação maior', cobrou o ministro Mantega.

Questionado sobre a proposta de um mandato-tampão, até o fim de 2012, Mantega disse que o Brasil ainda não tem uma posição firmada sobre o assunto.

"Nós vamos aguardar a apresentação de todos os candidatos e depois de conversamos com todos eles é que o governo brasileiro tomará uma posição", afirmou Mantega.

Lagarde disse ainda que o fato de ser francesa não é um beneficio.

"O fato de eu ser europeia e francesa não é um beneficio. O FMI não pertence a ninguém, mas pertence a totalidade desses membros", afirmou.

Depois do Brasil, a ministra francesa vai à China, Índia e Oriente Médio promover sua candidatura à direção do FMI.
As lições de gestão empresarial Maquiavel

MARCELO COELHO
DE SÃO PAULO

Executivos e empresários, a julgar pela literatura à venda nas livrarias de aeroporto, gostam de se imaginar como guerreiros medievais ou arqueiros japoneses. Aparentemente, há sempre lições administrativas a tirar da vida de Confúcio ou de Leonardo da Vinci. Sem dúvida, a arte ninja de liderar reuniões de orçamento ou a técnica de Átila no marketing varejista servem, se não para turbinar o desempenho de um diretor comercial, ao menos para inspirar seus devaneios de grandeza.
Alguns grandes personagens da história não parecem especialmente talhados para esse romantismo de portão de embarque. O nome de Nicolau Maquiavel (1469-1527), por exemplo, ainda está excessivamente associado ao pragmatismo, à impiedade e à esperteza para que pareça apropriado no esforço de nobilitar o cotidiano empresarial.

OBSTINAÇÃO E RIGOR
Nem tanto, diz o presidente do grupo Telefônica no Brasil, Antonio Carlos Valente, no prefácio a "O Príncipe Revisitado: Maquiavel e o Mundo Empresarial" [Actual Editora, 128 págs., R$ 34], de Aderbal Müller e Luis Antonik. "Inspirados por Maquiavel", diz ele, "os autores mostram que vencer no ambiente empresarial atual requer extrema dedicação, precisão e perseverança. É preciso ser firme, rápido e eficaz. Sem obstinação e rigor não há sucesso."
Mas "O Príncipe Revisitado" não se limita a recolher de Maquiavel fragmentos de "sabedoria" para todas as ocasiões. O texto procura manter ao máximo o estilo do autor -e sua ambiguidade essencial no que se refere à questão da ética.
Dividido em capítulos curtos, cujos títulos formulam questões precisas ("Por que os Príncipes da Itália Perderam os seus Reinos", "De que Modo se Deve Avaliar a Força dos Principados" etc.), "O Príncipe" (1513; publicado em 1532) frequentemente desnorteia quem o lê. Situações semelhantes, conduzidas de modo idêntico, podem resultar em vitória ou em desastre. Exemplos e contraexemplos se sucedem sem levar a uma conclusão unívoca --a ponto de se discutir interminavelmente, até hoje, para que forma de governo e para que tipo de liderança política pendiam as preferências do autor.
Além disso, o autor de "O Príncipe" insiste no papel imponderável da "fortuna", o acaso ou a circunstância, no sucesso das ações humanas. A este fator se soma a "virtù", que nada tem a ver com a virtude moral de um indivíduo, mas com sua capacidade de domar, pela ousadia ou pela prudência, o ambiente que o cerca.
Sem se beneficiar de uma ou de outra, nenhum governante (ou empresário, se quisermos) sobrevive à sanha de seus rivais. Nem "virtù" nem "fortuna", de resto, podem ser adquiridas nas páginas de um livro. Se fosse assim, qualquer leitor aplicado poderia aspirar, com o tempo, a tornar-se um novo Lourenço, o Magnífico (referência constante em Maquiavel) ou um novo Abilio Diniz (presença forte no panteão de Müller e Antonik).

VOLTEIOS
Aderbal Müller é autor de numerosos livros na área de contabilidade e auditoria. Luiz Roberto Antonik foi diretor da Telefônica e hoje ocupa o cargo de diretor-geral da Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão). Num texto que imita com sucesso os volteios e formalidades do clássico italiano, a menção dos autores a empresários como Antônio Ermírio de Moraes, Abilio Diniz ou Samuel Klein não é tão deslocada quanto parece.
Não apenas Maquiavel, no seu empirismo argumentativo, preferia o exemplo concreto à regra geral, como também estava desesperadamente em busca de heróis, num momento em que Florença (para nada dizer de toda a Itália, ainda não unificada) amargava as consequências de um prolongado torvelinho político.
Não é que o Brasil vá de mal a pior no campo econômico. Mas, certamente, suas empresas mais representativas passam a uma fase em que se torna cada vez mais difícil enfrentar uma concorrência globalizada; nossos "principados" empresariais se veem diante de corporações bem mais abrangentes, cujos proprietários e administradores não conhecemos de perto.
Explica-se, dessa perspectiva, a ideia de Müller e Antonik de que toda grande empresa depende, em última análise, da figura pessoal do seu dono. Contrariando polemicamente as teses mais em voga na literatura especializada, que privilegiam os "métodos" e a "cultura organizacional", os autores insistem: "Uma grande empresa é um grande homem: acorda cedo, dorme tarde, trabalha muito, sabe tudo, está presente, é obsessivo". O raciocínio vale para a Ford nos tempos do seu fundador, assim como para a Microsoft de Bill Gates, argumentam.
Valerá para a Petrobras? Existirá um só "príncipe" à frente de cada gigante financeiro, farmacêutico ou automobilístico hoje em dia?

ACIDENTES DE PERCURSO
Entramos aqui em dois aspectos nos quais a tradução de um clássico político para o plano da vida empresarial moderna não se faz sem alguns acidentes de percurso. O príncipe maquiaveliano está em luta com potências estrangeiras e com seus rivais internos; presta contas à nobreza, à burguesia e ao populacho.
Seria de imaginar que, mantendo a simetria, o príncipe-empresário de Müller e Antonik tivesse de se equilibrar entre sindicatos de trabalhadores, fornecedores de matéria-prima, concorrentes diretos, governo central e o conjunto dos acionistas da empresa.
São estes últimos, entretanto, o foco quase exclusivo da atenção dos autores. Manter-se "no poder", em última análise, é manter-se no topo da organização -e o trato com os acionistas e assessores diretos parece ser o ponto em que Maquiavel mais tem a dizer para o leitor-empresário de hoje.
Sinal dos tempos ou restrição voluntária do foco por parte dos autores? Seja como for, não falta graça ao feito estilístico de Müller e Antonik; a realidade econômica de hoje, todavia, é provavelmente bem mais complexa do que cabe nas páginas deste livro, ou nos relatórios que recebem os acionistas de uma empresa.
CHURCHILL
"Fortuna" e "virtù", os dois componentes básicos com que se pesa o sucesso de um líder para Maquiavel, nunca faltaram à figura de Winston Churchill (1874-1965), que inspira outro livro recém-lançado para o público empresarial.
"Winston Churchill, CEO" [Campus, 280 págs., R$ 69,90], de Alan Axelrod, é o último produto de uma linha de montagem que tem, entre seus títulos, "Gandhi, CEO" e "Elizabeth 1ª, CEO". Como em qualquer livro de autoajuda, o problema do autor é o de esticar por mais de cem páginas um conjunto básico de regras ("defina o empreendimento", "elimine o medo do desconhecido" etc.) que simplesmente se explicam a si mesmas.
A vantagem é que Axelrod escolheu uma figura histórica realmente inspiradora. A vida de Churchill tem passagens de coragem extrema, muito antes do seu teste definitivo, liderando a Inglaterra na resistência isolada (depois da derrota da França e do pacto germano-soviético) contra a Alemanha de Hitler.
Aos 22 anos, Churchill recebeu seu batismo de fogo em Cuba, como correspondente de guerra; as balas dos insurgentes contra o domínio espanhol zuniram perto dele -e a sensação lhe trouxe euforia. Daí às fronteiras do domínio britânico sobre a Índia, ao Sudão e à África do Sul na guerra dos bôeres (em 1899), o jovem oficial consolidou sua carreira de combatente e escritor.
Dificilmente um empresário moderno haveria de considerar aconselhável investir sozinho, de Mauser em punho, contra rebeldes tribais. A pura sorte (ou a "fortuna") ajudou Churchill numa fuga cinematográfica de um campo de prisioneiros sul-africano.
Episódios desse tipo, além de discursos célebres e exemplos de negociação com grevistas, fornecem material interessante e admirável ao livro de Axelrod -ainda que ao preço de muitas repetições e de indisfarçada diminuição do espírito crítico.
O valor da história concreta, da "realità effettuale", como dizia Maquiavel, salva, entretanto, o livro de Axelrod das abstrações do gênero. No fundo, também em "O Príncipe" o problema era o mesmo: como se valer de princípios teóricos gerais quando são sempre concretos, específicos e indecidíveis os desafios de uma gestão? Em que medida cabem contra o Carrefour ou a Tim decisões tomadas contra o papado renascentista ou os tanques de Hitler?
O leitor, à espera do avião, aspira pelas altitudes.
Entrevista com Marina Silva no "Roda Viva" é cancelada
Publicidade
DE SÃO PAULO

A entrevista com a ex-senadora Marina Silva no programa "Roda Viva" que seria exibida nesta segunda-feira foi cancelada por motivos de saúde. Segundo a assessoria da TV Cultura, uma nova data será agendada para a gravação do programa.

Em seu lugar, será entrevistado no programa o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, vencedor de dois prêmios Jabuti e professor do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais -IBMEC São Paulo.
AGU descarta impasse diplomático com Itália após caso Battisti

DA ANSA, EM BRASÍLIA

O advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, afirmou que não existe tensão diplomática entre o Brasil e a Itália por conta do impasse sobre o caso Cesare Battisti, que será julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no próximo dia 8.
Adams disse que em toda relação entre duas nações pode haver tensões, mas descartou que esse caso tenha gerado uma "crise diplomática".
Segundo ele, tanto o Brasil como a Itália, país que, em sua opinião, tem atuado de forma legítima no processo, respeitaram as decisões internas sobre Battisti.
Para o ministro, "o caso Battisti adquiriu uma dimensão exagerada" e houve um clamor muito forte contra a concessão de refúgio ao italiano, o que automaticamente impediu sua extradição à Itália.
Cesare Battisti é ex-militante do grupo de esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Preso no Brasil em 2007, dois anos depois o italiano recebeu o status de refugiado político do ex-ministro da Justiça Tarso Genro.
Seu caso foi julgado em 2009 pelo STF, que aprovou a extradição de Battisti, mas decidiu que a resposta final caberia ao presidente. Em seu último dia de mandato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu manter o italiano no Brasil, aceitando um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União).
O governo italiano questionou a legalidade do gesto do presidente, com base nos tratados bilaterais. Agora, o STF irá julgar se a decisão de Lula é válida.
Adams acredita que, se o STF manter a decisão de Lula de não extraditar Battisti, o italiano vai "ser liberado imediatamente, em 24 horas". Segundo ele, a ordem de soltura pode ser emitida no próprio plenário pelo relator do processo, Gilmar Mendes.
O advogado-geral da União também justificou a recomendação da AGU favorável à manutenção do italiano no Brasil. De acordo com Adams, o órgão analisou o tratado bilateral de extradição assinado entre os dois países e considerou que desautorizar a extradição de Battisti não infringia os acordos bilaterais.
"O Estado requerido [no caso, o Brasil] pode fazer o julgamento hipotético de que a extradição pode gerar perseguição, agravamento da situação dele por razões políticas, religiosas e pessoais" e, nestes casos, o tratado permite a não extradição.
"Não que dizer que na Itália não existe o devido processo legal" para manter Battisti na prisão, conforme observou Adams, mas o "presidente da República exerceu esse julgamento".
Temer afirma que conflitos com Palocci 'ficaram no passado'

ANA FLOR
DE BRASÍLIA

Em reunião para discutir os conflitos agrários na região da Amazônia, o presidente em exercício Michel Temer afirmou que os atritos com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) "ficaram no passado".
Temer, que está no exercício da Presidência em função da viagem de Dilma Rousseff ao Uruguai, falou aos ministros que a coordenação do governo está fluindo normalmente e que discussões de trabalho não deixam sequelas.
Temer evitou a imprensa após a reunião, que acabou há pouco na sede da vice-presidência.
Na semana passada, Temer e Palocci tiveram uma discussão por telefone. A razão foram as disputas entre PT e PMDB, exacerbadas durante a negociação e votação do Código Florestal na Câmara.
A presidente Dilma irá reunir a bancada do PMDB no Senado na quarta.
Hoje pela manhã, Temer encontrou rapidamente Dilma na Base Aérea, antes de ela embarcar para Montevidéu. Ela pediu a ele que reunisse ministros, Incra e
Polícia Federal para tomar ações urgentes em relação aos conflitos agrários que levaram à morte de quatro sindicalistas na região amazônica.
Juros sobem pelo 5º mês e crédito tem expansão moderada, diz BC

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

A taxa média de juros dos empréstimos bancários para empresas e pessoas físicas subiu pelo quinto mês consecutivo e chegou a 39,8% ao ano em abril, segundo levantamento do Banco Central.
Em novembro do ano passado, pouco antes de o BC iniciar o processo de restrições ao crédito para segurar o consumo e a inflação, a taxa média era de 34,8% ao ano.
No mês passado, o juro ao consumidor chegou a 46,8% ao ano, enquanto para as empresas atingiu 31% ao ano.
Segundo o BC, as operações de crédito mantiveram "trajetória de expansão moderada em abril", com maior demanda pelo setor produtivo e menor procura de financiamentos por parte das famílias. O cenário hoje, segundo a instituição, é de elevações das taxas de juros e "spreads" bancários, com "discreto aumento da inadimplência".
Esse último indicador subiu pelo terceiro mês seguido para as famílias, de 5,7% no final de 2010 para 6,1%. Para as empresas, passou de 3,5% para 3,7% na mesma comparação.
O volume total de crédito cresceu 1,3% em abril em relação ao mês anterior e teve expansão de 21% em 12 meses, para R$ 1,78 trilhão (46,6% do PIB).
O crédito sem subsídio cresceu 1,4%, acima do 1% verificado nos empréstimos subsidiados, que incluem crédito rural, empréstimos do BNDES e habitacional com recursos da poupança e FGTS.
Boletim da Fazenda reduz previsão do PIB para 4,5% em 2011
Publicidade

DE SÃO PAULO

O Ministério da Fazenda reuziu a estimativa de crescimento do PIB deste ano de 5% para 4,5%, segundo publicação bimestral do boletim "Economia Brasileira em Perspectiva". A publicação é referente aos meses de janeiro e fevereiro.

A redução fica em linha com a previsão divulgada pelo Ministério do Planejamento em 20 de maio. No entanto, segundo o Banco Central, o PIB deve ficar em 4%.

Mantega descarta novas medidas para desacelerar economia
Para ministro, câmbio 'está muito valorizado' e não há o que fazer
Rendimento médio do trabalhador cai pelo 5º mês, aponta Dieese
Segundo o relatório, após o crescimento de 7,5% em 2010, o ano de 2011 iniciou-se com ajustes na política econômica visando à acomodação do ritmo de atividade econômica a taxas de crescimento sustentáveis e à convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2012.

Em 2010, o governo iniciou a retirada de estímulos adotados para enfrentar a crise nas políticas fiscal e monetária. "Como resultados dessas medidas, a economia brasileira cresceu abaixo do seu potencial nos últimos dois trimestres do ano passado e deve continuar desacelerando em 2011, fechando o ano com expansão de 4,5%", ressalta o boletim.

Para o ministério, os primeiros dados de 2011 sobre a atividade econômica ainda não mostram de maneira clara o ritmo dessa desaceleração esperada, por causa das defasagens envolvidas nas medidas adotadas e também em virtude das mudanças estruturais em andamento na economia brasileira.

Na sexta-feira (3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado do PIB do primeiro trimestre. Segundo o mercado financeiro, a estimativa é de que o crescimento no período seja de 1,4%, ante os 0,7% registrado no último trimestre de 2010.
Em Madri, "indignados" dizem que continuarão acampados em praça

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Manifestantes que protestam contra a crise econômica prometeram continuar acampados na praça Porta do Sol, em Madri, durante essa semana, em um movimento social que já se espalha pela Europa. Centenas de pessoas votaram neste domingo pela permanência no local até pelo menos a quinta-feira (2).
Centenas de milhares de pessoas, que são chamadas de "indignados", foram às ruas de várias cidades da Espanha nos últimos dias. O movimento --batizado de 15-M (devido ao dia em que começaram os protestos, 15 de maio)-- já inspirou outros manifestantes que foram às ruas de Paris e Atenas.
"Não vamos sair. O movimento continua. Vamos reestruturar o acampamento, porque somos responsáveis. Mas os grupos de trabalho continuarão no espaço público", disse um porta-voz dos acampados em Madri.
No entanto, o governo regional de Madri estuda a situação dos acampados para tomar alguma decisão "nas próximas horas", segundo fontes do governo.
A queda do nível de vida, o desemprego, os planos de austeridade impostos aos cidadãos, os cortes de salários e a falta de representatividade dos principais partidos políticos são alguns dos fatores que desencadearam os protestos pacíficos espanhóis, semelhantes à "Primavera Árabe" de meses atrás, que foi gerada por condições mais extremas sob regimes autoritários.
"Esperamos duas coisas deste movimento: uma redefinição das regras democráticas e a convocação de uma assembleia constituinte, e uma distribuição de renda melhor porque vivemos na precariedade", disse Benjamin, de 26 anos, trabalhador autônomo que vive na periferia sul de Paris.
Com o título "Democracia real já!", o site em francês www.reelledemocratie.com indica que "desde a crise financeira de 2008, nossos governantes decidiram submeter os povos em vez de fazer os bancos pagarem".



"As democracias europeias foram sequestradas pelos mercados financeiros", indica o manifesto do grupo francês em palavras semelhantes às do manifesto da Porta do Sol, em Madri.
"Nos identificamos nas aspirações do povo espanhol", dizem.
Uma "política participativa e cidadã" e sua rejeição "ao bipartidarismo e à corrupção política" exige em seu manifesto o movimento parisiense de apoio ao 15-M espanhol, mencionando a adesão de diversas ONGs.
"Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda foram atingidos em cheio pelas políticas antissociais da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional aplicadas na ausência de um debate democrático", indicou a ONG francesa ATTAC.
Abbas descarta chance de negociar paz com Israel

DA REUTERS, EM DOHA
DE SÃO PAULO

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse no sábado que "não há bases comuns" para as conversas de paz com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e que buscar o reconhecimento de um Estado palestino pela ONU (Organização das Nações Unidas) é a única opção.
Em declaração durante uma reunião da Liga Árabe, em Doha, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, mostrou preocupação de que dar um passo diplomático em oposição aos EUA e Israel possa resultar em sanções financeiras e pressionou os Estados árabes para que preencham qualquer lacuna.
Apesar de deixar espaço para um acordo, dizendo que a retomada das negociações de paz nos termos aceitos pelos palestinos evitaria o passo em direção à ONU, os comentários de
Abbas foram alguns dos mais frios até então sobre a probabilidade de mais negociações.
Abbas falou na reunião do comitê do processo de paz da Liga Árabe, convocada depois dos discursos feitos em Washington, pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e do primeiro-ministro israelense, Netanyahu, sobre a política para o Oriente Médio.
A liderança palestina disse que as ideias de Netanyahu para a paz com os palestinos, descritas em um discurso ao Congresso dos EUA na terça-feira, colocaram mais obstáculos no caminho de um já moribundo processo de paz.
"Vemos, pelas condições que Netanyahu estabeleceu que não há bases comuns... para as negociações. Nossa opção fundamental é de ir à ONU", disse Abbas, em seu discurso de abertura.
"Isso não é nenhum segredo, já dissemos isso aos norte-americanos, europeus e israelenses, nossa única opção procurar as Nações Unidas", disse.
Ele expressou medo de que esse passo levasse alguns Estados a "tentar impor um cerco sobre nós", embora não tenha dito a que governos ele estava se referindo. "Esperamos que haja uma rede de segurança dos estados árabes", disse.

LIGA ÁRABE
A Liga Árabe decidiu ontem, pleitear uma participação plena como membro da ONU para um Estado palestino na faixa de Gaza e na Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como a sua capital, ignorando a oposição dos EUA e de Israel.
O comitê do processo de paz da Liga Árabe, reunido em Doha, disse que vai solicitar o reconhecimento do Estado da Palestina como membro na reunião da Assembléia Geral da ONU, em Nova York, em setembro.
"O comitê decidiu ir às Nações Unidas solicitar a adesão plena para a Palestina nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como a sua capital", disse em um comunicado.
As fronteiras de 1967 fazem referência às fronteiras de Israel, como elas eram na véspera da Guerra de 1967, em que tomou a faixa de Gaza do Egito e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, da Jordânia.
Advogado de Mladic apresenta recurso contra transferência a Haia

DA FRANCE PRESSE, EM BELGRADO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A defesa do ex-comandante militar Ratko Mladic apelou da decisão do tribunal sérvio para os crimes de guerra de autorizar a transferência de seu cliente ao TPII (Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia) em Haia, informou o advogado Milos Saljic.
A Justiça sérvia deve agora decidir se aceita o recurso apresentado nesta segunda-feira ou o recusa.
A defesa de Mladic recorrereu no último dia do prazo previsto por lei da decisão sérvia sobre sua entrega ao TPI. Milos Saljic, o advogado de Mladic, anunciou que enviaria por correio o recurso, então não se pode prever ao certo se a queixa chegará ao tribunal sérvio ainda hoje ou amanhã.
Segundo a lei, o conselho judicial deverá decidir sobre sua extradição ao TPII, com sede em Haia, em um prazo máximo de três dias.
"Pode ser que se decida no primeiro ou no segundo dia, isso depende de fatos que o tribunal deve estabelecer", explicou mais cedo o promotor-adjunto sérvio de crimes de guerra, Bruno Vekaric.
SAÚDE
A família de Ratko Mladic diz que ele está em mal estado da saúde, já que, nos últimos anos, teve um derrame cerebral e sofre de várias doenças crônicas. Os familiares querem pedir um exame médico independente sobre sua capacidade de acompanhar o processo que o espera em Haia.
Mais cedo, a porta-voz do TPII, Nerma Jelacic, já havia afirmado duvidar da chegada de Mladic nesta segunda-feira a Haia.
"Duvido que o vejamos hoje", declarou Jelacic. "Continuamos esperando a notificação das autoridades sérvias."

PRISÃO
Mladic estava foragido desde 1995, quando foi indiciado pela ONU por crimes de guerra e condenado em Haia pelo genocídio de 8.000 bósnios em Srebrenica e outros crimes cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-95). Há anos, o TPI pedia a sua detenção.
A prisão de Mladic ocorre menos de três anos depois da detenção de Radovan Karadic, que foi líder político dos sérvios na Bósnia, ocorrida em julho de 2008 em Belgrado. Outro ex-dirigente dos sérvios na Croácia, Goran Hadzic, continua foragido.
A prisão de criminosos de guerra é o maior obstáculo para a entrada da Sérvia na União Europeia (UE).
Bombardeios da Otan mataram 11 no leste do país, diz Líbia

DA FRANCE PRESSE, EM TRÍPOLI

Onze pessoas morreram em bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nesta segunda-feira em Zliten, na região de Wadi Kaam, 150 km ao leste de Trípoli, informou a agência oficial líbia Jana.
"Áreas civis e militares da região de Wadi Kaam, em Zliten, foram alvos nesta segunda-feira de bombardeios do agressor colonialista e cruzado", afirma a Jana em um comunicado.
"Onze mártires caíram e várias pessoas ficaram feridas", acrescenta o texto.
A agência, que cita fontes militares, informou ainda que a cidade de Al Jafra, 600 km ao sul de Trípoli, voltou a ser bombardeada nesta segunda-feira.
Também hoje, o presidente sul-africano Jacob Zuma chegou a Trípoli, onde iniciou uma missão de contatos e tem uma reunião prevista com o presidente líbio, Muamar Kadhafi.
Zuma foi recebido pelo primeiro-ministro líbio, Baghdadi Mahmudi, no aeroporto de Maatiga.
O presidente sul-africano tentará obter um compromisso entre Muammar Gaddafi e a rebelião, que exige a queda do ditador há três meses.
CEM DIAS DE INSURGÊNCIA
A insurgência líbia completou cem dias neste domingo, e voltou a insistir que a renúncia de Gaddafi é condição inegociável para solucionar o conflito no país.
"Passados 100 dias do começo desta revolução abençoada, vemos vitórias em níveis nacional e internacional", comemorou em um comunicado o presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Mustafa Abdeljalil.
"Temos que celebrar o que nossos filhos heróicos fizeram em Misrata e nas montanhas de Nefusa", afirmou, referindo-se aos dois enclaves da oposição situados a leste e e sudoeste de Trípoli, que há semanas resistem às tropas leais ao regime.
"Da mesma forma, temos que aplaudir o amplo apoio internacional à nossa revolução", que começou em fevereiro em Benghazi e Al-Baida, a leste, após a derrubada dos regimes vizinhos no Egito e na Tunísia.
Um mês depois, uma coalizão internacional, agindo sob um mandato das Nações Unidas, lançou uma campanha de ataques aéreos, que ainda continua, contra Gaddafi, sob o pretexto de proteger a população civil.
Entretanto, à medida que a operação militar avança no tempo e o ditador parece decidido a não abandonar o poder --que mantém há 42 anos--, a solução aponta cada vez mais por um rumo diplomático, e não militar.
União Europeia estuda novo pacote de ajuda à Grécia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um novo pacote de ajuda financeira para a Grécia está em estudo pela União Europeia. A nova ajuda seria adicional ao empréstimos que já foi fechado em maio do ano passado.

Estimativas levantadas pelo BCE (Banco Central Europeu) mostram que o país vai precisar de até 70 bilhões de euros adicionais até o ano que vem. Uma parte poderia vir de privatizações e do plano de austeridade. Mas o restante terá que ser emprestado pelos vizinhos europeus.

Um alto funcionário do BCE citou que a Grécia poderia fechar um novo pacote de 20 bilhões de euros com a União Europeia e poderia levantar três vezes esse valor com novas medidas de austeridade como a venda de propriedades do governo -- ou seja, privatizações.

Lorenzo Bini Smaghi, integrante do comitê executivo do BCE, diz ao "Financial Times" que a Grécia vai precisar de 60 bilhões de euros a 70 bilhões de euros até o ano que vem.

Essa necessidade de financiamento poderia ser preenchido de várias formas, disse Bini Smaghi, indicando o que seria uma versão preliminar de uma ajuda adicional que deveria ser dividida entre contribuições de governo e do setor privado.

O dinheiro do setor privado deveria vir das privatizações, assim como do alongamento dos investimentos de bancos gregos na dívida de curto prazo da Grécia.

Da parte governamental, dois terços poderiam vir da zona do euro (cerca de 20 bilhões de euros) e o restante necessário do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Bini Smaghi disse que o plano precisa de "estudos adicionais" e iria exigir compromissos mais concretos do governo grego para sanear as finanças. Partidos políticos de oposição da Grécia, no entanto, discordam das novas medidas de austeridade que foram anunciadas. E o governo falhou em conseguir um acordo multipartidário em torno dessas medidas.

Bini Smaghi rejeitou a necessidade de reestruturação da dívida grega, posição que já vinha sendo defendida pelo BCE. Ele argumentou que a reestruturação significaria um "desastre econômico, social e até humanitário de grandes proporções". Ele acrescentou que os bancos gregos podem renovar alguns de seus investimentos, de forma voluntária.

EXIGÊNCIAS

Em maio do ano passado, a Grécia fechou um pacote de ajuda com a União Europeia e o FMI no valor de 110 bilhões de euros, a ser liberado em parcelas. Mas o FMI ameaça não pagar a quinta parcela no final de junho, de 12 bilhões, se o país não tiver cumprido as exigências do acordo firmado no ano passado.

No sábado (29), a revista alemã "Der Spiegel" publicou que a Grécia não conseguiu cumprir nenhuma das exigências de ajuste fiscal, o que governo grego negou. O relatório final de avaliação do cumprimento das medidas será divulgado na semana que vem.

A UE está sob pressão para garantir as condições financeiras da Grécia nos próximos 12 meses, sob pena de o FMI não liberar sua parte no empréstimo. Na semana passada, o presidente do grupo do euro, Jean-Claude Juncker, admitiu que o país estava sob o risco de não receber o dinheiro prometido para junho.
Britânicos usarão bombas de uma tonelada para atacar Gaddafi

DA REUTERS, EM TRIPOLI

O Reino Unido vai acrescentar as chamadas bombas "bunker-busting" ao arsenal que os seus aviões estão usando sobre a Líbia. A arma, conforme foi dito neste domingo, enviaria uma mensagem clara a Muammar Gaddafi de que é hora de desistir.
As "bunker-bustings" (destruidora de edificações, numa tradução literal) pesam uma tonelada cada uma e podem penetrar no interior de prédios. Elas já teriam chegado na base italiana de onde os aviões britânicos partem para a Líbia.
Os britânicos e outros países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) intensificam a ação militar contra a Líbia para tentar terminar com o impasse atual, pelo qual Gaddafi se mantém no poder apesar de semanas de ataques aéreos e ações de rebeldes.
"Não estamos tentando atingir fisicamente pessoas do círculo de Gaddafi, mas estamos enviando mensagens cada vez mais claras", disse em comunicado o ministro da Defesa britânico, Liam Fox.
"Gaddafi pode não ser capaz de ouvir, mas os que estão em volta dele podem ser sábios o suficiente para isso", afirmou.
A aliança militar diz que atua sob mandato das Nações Unidas para proteger civis de ataques das forças de segurança de Gaddafi. No entanto, as táticas mais agressivas podem causar divisões na coalizão e também acabar empurrando a Otan para algo próximo a uma intervenção terrestre, algo que ela busca evitar.
FORÇAS ESTRANGEIRAS?
A rede de TV Al Jazeera transmitiu imagens do que, segundo ela, eram forças estrangeiras, possivelmente britânicas, perto da cidade de Misrata, reduto rebelde na Líbia. Os homens estavam armados, com óculos escuros e cobriam a cabeça ao estilo árabe.
Para intensificar os ataques, britânicos e franceses disseram que usarão helicópteros, que, no entanto, são mais vulneráveis a artilharia terrestre do que os aviões.
Gaddafi nega que ataca civis e diz que a intervenção da Otan é uma agressão colonial para capturar o petróleo líbio.
Jacob Zuma, líder sul-africano, é esperado em Tripoli nesta segunda-feira, sua segunda visita desde que o conflito começou, para tentar um acordo de cessar-fogo. Ele negocia em nome da União Africana.
Falta de pessoal em solo dificulta ataques na Líbia, diz piloto francês

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Um piloto de caça francês com experiência de combate nos Balcãs e no Afeganistão apontou a dificuldade básica das operações aéreas da Otan na Líbia: a falta de pessoal em terra para prover inteligência e a segura identificação dos alvos. "Jogar uma bomba é fácil; difícil é identificar o alvo correto", afirma o major Nicolas Lyautey, da Força Aérea Francesa.
Para Lyautey, em missões como a no Afeganistão e na Líbia, o objetivo principal é proteger a população, não destruir o inimigo. É exatamente essa a estratégia fundamental de contra-insurgência que voltou a ser pregada pelas forças armadas americanas no Iraque e Afeganistão.
Coincidentementre, o piloto francês é um parente distante de um dos mais famosos especialistas franceses em guerra contra guerrilha, o general Louis Hubert Lyautey (1854-1934), famoso pela "pacificação" de colônias africanas da França.
O major Lyautey pilotou o caça-bombardeiro ango-francês Jaguar sobre a região de Kosovo, nos Balcãs, em vinte missões de reconhecimento em 2004. E fez dois turnos de combate no Afeganistão, em 2008 e 2009, durante os quais voou 47 missões operacionais no caça Rafale, um dos que participa da concorrência brasileira para um novo avião de combate.
Segundo Lyautey, em 90% das missões os pilotos no Afeganistão não empregam seu armamento de bombas e canhões. A ênfase da Otan é em missões "progressivas": os pilotos voam para "marcar presença" em demonstrações de força; podem sobrevoar o alvo ameaçadoramente; fazem disparos de alerta; e só então, com autorização do centro de controle tático em terra, podem empregar as armas contra o alvo. O centro reúne todas as informações coletadas por aviões, pessoal de terra e aeronaves não tripuladas.
"Como você faz para identificar se um grupo de pessoas é composto ou não de Talebans?", pergunta o piloto, membro do Esquadrão 1/7 "Provence", sediado na Base Aérea de St. Dizier. Ele veio ao Brasil para fazer palestra durante o evento de aniversário de 10 Anos da revista especializada em aviação "Asas".
Lyautey é um expert na operação do Rafale; foi um dos pilotos escolhidos para compor o grupo inicial de conversão para o novo caça, e hoje participa do grupo que desenvolve uma nova versão de uma bomba inteligente capaz de atingir o alvo com margem de erro de apenas um metro.
"Como fazer para acertar um tanque colocado em uma área urbana? Armamento desse tipo é fundamental para não causar danos à população em torno. A arma de precisão é compulsória", diz o piloto.
A bomba inteligente, que já existe em outras versões e está sendo usada na Líbia, é conhecida pela sigla em francês AASM ("Armement Air-Sol Modulaire") ou Hammer ("martelo", em inglês, um nome criado para alavancar exportações). Para obter maior precisão, a ideia é combinar diferentes sistemas de guiagem, com designação do alvo por laser e por GPS.
Os Rafale foram baseados na base área de Kandahar, no Afeganistão, cuja única pista ainda detém o recorde mundial de pista com a maior atividade aérea do planeta. A base abriga 30 mil pessoas.
Na Líbia, os Rafale estão sendo empregados em missões de defesa aérea contra os aviões do ditador líbio, em operações de bombardeio e de reconhecimento.
Na Itália, candidata de Berlusconi perde prefeitura de Milão

DA FRANCE PRESSE, EM ROMA
A direita italiana de Silvio Berlusconi perdeu a prefeitura de Milão (norte), reduto eleitoral do chefe de governo, e foi derrotada em Nápoles (sul), no segundo turno das eleições municipais, segundo as primeiras estimativas.
O candidato da esquerda, Giuliano Pisapia, teria obtido 53,5% dos votos e a atual prefeita de Milão, Letizia Moratti, 46,5%, segundo as estimativas do IPR Marketing para a Rádio e Televisão Italiana (RAI).
Há 15 dias, no primeiro turno, o advogado Pisapia, um ex-comunista apoiado pela centro-ezquerda, conseguiu superar a prefeita por quase seis pontos, com 48% dos votos, contra 41,6% de Moratti.
Milão, a capital econômica da Itália, é a cidade natal e há 18 anos reduto eleitoral da direita de Berlusconi, assim como a sede de seu império midiático Fininvest.
Em Nápoles, a direita liderada pelo empresário Gianni Lettieri enfrentou o ex-juiz Luigi de Magistris, que se beneficia ao que parece dos votos do outro candidato de oposição, eliminado no primeiro turno, e recebeu 61% dos votos contra 39% do rival, segundo as estimativas do IPR Marketing.
Caso sejam confirmados os resultados, Berlusconi sofreria um duro revés eleitoral pelo descontentamento dos eleitores históricos de Milão.
Mais de 6,5 milhões de eleitores estavam registrados para eleger os prefeitos de 88 municípios e os presidentes de seis províncias.
Obama nomeia Martin Dempsey como chefe do Estado-Maior dos EUA

DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente Barack Obama nomeou nesta segunda-feira o general Martin Dempsey, que comandou uma divisão armada no Iraque, como chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos.
Obama pediu ao Senado que confirme a indicação o mais rápido possível, durante um discurso na Casa Branca. Se a indicação for confirmada pelo Senado, Dempsey irá substituir Mike Mullen, que deixa o cargo em 1º de outubro.
Em cerimônia na Casa Branca, Obama disse que Dempsey é um dos "mais respeitados e experientes" generais dos EUA.
A escolha ocorre em meio à pressão crescente pela aceleração da retirada das tropas americanas do Afeganistão, e enquanto os EUA se preparam para uma retirada completa do Iraque.
Atualmente, Dempsey é chefe do comando central do Exército, e deve ser sucedido pelo general Raymond Odierno.
A primavera árabe

IVAN LESSA

COLUNISTA DA BBC BRASIL
Sem equinócios ou solstícios, quase que sem o mundo ocidental notar, em meio às suas explosivas e enfumaçadas incursões militares na região, sem falar no próprio pau local, a "Primavera Árabe" teve início no dia 18 de dezembro de 2010 no Oriente Médio e Norte da África.
Desabrocharam, como flores multi-coloridas, comícios, demonstrações e passeatas, protestos de uma forma geral, a favor --ou pedindo e exigindo-- democratizações e, segundo historiadores avoados, mais baldes para regarem seu florido jardim que, no meio da areia, da miséria, da cacetada policial ou militar, insistia em crescer - e aparecer, como a margarida.
Em lugar de rituais pagãos, ou mesmo agenda e programa organizado de ação, o que deu mesmo foram as novas tecnologias de comunicação informática.
Poder-se-ia dizer (para os que cultivam a mesóclise) que a inusitada estação, para toda aquela região, foi regada a Facebook, Twitter e YouTube. Era um tal de Abdulas trocarem com Alis informações valiosas, muitas com mais de 140 caractéres arábicos. "Ei, cara, num esquece, amanhã na praça Fuad, vamos botar pra quebrar!" e variações em torno do encontro florido.
Com flor não se brinca. Elas tendem a pegar o poder distraído. E mesmo as mais delicadas e formosas podem morder os calcanhares dos homens no poder.
Sem termos de sair de nosso hemisfério, lembremos de Geraldo Vandré, todo de preto, lembrando que já havia falado de flores. Não foi bem o início de uma "Primavera Brasileira", mas que chateou os homens, lá isso chateou.
E nosso democrático desabrochar ficou adiado por mais umas duas décadas e durou bem mais que o tempo de uma manhã, que é o que duram as rosas, segundo o lendário poético vulgar.
Durou o tempo que os milicos quiseram. Só ai então pudemos plantar e regar essas begônias que florescem a todo vapor (?) em nosso riquíssimo, lato senso, processo democrático.
Afastei-me de propósito do assunto que virou minha pauta de hoje.
Eu gosto mais das palavras e o que elas, bem calibradas, podem fazer, e só a elas e com elas paro e boto minha fantasia de jardineiro tropical e empunho, como se um cartaz subversivo em meio à passeata, ou, no caso de levante mais sério, minha espingardinha tcheca.
Eu disso tcheca? Pois disse-o bem.
Eu só tenho uma única objeção à chamada "Primavera Árabe": chamar o que está acontecendo de "Primavera Árabe".
No Oriente Médio e no Norte da África não há primavera na acepção rigorosa ou até mesmo generosa do fenômeno. Qualquer meteorologista sabe disso. Tem tempestade de areia. siroco, Peter O'Toole, Omar Shariff, cobras venenosas, camelos cuspindo longe e, num bom dia, coisa rara, oásis e miragens não de todo desprezíveis.
As canções do deserto e das cidades árabes e norte-africanas, não ligam a primavera a um estado de espírito amoroso, tenro, inspirador de namoros e amores. De jeito nenhum. É areia e vento.
Consta haver 250 milhões de tipos de areia diferentes e, pelo menos, uns 3 mil ventos distintos.
E os namorados Nadruz e Soraya vão de braços dados porque a Primavera é a estação do amor? Em absoluto. Como disse, lá não tem disso, não. Perguntem ao Hosni Mubarak no Egito e esperem a resposta.
"Primavera", no sentido político, só mesmo a de Praga, em 1968. Aquela sim era um florescer de democratizações e reformas econômicas, e quem a regava era o saudoso Alexander Dubcek. Foi o ano em que cheguei à Europa e só se falava nisso.
Como o que é bom e decente dura pouco, a "Primavera de Praga" durou quase nada, de janeiro a agosto apenas. Mais do que nossas primaveras e mesmo do resto da Europa.
Mas os russos, então soviéticos, sabem, ou sabiam, cuidar dessas flores perigososas e tacaram não balde mas canhão d'água e tanque pra cima do subversivo, lá pra eles, florescer.
Não sobrou pétala sobre pétala e a despolinização do país em estação "errada" foi rápida e rasteira.
Tiveram, os pobres tchecos, de aguentar um tempinho, até 1989, para ser preciso, e a "Revolução de Veludo" para a descomunização do país.
Frise-se que em certos países, segundo o lendário popular, e certas pesquisas científicas, "flor" e "primavera" dão azar, ao passo que veludo é um material excelente para troca da guarda e mulher bem fornida.
Portanto, Tunísia, Egito, Síria, Iêmen, Sudão, Argélia, Bahrein, Irã, Iraque, Jordânia, Omã e Marrocos, devagar com essa primavera aí.
Deixem as flores para lá e reguem cactos que é mais saudável. Vejam vosso Gaddafi como está sendo caçado a jatos "aliados". Está valendo executar chefe de estado tido como flor nociva e indesejável pelos países com quatro estações definidas.
Irã irá enforcar 300 traficantes de drogas, diz Justiça
Publicidade

DA REUTERS, NO IRÃ

Trezentos traficantes de drogas estão no corredor da morte no Irã, informou o Judiciário iraniano, refletindo a linha-dura do país com os narcóticos e aumentando as preocupações sobre o uso amplo no país da pena capital.

"Para 300 condenados em crimes relacionados às drogas, incluindo aqueles pegos com a posse de pelo menos 30 gramas de heroína, foram emitidos vereditos de execução", disse o procurador-geral do Irã, Abbas Jafari Dolatabadi, segundo a edição desta segunda-feira do jornal Sharq.

Todos os condenados devem ser executados por enforcamento.

Segundo a Anistia Internacional (AI), o Irã fica atrás apenas da China no número de execuções, com pelo menos 252 pessoas executados ano passado.

Além do tráfico de drogas, também são punidos com a pena de morte assassinatos, adultério, estupro, roubo a mão armada e apostasia (negação da religião) de acordo com a Sharia, lei muçulmana, praticada no Irã desde a revolução islâmica de 1979.

O Irã minimiza as críticas contra seu sistema judiciário, afirmando estar implementando a lei islâmica e acusando o Ocidente de usar "dois pesos e duas medidas".

O tráfico e o vício em drogas são um grande problema no Irã, país que tem uma longa e porosa fronteira com o Afeganistão, a maior fonte mundial de heroína. O Irã enforcou seis condenados por tráfico de drogas na quinta-feira, quando 11 condenados foram executados no total, sendo cinco deles em público.
Líder sul-africano vai à Líbia negociar saída para conflito

DA BBC BRASIL

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, está nesta segunda-feira na capital da Líbia, Trípoli, para o que muitos comentaristas dizem ser a última tentativa de solução diplomática para o conflito no país do norte da África.
Um porta-voz do governo sul-africano disse que o objetivo principal da visita é assegurar um cessar-fogo imediato e o trânsito de ajuda humanitária no país.
Não está claro se a visita de Zuma - a segunda à Líbia desde abril - discutirá estratégias para que o líder líbio, Muammar Gaddafi, deixe o poder.
No entanto, um alto funcionário do governo líbio disse à BBC que não há chance de Gaddafi aceitar isso ou sair do país. Seus simpatizantes dizem que ele pode, inclusive, ser detido por acusações de crimes contra a humanidade se deixar a Líbia.
PRESSÃO
Gaddafi, visto em público pela última vez em 11 de maio, não esteve entre os dignatários que receberam Zuma no aeroporto de Trípoli nesta segunda-feira.
No domingo, o partido de Zuma condenou as ações militares da Otan contra a Líbia.
"Nos juntamos ao resto do continente e a todos os amantes da paz no mundo na condenação dos contínuos bombardeios da Líbia por parte das forças ocidentais", disse o CNA (Congresso Nacional Africano) em um comunicado, após encontro de dois dias.
A África do Sul votou a favor da resolução da ONU que autorizava o uso de força para a proteção de civis líbios, mas desde então tem se mostrado crítica à campanha militar da Otan.
A pressão internacional sobre Gaddafi vem aumentando. O presidente russo Dmitry Medvedev disse no sábado que ele não tem mais o direito de governar o país. França e Reino Unido disseram nos últimos dias que vão usar equipamentos mais sofisticados nas operações militares.
Rebeldes que controlam a parte leste da Líbia dizem que só aceitariam uma solução negociada que inclua a saída de Gaddafi.
Um plano de paz proposto pela União Africana em fevereiro foi rejeitado pelos rebeldes e a Otan por não prever que o líder líbio abra mão de seus poderes.
Em 1ª viagem oficial, William e Catherine vão aos EUA e Canadá

DA ASSOCIATED PRESS
O príncipe William e sua mulher, Catherine, devem visitar os Estados Unidos e o Canadá na primeira viagem oficial ao exterior do casal.
Ambos estarão no Canadá entre 30 de junho e 8 de julho, onde visitarão a capital Ottawa, além de Montreal, a Cidade de Quebéc, Charlottetown e Summerside. O casal real também passará pela localidade de Yellowknife e Calgary, na região de Alberta.

Em seguida, os dois seguem para a região de Los Angeles, na Califórnia (EUA), onde ficarão por dois dias.
O casal, agora conhecido como duque e duquesa de Cambridge, se uniu em cerimônia na Abadia de Westminster, em Londres, em 29 de abril.
ALEMANHA PROMETE PARAR DE USAR ENERGIA NUCLEAR ATÉ 2022

DA REUTERS, EM BERLIM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Alemanha vai desligar todas as usinas nucleares do país até 2022 e planeja reduzir o uso de energia em 10% até 2020, após acordo da coalizão liderada pela chanceler Angela Merkel.
A decisão pode ser até mais ambiciosa do que a saída da energia nuclear planejada pela coalizão entre sociais-democratas e verdes quando estavam no poder em 2000, pois desativa oito das 17 usinas nucleares do país imediatamente e outras seis em 2021, mas ainda pode enfrentar oposição de empresas do setor.


Chanceler alemã, Angela Merkel; país pretende deixar de usar energia nuclear até 2022; acidente no Japão causou debate
Há apenas nove meses, Merkel anunciou uma ampliação da utilização das usinas nucleares em 12 anos em média. Em março, após o terremoto e tsunami que provocaram um acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima, no Japão, Merkel reverteu a decisão e colocou a política para energia nuclear do país sob revisão.
"Nosso sistema energético tem de ser mudado fundamentalmente, e pode ser mudado. Queremos que a eletricidade do futuro seja segura e, ao mesmo tempo, confiável e econômica", disse Merkel a jornalistas nesta segunda-feira.
A decisão dos partidos da coalizão dirigida por Merkel supõe um retorno à decisão tomada no ano de 2000 pela então coalizão de social-democratas e verdes comandada por Gerhard Schröeder que tinha aprovado por lei o fim da era nuclear em 2021.
Merkel e sua equipe se retratam assim da lei que aprovaram no ano passado para prolongar a vida das usinas nucleares em uma média de 14 anos e que atrasava para 2036 o fechamento da última usina atômica no país.
Além de parar de usar a energia nuclear, a Alemanha também planeja reduzir o uso de eletricidade em 10% até 2020 e dobrar a participação de fontes renováveis de energia para 35 % no mesmo período, segundo um documento do governo obtido pela Reuters.
Merkel não deu mais detalhes do plano, mas o documento afirma que a meta alemã de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40%o até 2020 está mantida.
A maioria dos eleitores na Alemanha é contra a energia atômica, que fornecia 23% da energia do país antes de sete unidades antigas serem fechadas em março.

PROTESTOS
No sábado (28), milhares de pessoas participaram de protestos em 21 cidades da Alemanha, exigindo que o governo acelerasse o processo de abandono da energia nuclear.
Cerca de 160 mil pessoas saíram às ruas em 21 cidades alemãs. Na capital Berlim e em Munique o número de manifestantes ficou em torno de 25 mil, enquanto que em Hamburgo quase 20 mil aderiram ao protesto, de acordo com os organizadores. A polícia de Berlim estimou uma presença de 20 mil pessoas.
O encerramento em definitivo dos 17 reatores nucleares alemães até o ano de 2021 atenderia a um pedido feito no início deste milênio por um grupo formado por políticos sociais-democratas e ecologistas.
Na sexta-feira (27), os ministros do Meio Ambiente dos Estados alemães aprovaram o fim das atividades dos sete reatores nucleares mais antigos do país, paralisados desde março.