Mantega cobra de candidata ao FMI compromisso com reformas
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ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA
O ministro Guido Mantega (Fazenda) cobrou da candidata à direção do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, compromisso com as reformas que foram executadas durante a gestão de Dominique Strauss-Kahn.
"O importante para o Brasil é que o FMI continue sua trajetória dos últimos três anos e colocando os países emergentes numa posição de protagonismo", disse.
A ministra francesa se comprometeu a continuar as reformas solicitadas por Mantega. Para Lagarde, elas são necessárias na atual conjuntura.
"A minha candidatura está inscrita na corrente de reformas que foi iniciada pelo diretor-geral. Existe uma corrente de reforma, que foi comprometida desde 2008 e precisa ser executada", declarou.
Nesta segunda-feira, Mantega almoçou com Christine Lagarde em Brasília. O Brasil é o primeiro país visitado por Lagarde na campanha pela direção-geral do Fundo.
Segundo ela, a escolha do Brasil como primeiro país para apresentar a sua candidatura se deu por ser um país de grande relevância no cenário internacional.
"É um orgulho começar a campanha no Brasil. Eu escolhi como primeiro destino porque é um dos grandes países emergentes, onde as ideias e propostas contam muito no cenário internacional", declarou Lagarde.
EMERGENTES
Durante o encontro, Mantega também cobrou uma maior participação dos países emergentes no FMI. Segundo ele, o critério mais importante na escolha do diretor-geral não é a nacionalidade, mas os méritos do candidato.
'O mais importante é a competência, experiência e o compromisso com as reformas. Além disso, é muito importante também que haja maior participação dos países emergentes no corpo democrático do fundo. Deve haver uma participação maior', cobrou o ministro Mantega.
Questionado sobre a proposta de um mandato-tampão, até o fim de 2012, Mantega disse que o Brasil ainda não tem uma posição firmada sobre o assunto.
"Nós vamos aguardar a apresentação de todos os candidatos e depois de conversamos com todos eles é que o governo brasileiro tomará uma posição", afirmou Mantega.
Lagarde disse ainda que o fato de ser francesa não é um beneficio.
"O fato de eu ser europeia e francesa não é um beneficio. O FMI não pertence a ninguém, mas pertence a totalidade desses membros", afirmou.
Depois do Brasil, a ministra francesa vai à China, Índia e Oriente Médio promover sua candidatura à direção do FMI.
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