Abbas descarta chance de negociar paz com Israel
DA REUTERS, EM DOHA
DE SÃO PAULO
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse no sábado que "não há bases comuns" para as conversas de paz com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e que buscar o reconhecimento de um Estado palestino pela ONU (Organização das Nações Unidas) é a única opção.
Em declaração durante uma reunião da Liga Árabe, em Doha, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, mostrou preocupação de que dar um passo diplomático em oposição aos EUA e Israel possa resultar em sanções financeiras e pressionou os Estados árabes para que preencham qualquer lacuna.
Apesar de deixar espaço para um acordo, dizendo que a retomada das negociações de paz nos termos aceitos pelos palestinos evitaria o passo em direção à ONU, os comentários de
Abbas foram alguns dos mais frios até então sobre a probabilidade de mais negociações.
Abbas falou na reunião do comitê do processo de paz da Liga Árabe, convocada depois dos discursos feitos em Washington, pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e do primeiro-ministro israelense, Netanyahu, sobre a política para o Oriente Médio.
A liderança palestina disse que as ideias de Netanyahu para a paz com os palestinos, descritas em um discurso ao Congresso dos EUA na terça-feira, colocaram mais obstáculos no caminho de um já moribundo processo de paz.
"Vemos, pelas condições que Netanyahu estabeleceu que não há bases comuns... para as negociações. Nossa opção fundamental é de ir à ONU", disse Abbas, em seu discurso de abertura.
"Isso não é nenhum segredo, já dissemos isso aos norte-americanos, europeus e israelenses, nossa única opção procurar as Nações Unidas", disse.
Ele expressou medo de que esse passo levasse alguns Estados a "tentar impor um cerco sobre nós", embora não tenha dito a que governos ele estava se referindo. "Esperamos que haja uma rede de segurança dos estados árabes", disse.
LIGA ÁRABE
A Liga Árabe decidiu ontem, pleitear uma participação plena como membro da ONU para um Estado palestino na faixa de Gaza e na Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como a sua capital, ignorando a oposição dos EUA e de Israel.
O comitê do processo de paz da Liga Árabe, reunido em Doha, disse que vai solicitar o reconhecimento do Estado da Palestina como membro na reunião da Assembléia Geral da ONU, em Nova York, em setembro.
"O comitê decidiu ir às Nações Unidas solicitar a adesão plena para a Palestina nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como a sua capital", disse em um comunicado.
As fronteiras de 1967 fazem referência às fronteiras de Israel, como elas eram na véspera da Guerra de 1967, em que tomou a faixa de Gaza do Egito e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, da Jordânia.
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