quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Manifestantes convocam novos protestos antigoverno na China

DA FRANCE PRESSE, EM PEQUIM
DE SÃO PAULO

Uma nova convocação pela internet, inspirada nos movimentos de contestação no mundo árabe, convida os chineses a protestar todos os domingos em 13 cidades para pedir mais transparência governamental e liberdade de expressão.
O convite publicado no site Boxun.com --que tem servidor no exterior-- parece ter sido feito pelo mesmo grupo que fez a convocação dos protestos registrados no domingo passado na China, inspiradas pelas manifestações na Tunísia, Bahrein, Egito e Líbia.
As autoridades chinesas mobilizaram um forte esquema de segurança em Pequim e outras 12 cidades para impedir os protestos.
As manifestações não reuniram muitas pessoas, mas mesmo assim a polícia efetuou várias detenções.
"Devemos pressionar o partido [comunista] que governa a China. Se o partido não combate a corrupção, nem aceita a supervisão do povo, segue para sua perda", afirma a convocação.
Na segunda-feira, a imprensa oficial chinesa afirmou que "exaltados" haviam tentado, no dia anterior, "imitar a Revolução do Jasmim" da Tunísia e insistiu que uma revolução na China é "impossível".
"Não há vontade coletiva a favor de uma revolução na China", afirmou o jornal "Global Times", conhecido por seu nacionalismo. "Algumas pessoas em Pequim, Xangai e várias outras cidades da China tentaram ontem imitar a Revolução do Jasmim", destacou o jornal em um editorial.
"Estas pessoas são como os mendigos nas ruas, não desaparecem nunca, enquanto o restante do país avança", completou o jornal, antes de ressaltar que os manifestantes se limitavam a 'alguns exaltados'.
O "Diário do Povo", publicação oficial do Partido Comunista chinês, pediu "maturidade" aos cidadãos, além de "coesão social".
Como o protesto de domingo havia sido convocado pela internet, o governo chinês censurou a palavra "jasmim" na rede.
Desde o início dos protestos na Tunísia --chamados de Revolução do Jasmim e que terminou com a saída do país do ditador Zine el Abidine Ben Ali--, Pequim tenta restringir a cobertura da imprensa sobre as manifestações populares, estimuladas pelo desemprego, a alta dos preços e um governo não democrático.

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