quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Israel diz que navios iranianos em Suez é provocação

DA FRANCE PRESSE, EM MADRI (ESPANHA)

O presidente israelense, Shimon Peres, afirmou nesta quarta-feira que a passagem de dois navios de guerra iranianos pelo Canal de Suez pela primeira vez desde a revolução islâmica, em 1979, é uma provocação política.
"Não considero isso um grande acontecimento, mas creio que é uma provocação política. É preciso ficar calmo, não podemos ficar nervosos porque os navios cruzaram o Canal de Suez", declarou Peres, em visita oficial a Madri (Espanha). "Eles estavam seguindo instruções de dos egípcios".
Os navios de guerra iranianos atravessaram nesta terça-feira o canal de Suez rumo ao mar Mediterrâneo pela primeira vez desde a instalação do regime islâmico inimigo de Israel.
A fragata de patrulha Alvand, equipada com torpedos e mísseis, e o barco de reabastecimento e apoio logístico Kharg, capaz de transportar 250 tripulantes e três helicópteros, cruzaram durante a madrugada o canal, após receber aval do Egito, que o controla.
Segundo o governo iraniano, os navios navegam rumo ao porto de Latakia, na Síria, aliada estratégica do Irã.
Para chegar ao destino, as embarcações passarão a algumas centenas de milhas do litoral de Israel. Teerã diz que as manobras fazem parte de uma "visita de rotina".
A passagem foi autorizada por autoridades egípcias mediante pagamento de US$ 300 mil de taxa de travessia --a circulação de navios pelo canal perfurado no século 19 é uma das principais fontes de renda do governo egípcio.
A autorização despertou em Israel temores de que a medida sinalize uma mudança da posição que o Egito manteve durante os 30 anos de regime secular do ditador Hosni Mubarak. Aliado israelense e inimigo do Irã, Mubarak impedia o acesso de navios militares iranianos ao canal.
Em reação a chegada dos navios ao Canal de Suez, o ministério das Relações Exteriores de Israel pediu na terça-feira firmeza à comunidade internacional ante a entrada no Mediterrâneo dos dois navios iranianos.
"Trata-se de uma presença militar iraniana sem precedentes no Mediterrâneo, e isso constitui uma provocação à qual a comunidade internacional deve reagir com firmeza", declarou o porta-voz do ministério, Ygal Palmor.

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