sábado, 15 de março de 2014

Eis um material produzido pelo Núcleo Prisma que me orgulho pela qualidade e rapidez no empreendimento: 

APRESENTAÇÃO

                O Núcleo PRISMA (Pesquisas em Relações Internacionais de Santa Maria), através do Grupo de estudos “Reflexões do Brasil”, promove o presente material didático em caráter ensaístico acerca do Brasil da década de 20. Com o propósito de “revelar” o Brasil sob o ponto de vista rigorosamente atual na escultura, arquitetura, música e literatura, percebemos, nesse período histórico, a efervescência dos movimentos sócio-políticos que se descortinam na revolução de 30, inaugurando um novo Brasil.
                A Semana de Arte Moderna, realizada entre 11 e 18 de fevereiro, contou com a participação de escritores, músicos, artistas, arquitetos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Do comitê patrocinador, tendo à frente Graça Aranha, faziam parte, entre outros, Paulo Prado, Alfredo Pujol, Renné Thiollier e José Carlos Macedo Soares. Entre os participantes, cuja presença se anunciava, figuravam músicos como Villa Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana; escritores como Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Renato de Almeida e Plínio Salgado; artistas plásticos como Vítor Brecheret, Haarberg, Anita Malfatti, Di Cavalcanti. O evento teve desde o início grande divulgação. Embora não faltasse quem se opusesse a sua concretização.
                O certo é que a Semana tinha o objetivo de renovar o ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país, tentando libertar a arte brasileira das amarras que ainda vinculavam à Europa. Esse acontecimento cultural da maior significação ultrapassou o campo artístico e repercutiu inclusive na área política.
                Conforme Chaia (2007, p. 7), “arte e política: trata-se de um paradoxal encontro, no qual as partes envolvidas estabelecem instáveis equilíbrios, porém, sempre de fortes intensidades”.
                A incômoda reunião e a surpreendente união entre arte e política reiterada por Chaia permeia o sentimento de insatisfação e inconformismo – e a busca de uma nova linguagem dos artistas e intelectuais da Semana de Arte Moderna de 22 – que representam um desejo de renovação do Brasil. Temas como o índio, a valorização da tradição nacional ou a procura do espírito do povo, são consequências desse sentimento de perturbação.
                Perturbar e instigar a reflexão do leitor em torno do que representa a década de 20 para o pensamento brasileiro, sob diversos aspectos – econômico, sociológico, político, artístico - é o propósito desse breve ensaio.

Os autores




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