Standard & Poor's ameaça baixar nota do grupo News Corp.
DA FRANCE PRESSE
A agência de classificação de risco Standard & Poor's informou nesta segunda-feira que considera baixar a nota do grupo de mídia News Corp., atualmente em BBB+, devido ao escândalo de escutas ilegais protagonizado pela empresa no Reino Unido.
A decisão da Standard & Poor's "reflete o aumento dos riscos associados às atividades e à reputação" do grupo, "em um momento em que o processo judicial amplia-se", disse a agência em comunicado.
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"O processo judicial no Reino Unido ampliou-se e as pressões provenientes de legisladores americanos em favor de uma investigação do FBI ficaram mais intensas", completa a S&P.
O escândalo das escutas já provocou uma dezenas de prisões no Reino Unido, sobretudo a da ex-diretora-geral do braço britânico da News Corp., Rebekah Brooks.
A Polícia Federal americana anunciou paralelamente em 14 de julho que tinha aberto uma investigação sobre escutas telefônicas feitas pela News Corp. nos Estados Unidos.
Esses fatos, assim como "outros espisódios recentes, aumentam os riscos vinculados à reputação, à gestão e aos procedimentos judiciais que enfrenta atualmente a News Corp. e suas filiais", estima Michael Altberg, analista na S&P, citado no comunicado.
ESCÂNDALO
Há anos existem denúncias e relatos de que repórteres do tabloide "News of the World" acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades e membros da família real para obter informações exclusivas.
Nas últimas semanas, o escândalo ganhou novas proporções com denúncias de que vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque foram grampeados. Há ainda relatos de que o tabloide teria pago propina a policiais por informações.
Nesta semana, a comandante da Operação Weeting, que investiga os grampos, Sue Akers admitiu ao Parlamento que apenas 170 pessoas foram contatadas até agora de uma lista de 3.870 nomes, 5.000 telefones fixos e 4.000 celulares.
O "News of The World" pertencia ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, pertencente a Murdoch.
O tabloide era o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares. Sua última edição, com o título "Obrigado e Adeus", circulou no domingo, dia 10 de julho, após decisão de Murdoch de fechar a publicação de 168 anos.
O escândalo também teve repercussão nos negócios de Murdoch. Ele se viu obrigado a retirar a oferta de adquirir a totalidade das ações do canal pago BSkyB, da qual já possui 39%.
Com agências de notícias
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