quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bill Clinton e Bloomberg estão em SP para cúpula das cidades

DA EFE

As autoridades de algumas das cidades mais povoadas do mundo, acompanhadas pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, reivindicaram nesta quarta-feira o espaço urbano como epicentro para a aplicação de medidas ambientais e criticaram as vozes que questionam a mudança climática.
"Há pessoas que ainda questionam a ciência", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, em entrevista coletiva na 4ª C40 (Cúpula Mundial das Grandes Cidades) que começou nesta quarta-feira e será encerrada amanhã (2) em São Paulo.
Bloomberg, que preside a rede C40, declarou que o fato de que não se pode afirmar com precisão quando vão se manifestar as consequências da ação do homem sobre o planeta faz com que algumas pessoas considerem que não é necessário se preocupar.
"Você não vai convencer todo mundo, mas tem que fazer o certo", disse, acrescentando que, caso continuem sendo emitidos gases poluentes, "as consequências podem ser irreversíveis".
Em discurso prévio, Bloomberg descreveu as grandes cidades como "o ímã para imigrantes de todo o mundo" e acrescentou que é necessário "pressa" para responder "às urgências dos desafios".
"Temos que responder ao chamado", afirmou Bloomberg, que defendeu o transporte público, a habilitação de rotas para o deslocamento a pé e o uso da bicicleta para promover o descongestionamento das megalópoles.
Além disso, citou seu antecessor à frente do C40, o ex-prefeito de Toronto David Miller, ao declarar que "as nações falam, as cidades atuam".
Bloomberg destacou a importância de estabelecer sistemas comuns de medição da emissão de gases que permitam estabelecer metas de redução e disse que "uma estratégia para o futuro inclui a compreensão do que somos hoje".
BANCO CENTRAL
A abertura da cúpula também contou com a presença do presidente do Banco Mundial, que oficializou a assinatura de um memorando de entendimento com a cúpula do C40 para facilitar as vias de financiamento às iniciativas municipais focadas em garantir um crescimento sustentável.
Segundo Zoellick, o acordo tem diferentes componentes "além do financiamento", como o intercâmbio de informações e apoio para a criação de mecanismos de desenvolvimento sustentável.
O presidente do organismo multilateral explicou que no ano passado o banco investiu US$ 5 bilhões em áreas urbanas e declarou que "as cidades são o futuro da mudança climática".
O anfitrião do evento, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lembrou que, segundo os cálculos da ONU, 60% da população mundial será urbana em 2030 e defendeu acordos concretos nos próximos encontros internacionais sobre mudança climática, para que não se repitam as mesmas dificuldades encontradas pelo Protocolo de Kyoto.
"Com diálogo e cooperação podemos criar ações", disse Kassab, que acrescentou que "não há tempo a perder".
O prefeito da cidade mais populosa da América do Sul deu como exemplo de sucesso o programa "Cidade Limpa", por meio do qual São Paulo, "que era a cidade mais poluída visualmente do mundo, passou a ser a cidade menos poluída visualmente do mundo" com a proibição de publicidade nos espaços públicos.
Além de representantes dos governos municipais de cerca de 60 cidades de todo mundo, chegou a São Paulo nesta quarta-feira o ex-presidente americano Bill Clinton, que lidera a Clinton Climate Initiative (CCI), organismo vinculado à rede do C40.
Clinton, que declarou que "construir um futuro sustentável é o único caminho possível", disse que o investimento em projetos dirigidos a essa finalidade é a "boa economia" e louvou os programas ecológicos paulistanos.
O ex-governante também comentou as deficiências do transporte público de São Paulo ao chegar com atraso considerável após passar "uma hora e meia rodeando a cidade em círculos antes de aterrissar".
Já o prefeito de Nova York encerrou sua entrevista coletiva com um: "Eu pego o metrô."

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