Dilma cumprimenta Humala e convida peruano a visitar Brasil
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Atualizado às 16h31.
A presidente Dilma Rousseff telefonou nesta segunda-feira ao nacionalista Ollanta Humala para parabenizá-lo por sua vitória no segundo turno das eleições, afirmou o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Segundo Garcia, Dilma convidou o peruano para visitar o Brasil antes da posse marcada para 28 de julho. Garcia contou ainda que Humala estava "emocionado" e que aceitou o convite. O assessor disse que Dilma deve ir à posse do novo presidente peruano.
"Estamos muito satisfeitos", disse Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência. A presidente Dilma Rousseff telefonou para Humala na manhã desta segunda-feira (6), pouco antes da chegada do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Palácio do Planalto.
"Foi uma boa conversa, [Dilma] desejou-lhe muita sorte. Ele estava muito emocionado, muito animado", afirmou Marco Aurélio.
A previsão é de que Dilma viaje para o Peru para a posse do novo presidente, no final e julho. Antes disso, a convite da presidente, Humala deve vir ao Brasil, como presidente eleito.
Humala declarou vitória no pleito neste domingo, quando resultados da apuração de 87,8% dos votos apontavam vantagem de 2,5 pontos percentuais sobre a deputada direitista Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso.
Com 89% dos votos apurados, ele aumentou sua vantagem para 2,68% sobre a direitista Keiko Fujimori, segundo o sexto resultado oficial divulgado nesta segunda-feira pelo Onpe (Escritório Nacional de Processos Eleitorais).
Segundo as cifras, Humala obteve 51,34% dos votos contra 48,66% para Fujimori. O resultado divulgado pelo Onpe na madrugada, quando havia 87% dos votos apurados, tinha apontado uma diferença de 2,5%.
VENCEDOR
Após a divulgação dos primeiros resultados oficiais, Humala fez um breve pronunciamento e depois se dirigiu à praça Dos de Mayo, no centro de Lima, onde promoveu um comício diante de milhares de pessoas que o esperavam há várias horas.
"A grande transformação que chega ao Palácio do Governo no dia de hoje é o produto do trabalho de milhões de peruanos, homens e mulheres, que lutaram para defender a democracia e seus valores e que hoje estão aqui representados", afirmou.
Perante seus seguidores, muitos deles de origem humilde e que festejavam com bandeiras do Peru e da coligação nacionalista Gana Perú, o presidente eleito renovou seu "compromisso com o povo peruano de crescimento econômico com inclusão social".
"Trabalharemos as relações internacionais buscando afirmar o Peru como um país que procura a unidade latino-americana. Buscaremos relações de irmandade com cada povo da região. Vamos continuar o bem que se veio fazendo, vamos corrigir o mal e vamos fazer a transformação", enfatizou.
Segundo ele, isso será possível "lutando", e não colaborando com a corrupção e com os corruptos. Ele pediu a seus compatriotas que trabalhem junto com ele porque "esta tarefa não será fácil".
Mas Humala também destacou que sabe que "governar não é assunto de uma só pessoa", por isso se comprometeu a convocar "os melhores quadros técnicos, independentes, intelectuais, para poder fazer um governo de concentração, de larga base, onde ninguém se sinta excluído e todos se sintam representados".
O triunfo de Humala foi parabenizado por chefes de Estado estrangeiros, como o chileno Sebastián Piñera, o boliviano Evo Morales, e o venezuelano Hugo Chávez, e personalidades locais, como o ex-presidente peruano Alejandro Toledo e o escritor Mario Vargas Llosa.
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