O Filho do Brasil
Filme sobre Lula é caracterizado, por muitos, como propaganda política
Nathália Boni
nathaliaboni@hotmail.com
Críticas é que não faltam para o lançamento do filme que conta a trajetória do presidente. “Lula, o Filho do Brasil” estréia em janeiro de 2010, mas já rendeu diversas discussões em torno de seu enredo. Dirigido por Fábio Barreto, o longa narra a história de Lula desde seu nascimento até a morte de sua mãe, momento em que se posiciona como um líder sindical de 35 anos detido pela polícia da ditadura militar. O orçamento do filme foi além do que se esperava para uma produção nacional: 18 milhões que foram obtidos sem subsídios governamentais a fim de evitar críticas.
Divulgação
Cartaz do filme "Lula: O Filho do Brasil"
O ano de 2010 pode ser considerado estrategicamente escolhido para a estreia deste filme. Em outubro serão realizadas as eleições presidenciais e Lula, que não poderá mais se reeleger, pretende colocar a aliada petista, Dilma Rousseff, em seu lugar no governo. Dilma inclusive já admitiu que o filme pode influenciar no resultado das eleições. Além disso, fala-se na falta de fidelidade ao retratar a vida e carreira do presidente. De acordo com quem já viu – imprensa e críticos - o longa transforma o protagonista em uma figura heróica e romantizada.
“Na verdade é um filme que provoca e provocará maior admiração e afetuosidade à imagem de Lula. Não me espantará se o filme for usado como propaganda política para aumentar ainda mais a popularidade e o carisma do presidente”, ressalta o doutorando em Ciências Políticas pela PUC-SP e professor da Universidade Federal de Santa Maria - RS, José Renato Ferraz da Silveira.
Google Imagens
O filme também fará uma enorme mobilização no país. Um número bem acima do normal, 400 salas de cinema, exibirão o longa, e está previsto que seja projetado em telas itinerantes, para que um maior número de pessoas carentes possa conferir. Mais uma estratégia que promove campanhas políticas para o partido de Lula em 2010. “A oposição, de um lado, bate no governo argumentando haver falta de ética; pelos lados do governo a resposta é que, no Brasil, de uma forma ou de outra há comícios todos os anos. A realidade é que sem o auxílio de Lula a missão de Dilma dificilmente sairá do papel”, comenta Marcelo Haydu, mestrando em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo e pesquisador do Grupo de Análise e Prevenção de Conflitos (Gapcon – UCAM).
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