segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

suprema hora do nada

SUPREMA HORA DO NADA

Uma vez mais: os dias se repetem...
Guardo na memória a lembrança do tempo já ido, posto, medido e calculado.
Mais um dia.
Mais um monótono dia se esvai...
O crepúsculo do sol anuncia: a aurora de Novos Tempos.
Não tão felizes, nem muito tristes: apenas dias diferentes.
A chuva cai no telhado empoeirado:
Úmidas lágrimas do céu tocam suavemente a terra seca.
No coro, o espetáculo da vida prossegue.
As danças solenes proclamam as celebrações mágicas: de vida e renascer.
O céu ainda continua cinza.
E o tempo passa, passa, passa...
Horas, minutos, segundos...
As Estações passam: Primaveras. Verões. Outonos. Invernos.
A vida passa. Brevemente. Fugazmente.
Ouço vozes desconhecidas.
Folhas secas ao vento se desfazem...
As rosas: murcham. Morrem.
Pétalas apodrecem...
Crianças brincam...
Os velhos choram a vida ao final do dia.
O adeus eterno...
Músicas inebriam o ar...
A vida é um consumo. A regra é consumi-la.
Consumo de almas. Túmulo de amores.
Consumo de livros. Poetas já esquecidos.
Consumo de intrigas. Torturas e Traições.
Consumo de virtudes. A coragem e a lealdade fenecem.
Consumo de vícios. O ódio e a desgraça imperam.
Consumo de paixões. Troféus de amantes.
José Renato Ferraz da Silveira

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