Líbia autoriza retirada por avião de funcionários da Odebrecht
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
DE SÃO PAULO
O governo da Líbia concedeu autorização para pouso e decolagem no aeroporto de Trípoli de cinco aviões fretados pela construtora brasileira Odebrecht para retirar seus funcionários na cidade.
Dos cerca de 600 cidadãos brasileiros residentes no país, estima-se que 400 estejam na capital. Também já foi enviado um navio de bandeira grega com chegada prevista para esta manhã para resgate de brasileiros em Benghazi, na costa leste, epicentro da revolta. A embarcação deverá levar a Atenas os funcionários de outra empreiteira brasileira, a Queiroz Galvão.
Ha também contatos com outros governos para operações conjuntas de retiradas de estrangeiros. O governo francês já se dispôs a ajudar.
No início da manhã desta quinta-feira, o primeiro grupo de brasileiros que foram retirados da Líbia chegou ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, relatando que não tiveram problemas no retorno ao país.
Os brasileiros --quatro no total-- chegaram em dois voos da companhia aérea TAP, segundo a emissora de rádio CBN, que fizeram escala em Lisboa. Os governos brasileiro e português fizeram um acordo para retirar funcionários da empresa Andrade Gutierrez que trabalhavam em território líbio.
Apenas um dos quatro brasileiros conversou com a imprensa na chegada a São Paulo. O engenheiro que se identificou como José Geraldo disse que o grupo não teve problemas no retorno, mesmo o aeroporto líbio estando lotado.
Ele afirmou ainda à CBN não ter visto os conflitos entre forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, e manifestantes que pedem a queda de seu regime.
"Não é onde a gente estava, por isso eu não posso falar nada", afirmou, antes de seguir para Belo Horizonte, de onde é natural. José Geraldo estava havia três anos na Líbia e, apesar de dizer que é sempre bom voltar ao Brasil, não quis descartar a possibilidade de um dia, retornar à Líbia para trabalhar.
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