Ideias, pensamentos, reflexões, crônicas pessoais e profissionais da área de Relações Internacionais, bem como das Ciências Sociais em geral - Política, História, Geografia, Sociologia, Economia, Direito e Psicologia.
sábado, 17 de novembro de 2012
Bate papo com os alunos do Ensino Médio
1) Fale um pouco sobre como é a sua profissão, o seu cotidiano de trabalho, que tipo de atividades realiza.
R: Ser profissional de relações internacionais é pensar de forma crítica a complexa interação - pacífica e conflituosa - entre as fronteiras territoriais, políticas, culturais, econômicas dos países. Hoje vemos uma interdependência crescente que se verifica nos acordos bilaterais e multilaterais, os entendimentos entre empresas e governos de diferentes Estados. O fator econômico tem um peso fundamental na análise do cenário mundial ao investigar mercados, avaliar as possibilidades de negócios e os investimentos no exterior. Evidentemente, os fenômenos da guerra e paz e os novos temas da agenda internacional (terrorismo, meio ambiente, direitos humanos, segurança internacional) são elementos intrínsecos na análise cotidiana do internacionalista. Como sou professor de uma Universidade Federal, a minha preocupação é com o ensino, pesquisa e extensão. Manter-se antenado aos acontecimentos internacionais, formar e informar novos profissionais capazes de entenderem como os eventos do mundo lá fora impactam em nossa realidade nacional. De fato, é uma experiência gratificante e desafiadora. Educar e preparar jovens para o mundo competitivo não é tarefa para amadores. Embora em todas áreas há bons e maus profissionais. Dessa forma, ler muito, pesquisar com cuidado e dedicação, pensar holisticamente os objetos de análise e utilizar as novas ferramentas didático pedagógicas são princípios chave na minha conduta como educador do ensino superior. Meu dia começa cedo e termina tarde. Creio que o alimento para a minha alma é a motivação. E ela está ligada incondicionalmente ao amor pela educação. Creio que desde a minha formação na graduação em Relações Internacionais, gostei da arte de lecionar. É um dom! E como dom, a minha missão e o meu objetivo é compartilhar com os outros.
2) Qual a sua avaliação sobre a atual situação do mercado de trabalho em sua profissão?
Sem dúvida, é um um mercado de trabalho emergente. graças à maior inserção do Brasil na política e no comércio internacional. Nos últimos anos, empresas brasileiras têm se internacionalizado e contratam profissionais que tenham visão global e diplomacia para ocupar posições de gestão. Multinacionais como Ambev, Danone, Embraer, Unilever e Vale oferecem vagas a trainees que possam atuar no país ou no exterior. "Cada vez mais as questões internacionais têm efeitos domésticos, por isso esse profissional é essencial na interpretação de políticas e decisões que podem impactar o negócio das empresas", afirma Maria Izabel Valadão de Carvalho, coordenadora do curso da UnB. Os postos de trabalho estão concentrados no eixo Rio-São Paulo e em Brasília (DF), mas novas vagas aparecem nas demais capitais.Concursos públicos de órgãos como os Tribunais de Contas estaduais e da União e o Itamaraty quadruplicaram o número de vagas em três anos, e o número de profissionais necessários para trabalhar no país e no exterior na área de diplomacia só deve crescer. Aumentam também os concursos para atuar como gestor de políticas públicas em ministérios e secretarias.
3) De que maneira você considera que a sua profissão contribui para a sociedade?
À priori, na minha concepção embora um ponto de vista de um pensador ligado a escola da sociedade internacional - uma visão cosmopolita - o internacionalista é um profissional apto a lidar com o diferente, o estrangeiro, o outro. Criatividade, cultura humanista, conhecimento de idiomas, riqueza enciclopédica, aberto e receptivo a novas ideias e aos novos valores. É um profissional dos tempos paradoxais que vivemos, como na sentença clássica de Charles Dickens: "vivemos os melhores e os piores tempos". É uma exigência atual do mercado de trabalho a formação multidisciplinar. Acredito que o profissional formado em Relações Internacionais está condizível com a época de crises políticas, econômicas, ambientais, morais e a busca de soluções das mesmas.
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